sexta-feira, 4 de março de 2011

V Festival Banco do Nordeste das Artes Cênicas.

Il Trasporto Umano (Divulgação)
O V Festival Banco do Nordeste das Artes Cênicas apresentará ao público, no período de 13 a 27 (Dia Mundial do Teatro) deste mês, um elenco diversificado de atividades orientadas para o teatro, o circo e a dança. Com entrada franca, o Festival acontecerá nos três Centros Culturais Banco do Nordeste (Fortaleza; Cariri, em Juazeiro do Norte, no sul do Ceará; e Sousa, no alto sertão paraibano).

Nesta quinta edição, serão realizadas quatro mostras (Palco, Infantil, Rua e Dança), totalizando 32 espetáculos de companhias de seis estados nordestinos (Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia e Sergipe), além de outros três brasileiros (Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná) e um espetáculo internacional, fruto de uma parceria ítalo-pernambucana.

A programação também contemplará ações formativas, como as oficinas de formação artística voltadas para o público adulto e oficinas de iniciação para o público infantil. Igualmente importantes são as atividades relacionadas à instrução patrimonial e à apreciação de outras áreas que empreendem diálogo com as artes cênicas, a exemplo do cinema.

Cortejos de abertura e encontro sobre profissionalização

Na abertura do Festival, acontecerão cortejos nas três cidades. Em Fortaleza, no dia 13 (domingo), às 10 horas, haverá o cortejo de bonecos gigantes e uma apresentação do grupo Batuqueiros, um coletivo percussivo focado nos ritmos da cultura popular nordestina e afro-brasileira.

Em Juazeiro do Norte, no dia 16 (quarta-feira), às 17 horas, os grupos de Reisado "Discípulos do Mestre Pedro" e "Guerreiro Santa Madalena" levam a tradição popular, em um cortejo que sai da Praça Padre Cícero em direção ao Largo do Memorial Padre Cícero.

Em Sousa, o cortejo de abertura contará com quatro grupos convidados e acontecerá no dia 17 (quinta-feira), a partir das 17 horas, saindo da Praça da Matriz em direção ao Centro Cultural Banco do Nordeste.

No CCBN-Fortaleza, no próximo dia 15 (terça-feira), no período de 10h às 18h, acontecerá o Encontro sobre Profissionalização de Grupos de Teatro. O evento será um momento de informação de troca de ideias sobre os caminhos, os tributos, as leis e as diferentes formas de apoio do poder público e privado para que os grupos adquiram sustentabilidade com o seu fazer artístico-profissional. Contará com a presença de representantes dos Ministérios da Cultura e do Trabalho, Cooperativa Paulista de Teatro, Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Ceará (SATED-CE) e de importantes grupos nordestinos de teatro, a exemplo do Bagaceira (CE) e do Clowns de Shakespeare (RN).

Cordel do Amor Sem Fim (Divulgação)
Mostra Palco

Entre os destaques da Mostra Palco, estão os seguintes espetáculos e respectivos grupos: "Roliúde", com o grupo carioca EmCartaz Empreendimentos Culturais; "O Capitão e a Sereia", com o Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare, do Rio Grande do Norte; "Marotes e Mamulengos", com o grupo cearense Circo Tupiniquim; "Só Sei Que Foi Assim", com o coral cearense Seios da Face; "Engenharia Erótica - Fábrica de Travestis", com o Grupo Parque de Teatro, do Ceará; "Tropeço", com a Cia. Tato Criações Cênicas, do Paraná; "Sebastião", monólogo com o autor, encenador e ator baiano Fábio Vidal; "A Descoberta das Américas", com o Leões de Circo Pequenos Empreendimentos, do Rio de Janeiro; "Cordel do Amor Sem Fim", com O Poste Soluções Luminosas e Samuel Santos, de Pernambuco; e "O Auto da Índia", com o grupo sergipano Marionetas.

Mostras Rua, Infantil e Dança
A Rainha  do Nada (Divulgação)

Por sua vez, a Mostra Rua traz como atrações os seguintes espetáculos e grupos: "Cordel do Pega Pra Capá", com a companhia baiana Gente de Teatro e Funceb; "Circo Arlequin", com a Trupe Arlequin de Circo Teatro, da Paraíba; "Palhaço Colorau e Neorlândio", com o grupo cearense Tempero do Riso; "Por que a gente não é assim? Ou Por que a gente é assado?", com o grupo cearense Bagaceira; e "Silêncio Total - Vem Chegando o Palhaço", com o ator e diretor paraibano Luiz Carlos Vasconcelos.



 Abrilhantam a Mostra Infantil sete espetáculos e grupos, a saber: "Mamulengo, Arte do Riso", com a companhia cearense Te-Tê-Rê-Te-Tê; "Il Transporto Umano", com o Circo em Bothiglia (Itália-Brasil); "Criaturas de Papel", com os cearenses do Bricoleiros; "Canções e Brinquedos Roceiros - Uma Ópera Caipira", com o grupo paulista Tempo de Brincar; "Zero", com a companhia paulista Mevitevendo; "Alegria, Alegria! O Circo Chegou", com o grupo cearense Garajal; e "A Rainha do Nada", com a companhia cearense de Teatro Epidemia de Bonecos.

Avesso do Passo (Divulgação)
A Mostra Dança apresenta quatro grupos e espetáculos: "Avesso do Passo", Cia. de Dança da Escola Municipal de Frevo do Recife; "Diferente Olhar Infinito", com o grupo cearense N Infinito; "Folgança", com a Escola de Dança do Paracuru (CE); e "Brincando", com a Cubos Companhia de Dança, de Sergipe.






Debates, curtas, entrevista e noites de autógrafos

A programação do Festival ainda contará com debates, palestras, exibição de curtas-metragens sobre Teatro e uma entrevista aberta ao público com o ator Luiz Carlos Vasconcelos, dentro do programa Nomes do Nordeste. Também acontecerão Noites de Autógrafos com lançamentos literários sobre Artes Cênicas patrocinados pelo Programa Banco do Nordeste de Cultura. Serão lançados os livros "O ator risível - procedimentos para as cenas cômicas", do professor-doutor Fernando Lira, e "Criador & Criatura", do ator, diretor, professor e pesquisador teatral Hemetério Segundo.




ENTREVISTAS E INFORMAÇÕES ADICIONAIS:

*         Viviane Queiroz
(curadora e coordenadora geral do V Festival Banco do Nordeste das Artes Cênicas) - (85) 3464.3178 / 8843.3957 - viviqueiroz@bnb.gov.br

*         Tessi Letícia Barbosa (gerente do CCBN-Fortaleza) - (85) 3464.3111 / 8635.6031 - tessileticia@bnb.gov.br cpaulavm@bnb.gov.br>

*         Lenin Falcão (gerente do CCBN-Cariri) - (88) 3512.2855 / 8802.0362 - lenin@bnb.gov.br anastacio@bnb.gov.br>

*         Ricardo Pinto (gerente do CCBN-Sousa) - (83) 3522.2980 / 8802.5737 - yuca@bnb.gov.br

*         Luciano Sá (assessor de imprensa do Centro Cultural Cultural Banco do Nordeste) - (85) 3464.3196 / 8736.9232 - lucianoms@bnb.gov.br

Colaboração de: Luciano Sá (assessor de imprensa do Centro Cultural Cultural Banco do Nordeste)

Fonte: BOOM

quinta-feira, 3 de março de 2011

Novo livro de contos de Chico Anysio

Repetindo o sucesso do livro anterior, “Os Fazedores de Histórias”, editora lança o livro “O fim do mundo é ali”, com 43 contos de ficção de autoria de um grande artista

Da Redação

A Editora Prumo lança mais uma obra de ficção de Chico Anysio, aclamado como um dos maiores humoristas brasileiros. Inspiradas nas cenas do cotidiano do povo brasileiro e nos seus mais variados estereótipos, as 43 histórias do livro O fim do mundo é ali têm como ponto comum o humor e a malícia característicos do artista e refletem a sua verve e sua compreensão pelos sentimentos populares. “O seu talento se estendeu para a literatura ao agradar público e crítica com o trato singular que dá à narrativa”, afirma o publisher Paulo Rocco, no prefácio do livro.

No novo título, o autor prende o leitor com o ritmo que dá à sua prosa e com seu humor de qualidade indiscutível. Num mesmo conto, Chico Anysio é crítico, narra com ironia, e se mostra quase sempre sagaz quando encontra um gran finale surpreendente para as suas histórias, característica já marcada de sua escrita. No conto ”Prazer e Lazer”, ele começa indagando: “E se Paris não existisse? O que seria feito da safadeza? Não que a capital francesa seja uma grande devassa, ninguém disse isto; mas que Paris é cheia de novidade, apareça um para negar”. O autor narra a experiência de Pedro Emílio num bordel de Paris, e diverte o leitor com a maneira de pontuar os clichês típicos da situação, e com as ”armadilhas” em que coloca os personagens.

No conto ”Menor abandonado”, Chico Anysio abusa de sua inventividade e malícia, mas conserva certa dose da inocência própria dos personagens. A história narra as investidas de Flávia para conseguir adotar um filho, já que o médico lhe dissera ser impossível engravidar. Sem alegria e no desespero, ela segue o conselho da amiga do trabalho nos Correios, que lhe dá a sugestão salvadora: “Tem tanto menor abandonado na rua. Pega um, leve para casa e faz uma experiência. Se der certo com ele, ainda mais dará com um que você adote oficialmente”. O trecho apenas anuncia o que Chico Anysio preparou para o desfecho arrebatador da história.

Um dos aspectos mais marcantes do estilo do autor está na caracterização dos personagens, habilidade já exibida com genialidade na televisão, no teatro, no rádio e nas artes plásticas. "A Prumo sente-se honrada em ter no seu catálogo um escritor desse nível, consagrado pelo seu excepcional talento, tanto profissional quanto pessoal, capaz de entender a alma do próximo, da coletividade, e reproduzi-la em diferentes formas de mídia, criando uma relação fácil, sutil com quem esteja do outro lado”, afirma Paulo Rocco.



Sobre o autor



Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho nasceu em 12 de abril de 1931, em Maranguape, no Ceará. Aos oito anos de idade, Chico Anysio se mudou com a família para o Rio de Janeiro, onde teve uma infância tranquila, dividida entre as aulas e o futebol, sua grande paixão. Mais tarde, conseguiu um emprego na Rádio Guanabara, exercendo funções diversas desde radioator até comentarista de futebol. Trabalhou em várias rádios na década de 1950, sempre atuando e também escrevendo roteiros. Sua estreia na tevê foi em 1957, na TV Rio, com o programa Noite de Gala. Em 1959, estreou Só Tem Tantã, mais tarde rebatizado como Chico Total. Chico Anysio é um artista múltiplo, criador de personagens clássicos no rádio, na televisão e no cinema; autor de romances, livros de contos e piadas; compositor de canções e comentarista esportivo dos mais sagazes. (com assessoria)

Fonte: Diário de Cuiabá

Assaré em festa por seu poeta maior

Patativa do Assaré  FOTO: DIVULGAÇÃO
Cego de um olho ainda na infância, Antônio Gonçalves da Silva transformou sua realidade em versos
Crato Com uma programação que envolve exposições, Fórum de Cultura e Turismo, mesas redondas, lançamentos de livros e cordéis, shows musicais e apresentações de violeiros, estão sendo comemorados os 102 anos de nascimento do poeta Antônio Gonçalves da Silva, conhecido como Patativa do Assaré, que nasceu no dia 5 de março de 1909, na Serra de Santana, Município de Assaré, e morreu no dia 8 de julho de 2002.

Para sábado, data do seu aniversário, estão programados alvorada festiva com a Banda de Música Manoel de Benta, Encontro de Poetas e Sanfoneiros Populares, Sarau "Cante Lá, Que Eu Canto Cá"; Volta Ciclística da Poesia Popular; programa de rádio especial sobre a data, missa e desfile de carnaval.

Familiares do poeta cearense FOTO: ANTÔNIO VICELMO
Sete anos depois de sua morte, a imagem do matuto pobre de voz arrastada, manco de uma perna, ainda está presente nas ruas de Assaré. Cada um dos conterrâneos tem uma história para contar sobre o poeta que projetou o nome de sua terra natal para este Brasil afora e até no exterior. Outros fazem questão de recitar um verso inédito do poeta. Dona Zenilda, a mais conhecida fabricante de linguiça da cidade, lembra um Patativa boêmio, que varava as madrugadas improvisando versos e bebendo cachaça.

Na Serra de Santana, onde ele nasceu e viveu a maior parte de sua vida, seu nome é lembrado como "Senhorzinho", o homem trabalhador, pai de família exemplar, que criou a família no cabo da enxada. A filha Inês, que escreveu a maioria dos seus poemas, tem uma verdadeira veneração pelo pai que deixou para a família o maior patrimônio que um herdeiro pode receber: a honestidade, a coerência, a humildade e a altivez. "Mesmo com estas qualidades, meu pai não baixava a cabeça diante dos poderosos", desabafa Inês.

Para o reitor da Universidade Regional do Cariri (urca), Plácido Cidade Nuvens, que tirou Patativa do anonimato, com a publicação do livro "Cante Lá que Eu Canto Cá", ele, além de ter sido a maior expressão da cultura popular, foi também um poeta clássico, erudito que está na galeria dos maiores poetas do Brasil.

Mesmo depois de morto, Patativa continua fascinando os intelectuais. O escritor e pesquisador Gilmar de Carvalho, um dos mais autênticos divulgadores da cultura popular, lançou uma antologia onde consagra a riqueza criativa do poeta popular brasileiro, que rompeu as fronteiras nacionais e chegou à prestigiosa Universidade de Sorbonne, na França.

Gilmar, que teve o privilégio de conviver com Patativa e gozar de sua confiança e intimidade, descreve o amigo como uma "máquina de fazer poemas. Cego de um olho ainda na infância, a pena de Patativa não foi destinada à escrita, como a de outros grandes poetas, e sim para o voo livre de quem tem a musicalidade na voz primordial da contação. Patativa tinha acessos de produção poética em que ele tremia todos os músculos da face, como se fosse uma máquina produzindo poemas, as veias do pescoço latejando".

A descrição do intelectual cearense é perfeita. Gilmar fala de cátedra, ou melhor, de cadeira, para usar uma linguagem sertaneja. Ele relembra as longas conversas, sentados nas cadeiras de couro, conhecidas como "cadeira do Bodocó", tomando água de jarra, em copos de alumínio, esmerilados com as cinzas do fogão a lenha da casa de taipa de Patativa, ou na calçada de cimento, de onde se avista a Serra do Quincuncá, fonte de inspiração do poeta.

"O que a gente conhece é um pouco do Patativa. Ele era uma fonte, não parava de fazer poesia, de improvisar, de brincar", relembra Gilmar.

LITERATURA

Médico relembra fatos cotidianos

Crato. O oftalmologista cearense, radicado em Campinas (SP) desde 1966, João Alberto Holanda de Freitas, escreveu o livro "O Patativa que eu conheci", onde relata sua convivência com o poeta popular cearense. Em 1988, Patativa permaneceu três meses na cidade, hospedado na casa de Holanda, para transplante de córnea e operação de catarata.

A convivência por três meses com a família do médico e dos amigos, os versos, as cantorias, as idas e vindas, os repentes e a sabedoria de um dos maiores poetas populares do País estão agora documentados nas 144 páginas do livro. A obra traz um DVD encartado, com registros dos saraus "noite à dentro" durante a permanência de Patativa na cidade, e impressões do médico sobre o poeta conterrâneo.

Natural de Aquiraz, o médico matava a saudade do Ceará, revivendo com o poeta o sertão sofrido, estorricado pela seca, maltratado pelos políticos, dominados pelos coronéis, mas, ao mesmo tempo, valente na luta contra as adversidades. Ao seu lado, Patativa era o retrato em preto e branco da realidade nua e crua do interior do Ceará, onde o médico viveu sua infância.

Sem Patativa perceber, o médico ia registrando toda a genialidade do poeta, auxiliado por um microgravador enfiado no bolso. Com certeza, o gravador não conseguiu documentar a dor de Patativa tão bem expressa nestes versos: "Gravador que estás gravando/ Aqui, no nosso ambiente/ Tu gravas a minha voz/ O meu verso, o meu repente/ Mas, gravador, tu não gravas/ A dor que o meu peito sente!/ Tu gravas em tua fita/ Com a maior perfeição/ O timbre da minha voz/A minha fraca expressão!/ Mas não gravas a dor grave/ Gravada em meu coração!/ Gravador, tu és feliz!/ E - ai de mim! - o que será?/ Bem pode ter desgravado/ O que em tua fita está/ E a dor do meu coração/ Jamais se desgravará!".

"Patativa tinha hábitos alimentares muito simples, comia pouco, frugalmente. No almoço, se servia basicamente de arroz e ovo cozido. Comia de colher. Concluída a refeição, não dispensava o café expresso, ia direto fumar um cigarrinho no jardim. Não gostava de TV, que não podia enxergar mesmo, mas ouvia o rádio o dia inteiro, sempre ligado em música ou nas notícias", escreve o autor.

Outro fato é que Patativa nunca permitiu a publicação dos versos que fez durante a Ditadura Militar de 1964, que quase o leva à prisão.

ANTÔNIO VICELMO
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste 

quarta-feira, 2 de março de 2011

Grandes Museus do Mundo em 3D (Parte 2)


Oi, galera! Semana passada eu publiquei a primeira parte do projeto Google Art Project, no post Grandes Museus do Mundo em 3D (Parte 1). Como o artigo pressupõe uma segunda parte, vamos conhecer outros grandes museus e fazer passeios virtuais em seus acervos.

Sugiro que você dê uma conferida em outros passeios virtuais disponiblizados aqui no blog

- Rijksmuseum: Holanda. Localizado em Amsterdã, é dedicado às artes e história. Ele tem uma larga coleção de pinturas da idade de ouro neerlandesa e uma substancial coleção de arte asiática. O museu foi fundado em 1800 na cidade da Haia para exibir a coleção do primeiro-ministro. Foi inspirado no exemplo francês. Pelos neerlandeses ficou conhecida como Galeria de Arte.

- Reina Sofia: Espanha. Localizado em Madri, é um dos mais importantes museus de arte moderna espanhóis. Coloquialmente denominado por Centro de Arte Moderna Reina Sofia, foi inaugurado oficialmente a 10 de Setembro de 1992 e, o seu nome presta homenagem à Rainha Sofia, rainha consorte de Espanha.

- State Tretyakov: Rússia. Localizado em Moscou, é uma galeria de arte que expõe as mais belas pinturas russas. Sua história começa em 1856, quando o mercador Pavel Mikhailovich Tretyakov adquiriu obras de artistas russos contemporâneos, com o objetivo de criar uma grande coleção. Em 1892, Tretyakov apresentou suas obras.

- State Hermitage: Rússia. Localizado em São Petersburgo, é um museu de arte e cultura. É um dos maiores e mais velhos museus do mundo, fundado em 1764, por Catarina a Grande, e aberto ao público em 1852. As coleções - a maior parte não-permanente - abrange cerca de 3 milhões de peças, incluindo o maior acervo de pinturas do mundo.


- Smithsonian Freer: Estados Unidos. A galeria de arte contém acervos renomados da cultura asiática provenientes da China, Japão, Coreia do Sul, Sudeste Asiático e Oriente Próximo. Pinturas, cerâmicas, manuscritos e esculturas estão entre os favoritos do museu. Além da arte asiática, o museu também contém arte norte-americana do séc. XIX e XX.

- Tate Modern: Inglaterra. Localizado em Londres, é um museu britânico de arte moderna. Desde sua abertura, em 12 de maio de 2000, o museu promove importantes mostras temporárias de arte moderna e contemporânea, e tornou-se a terceira maior atração londrina. Na coleção figuram algumas importantes obras de Pablo Picasso, Matisse, Braque, Natalya Goncharova, de Chirico, Francis Bacon, Alexander Calder, Chagall, entre muitos outros artistas do século XX.

- Thyssen-Bornemisza: Espanha. Localizado em Madri, no Palácio de Villahermosa. Foi organizada quando da aquisição, pelo governo espanhol, em julho de 1993, da maior parte (e mais valiosa) da coleção de arte da família Thyssen-Bornemisza. Mostra as coleções de forma cronológica, começando no Renascimento e terminando no século XX.

- Uffizi Galleria: Itália. Localizado em Florença, abriga um dos mais famosos museus do mundo. É dividida em salas ou ambientes, cerca de cinqüenta, nomeadas geralmente pelo artista mais importante exposto. Há salas dedicadas aos maiores artistas do Renascimento, como Leonardo da Vinci e Rafael, salas com arte clássica da Roma antiga, uma grande coleção de quadros de Botticelli.

- Van Gogh Museum: Holanda. Localizado em Amsterdã, é um museu que dispõe de trabalhos do pintor neerlandês Vincent Van Gogh e seus contemporâneos. Como não podia deixar de ser , o Museu Van Gogh possui a maior coleção de pinturas de Van Gogh no mundo.

Grandes Museus do Mundo em 3D (Parte 1)


O Google (ele mesmo!) resolveu se envolver em mais uma empreitada gigantesca: abrir as portas dos mais famosos museus do mundo para visitas virtuais. Para quem ainda não conhece o Google Art Project, vou disponibilizar os links aqui no História Digital.

Buenas, antes de seguir adiante, dê uma conferida em outros passeios virtuais disponiblizados aqui no blog

Além do passeio virtual, você ainda tem a possibilidade de analisar as obras, como se estivesse vendo de perto (e sem as cotoveladas dos turistas ao lado). Algumas estão disponibilizadas em gigapixels, ou seja, imagens de alta resolução que permitem perceber detalhes que seriam impossíveis a olho nu. É ou não é demais!!!

- Alte Nationalgalerie:  Alemanha. É um museu de arte localizado na Ilha dos Museus, em Berlim. Possui uma rica coleção de pinturas e esculturas europeias do século XIX. A Alte Nationalgalerie foi criada em 1861 como Wagenersche und Nationalgalerie, a partir da doação de um acervo de 262 obras de arte pertencentes ao banqueiro Joachim H. W. Wagener.

- Frick Collection:  Estados Unidos. Localizado em Manhattan, Nova Iorque, é um museu de arte. Fica na antiga casa  do magnata do aço Henry Clay Frick, construída em 1913 e 1914. Frick é um dos mais importantes museus de arte dos Estados Unidos. Entre as obras mais importantes estão O Progresso do Amor, de Jean-Honoré Fragonard; três pinturas de Johannes Vermeer e São João, o Evangelista, de Piero della Francesca.

- Galeria Nacional: Inglaterra. Localizada na praça Trafalgar, no centro de Londres. Fundada em 1824, é um dos mais importantes museus da Europa e um dos mais conhecidos do mundo. Abriga uma preciosa coleção de mais de 2.300 pinturas, que datam desde a metade do século XIII até o início do século XX.

- Gemäldegalerie: Alemanha. É um museu de arte localizado na Kulturforum Potsdamer Platz em Berlim, sendo um dos mais importantes do mundo por sua excelente coleção de arte europeia dos séculos XIII ao XVIII. Além de expor seu acervo, a Gemäldegalerie organiza exposições temporárias especiais como ilustração de pesquisas sobre aspectos diversos de obras e artistas de sua coleção.


- Kampa: República Checa. É um museu de arte moderna localizado em Praga. Contém, em seu acervo, obras de artistas da Europa Central. As peças são de uma coleção particular de Meda Mladek, esposa de Jan V. Mladek. O museu abriu as portas em 2003. Há uma grande escultura de uma cadeira no lado de fora do museu, visível de muito longe.

- Metropolitan Museum: Estados Unidos. Localizado em Nova Iorque, foi fundado em 20 de fevereiro de 1820, e é hoje um dos maiores e mais importantes museus do mundo. Abriga uma importante coleção de pinturas europeias dos séculos XII ao XX e obras da arte antiga (grega, romana, egípcia e assírio-babilônica) e oriental. São muito importantes as seções dedicadas a instrumentos musicais, armas e indumentária.

- Museu de Arte Moderna: Estados Unidos. Mais conhecido como MoMA, é um museu da cidade de Nova Iorque, fundado no ano de 1929 como uma instituição educacional. Atualmente é um dos mais famosos e importantes museus de arte moderna do Mundo. A rica e variada colecção do MoMa constitui uma das maiores vistas panorâmicas sobre a arte moderna.

- Palácio de Versalhes: França. Está localizado na cidade de Versalhes, uma aldeia rural à época de sua construção, mas atualmente um subúrbio de Paris. Desde 1682, quando Luís XIV se mudou de Paris, até a família Real ser forçada a voltar à capital em 1789, a Corte de Versalhes foi o centro do poder do Antigo Regime na França.

Gero Camilo - O pequeno grande

Prestes a estrear espetáculo em São Paulo, sobre um período da vida do pintor holandês Vincent van Gogh, o ator e dramaturgo Gero Camilo conversou por telefone com o Caderno 3 a respeito do novo trabalho e a carreira multifacetada

Experienciar a arte em toda a sua amplitude,sem rótulos ou com-partimentações. É essa a orientação que guia a carreira do ator, dramaturgo, cantor e escritor cearense Gero Camilo, 40 anos, mais conhecido por seus papéis na TV e no cinema brasileiros.

Do currículo do artista, fazem parte, por exemplo, participações nos filmes "Cidade de Deus", "Narradores de Javé", "Bicho de sete cabeças", "Abril despedaçado", "Madame Satã" e "Carandiru", além de produções televisivas como "Amor em quatro atos", "Som e fúria" e "Hoje é dia de Maria".

Menos familiar ao grande público é o trabalho de Camilo nos palcos - como ator, diretor e escritor. Nesse caso, a mais recente amostra de sua competência é o espetáculo "A Casa Amarela", sobre o pintor holandês Vincent van Gogh e o período em que este viveu na cidade de Arles (França).

O monólogo, escrito e encenado por Gero, sob direção de Márcia Abujamra, estreia dia 8 de abril em São Paulo, no teatro Eva Herz (Livraria Cultura). Natural de Fortaleza, Camilo ainda não tem data prevista para trazer "A casa amarela" a Fortaleza.

Impacto

O primeiro contato do artista com a história de van Gogh foi por meio do livro "Cartas a Theo", devorado ainda na adolescência. A obra traz correspondências do pintor a seu irmão e confidente, Theo. "Tocou-me muito o conteúdo literário e poético das cartas. As palavras vieram mais facilmente, chegaram a mim antes da pintura dele - refiro-me aos quadros de verdade, não a reproduções. Foi por meio do livro que me aproximei do pensamento dele", ressalta Gero Camilo.

Para o ator, o período vivido por van Gogh em Arles é um dos mais férteis de sua trajetória artística, por isso a decisão de basear o monólogo nesse recorte. "É quando o pensamento dele mais me atrai, quando ele conceitua muito bem os desejos em relação à sua arte e à arte que se fazia naquele momento. É um desejo coletivo, de construir uma comunidade artística, com o sonho de fazer uma base em Arles por onde vários colegas pudesse passar e, acima de tudo, sustentar-se", esclarece Gero, referindo-se às difíceis condições sociais experimentadas pelos artistas à época.

"Para além do potencial trágico de van Gogh, estou atrás do poeta iluminado, do artista preocupado com a humanidade em vez de voltado ao próprio umbigo ou à sua doença. Essa é a força do traço, da pintura, da poética dele, e é o que mais me atrai, porque comungo com muitos desses pensamentos. Meu objetivo com ´A casa amarela´ é fazer uma ponte entre o que vivemos hoje e as experiências dele, uma espécie de elo de pensamento", exlica Camilo.

O processo de criação do texto da peça ocorreu em Amsterdã, onde Gero Camilo passou um mês. "Aluguei um apartamento e fiquei 30 dias escrevendo. Também peguei coisas que já tinha escrito. Visitei museus, fui ver obras de van Gogh, passei pela cidade onde ele nasceu, Zundert", recorda o artista.

Ramificações

Além de "A casa amarela", Camilo já tem outros projetos engatados para o segundo semestre, entre eles o espetáculo "Lá fora vai estar chovendo sempre", sobre uma família que teve a casa deslocada após uma tempestade e, desde então, fica à deriva. Apresentada pela primeira vez em 2009, a peça será dirigida pelo próprio Gero. Entre os nomes confirmados para o elenco está sua colega e xará, Camila Pitanga.

O artista também deve aparecer em breve na tela grande, em dois longa-metragens previstos para estrear neste ano: "Eu receberia as piores notícias de seus lindos lábios", de Beto Brant, e "Assalto ao Banco Central", de Marcos Paulo. Decididamente um ano agitado para o ator.

O trabalho como dramaturgo sempre esteve presente na trajetória do cearense, cuja montagem mais famosa é "Aldeotas", sobre o reencontro de dois grandes amigos em uma pequena cidade. O artista também tem trabalhos reconhecidos na música (o primeiro CD do artista, "Canções de Invento", foi lançado em 2008) e na literatura - em 2002 ele lançou o livro "A macaúba da terra", com contos e peças, a exemplo de "Café com torradas" e "Quem dará o veredicto?". A obra será reeditada neste ano pela editora Dulcina.

"A poesia sempre esteve presente, sempre me acompanhou. A partir daí se desenvolvem outros braços artísticos. O poema não é só a escrita no papel. No meu caso, faz parte do ato cênico, e aproxima a pessoa da obra", ressalta Gero.

"Não sou uma parte ou uma resenha profissional, vejo a arte mais como um todo", complementa. O ator afirma não ter dificuldades em manejar tantos projetos ao mesmo tempo. "Fica complicado por não ter patrocínio para desenvolver os trabalhos. Com dinheiro seria bem mais fácil", brinca.

Outra proposta fundamental no trabalho de Gero Camilo é resgatar o ator como elemento central da construção criativa do teatro. "Não só no sentido mecânico, de responder às orientações, mas no sentido de se sentir tão responsável intelectual e esteticamente pela criação quanto o diretor", sublinha.

"Muitos atores dessas grandes produções de teatro trabalham como operários e ficam à mercê, na dependência de um patrão. Não os critico, mas deixo claro que, dentro do meu processo de criação, o ator é fundamental no pensamento, na construção do espetáculo e não apenas na sua funcionalidade", destaca.

ADRIANA MARTINS
REPÓRTER

Mostra conta a História do Brasil na Unifor

FOTO: KIKO SILVA
Raridades chamam a atenção do visitante, como a letra original de "Garota de Ipanema", de Vinícius de Moraes
Recuperação de uma parte da História do Brasil por meio de peças originárias. Essas foram as palavras usadas pelo curador Pedro Corrêa do Lago para definir a exposição "Brasiliana Itaú" aberta, ontem, no Espaço Cultural Unifor. Com cerca de 300 itens e 12 mil peças, a mostra traz pinturas, aquarelas, desenhos, gravuras, mapas e livros que fazem parte do acervo Itaú Cultural.

São materiais criados a partir do século XVI e até livros editados no século XX. Para o curador, "Brasiliana Itaú" retrata uma parte simbólica da cultura artística, literária e histórica brasileira. "São peças significativas que dizem muito do nosso País", descreve.

Conforme a museóloga do acervo de obra de arte do Grupo Itaú, Regina Rocha, trata-se de uma mostra muito ampla dedicada ao Brasil. Algumas raridades chamam a atenção do visitante, como a letra original de "Garota de Ipanema", escrita pelo próprio punho por Vinícius de Moraes, e documentos de ex-governadores brasileiros.

Pedro Corrêa destaca a vista do Ceará desenhada por Frans Post presente no livro do historiador Caspar Barlaeus como uma das peças importantes para a história local. Além disso, cerca de 20 livros contam muito do Ceará, através dos escritores José de Alencar e Rachel de Queiroz.

Obras

São as primeiras edições de obras como "O Guarany" e "Iracema", de José de Alencar; e "O Quinze", de Rachel de Queiroz. No livro "Quatro Romances", a escritora faz uma dedicatória a João Cabral de Mello Neto. A exposição também traz a dedicatória feita por Machado de Assis para José de Alencar no livro "Phalenas".

"A exposição tem tudo a ver com o Ceará porque trata da colonização holandesa presente no Estado," lembra a reitora da Universidade de Fortaleza, Fátima Maria Fernandes Veras. Ela acrescenta que é uma maneira de ver a história de forma lúdica e serve a todas as faixas etárias. "É a história contada por meio de ilustrações, fugindo da forma enfadonha que os livros costumam utilizar".

Para a professora de Belas Artes da Unifor, Júlia Sarmento, o material exposto é importante porque revela o olhar que essas pessoas tinham do Brasil naquela época. "A mostra nos diz muito de um olhar geopolítico da época que hoje mudou muito, mas que ainda tem ligação com a gente".

Para o diretor cultural da Pinacothèque de l´État de São Paulo, Max Perlingeiro, todos os personagens importantes da história estão contemplados na mostra. O diretor destaca a parte iconográfica como uma das mais ricas.

Fortaleza é a quarta cidade a receber a exposição, organizada em 2000 por iniciativa do banqueiro e político Olavo Setúbal, proprietário do Banco Itaú. Ela deve seguir para Brasília e Curitiba e, por fim, tornar-se permanente no Itaú Cultural. "Brasiliana Itaú" fica na Capital cearense até o dia 1º de maio.

O que eles pensam
Recuperação de parte do nosso passado

A exposição recupera uma parte da História do Brasil por meio de peças originais criadas a partir do século XVI até livros editados no século XX. "Brasiliana Itaú" retrata uma parte simbólica da cultura artística, literária e histórica brasileira. São itens significativos que dizem muito do nosso País. Sobre o Ceará, considero como destaque a vista do Estado desenhada por Frans Post presente no livro do historiador Caspar Barlaeus.

Pedro Corrêa
Curador da mostra

É possível ver na exposição tudo o que aprendemos nos livros de história. São peças extraordinárias que só encontramos nos grandes museus do mundo. Trata-se de uma mostra completa porque abrange quatro séculos de História do Brasil. O fato de ter sido trazida para Fortaleza é de uma generosidade incrível porque vai propiciar o acesso às pessoas daqui. Todos os personagens importantes da história estão contemplados.

Max Perlingeiro
Diretor cultural da pinacothèque de SP


EXPOSIÇÃO


Noites de Paris nas lentes de Brassaï

"Essa é, sem dúvida, a mais importante e organizada exposição fotográfica internacional que o Ceará já viu". Assim definiu o artista plástico e diretor do Museu de Arte Contemporânea, o cearense José Guedes, por ocasião da abertura, ontem, no Espaço Cultural da Universidade de Fortaleza (Unifor) Anexo, da exposição de Brassaï (Gyula Halász, seu nome de batismo).

O trabalho do artista húngaro Brassaï reúne um acervo de 98 fotografias, em preto e branco, que retratam a vida noturna e boêmia de Paris do início do século passado. A mostra, que acontece graças à parceria entre a Unifor e a Delegação Geral das Alianças Francesas no Brasil e a Aliança Francesa em Fortaleza, fica em cartaz até o dia 1º de maio, logo após, segue para exposição em outras capitais.

Fascinada

A advogada Aline Cristina Bezerra Leite Carvalho Lima, 24, graduada na Unifor, disse ter sido atraída para o evento, pelo fato de o mesmo retratar a vida em Paris. "Mesmo se tratando de uma época passada, fiquei fascinada pela técnica fotográfica de Brassaï. Ele foi incrível em clicar a vida noturna de Paris", disse. Para o delegado geral da Aliança Francesa no Brasil e diretor geral da Aliança Francesa no Rio de Janeiro, Yann Lorvo, a história da fotografia mundial obrigatoriamente tem que passar pelo trabalho de Brassaï.

"Paris era vista como o centro das artes e o fotógrafo sentia isso. Aproveitando sua técnica apurada fotografou Paris à noite, aproveitando luzes dos faróis dos carros e dos postes, mostrou seu gosto pela cidade, clicando em todos seus locais, com ou sem personagens".

De acordo com o diretor da Aliança Francesa em Fortaleza, Alain Didier, Brassaï captou com sensibilidade e romantismo a Paris dos anos 30 e desbravou a noite e seus segredos. Sobre a exposição começar por Fortaleza, ele enfatiza a característica dinâmica da cidade. "Existem laços comuns entre Ceará e França", finalizou.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Nilto Maciel - Considerações sobre contos

Nilto Maciel


Fonte: Cronópios

Nilto Maciel-Panorama do Conto Cearense

Livro Panorama do Conto Cearense (Editora Códice, Brasília/Fortaleza, 2005), de Nilto Maciel.

Confira:
Panorama do Conto Cearense-Parte I

Panorama do Conto Cearense-Parte II 

Panorama do Conto Cearense-Parte III

Panorama do Conto Cearense-Parte Final 

Fonte: Cronópios

Nilto Maciel -Contistas do Ceará – D’A Quinzena ao CAOS Portátil


“Nilto Maciel, ficcionista conhecido nacionalmente, autor de vasta bibliografia e com várias obras premiadas nos gêneros conto, romance e novela, depois de publicar o citado panorama (Panorama do conto cearense, publicado em 2005) da nossa história curta, qualificou-se como estudioso e crítico desse gênero em nosso Estado.
Não é preciso dizer que atualmente ele tem a dupla autoridade de contista e de analista do conto, razão da importância deste seu mais recente trabalho.” Sânzio de Azevedo

“(...) Por envergar o hábito dessas considerações, vede, pois o leitor mais um trabalho de excelente qualidade do escritor coestaduano Nilto Maciel, ficcionista da melhor felpa, com visão nacional e, por isso, laureado nos gêneros novela, conto e romance, dos quais é cultor e analista reconhecido. Sobre também ser contista de demarcada essência, agora principalmente, após a edição de Contistas do Ceará, se apresenta definitivamente como um dos nossos melhores historiógrafos literários.
 
Como o fazem Sânzio de Azevedo, Linhares Filho, Batista de Lima, Francisco Carvalho e outros mentores das letras locais, na apreciação de vários gêneros, Nilto Maciel, pelo auspicioso fato de dominar tão difícil casta de Literatura, serve-se também, com muito agrado e a propriedade peculiar às pessoas cultas, de registar em livro, para estudos dos atuais e pósteros consulentes, os destacados contistas cearenses, imprimindo mais nobreza às nossas estantes e concedendo mais saliência axiológica às produções aqui edificadas. E, ainda mais, consoante anota o prof. dr. Sânzio de Azevedo, à crítica trazida, ajunta antologia, propiciando ao público ledor compadecer seus comentários analíticos aos conteúdos expressos pelos compositores retratados.” Vianney Mesquita

Nilto Maciel


Nasceu em Baturité, Ceará, em 30 de janeiro de 1945. Ingressou na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará em 70. Criou, em 76, com outros escritores, a revista O Saco. Mudou-se para Brasília em 77, tendo trabalhado na Câmara dos Deputados, Supremo Tribunal Federal e Tribunal de Justiça do DF. Regressou a Fortaleza em 2002. Editor da revista Literatura desde 91.

Obteve primeiro lugar em alguns concursos literários nacionais e estaduais: “Brasília de Literatura”, 90, categoria romance nacional, promovido pelo Governo do Distrito Federal, com A Última Noite de Helena; “Graciliano Ramos”, 92/93, categoria romance nacional, promovido pelo Governo do Estado de Alagoas, com Os Luzeiros do Mundo; “Cruz e Sousa”, 96, categoria romance nacional, promovido pelo Governo do Estado de Santa Catarina, com A Rosa Gótica; “Bolsa Brasília de Produção Literária”, 98, categoria conto, com Pescoço de Girafa na Poeira; "Eça de Queiroz", 99, categoria novela, União Brasileira de Escritores, Rio de Janeiro, com Vasto Abismo; VI Prêmio Literário Cidade de Fortaleza, 1996, Fundação Cultural de Fortaleza, CE, com o conto “Apontamentos Para Um Ensaio”.

Tem contos e poemas publicados em esperanto, espanhol, italiano e francês. O Cabra que Virou Bode foi transposto para a tela (vídeo), pelo cineasta Clébio Ribeiro, em 1993.

Livros publicados:

Itinerário, contos, 1.ª ed. 1974, ed. do Autor, Fortaleza, CE; 2.ª ed. 1990, João Scortecci Editora, São Paulo, SP.

Tempos de Mula Preta, contos, 1.ª ed. 1981, Secretaria da Cultura do Ceará; 2.ª ed. 2000, Papel Virtual Editora, Rio de Janeiro, RJ.

A Guerra da Donzela, novela, l.ª ed. 1982, 2.ª ed. 1984, 3.ªed. 1985, Editora Mercado Aberto, Porto Alegre, RS.

Punhalzinho Cravado de Ódio, contos, 1986, Secretaria da Cultura do Ceará.

Estaca Zero, romance, 1987, Edicon, São Paulo, SP.

Os Guerreiros de Monte-Mor, romance, 1988, Editora Contexto, São Paulo, SP.

O Cabra que Virou Bode, romance, 1.ª ed. 1991, 2.ª ed. 1992, 3.ª ed. 1995, 4.ª ed. 1996, Editora Atual, São Paulo, SP.

As Insolentes Patas do Cão, contos, 1991, João Scortecci Editora, São Paulo, SP.

Os Varões de Palma, romance, 1994, Editora Códice, Brasília.

Navegador, poemas, 1996, Editora Códice, Brasília.

Babel, contos, 1997, Editora Códice, Brasília.

A Rosa Gótica, romance, 1.ª ed. 1997, Fundação Catarinense de  Cultura, Florianópolis, SC (Prêmio Cruz e Sousa, 1996), 2.ª ed. 2002, Thesaurus Editora, Brasília, DF.

Vasto Abismo, novelas, 1998, Ed. Códice, Brasília.

Pescoço de Girafa na Poeira, contos, 1999, Secretaria de Cultura do Distrito Federal/Bárbara Bela Editora Gráfica, Brasília.

A Última Noite de Helena, romance, 2003. Editora Komedi, Campinas, SP.Os Luzeiros do Mundo, romance, 2005. Editora Códice, Fortaleza, CE.Panorama do Conto Cearense, ensaio, 2005. Editora Códice, Fortaleza, CE.


PARTICIPAÇÃO EM ANTOLOGIAS (até 2005)

Queda de Braço: Uma Antologia do Conto Marginal, seleção de Glauco Mattoso e Nilto Maciel. Clube dos Amigos do Marsaninho, Rio de Janeiro e Fortaleza, 1977. Contos: “As Fantásticas Narrações das Meninas do São Francisco” e “Sururus no Lupanar”.

Conto Candango, coordenação de Salomão Sousa. Coordenada Editora de Brasília, 1980. Conto: “As Pequenas Testemunhas”.

Horas Vagas (Coletânea 2), organizada por Joanyr de Oliveira. Coleção Machado de Assis, volume 42, Contos, Senado Federal, Brasília, 1981. Conto: “Detalhes Interessantes da Vida de Umzim”.

O Prazer da Leitura, organizada por Jacinto Guerra, Ronaldo Cagiano, Nilce Coutinho e Cláudia Barbosa. Editora Thesaurus, Brasília, 1997. Conto: “Ícaro”.

Almanaque de Contos Cearenses, organizado por Elisangela Matos, Pedro Rodrigues Salgueiro e Tércia Montenegro. Edições Bagaço, Recife, PE, 1997. Conto: “Apontamentos para um Ensaio”.

Aila Sampaio - Tradição e modernidade nos contos de Lygia Fagundes Teles

FOTO: DIVULGAÇÃO
Os fantásticos mistérios de Lygia, da professora Aila Sampaio, é o resultado de uma pesquisa que gerou sua dissertação de mestrado, na UFC, intitulada "Tradição e modernidade nos contos de Lygia Fagundes Teles", aprovada com nota máxima pela Banca Examinadora

O título da dissertação norteia perfeitamente o espírito da proposta do curso que ministramos naquele mestrado, na época. Ou seja, a leitura das teorias tradicionais e modernas que atendessem e se adequassem à leitura e compreensão das narrativas contemporâneas, pois, até então, Todorov era o teórico de cabeceira daqueles que se aventuravam nas análises desses tipos de textos, por ter sido o primeiro a sistematizar teoricamente o gênero. Apesar dos procedimentos metodológicos que a ensaísta fez na transformação da dissertação em livro, sua atitude crítica pressupõe uma análise objetiva do gênero e das formas como se realizam as narrativas fantásticas.

A análise textual

É uma tendência de análise textual diversa, para tanto se vale, para melhor tecer os seus argumentos, de autores também diversos, desde as primeiras manifestações na literatura, como Lovecraft, Hofmann, Callois, até mesmo Louis Vax, autores de textos fantásticos e críticos que compreendiam o fantástico como simples impressão ou paráfrase, ou como manifestação do sobrenatural, do insólito, algo impossível de acontecer no mundo real, o que seria o escândalo da razão.

Tais compreensões não saiam do campo da impressão, do medo, do horror, do diabólico, do negativo, análises alimentadas por aspectos subjetivos que, trazidos para a análise do mundo das ficções modernas, não resistiriam a uma crítica mais exigente.

Dos caminhos

Sabiamente a ensaísta se vale dessas teorias para superá-las, e, consciente de que só a subjetividade não lhe bastaria, faz um percurso árduo na trilha das teorias objetivas, mesmo quando na primeira parte do livro pairem, sim, indícios de alternância entre o subjetivo e o objetivo. É que os limites do fantástico com os gêneros vizinhos são tão tênues que confundem até mesmo os mais atentos. Em "Os motivos da narrativa" a autora cita Louis Vax para justificar o uso de temas tradicionais nos contos de Lygia, como o "duplo", "A viagem ao passado", "A ressurreição" e "Possessão", dentre outros. Diz a autora: "como assegura Vax(...) o motivo importa menos do que a maneira como é utilizado".

Vejamos que, onde parece residir uma questão de impropriedade, em que a citação de um autor pretensamente subjetivo descaracterizasse a importância do capítulo, a análise coerente surpreende com argumentos bem fundamentados, demonstrando, para seu leitor, ter o domínio das teorias e conhecimento das obras que são o objeto de seus estudos.

* Da Academia Cearense de Letras

José Alcides Pinto, para o Programa Literato

Entrevista concedida por José Alcides Pinto, para o Programa Literato - do Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB) em Fortaleza/CE, no dia 29/07/2003.



Nascido em São Francisco do Estreito, distrito de Santana do Acaraú, no Ceará. Faleceu em 02/06/2008 em Fortaleza. José Alcides Pinto é autor de obras como "Os Verdes Abutres da Colina" e "A Divina Relação do Corpo", tendo recebido vários prêmios, entre eles o Grande prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte. Aos 14 anos mudou-se para Fortaleza, indo residir no Centro Estadual Cearense. Lá conviveu 5 anos com o poeta Sidney Netto - um dos maiores boêmios vates cearenses. Confessa Alcides Pinto que a amargura daquela alma solitária influiu de maneira marcante na sua formação. Aos 15 anos matricula-se no Liceu. Vai posteriormente ao RJ concluir seus estudos. Estreou na ficção com a obra "O Dragão", em 1964. "Poemas Escolhidos", foi seu último livro publicado em duas edições 2003 e 2006.

Debatedores: Juarez Leitão; Dimas Macedo
Mediador: Augusto Cesar Costa.

Raimundo dos Queijos vai ser tema de documentário

FOTO: THIAGO GASPAR
O trabalho debaterá o esvaziamento do Centro de Fortaleza e a importância da confraria para o resgate do bairro

Em meio a um Centro marcado pelo vazio e pelo abandono, há um espaço preenchido, principalmente aos domingos, pelas conversas e animação de intelectuais, como médicos, escritores e políticos. Há 32 anos, surgia na Travessa Crato, entre as ruas Conde D´Eu e General Bizerril, o "Raimundo dos Queijos". Um lugar que mistura as características de bar, frigorífico e confraria. Esta última é a denominação mais utilizada por seus assíduos frequentadores e tem como significado irmandade, conjunto de pessoas com os mesmos interesses.

Um desses frequentadores, Pedro Carlos Alvares, decidiu registrar, em vídeo, toda a importância do local para o resgate e a valorização do Centro da Capital cearense. Os trabalhos do documentário "Raimundo dos Queijos - A Confraria do Centro" começaram ontem com a marcação das cenas.

As filmagens estão previstas para o próximo dia 13, e a sua exibição para o dia em que Fortaleza completará 285 anos, 13 de abril. O curta será apresentado em telões na própria Confraria, no Passeio Público e na Praça do Ferreira, todos na área central.

Segundo o diretor, o documentário, diferente de um primeiro já gravado, contará com imagens e depoimentos de todos que fazem parte da história do lugar com comentários sobre importantes prédios históricos do bairro e propondo propostas de como resgatar o Centro de Fortaleza.

"O trabalho passará pelos principais pontos históricos do bairro, começando pela Ponte Velha, seguindo pelo Paço Municipal até chegar ao Raimundo dos Queijos. Vamos mostrar como o Centro está, cada vez mais, vazio e como a Confraria vem preencher este vácuo e assim impulsionar o retorno das pessoas ao bairro", comenta Pedro Carlos, frequentador do espaço há cinco anos.

União

Para a realização do curta, o diretor conta com a doação dos amigos e companheiros de conversa. Portanto, a atitude segue a risca a principal peculiaridade da Confraria: a contribuição e a partilha de tudo o que se consome no local, como bebida e comida. Há grande chance do "Raimundo dos Queijos" ser um dos únicos espaços "comerciais" da cidade, ou quem sabe do Estado, onde não se paga pelo que se come, a conta do que se bebe é dividida e os dez por cento dos garços e o couvert artístico da banda são rateados entre todas as mesas.

O personagem principal do documentário é de poucas palavras, sorriso tímido e de semblante feliz. Aos 75 anos, e 32 de profissão, Raimundo Oliveira Araújo, o "Raimundo dos Queijos", diz achar importante o trabalho de gravação do vídeo, já que "tudo o que vem em benefício do seu comércio é sempre muito bem-vindo".

"Fico muito alegre em fazer parte disso e poder contribuir. Aqui só tem gente amiga, tranquila, de conversa boa".

O escritor Juarez Leitão diz que o "Raimundo dos Queijos promove a recuperação do Centro que estava praticamente morto e afasta a tendência do bairro de desaparecer".

JÉSSICA PETRUCCI
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste

Literatura de Luto - Aos 73 anos, morre escritor Moacyr Scliar

FOTO: AGÊNCIA O GLOBO
A ABL decretou luto oficial de três dias em homenagem ao escritor. Corpo de Scliar será enterrado hoje

Porto Alegre Morreu na madrugada de ontem o escritor gaúcho e imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) Moacyr Scliar. Vítima de falência múltipla dos órgãos, ele tinha 73 anos e estava internado havia mais de um mês no Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

Em 11 de janeiro, o escritor deu entrada no hospital para a retirada de pólipos do intestino. Cinco dias mais tarde, ele sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) e teve de passar por nova cirurgia. No início de fevereiro, o quadro se agravou, com uma infecção respiratória.

O velório de Scliar aconteceu, ontem, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. A esposa do escritor, Judith Scliar recebeu os cumprimentos de familiares, autoridades e amigos.

O corpo do escritor será enterrado, hoje, em cerimônia reservada para parentes e amigos.

Em nota, a presidente Dilma Rousseff lamentou a morte de Scliar. Para Dilma, o escritor foi um "ícone da literatura gaúcha, brasileira e latino-americana".

"Ele representou nossa sociedade em diversos gêneros literários, sem perder de vista sua condição de filho de imigrantes e sua formação médica. É com tristeza que nos despedimos desse mestre da nossa literatura", completa Dilma.

O presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, o deputado Adão Villaverde, também lamentou a morte do amigo. "Perdemos um símbolo de cultura e de humanidade neste domingo".

Homenagem

A Academia Brasileira de Letras (ABL) decretou luto oficial de três dias por causa da morte de Scliar. O escritor ocupava desde 2003 a cadeira de número 31 da Academia.

"Moacyr foi um trabalhador literário incansável, um ser humano agradabilíssimo que nos vai fazer muita falta", afirmou o presidente da ABL, Marcos Vinicius Vilaça.

Vencedor de três prêmios Jabuti, em 1988, 1993 e 2009, Scliar escreveu mais de 70 livros, entre contos, crônicas, ensaios e romances. O escritor também recebeu o Prêmio Casa de las Américas, em 1989, e o Prêmio José Lins do Rêgo, concedido em 1998 pela ABL.

A opinião do especialista
Lembranças

No fim de maio de 2004, fui avisado por uma das coordenadoras da Bienal Internacional do Livro do Ceará, que havia sido escolhido para dialogar com Moacyr Scliar. Por que eu? João, deixe de conversa, será sexta-feira, dia 3, às 19 horas. Um beijo, e desligou. Fiquei matutando e lembrei que tinha lido, uma pequena coleção chamada de "Vozes do Golpe", da Cia. das Letras, e que um desses pequenos e preciosos quatro livros, era "Mãe Judia", 1964, de Moacyr Scliar.

Certamente, o exercício a que se propôs Scliar foi prova de sua reconhecida capacidade de transposição do real para o imaginário. Relembrei de seus livros "O Exército de um homem só", "Max e os Felinos" e, certamente, de "O Centauro e o Jardim", entre outros. E claro, de suas sarcásticas crônicas, às segundas feiras, na página 2 do caderno Cotidiano, da Folha de São Paulo.

Encabulado, liguei para a casa dele. Era fim de tarde. Ele estava em meio a uma entrevista e falamos rapidamente. Disse, de saída, a verdade. Era um mero escrevinhador amador de província. Ele respondeu rápido e foi retomar a sua entrevista. Scliar era cobra criada e uma bienal a mais não faria diferença para ele. Para mim, sim, pois estava tratando com um ficcionista do tamanho dos pampas e experiência literária a causar inveja a qualquer escritor latino americano.

Traduzido em espanhol, inglês, alemão, holandês, sueco, francês e hebraico, ganhara prêmios que dariam para tornar célebres muitos escritores. Um escritor para cada prêmio. Os prêmios eram: Joaquim Manoel de Macedo, Érico Veríssimo, Cidade de Porto Alegre, Guimarães Rosa, Brasília, Jaboti(3), Associação Paulista de Críticos de Arte, Casa de Las Américas, em Cuba, Pen Clube do Brasil, e José Lins do Rego. E eu metido com ele. Imaginem a minha perturbação.

Resolvi, de forma audaciosa, mandar um livro meu por Sedex e, após três dias, ligo novamente. Ele ainda não havia recebido. Falei da minha apreensão sobre o nosso então futuro diálogo. Scliar disse que não carecia de me preocupar. E eu tremendo de medo. Chegada a hora consegui fazer a Travessia. Penso que até o afaguei. Dia seguinte, manhã cedo, estava a fazer Cooper e, acidentalmente, encontro com ele. Éramos apenas homens de tênis, calção e camiseta. Nada mais que isso. Conversamos, soltos.

Ontem, domingo, 27, ouço, pelo rádio, que Scliar acabara de morrer. Lamentei e lembrei que sua história pode ser sumariada assim: Seus pais vieram da Besarábia para trabalhar em um projeto de colonização agrícola no interior do Rio Grande do Sul. Ocorreu que o projeto estava no fim e eles mudaram para Porto Alegre, onde Scliar nasceu, em 1937.A família morava no Bom Fim, bairro de imigrantes, e Scliar foi estudar, em 1943, na Escola Iídiche. Em 1948, Scliar é transferido para o Colégio católico Rosário Menino. Depois, formou-se e exerceu a Medicina comunitária. A partir de 68, surge o escritor com "O Carnaval dos Animais" e não parou. Foram quase 80 publicações, entre romances, novelas, contos, ficção juvenil e ensaios. Ontem, 27, ouço pelo rádio que Scliar morrera. Desaparece um grande escritor nacional e fica aberta vaga na Academia Brasileira de Letras. Descanse em paz.

João Soares Neto
Escritor e membro da Academia Cearense de Letras

Fonte: Diário do Nordeste 

Academia - Wanda Palhano é diplomada na ACLJ

Presidente do OE, Wanda Palhano, foi diplomada para ocupar a cadeira de número sete da recém-formada Academia Cearense de Literatura e Jornalismo

FOTO: DIVULGAÇÃO
O Jornal O Estado é novamente reconhecido pelo seu trabalho a favor do bom jornalismo e de respeito ao leitor. A presidente do OE, Wanda Palhano, foi diplomada para ocupar a cadeira de número sete da recém-formada Academia Cearense de Literatura e Jornalismo (ACLJ), que será instalada no próximo dia 13 de abril. A jornalista e advogada terá como colegas de diploma outras 39 personalidades que realizam trabalhos jornalísticos e literários, tendo como cenário noticioso o Estado do Ceará, fomentando a cultura cearense e preservação da memória estadual.

À frente do O Estado há cerca de 15 anos, Wanda Palhano é considerada um ícone da imprensa cearense e intelectual líder de um dos jornais mais tradicionais do Nordeste. “É um grande orgulho ocupar uma cadeira que tem como patrono o nosso querido escritor Olavo Dutra. Estou profundamente honrada com esse diploma. Isso vem para mostrar também a força administrativa e literária das mulheres cearenses”, agradeceu.

O presidente da ACLJ, professor Rui Martinho Rodrigues, ressaltou que Wanda Palhano é uma das personalidades mais destacadas da mídia cearense. Segundo ele, a escolha da ocupante da cadeira número sete da Academia foi definida ainda na primeira reunião de diretores, mostrando a importância da contribuição literária e jornalística da atual líder do OE.

“Essa escolha também vem para destacar a força da mulher cearense. Pensando nisso, não podíamos esquecer de prestar essa homenagem a doutora Wanda. A presidente do OE é um exemplo de vida e de intelectualidade”, emendou o professor, ressaltando que o título é vitalício e visa dar maior reconhecimento à profissão de jornalista.

COMPOSIÇÃO DOS IMORTAIS
A ACLJ será composta por 40 cadeiras numeradas, cada uma ocupada por intelectual nascido ou radicado no Ceará. Terá ainda mais dez cadeiras de membros correspondentes, que serão chanceladas por patronos perpétuos, formada por cearenses ilustres nas letras ou na imprensa, em âmbito local ou nacional.

Fonte: O Estado

Academia Cearense de Letras - As Cadeiras e seus atuais ocupantes

As Cadeiras e seus atuais ocupantes

Em 'HISTÓRIA DA LITERATURA CEARENSE', de Dolor Barreira, e em Leonardo Mota no seu artigo — Academia Cearense e Academia Cearense de Letras, na Revista do Instituto do Ceará, vol. LIV, os autores explicam detalhadamente as 3 fases pelas quais passou a Academia Cearense.
Estas fases representam significativas transformações em termos de sua formacao, acadêmicos e Patronos.
Na primeira fase, nao havia o conceito de CADEIRAS, PATRONOS e apenas 28 membros. Na 2a fase (1922), o número passou para 40 acadêmicos e foram indicados 33 PATRONOS (alguns acadêmicos não indicaram seus patronos).
Na 3a fase, foram indicados novos PATRONOS e ratificados alguns anteriores.
A relação abaixo apresenta o OCUPANTE atual da Cadeira e seu PATRONO.

Cadeira                           
1-Sânzio de Azevedo                        
2-Batista de Lima   
3-Carlos Augusto Viana                
4-José Murilo Martins                
5-Diathay Bezerra de Menezes   
6-Virgílio Maia   
7-Marly Vasconcelos   
8-Horácio Dídimo   
9-Genuíno Sales   
10-Abelardo Montenegro   
11-Dimas Macedo   
12-J C. Alencar Araripe   
13-Manfredo Ramos   
14-Barros Pinho   
15-Sadoc de Araújo   
16-Beatriz Alcântara   
17-Paulo Bonavides   
18-Ângela Gutiérrez   
19-Juarez Leitão   
20-Cid Carvalho   
21-Regine Lima Verde   
22-César Ásfor Rocha   
23-Luciano Maia   
24-Pedro Paulo Montenegro   
25-Pedro Henrique Saraiva Leão   
26-Lúcio Alcântara   
27-César Barros Leal   
28-Giselda Medeiros   
29-Costa Matos   
30-Linhares Filho   
31-Francisco Carvalho   
32-Napoleão Maia   
33-Noemi Elisa Aderaldo   
34-Vinícius Barros Leal   
35-Alberto Oliveira   
36-Carlos D'alge   
37-Teoberto Landim
38-F. S. Nascimento   
39-Mauro Benevides   
40-Artur Eduardo Benevides

Academia Cearense de Letras

A Academia Cearense de Letras é a mais antiga instituição do gênero no país, pois foi fundada a 15 de agosto de 1894. Tal resultou do idealismo de alguns intelectuais, entre outros, o anglo-cearense Barão de Studart, e Thomaz Pompeu de Souza Brasil, seu primeiro presidente, topônimo desta Casa. Inspirou-se na Academia de Ciências de Lisboa, surgindo no rasto da famosa Padaria Espiritual, de Fortaleza, cujo "forno" funcionou por 6 anos (1892-1898), alimentado por "padeiros" notáveis, entre eles Antônio Sales, autor do festejado romance Aves de Arribação. Destarte, este grêmio literário não poderia deixar de usufruir das vantagens da moderna tecnologia representada pela Internet. Ao contar a nossa longa história, convidamos para um passeio na nossa também longeva sede, o antigo Palácio da Luz, onde, por muito tempo, alojou-se o Governador do Estado do Ceará. Sejam bem-vindos!

Pedro Henrique Saraiva Leão
Presidente

Os Fundadores da Academia Cearense de Letras

A Fortaleza provinciana do final do século XIX efervecia de idéias e pretensões, para provar este momento podemos citar a criação da Padaria Espiritual e do Grêmio Literário.
Então, Jovens Senhores participantes da elite cultural cearense se reuniram e fundaram a Academia Cearense, aos moldes da Academia de Ciências de Lisboa.
Foram os Fundadores da Academia Cearense: click no nome do acadêmico para conhecer seu resumo biográfico.
ATA DA FUNDAÇÃO DA ACADEMIA CEARENSE DE LETRAS
Retiramos da REVISTA DA ACADEMIA CEARENSE (seu nome oficial à época de sua fundação), ano I, fascículo I, Fortaleza, 1896, a íntegra da sua ATA DA SESSÃO DE FUNDAÇÃO DA ACADEMIA CEARENSE DE LETRAS SESSÃO DE 15 DE AGOSTO DE 1894.
Aos 15 dias de agosto de 1894, presentes no salão de honra da Phenix Caixeiral os Srs. Justiniano de Serpa, Farias Brito, Drumond da Costa, José Fontenelle, Álvaro de Alencar, Benedicto Sidou, Franco Rabello, Antônio Augusto, Guilherme Studart, Pedro de Queiroz, Alves Lima, Waldemiro Cavalcanti e Antonino Fontenelle, após ligeiras considerações sobre o fim da reunião, resolveu-se fundar nesta data uma sociedade denominada Academia Cearense, com os seguintes fins:
  • a) Examinar e emittir parecer sobre theorias, problemas e questões da actualidade;
  • b) acompanhar o movimento intelectual dos povos cultos, adaptando ao nosso meio as idéias, que parecerem mais úteis ao seu melhoramento e ao engrandecimento do espirito humano;
  • c) estabelecer palestras e conferências;
  • d) trabalhar pelo levantamento da instrucção, maximé do ensino profissional.
Procedendo-se à eleição da mesa provisória ficou ella assim composta:
Presidente Sr. Guilherme Studart,
Secretários Srs. Antônio Augusto de Vasconcellos e Raymundo Coelho de Arruda.
Escolheram-se egualmente duas comissões, uma para a confecção de estatutos, a qual ficou composta dos Srs. Justiniano de Serpa, Pedro de Queiroz e Waldemiro Cavalcanti e uma outra executiva, composta dos Srs. Álvaro de Alencar, José Fontenelle e Alves Lima.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Central de Artesanato do Ceará-Ceart

Com a reinauguração da praça Luíza Távora e o sofisticado artesanato da Ceart, o Vida & Arte Cultura discute arte, cultura popular e seu consumo

Em 1921, quando o comerciante Plácido de Carvalho ergueu um castelo em plena Fortaleza para trazer da Itália sua amada Pierina, não imaginava o destino de sua declaração de amor: a filha Zaíra, que não chegou a habitar a majestosa construção, acabou por vendê-la na década de 1960 a um grupo comercial cuja intenção era erguer um supermercado. A demolição foi feita, mas o empreendimento, jamais. Endividado, esse grupo entregou o terreno ao Estado. Em 1979, a primeira-dama Luíza Távora aproveitou o local para construir a Central de Artesanato do Ceará, a Ceart.

No último dia 14, a praça foi reinaugurada. Passou por uma recauchutagem geral, ganhou fonte interativa, música clássica ambiente, café dentro do vagão que ali repousa e muitos novos frequentadores. “O artesanato cearense tem agora um lugar extremamente agradável para sua comercialização. Com a reinauguração, nós ganhamos muito em vendas”, conta Amanaci Diógenes, a coordenadora de desenvolvimento do artesanato e economia solidária.

Na Ceart, artesão e loja trabalham com a filosofia do mercado justo. “A Ceart não visa lucro. A gente paga o preço justo para o artesão e agrega à peça os custos de comercialização, de embalagem. A estrutura é mantida pelo Governo do Estado. O recurso da venda vai para o Fundo Estadual para Desenvolvimento do Artesanato, que paga a peça que a gente compra do artesão. É como um capital de giro das sete lojas do Estado”, explica.

Engana-se quem acha que o trabalho da Central é voltado para o turista. Uma das bandeiras da Ceart é a divulgação do artesanato cearense entre os próprios cearenses. “A gente mudou o conceito de comercialização para fazer o cearense entender que pode usar o artesanato na casa dele, não só na varanda da casa de praia. Ele tem valor e vai deixar sua casa e o seu escritório com muito mais requinte”. Hoje são 16 ambientes montados na Ceart da praça Luíza Távora.

Mas, afinal, qual o grande diferencial do artesanato da Ceart? Amanaci explica: “Existe uma diferença entre artesanato e trabalho manual. Nós trabalhamos com foco no viés cultural, aquele que retrata nossas tradições, que as pessoas se veem nele. Isso eleva o valor agregado do produto. A gente analisa também a qualidade do produto, se ele é inovador. Não existem marchands para o artesanato, existem curadores. Do nosso ponto de vista, quanto mais tradicional e cultural for essa peça, mais valor ela tem”. Aí é você que escolhe: que tal uma boneca de barro, toda colorida, por R$ 12,90, ou uma linda escultura de arte popular em madeira por mais de R$ 400? “Artesanato é arte. É arte e é cultura, geração de trabalho e renda, valorização das nossas tradições, uma soma de tudo isso”, finaliza.

Alinne Rodrigues
alinnerodrigues@opovo.com.br

Agulhas no palheiro

Ruy Souza e Silva
Uma conversa rápida com Ruy Souza e Silva e um passeio pela exposição com Pedro Corrêa do Lago nos adiantam como era a relação de Dr. Olavo com as peças e o processo de aquisição de verdadeiras raridades brasileiras.

Segundo Pedro Corrêa do Lago, curador da exposição, "cada peça tem uma história para contar, seja sobre o momento histórico a que pertenceram, seja sobre o modo como foram adquiridas". De fato, a trajetória das peças e os bastidores da aquisição são pérolas à parte. Ruy Souza e Silva, que dividiu com Pedro o "conselho de arte" de Olavo Setubal, é quem revela a postura e os métodos do empresário com relação à coleção. "Ele dizia que comprava obras de arte com três condições: primeiro, ele tinha que gostar de cara, não podia ser algo de que ele iria gostar com o tempo. Ele tinha o olho, quando gostava, comprava no ato. A segunda, era ter onde colocar a peça. E a terceira e última era ter um preço razoável", revela Ruy Souza e Silva.

O empresário dificilmente ia a colecionadores. Estava, no entanto, bastante presente em leilões virtuais, o que lhe garantiu excelentes oportunidades a preços bem menores do que os avaliados. Dessa forma, Ruy e Pedro se tornaram seus conselheiros, garimpando nos antiquários e acervos de colecionadores as melhores peças.

Pedro Corrêa do Lago
Achados

No Espaço Cultural Unifor, os visitantes serão recebidos na nave esquerda por um bom exemplo das raridades encontradas. Uma exuberante tapeçaria de 2,5 por 3,2 metros dá as boas vindas ao Brasil Holandês. A peça data de 1778 e fora produzida pela manufatura francesa Gobelins, baseadas em ilustrações do pintor Eckhout.

Em 1678, o príncipe Maurício de Nassau presenteou o rei Luís XIV da França com pinturas de Frans Post e desenhos de Eckhout baseados na fauna e na flora brasileiras. Especialidade das manufaturas reais, as grandes tapeçarias passaram a receber, por sugestão dos conselheiros do rei, os exóticos temas daquelas terras estrangeiras, saídos das ilustrações de Eckhout. Oito peças foram inicialmente produzidas. Somente por volta de 1735, o pintor François Desportes foi encarregado de criar uma nova leva das imagens já desgastadas feitas pelo holandês. Uma nova série de tapeçarias foi lançada e, destas, uma foi adquirida em 1992 por Olavo Setubal.

Na sala dedicada às cartografias, está exposta uma das coleções mais queridas por Setubal, de acordo com Ruy Souza e Silva. Segundo ele, a presença do empresário em muitos leilões garantia a pechincha de algumas ofertas, que ainda assim não se pode considerar que saiam baratas. O Atlas Blaeu custou uma bagatela avaliada entre meio milhão e um milhão de dólares. "Os atlas geralmente são versões atualizadas de edições anteriores. A riqueza deste é justamente porque não existiu nada antes dele. É o princípio dos registros. Quando fiquei sabendo que esta peça estava em leilão, telefonei para Dr. Olavo e lhe disse que desse um lance, porque era muito valiosa. Como ele era muito assíduo em leilões, conseguiu comprá-lo por um terço do lance dado", explica o colecionador.

Apesar de não figurar como a parte mais numerosa da coleção, as pinturas e ilustrações, ainda sim, estão em grande número. A "Brasiliana Itaú" possui o quarto maior acervo das pinturas e desenhos de Jean Baptiste Debret do mundo. Debret é reconhecido como um dos artistas que mais retratou o Brasil, responsável por um verdadeiro estudo sobre a escravidão brasileira. Diferentemente dos livros, que muitas vezes saiam das salas dos colecionadores, as iconografias provinham não apenas de leilões, mas de locais inusitados. Ruy conta que, em uma cerimônia política, quando ainda era prefeito de São Paulo, Setubal se deparou com um quadro do qual gostou assim que bateu o olho. Acionou seu assessor ao lado e pediu que perguntasse quanto queriam pela obra. O companheiro descobriu que a pintura pertencia a uma artista ainda novata e portanto custaria apenas em torno de cinco mil reais. Dr. Olavo aprovou a compra ali mesmo. Hoje, sabe-se que o óleo da então apresentada inexperiente artista é de autoria da carioca Beatriz Milhazes, uma das maiores ilustradoras da atualidade no Brasil.

Impressos

Na nave direita, estão as obras que representam a maior parte da coleção: documentos e publicações impressas. Na parede do primeiro corredor, um mural de policarbonato nos recebe. Nele está uma simbólica parte da coleção de duzentos manuscritos raros adquiridos por Olavo Setubal: cartas e documentos assinados por todos os chefes de Estado do Brasil, de Dom Manuel a Tancredo Neves.

Em um dos últimos documentos expostos, Pedro Corrêa do Lago nos aponta uma curiosidade: em ofício datilografado, Tancredo nomeia Olavo Setubal como Ministro das Relações Exteriores, em 1985. "O novo presidente podia nomear os ministros depois da posse, mas precisava ter o nome do ministro das Relações Exteriores para receber as delegações estrangeiras. A curiosidade é que, depois de assinado este decreto, Tancredo foi hospitalizado e um mês depois faleceu sem que tivesse assinado mais nada. Ou seja, o documento de Olavo foi o único decreto de Tancredo Neves", explica Pedro Corrêa.

Finalmente, na última sala, entre os livros e documentos, há uma particular coleção com fotografias e objetos de Santos Dumont, herdados por seus sobrinhos. Nesta sala, vê-se uma homenagem ao Ceará a partir das primeiras edições de clássicos da literatura cearense, como Rachel de Queiroz e José de Alencar. Livros raros de diversos escritores brasileiros compõem a maior parte do acervo, além dos chamados livros de arte, que uniam o talento literário dos escritores com a produção de pintores e desenhistas.

Apesar do grande volume de livros brasileiros que compõem a Brasiliana, Ruy Souza e Silva conta que é difícil encontrar bons materiais no Brasil. O mercado não é muito grande e os livros não se encontram bem conservados. Por isso, boa parte do setor de literatura foi adquirido fora do País. "Além do clima úmido do Brasil, que não garante uma boa conservação, o brasileiro não tem a cultura de guardar as coisas, diferentemente dos norte-americanos ou europeus", comenta. Bem-humorado, Ruy exemplifica: "Levei quinze anos para achar ´O Quinze´, de Rachel de Queiroz!".

Para ele, o que faz de uma coleção fantástica é o ato e a arte de garimpar. "O Pedro uma vez me falou algo interessante: antigamente, os reis tinham sua grande diversão na caça, ir atrás de uma raposa, de um pavão, isso era um feito. A coleção de livros é, de certa forma, similar. Caçar livros é uma coisa que nos dá um prazer enorme, visitar os acervos, contatar os colecionadores", compara Ruy.

De acordo com a avaliação de ambos os consultores, a Brasiliana Itaú está praticamente completa, apesar de a família e o banco ainda manterem algumas aquisições, priorizando, desta vez, obras mais contemporâneas. "Destacamos que a coleção está muito completa, e isso porque Dr. Olavo trazia para o exercício de colecionador as mesmas características de administrador que conferia à empresa. Queria algo sério, sistemático e dava a isso total atenção", revela Ruy Souza e Silva.

Fique por dentro

Ceará revisitado

Também ao Ceará é dedicada uma parte das obras. Nos grandes livros ilustrados no período nassoviano, há, entre as paisagens nordestinas, uma linda vista do ainda nomeado "Siará", exposta na coleção que veio a Fortaleza. Entre os manuscritos, por exemplo, está a assinatura do cearense Castelo Branco, primeiro presidente do regime militar. Agora, sobretudo no setor dos livros o Ceará recebe homenagens. Estão entre os impressos, primeiras edições de "Iracema", "O Guarany", de José de Alencar, além de "O Tronco do Ipê", "O Sertanejo", e curiosas edições não-autorizadas de "Ubirajara, lenda tupi". Há ainda a primeira edição de "Os Sertões", de Euclides da Cunha, uma bem preservada produção de 633 páginas, com mapas desdobráveis e gravuras. Também Rachel de Queiroz está incluída no compêndio de famosos livros nordestinos, com diversas primeiras edições de suas obras.

MAYARA DE ARAÚJO
REPÓRTER