Nasceu em Acaraú-CE, aos 14 de setembro de 1868. Filho do professor Gil Thomaz Lourenço e d. Francisca Laurinda da Frota. Foi batizada a 23 de outubro do mesmo ano. Estudos iniciais em Sobral, onde estudou latim e francês. Depois ingressou no Seminário de Fortaleza, nada matricula 412, a 10 de fevereiro de 1882. Concluído o curso superior, recebeu a ordenação presbiteral em Fortaleza a 06 de dezembro de 1891.
Começa então a sua vida ministerial: Coadjutor de Acaraú, 04 de janeiro de 1892 -14 de setembro de 1894. Vigário de Trairi, 14 de setembro de 1894 - 03 de janeiro de 1897. Pró-Pároco de Acaraú, 30 de janeiro de 1897 - 08 de janeiro de 1901. Vigário de Acaraú, 10 de maio de 1912 - janeiro de 1924. Daí em diante se dá o período mais longo de afastamento do vigariato, indo residir com o irmão, o tabelião Francisco Thomaz Lourenço, em Santana do Acaraú. E desta época a convivência de d. Dinorá com o tio, a quem mais tarde homenageia com um livro. No prefácio ela lamenta não poder publicar todos os sonetos - que seriam 500, de acordo com o Padre Vicente Martins (RIC 1920), ou mais de uma centena, segundo Sânzio de Azevedo. Pe. Antônio Thomaz sempre foi um sacerdote muito piedoso e humilde. Dedicava-se aos seus paroquianos e aos seus passarinhos e escrevia sonetos, que eram publicados na imprensa por iniciativa dos seus amigos já que, ele próprio, na sua humildade, era refratário à publicidade. Irritava-se, porém, quando o plagiavam.
Apesar de escondido na sua modéstia, recebeu, entretanto, ainda em vida, consagração popular, sendo eleito, Príncipe dos Poetas Cearenses, num pleito realizado pela revista "Ceará Ilustrado", em 1925. Está classificado entre os maiores sonetistas brasileiros, gênero a que mais se dedicou, escrevendo também composições de feição e ritmos variados, caracterizando-se por sua independência em relação a qualquer movimento ou escola literária. Foi membro da Academia Cearense de Letras e, em 1919, eleito sócio do Instituto Histórico Geográfico e Etnográfico do Ceará. Capelão da Santa Casa de Sobral, 07 de agosto de 1940 - 12 de abril de 1941. Sofreu dez anos seguidos da moléstia que finalmente o arrebatou, mostrando sempre grande fortaleza cristã. Foi um sacerdote exemplar de virtude austera, que quis viver e morrer na obscuridade. Faleceu em Fortaleza, a 16 de julho de 1941, mas foi sepultado no dia seguinte, na igreja matriz de Santana do Acaraú, CE. Em Acaraú foi erigida uma estátua, perpetuando a memória de seu ilustre filho. A Prefeitura Municipal de Fortaleza deu o seu nome à importante Avenida da Zona Leste, em 1941. A Academia Centrista de Letras, órgão do Centro Estudantil Cearense, após memorável campanha, fez erigir na Praça do Liceu, uma herma em sua homenagem, inaugurada a 11 de agosto de 1944.
«Peço muito encarecidamente aos meus irmãos, sobrinhos, parentes e amigos que nunca, de forma alguma e sob qualquer pretexto, concorram para a publicação coletiva dos meus versos", determinara ele no dia 12 de novembro de 1933. Ribeiro Ramos acredita que teria sido possível anular esta vontade: "Dom José Tupinambá da Frota, o primeiro bispo de Sobral - e que era parente próximo do padre Antônio - nos disse que se tivesse sabido disso tinha força, como bispo, de impedir esta decisão".
Entre outras determinações, o testamento continha também o desejo de ser sepultado sem esquife, num dos corredores da Igreja Matriz de Sobral, sem inscrição ou sinal que indicasse quem ali estava sepultado, tão desaparecido quanto a cidade de Almofala cujo fim acompanhara entre janeiro e outubro de 1898. A história do pequeno povoado devorado pelas areias foi uma das poucas peças em prosa que deixou, uma narrativa assombrosa, porém com toques de bom humor.
No início de 1898 o padre Antônio Thomaz celebra pela penúltima vez na cidade. "Por esse tempo já as areias haviam obstruído as primeiras casas. Atrás da igreja do morro ia crescendo progressivamente". Em junho desaba uma parte do teto, e a igreja setecentista começa a ser invadida pelas areias. Dia 10 de outubro é celebrada a última missa, às 4h30min, para uma multidão silenciosa.
"Não me lembro de ter visto, em toda a minha vida, uma multidão tão numerosa guardar tanta compostura, tanta imobilidade e tanto silêncio", escreve. A luz das "umarentas lâmpadas de querosene" ele se encarrega de cumprir a ordem de seu superior, e retirar as imagens da igreja para transportá-Ias até o povoado mais próximo. A multidão se rebela mas o padre consegue seu intento. Da igreja restaria apenas a cruz espetada no topo de uma duna, imagem talvez de um desaparecimento tão completo quanto o que ele desejava para si.
Padre Antônio Thomaz faleceu no dia 16 de julho de 1941, em Fortaleza. Nos últimos dias remetera para a sobrinha Dinorá:
“Nunca pensei que a vida fosse tão curta para as aspirações que o homem tem". Seu último poema, "Desencanto", por ele mesmo apelidado "canto do cisne", é datado de fevereiro de 1941. Muitas vezes cantei, nos tempos idos, / acalentando sonhos de ventura; / então da lira a voz suave e pura / era-me um gozo dalma e dos sentidos ( ... ) Os sons que arranco à pobre lira agora / mais parecem soluções de quem chora / do que a doce toada de quem canta". A igreja da Almofala foi descoberta pelo vento em 1943. O Poeta Antônio Thomaz, de mesma forma, não conseguiu o esquecimento que queria.
Começa então a sua vida ministerial: Coadjutor de Acaraú, 04 de janeiro de 1892 -14 de setembro de 1894. Vigário de Trairi, 14 de setembro de 1894 - 03 de janeiro de 1897. Pró-Pároco de Acaraú, 30 de janeiro de 1897 - 08 de janeiro de 1901. Vigário de Acaraú, 10 de maio de 1912 - janeiro de 1924. Daí em diante se dá o período mais longo de afastamento do vigariato, indo residir com o irmão, o tabelião Francisco Thomaz Lourenço, em Santana do Acaraú. E desta época a convivência de d. Dinorá com o tio, a quem mais tarde homenageia com um livro. No prefácio ela lamenta não poder publicar todos os sonetos - que seriam 500, de acordo com o Padre Vicente Martins (RIC 1920), ou mais de uma centena, segundo Sânzio de Azevedo. Pe. Antônio Thomaz sempre foi um sacerdote muito piedoso e humilde. Dedicava-se aos seus paroquianos e aos seus passarinhos e escrevia sonetos, que eram publicados na imprensa por iniciativa dos seus amigos já que, ele próprio, na sua humildade, era refratário à publicidade. Irritava-se, porém, quando o plagiavam.
Apesar de escondido na sua modéstia, recebeu, entretanto, ainda em vida, consagração popular, sendo eleito, Príncipe dos Poetas Cearenses, num pleito realizado pela revista "Ceará Ilustrado", em 1925. Está classificado entre os maiores sonetistas brasileiros, gênero a que mais se dedicou, escrevendo também composições de feição e ritmos variados, caracterizando-se por sua independência em relação a qualquer movimento ou escola literária. Foi membro da Academia Cearense de Letras e, em 1919, eleito sócio do Instituto Histórico Geográfico e Etnográfico do Ceará. Capelão da Santa Casa de Sobral, 07 de agosto de 1940 - 12 de abril de 1941. Sofreu dez anos seguidos da moléstia que finalmente o arrebatou, mostrando sempre grande fortaleza cristã. Foi um sacerdote exemplar de virtude austera, que quis viver e morrer na obscuridade. Faleceu em Fortaleza, a 16 de julho de 1941, mas foi sepultado no dia seguinte, na igreja matriz de Santana do Acaraú, CE. Em Acaraú foi erigida uma estátua, perpetuando a memória de seu ilustre filho. A Prefeitura Municipal de Fortaleza deu o seu nome à importante Avenida da Zona Leste, em 1941. A Academia Centrista de Letras, órgão do Centro Estudantil Cearense, após memorável campanha, fez erigir na Praça do Liceu, uma herma em sua homenagem, inaugurada a 11 de agosto de 1944.
«Peço muito encarecidamente aos meus irmãos, sobrinhos, parentes e amigos que nunca, de forma alguma e sob qualquer pretexto, concorram para a publicação coletiva dos meus versos", determinara ele no dia 12 de novembro de 1933. Ribeiro Ramos acredita que teria sido possível anular esta vontade: "Dom José Tupinambá da Frota, o primeiro bispo de Sobral - e que era parente próximo do padre Antônio - nos disse que se tivesse sabido disso tinha força, como bispo, de impedir esta decisão".
Entre outras determinações, o testamento continha também o desejo de ser sepultado sem esquife, num dos corredores da Igreja Matriz de Sobral, sem inscrição ou sinal que indicasse quem ali estava sepultado, tão desaparecido quanto a cidade de Almofala cujo fim acompanhara entre janeiro e outubro de 1898. A história do pequeno povoado devorado pelas areias foi uma das poucas peças em prosa que deixou, uma narrativa assombrosa, porém com toques de bom humor.
No início de 1898 o padre Antônio Thomaz celebra pela penúltima vez na cidade. "Por esse tempo já as areias haviam obstruído as primeiras casas. Atrás da igreja do morro ia crescendo progressivamente". Em junho desaba uma parte do teto, e a igreja setecentista começa a ser invadida pelas areias. Dia 10 de outubro é celebrada a última missa, às 4h30min, para uma multidão silenciosa.
"Não me lembro de ter visto, em toda a minha vida, uma multidão tão numerosa guardar tanta compostura, tanta imobilidade e tanto silêncio", escreve. A luz das "umarentas lâmpadas de querosene" ele se encarrega de cumprir a ordem de seu superior, e retirar as imagens da igreja para transportá-Ias até o povoado mais próximo. A multidão se rebela mas o padre consegue seu intento. Da igreja restaria apenas a cruz espetada no topo de uma duna, imagem talvez de um desaparecimento tão completo quanto o que ele desejava para si.
Padre Antônio Thomaz faleceu no dia 16 de julho de 1941, em Fortaleza. Nos últimos dias remetera para a sobrinha Dinorá:
“Nunca pensei que a vida fosse tão curta para as aspirações que o homem tem". Seu último poema, "Desencanto", por ele mesmo apelidado "canto do cisne", é datado de fevereiro de 1941. Muitas vezes cantei, nos tempos idos, / acalentando sonhos de ventura; / então da lira a voz suave e pura / era-me um gozo dalma e dos sentidos ( ... ) Os sons que arranco à pobre lira agora / mais parecem soluções de quem chora / do que a doce toada de quem canta". A igreja da Almofala foi descoberta pelo vento em 1943. O Poeta Antônio Thomaz, de mesma forma, não conseguiu o esquecimento que queria.
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