sábado, 13 de agosto de 2011

José Alcides Pinto: Um escritor diferente!


Um grande nome da Literatura Cearense que merece destaque é José Alcides Pinto, autor de renome, escreveu obras admiráveis. Nasceu no dia primeiro de setembro de mil novecentos e vinte e três em São Francisco do Estreito, distrito de Santana do Acaraú-Ce, e faleceu em Fortaleza-Ce, no dia dois de junho de dois mil e oito.

Seu pai José Alexandre Pinto, era capitão de tropa de ciganos, e sua mãe Maria do Carmo Pinto, descendente dos índios Tremembés. José alcides Pinto diplomou-se em Jornalismo, em Biblioteconomia, fez curso de especialização em Pesquisas Bibliográficas, em Tecnologia e um Curso de História das Américas. Começou a trabalhar muito cedo como jornalista, foi colaborador em vários jornais, revistas e em toda a imprensa de Fortaleza.

José Alcides Pinto estreou na Literatura Cearense em 1950, com a obra “Antologia dos poetas da nova geração”. Contribuiu significativamente para nossa literatura. Escreveu, com talento, romances, teatro, novelas, ensaios, poesias e foi crítico literário. Ganhou o Prêmio José de Alencar da Universidade Federal do Ceará pela produção de Romance e Conto em 1969 e é o principal responsável pela introdução do Movimento Concretista no Ceará.

Em suas obras, José Alcides Pinto utiliza-se do sobrenatural, do magnífico, do fantástico, do absurdo, etc., isto é perceptível nas obras que compõem a Trilogia da Maldição: O Dragão (1964), João Pinto de Maria (1974) e Os verdes Abutres da Colina (1974), analisada neste artigo.

José Alcides Pinto recebeu o apelido de “maldito”, já que suas obras eram pautadas em elementos de desordem, subversão e refletia aspectos de uma visão satanista do mundo. Segundo a própria visão do autor, o artista é predestinado a ser maldito. Porém, a partir desse tipo de maldição, o autor também é predestinado a ser dito, ou seja, falado, assim muitas de suas obras obtiveram o reconhecimento merecido, e este autor mal dito passa a ser bem dito graças a seu talento. Os Verdes Abutres da Colina: ingredientes de um “maldito”

Os Verdes Abutres da Colina, é um dos livros que compõe a trilogia da maldição. Estão presentes nesta obra aspectos como: o diabólico, o sagrado, a maldição do sexo, a morte, a paisagem alucinante, o real convivendo com o não-real, dentre outros. De acordo com Paulo de Tarso: “Aí está, enfim, o fantástico – uma narrativa que ultrapassa os limites da verossimilhança (…)”. (Os verdes abutres da colina, 2001, p.05).

O autor é de certa forma cúmplice de seus personagens, pois defende a tese desenvolvida por eles quando relata o porquê das relações incestuosas, motivo principal da maldição daquele povoado, que seria a lição: “(…) crescei e multiplicai-vos”, fundamento do livro de Gênese da Bíblia Sagrada, onde Deus, ao criar o mundo dá ordem para povoá-lo.

Observa-se também, a presença do extraordinário e da alucinação, um exemplo disto é o personagem José da Mata, que é um cego curandeiro, que possui uma mosca presa dentro de uma garrafa. Lembrando-se de que o Diabo era chamado pelos fariseus de Beelzebu, como em: “(…) Ele expulsa os demônios pelo poder de Beelzebu, o chefe dos demônios!” (MATEUS, 12, 24). Na verdade, etimologicamente: “senhor das moscas”: Baal – Zebud.

Enfim, em seu livro acaba deixando transparecer nitidamente o ar demoníaco de suas obras, onde todas as características supracitadas aperfeiçoam o caráter extraordinário das obras de José Alcides Pinto: um escritor realmente de renome em nossa literatura.

Deusilene Rodrigues da Costa, de Ubaúna, coreaú, é aluna do Curso de Letras da UVA

Fonte: Jornal Correio da Semana

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Maranguape recebe Festival que valoriza a Cachaça como item do fazer cultural cearense


O Festival acontecerá na Praça Capistrano de Abreu
 
A valorização da cachaça como produto do fazer cultural do Ceará será o foco principal do evento, que a cidade cearense de Maranguape realizará nos dias 13 (Sábado) e 14 (Domingo) de Agosto de 2011. É o Festival da Cachaça que acontecerá na Praça Capistrano de Abreu, com a organização da Idéia de Evento e, co-realização da Associação Cearense de Forró e Associação dos Agentes do Patrimônio Cultural e Natural de Maranguape.

Ricas atividades culturais integram a programação gratuita do evento, onde nos finais de tarde, artistas regionais apresentarão o melhor da produção musical do Estado; paralelo a isso, as cachaçarias que serão montadas em praça pública, proporcionarão um ambiente agradável para a valorização do produto como item da cultura cearense. 

O forró regional de qualidade terá um espaço privilegiado: o “Palco Engenho da Música”, o qual será montado com a frente para a serra, propiciando uma vista inesquecível para os participantes do festival.

A gastronomia também vai dar ao evento, um toque especial, mediante oficinas formativas de coquetéis elaborados à base de cachaça. Dessa forma, juntamos todos os ingredientes para um evento de sucesso: turismo, cultura e gastronomia. 

Programação

Dia: 13/08/2011
Horário: 16h30 às 23h
Local: Praça Capistrano de Abreu-
Abertura do Festival
-Degustação nas Cachaçarias
-Oficinas de Coquetéis à Base de Cachaça

Horário: 19h às 23h
Local: Palco Engenho da Música
-Show de artistas ligados ao Forró Regional
*Diassis Martins
*Cacimba de Aluá
*Kbra da Peste

Dia: 14/08/2011
Horário: 16h30 às 23h
Local: Praça Capistrano de Abreu
-Degustação nas Cachaçarias
-Festival Gastronômico
-Oficinas de Coquetéis à Base de Cachaça

Horário: 19h às 23h
Local: Palco Engenho da Música
-Show de artistas ligados ao Forró Regional
*Messias Holanda
*Vanin e Nissinha

Fotografia como arte

Chico Albuquerque estará presente no evento com imagens do ensaio "Mucuripe", de 1952, no qual registra o cotidiano de pescadores e outro trabalhadores daquela região do litoral fortalezense

No mês em que se comemora o Dia Mundial da Fotografia, o Fórum da Fotografia - Ceará mobiliza fotógrafos e espaços culturais da cidade com exposições, seminários, workshop e debates, lançando olhares sobre a fotografia em sua expressão mais sublime: a arte
 
No caminho em busca do fortalecimento da fotografia enquanto linguagem artística, organizada, atuante e bem articulada, fotógrafos cearenses aproveitam a efeméride do Dia Internacional da Fotografia, comemorado dia 19 de agosto, para atrair olhares à produção do Estado. A iniciativa, encabeçada pelo recém criado Fórum da Fotografia - Ceará, inclui exposições de mais de 50 artistas, seminários, debates e workshop, em uma grade extensa de atividades batizada de Encontros de Agosto.

Curadores de importantes centros, como Argentina e São Paulo, foram ainda convidados a prestigiar as mostras, em um primeiro esforço para divulgar e incluir a obra de artistas cearenses em exposições Brasil afora. Com o tema "Fotografia Contemporânea - linguagem e pensamento", o evento promove, a partir de hoje, exposições coletivas e individuais, ocupando diversas galerias e centros culturais da cidade, e, entre os dias 16 e 20 deste mês, um seminário no Centro Cultural Banco do Nordeste.

"Como existe certa carência, dificuldade, defasagem, na inserção de produção de fotógrafos cearenses em exposições nacionais e internacionais, faremos uma discussão sobre esse viés da fotografia, atraindo também olhares sobre nossos fotógrafos que atuam nessa linguagem. É uma ação de difusão e formação", resume Patrícia Veloso, coordenadora geral do Encontros de Agosto 2011 e participante do Fórum. Ela explica que a ação foi pensada e discutida durante as reuniões do Fórum, que começou a ser articulado em abril deste ano.

Inaugurando a programação, partir de hoje será aberta a exposição Encontro de Olhares, na Galeria Multiarte, reunindo trabalhos de quatro fotógrafos: uma homenagem a Chico Albuquerque, que terá exposto seu consagrado ensaio "Mucuripe", de 1952, documentando o cotidiano dos jangadeiros em Fortaleza; também o fotógrafo José Albano, que expõe sua série "Europa", com registros tomados entre os anos de 1972 e 1973 em 12 países do continente; e as mostras "Die Reise", de Beatriz Pontes e "Rendez-Vous", de Bia Fiúza.

Amanhã, serão abertas, ainda, as exposições "Do Instante à Imaginação", de Gentil Barreiram, na Galeria Casa D´Arte, e "Na Avenida", de Chico Gomes, na Galeria Antônio Bandeira. O Sobrado Doutor José Lourenço recebe o maior volume de fotografias, em uma grande mostra coletiva que será inaugurada dia 19, às 20 horas. A curadora e galerista Isabel Amado, de São Paulo, foi responsável pela seleção das obras.

Mobilização
O Fórum de Fotografia lançou, no início do mês, uma convocatória aos fotógrafos atuantes no Estado convidando a inscreverem seus trabalhos para participar das mostras. Além de terem suas obras inclusas em uma das mostras do evento, a convocatória mobilizou os profissionais por se colocar como oportunidade de expor as obras aos curadores convidados. Mais de 50 trabalhos foram selecionados, de autoria de fotógrafos jovens e experientes.

"Temos um mercado fotográfico muito restrito (no Ceará). O fotojornalismo é muito pequeno, limitado a assessorias de imprensa e três jornais principais. (No Encontros de Agosto) vão trazer galeristas importantes como o Miguel Chikaoka, Isabel Amado, Eder Chiodetto. Quando se traz esses caras, você fomenta outro mercado, ligado a arte", destaca o fotógrafo e professor do curso de fotografia da Casa Amarela, Igor Grazianno. Ele é um dos participantes da mostra coletiva, que também conta com alguns de seus alunos entre os selecionados.

Igor conta que incentivou seus alunos e mais fotógrafos participantes de um grupo online com mais de 300 integrantes a inscreverem seus trabalhos. "Durante a reunião, colocamos como palavra de ordem participar dos concursos e mostras", diz Igor, ressaltando o esforço do Fórum em mobilizar o maior número de profissionais. "Quando você vai a exposições em outros estados, não tem fotógrafos cearenses em destaque. Fui recentemente a uma mostra de fotografia no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), do Rio de Janeiro. Tinha fotos do Rodrigo Braga, que é pernambucano, mas de nenhum cearense", ilustra Grazianno.

Seminário
Investindo ainda na formação dos fotógrafos, os curadores e outros fotógrafos convidados ministram palestras, seminário e workshop, discutindo temas voltado para a fotografia e a arte. O seminário é realizado em parceria com o programa Agosto da Arte do Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB). A programação do evento será aberta dia 16, com o lançamento das mostras "Buena Vista" e "Correspondências Visuais", de Marcelo Brodsky (Argentina); Tiago Santana (CE) e Cássio Vasconcellos (SP), que estarão presentes para uma conversa com o público.

Entre os temas discutidos nos seminários e palestra ministrados de 17 a 19 de agosto, destaca-se "O retrato como fonte para um inventário de fotógrafos" (Bertrand Lira - PB), "Fotografia Contemporânea (O retrato no Ceará)" (Silas de Paula - CE), "EGOSHOT: território do rosto ágrafo" (Flavya Mutran - PA), "Fotografia - galerias e colecionismo" (Eduardo Brandão - SP e Max Perlingeiro - SP) e "Internacionalização da Fotografia Brasileira" (Rubens Fernandes - SP).

Encerrando a programação, no dia 20, a curadora e galerista Isabel Amado ministra, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (CDMAC), o workshop "Fotografia e o mercado da arte". Ela traz orientações aos fotógrafos de como atuar no circuito autoral, montar um portfólio para apresentar suas imagens e publicar suas fotografias valorizando-a enquanto obra de arte. As vagas já estão esgotadas.

Encontros de agosto
Seminários e Palestras - De 16 a 20 de agosto no Centro Cultural Banco do Nordeste. Workshop Fotografia e o mercado da arte, com Isabel Amado (SP), dia 20, no Auditório do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura em Fortaleza/CE. Inscrições para seminários e palestras: abertas no CCBNB (cultura@bnb.gov.br); inscrições para workshop com Isabel Amado encerradas. Contato: (85) 3261.0525. As inscrições e a participação nas atividades são gratuitas.

Exposição encontro de olhares - Die Reise (Beatriz Pontes), Rendez-Vous (Bia Fiúza), Europa (José Albano) e Mucuripe 1952 (homenagem a Chico Albuquerque) - Abertura, hoje, às 20h, na Galeria Multiarte (Rua Barbosa de Freitas, 1727 - Aldeota). Visitação de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, aos sábados, de 14h às 20h. Até 10 de setembro. A exposição integra a programação do Encontros de Agosto 2011.

Contato: (85) 3261.7724 e www.galeriamultiarte.com.br

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Iphan estuda tombamento de paisagem natural de Camocim

Os barcos a vela de Camocim estão sob estudo do Iphan e podem receber a classificação de paisagem natural. Se a chancela for ratificada pelo Iphan, Camocim será o primeiro município cearense a ter essa denominação

Camocim é maior porto urbano de velas do mundo (FCO FONTENELE)


Camocim pode ser o primeiro município cearense a receber a classificação de paisagem natural do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Estudos já estão sendo feitos desde o ano passado e a chance é alta de o município ser pioneiro no Ceará, de acordo com o Iphan/CE. O município é localizado no Litoral Oeste do Estado, a 379 quilômetros de distância da Capital.

Segundo a superintendente do Iphan/CE, Juçara Peixoto, algumas regiões da cidade estão sendo estudadas, principalmente as áreas em que há barcos movidos a vela. “Não há uma data para termos o resultado. Os estudos começaram em 2010 e já houve algumas etapas. Está bem avançado”, detalha Juçara. Camocim já recebeu a visita de vários técnicos do Instituto. O diretor do Departamento de Patrimônio Material do Iphan, Dalmo Vieira Filho, também esteve na cidade realizando pesquisas.

Juçara Peixoto avalia que, com a chancela do Iphan, é mais fácil para o município receber investimentos do poder público e isso beneficia toda a população – principalmente os pescadores, que se utilizam diretamente da área. A superintendente cita que o tombamento é um tipo de proteção mais rígida, que impede a modificação. “Você não vai tombar um barco, por exemplo. Com essa chancela, aquele conjunto de barcos possibilita algumas ações no Iphan”, conta.

A superintendente enfatiza a importância da classificação do Iphan para Camocim quanto à preservação da área. “É uma mistura do que a gente pode dizer, sentir e vivenciar nestes espaços. É o maior porto urbano de velas do mundo. É a maior quantidade de embarcações”, comenta. Além da classificação, há uma iniciativa complementar sendo tentada pelo Iphan em Camocim. É o Museu das Velas. “É uma tentativa junto com esse programa da paisagem natural”, adiciona Juçara, lembrando que é uma ação à parte.

Reuniões
Conforme a Prefeitura de Camocim, várias reuniões com representantes do Município e do Iphan têm ocorrido para discutir o assunto. De acordo com a assessoria de comunicação, membros das secretarias do Turismo, da Cultura e do Desenvolvimento Sustentável têm participado dos encontros e acompanhado o processo.

Onde

ENTENDA A NOTÍCIA
O município de Camocim está localizado a 379 quilômetros de Fortaleza, no Litoral Oeste do Estado. Está a cerca de 5h30min da Capital. As vias de acesso são BR-222, CE-362, CE-085 e CE-168. Faz limite com os municípios de Barroquinha, Bela Cruz, Granja e Jijoca de Jericoacoara.

SAIBA MAIS

Paisagem natural
A classificação de paisagem natural é diferente de tombamento, que é uma chancela mais rígida de preservação, em que não se pode modificar o patrimônio. O Iphan acompanha e autoriza os dois processos.

O tombamento é um ato administrativo realizado pelo poder público para preservar, por meio da aplicação de legislação específica, bens de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e também de valor afetivo para a população, impedindo que venham a ser destruídos ou descaracterizados.

Podem fazer o tombamento a União, por intermédio do Iphan; o Governo Estadual, por meio do Iphan do Estado; ou as administrações municipais, utilizando leis específicas ou a legislação federal.

Daniela Nogueira
danielanogueira@opovo.com.br

Fonte: O Povo

Estudante lança livro de poesias

Estudante e integrante da PJMP, Messias Pinheiro, lança livro de poesias e conquista leitores em Acopiara. Foto: Honório Barbosa
O estudante e integrante da Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP), no Ceará, Messias Pinheiro, lançou, na cidade de Acopiara, o livro ‘Poemas, poesias… e sentimentos’. A obra tem ilustrações de Marciano Nogueira Teixeira e apresenta um conjunto de 28 poemas, divididos em blocos denominados sentimentos, de mistério, sonho, paixão e carinho.

 Na apresentação da obra literária, Lorena Kelly Alves Pereira destaca que ‘Messsias Pinheiro escreve como quem colhe uma flor no sertão ou quem semeia rosas no deserto, pois tem a capacidade de motivar o leitor a enxergar esperança diante dos quadros mais improváveis’.

 Messias Pinheiro nasceu em Mombaça, filho de agricultor, violeiro e repentista, Antonio Pinheiro de Oliveira, e da doméstica, Maria Zuíla Pinheiro. A vida de jovem empobrecido foi razão para vencer obstáculos e desafios da vida. Recentemente, foi aprovado no vestibular da Universidade Estadual do Ceará (Uece) da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu (Fecli) para o curso de Letras.

 A obra em breve será lançada na cidade de Mombaça, nas escolas Aderaldo Castelo e Ananias Amaral Vieira, unidades onde Messias Pinheiro estudou, quando criança e adolescente.