sábado, 26 de novembro de 2011

Barbalha resgata terreiradas

Grupos tradicionais da cultura do Cariri têm novo espaço de expressão com apoio do Poder Público


Barbalha Ao som das bandas cabaçais, os artistas populares que compõem três grupos de cultura reuniram-se na mais recente edição do Projeto Terreirada da Tradição Cultural. O evento, que acontece a cada dois meses, é uma realização da Secretaria de Cultura de Barbalha. Todas as apresentações são abertas ao público, que ainda comparece em pequeno número, mas o suficiente para apreciar o que há de mais tradicional na cultura da cidade.

Por meio do projeto, a Secretaria acredita que, até agora, 20 grupos de cultura popular já se apresentaram. Os espetáculos são levados a várias localidades das zonas urbana e rural.

Estima-se que mais de 200 artistas populares estão envolvidos nos grupos que já mostraram seus trabalhos. A ação tem como meta principal resgatar e incentivar a produção cultural. As duas últimas edições foram realizadas em parceria com o Centro Cultural Banco do Nordeste, que apoia o projeto. Cada grupo de artistas recebe um cachê por apresentação, mas o valor ainda é simbólico se for comparado aos custo de manutenção dos grupos. A Secretaria ainda oferece transporte e lanche para os participantes.

Barbalha é conhecida como o "Celeiro de Cultura do Cariri", por ser a localidade rica em patrimônio cultural e artístico. Ao todo, o Município tem em cadastro 53 grupos de cultura popular. O Projeto Terreiradas da Tradição Cultural pretende fortalecer os vínculos entre os artistas, realizar a troca de conhecimentos e informações e trabalhar na população barbalhense o afeto, o respeito e a preservação da cultura local.

Segundo o secretário de Cultura do Município, Dorivan Amaro, é com incentivo que o Município vai conseguir conservar a tradição. "A partir do momento em que a gente estimula os grupos, eles começam a ensinar seus conhecimentos aos mais jovens, ensaiam mais e assim se fortalecem. Isso é a continuidade da cultura de raiz. O Município é quem ganha, pois fortalece o nosso potencial turístico, artístico e econômico".

Lei de incentivo
Como forma de prestar um maior incentivo financeiro à cultura, o Município criou uma legislação de incentivo à política de editais, para a escolha dos mestres da Cultura Popular. A medida, já foi aprovada por unanimidade na Câmara de Vereadores, tem o objetivo de proporcionar a transmissão de conhecimentos dos mestres para os artistas das novas gerações. A expectativa é que, logo no início do próximo ano, seja lançado o primeiro edital. Barbalha é referência na diplomacia de mestres da cultura tradicional popular, tendo o Mestre José Pedro de Oliveira, do Reisado Couro, originário da Comunidade do Barro Vermelho, como um dos contemplados pelo Governo do Estado do Ceará com o título de Mestre da Cultura Tradicional Popular, e o Mestre Severino Antônio Rocha, Mestre dos Penitentes Irmãos da Cruz, do Sítio Cabaceiras, que foi agraciado pelo edital Tesouro Vivo, concedido também pelo Estado.

Mesmo com toda a importância e com a realização de projetos inovadores, em Barbalha ainda há pouco espaço para as apresentações populares. Os artistas sofrem com a falta da valorização adequada, principalmente, quando esta diz respeito à remuneração, que muitas vezes é insuficiente. Em grande parte dos eventos, os grupos exibem-se de forma gratuita ou recebendo cachês simplórios.

Entretanto, nos últimos anos, houve um avanço considerável na valorização destas manifestações que há pouco passaram a estar presentes em mostras de teatro e eventos, em terreiradas realizadas em outras cidades e em encontros de mestres do mundo, chegando até a participar de produções cinematográficas, como foi o caso do mais recente filme do dramaturgo pernambucano Ariano Suassuna, "O Nordeste", que teve cenas gravadas em Barbalha.

A proposta de dar continuidade aos grupos tradicionais da cultura não se restringe a isso. Há seis anos, a Secretaria de Cultura de Barbalha realizou um estudo para o resgate do Reisado de Baile, que havia deixado de existir há mais de 50 anos. Este Reisado é da comunidade Pelo Sinal, representa a junção dos elementos do Reisado de Combo e de Couro. O grupo voltou a atuar e deu frutos com novos trabalhos.

MAIS INFORMAÇÕES

Secretaria de Cultura de Barbalha, Rua da Matriz, 25
Centro - Região do Cariri
Telefone: (88) 3532.1708

Yaçanã Neponucena
Repórter

Personalidades da cultura cearense do século XX ganham registro biográfico


“Respeito a memória histórica dos artistas cearenses que são a grande representação simbólica do Ceará. O Memórias MIS contribuí para a memória do estado que se entrelaça na malha da história do país”. A frase é do Secretário da Cultura do Estado do Ceará, Prof. Francisco Pinheiro, na abertura do lançamento do “História MIS”, no Museu da Imagem e do Som do Ceará, nesta quinta, 24. O secretário ressaltou ainda importância de salvaguardar a memória e do grande significado para o estado e para o país, de iniciativas como esta, expressadas na publicação “Histórias MIS”

As publicações são um registro biográfico de personalidades cearenses de diversas áreas da arte e da cultura do século XX do Ceará, divididas em quatro volumes. As obras fazem parte do projeto do MIS-CE, que pretendem ser o elo entre o passado e o futuro, através do presente, mostrando valorosas entrevistas.

Historiadores, filósofos, coreógrafos, poetas, escritores, pesquisadores, radialistas, jornalistas, cantores, atores, dramaturgos e demais profissionais. Os relatos de momentos importantes de nossa história feitos pelos protagonistas dos acontecimentos, os documentários de cunho biográficos que acompanham estas publicações, as ilustrações dos acervos guardados pelos próprios depoentes, tudo isto, faz desta obra um trabalho histórico de alto valor.

Angela Gutiérrez, uma das homenageadas, representante de todos os homenagiados, relata a importancia do trabalho admirável realizado que enaltece todas as pessoas ilustres - cearences ligados as artes e a literatura. “A publicação, com o seu própio valor de princípio, revela-se como ponte entre o passado e o futuro de todo um legado da história. Cada um de nós, entrevistados, fizemos um mergulho em nossas própias vidas e o MIS vem agregando à um trabalho futuro a geração de novos textos, novas obras que partem de um mesmo ponto comum entre nós, a história do Ceará”

Esta é uma maneira de perpetuar nossa história contemporânea, de eternizar olhares sobre o fazer artístico, sobre acontecimentos do passado, testemunhos de uma época e da memória de nosso estado, trazendo um pouco das gerações anteriores através da lembrança dos depoentes, comenta Nirez, Diretor do Museu da Imagem e do Som.

Ao ler as entrevistas ou assistir os documentários, o leitor/espectador encontrará relatos de momentos importantes da história do estado, que permeiam a filosofia, a religião, o sonho libertário de revolução, da verve criativa dos espetáculos entre outros marcos históricos que contribuem na tecelagem do presente.

Publicações Histórias MIS com entrevistas e documentários biográficos em DVD:
Volume 1: Angela Gutiérrez, Gilmar de Carvalho, Christiano Câmara, Flávio Sampaio e Ricardo Guilherme
Volume 2: Pedro Salgueiro, Sérvulo Esmeraldo, Oswald Barroso, Tom Barros, Dora Andrade e Virgílio Maia
Volume 3: Batista de Lima, Zenilo Almada, Linhares Filho, Manfredo de Oliveira, Narcélio Limaverde e Pedro Alberto
Volume 4: Augusto Borges, Ary Sherlock, Ayla Maria, Horácio Dídimo, J.C. Alencar Araripe e Murilo Martins

Fonte: Secult-Ce

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Festival Cultural resgata cultura do interior do Ceará



Fonte: CETV 1ª Edição – Juazeiro do Norte

Feira itinerante de literatura no Benfica


O projeto Rota das Especiarias - Temperos Literários, promoverá nesta sexta(25), na praça João Gentil (Benfica), à partir das 18h, a primeira feira itinerante de literatura. Com apoio cultura da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará e parceiros, pequenos escritores e autores independentes  terão a oportunidade de expor e comercializar suas obras.

Com uma vasta programação, envolvendo debates com escritores e profissionais ligados à cadeia produtiva do livro, performances poéticas, jam poesia, o projeto Rota das Especiarias, agrega a feira o cortejo poético com os adolescentes do Ponto de Cultura Espaço Jovem de Barreira, exposição de Videopoemas, bate-papo literário sobre: “ A cadeia produtiva do livro”, espaço poesia entre outras atividades programadas para a feira. 

No primeiro semestre desse ano, o projeto promoveu oficinas de leitura e produção textual para adolescentes de escolas públicas dos bairros onde serão realizadas as feiras. Os textos produzidos por esses alunos foram organizados na antologia Temperos Literários, que será lançada durante as feiras.

Durante dois sábados desse mês, aconteceu um curso de capacitação sobre marketing básico para pequenos editores e escritores. Na ocasião, os autores compartilharam suas experiências literárias, além de aprender noções de comércio eletrônico, networking e marca pessoal.

Para participar da feira como expositor, é necessário preencher a ficha disponível no sítio eletrônico do evento: http://www.rotadasespeciarias.art.br/entrenarota.php e, em seguida, encaminhá-la para o endereço: rotasliterarias@gmail.com

Em sua primeira edição, Rota das Especiarias também contemplará outros dois bairros, marcados pela efervescência cultural: Messejana (Praça da Igreja Central – dia 03/12) e Cidade 2000 (Praça da Av. Flamboyantes – 10/12).

Debatedores do bate-papo literário:  “ A cadeia produtiva do livro”
Raymundo Netto (Secult-Ce)
Mileide Flores (Fórum de Literatura Livro e Leitura do Estado do Ceará- FLLLEC)
Lilian Martins (Programa Autores e Ideias – FM Assembleia)
Henrique Beltrão (Rádio Universitária FM)
21:00h – Show “Poemário Musical” com Carlinhos Perdigão

Programação do evento:

Fonte: Secult-Ce

Feira reúne autores independentes

As feiras do projeto Rota das Especiarias aglutinarão livros publicados por pequenas editoras e escritores independentes de Fortaleza. A primeira edição será, amanhã, às 18h, no Benfica

 O projeto percorreu escolas e realizou oficinas com alunos interessados na escrita

Fora do catálogo das editoras, das prateleiras das bibliotecas e das bancadas das livrarias, onde encontrar os livros de autores independentes? E eu, escritor, o que fazer para vender o meu? Em busca de respostas a essas perguntas, o projeto "Rota das Especiarias - Tempero Literário" fomenta o debate sobre estratégias de vendas e divulgação para escritores que ficam à margem da grande indústria e para pequenas editoras. Amanhã, uma feira reunirá esses realizadores no Benfica, com venda de produtos, apresentações musicais, lançamentos de livros e debate.

Se ainda andasse em território cearense, o poeta perambulante Walter Di Lascio bem que teria muito a ensinar aos jovens escritores que andam atrás de viabilizar a suas criações, profissional que era em vender pessoalmente seus poemas editados em xerox sob o sugestivo título Bis Coito com Champagne. Ainda menos arrojada que outras linguagens artísticas, a literatura vê suas publicações aos poucos se multiplicarem, embaladas pela internet, pelos livros virtuais, editais de incentivo e pelo barateamento dos custos de impressão, o que tem como consequência autores que paulatinamente tomam as rédeas de suas produções.

"O foco é despertar o empreendedorismo desses autores. É uma feira independente, para propiciar que eles também tenham espaço para divulgar sua obra", explica Katiusha de Moraes, diretora geral do projeto. No início de novembro, foi realizada uma capacitação sobre marketing básico com a participação de certa de 40 autores e pequenos editores. Eles receberam noções sobre marca pessoal, comércio eletrônico, divulgação em redes sociais. "Uma das maiores dificuldades dos autores independentes é que não têm editora para promover a distribuição, divulgar a obra. Existem vários editais para publicação, mas a distribuição é uma dificuldade recorrente", reforça Katiusha.

Ela cita como parâmetro comparativo o exemplo da música, que já possui grupos e circuitos bem organizados tanto para a produção, como para circulação dos artistas. "(Na literatura) existem associações, grupos, academias, mas ainda não existe uma feira forte da literatura independente, que possa integrar esses grupos. A Bienal (Internacional do Livro) é mais focada nas grandes editoras, no grande comércio. Os autores independentes ainda ficam de fora", ilustra.

Coletânea

As feiras fazem parte de uma terceira etapa do projeto. Em um primeiro momento, antes da capacitação com os autores, foram ministradas oficinas literárias em escolas localizadas em três dos quatro bairros que receberão a feira. "Vamos fazer a feira, mas antes era importante descobrir quem são as especiarias", compara Mardônio França, editor-Responsável da Editora Corsário e gestor do projeto.

Katiusha segue explicando que a intenção era identificar futuros talentos literários, mas, acima de tudo, fomentar o gosto pela escrita em crianças e adolescentes dos bairros visitados, cumprindo um papel importante na formação desses estudantes. "Eu fiquei realmente impressionada com o interesse dessas crianças. Quando fizemos uma das oficinas era um sábado, estava chovendo muito e não foi empecilho, permaneciam até o final, debatiam", lembra. Em cada escola (na Messejana, na Cidade 2000 e no Adauto Bezerra), foi trabalhado um autor cearense e, a partir da leitura de seus textos, abria-se para o debate e era pedido uma criação livre sobre o tema.

Os melhores serão publicados na coletânea "Temperos Literários - Antologia", que reúne mais de 40 dos jovens escritores e será lançada na feira de amanhã. "Vai ser o primeiro passo para elas. A intenção era que todos entrassem, mas, como o tempo era muito curto, não poderíamos revisar com eles, refazer. Escolhemos os que estavam mais bem acabado", explica. Os alunos-autores terão uma banca na feira onde devem distribuir autógrafos aos seus primeiros compradores.

Programação

Ao todo serão realizadas quatro edições itinerantes das feiras, três delas já com local e data marcados. Além desta sexta, estão previstas feiras dia 3 de dezembro, na Praça da Igreja Central de Messejana, e dia 10, na Praça da Avenida Flamboyant, na Cidade 2000. Uma quarta deve ser realizada em janeiro marcando o encerramento.

A feira livre de escritores segue um horário adequado para a venda do produto, aberta no início da noite, às 18 horas, com um cortejo poético com adolescentes do Ponto de Cultura Espaço Jovem de Barreira. A programação inclui ainda exposição de vídeo-poemas, lançamentos de livros, incluindo a antologia "Temperos Literários", performances e um bate-papo, às 20 horas, sobre "A cadeia produtiva do livro", com presença do escritor Raymundo Netto, da Coordenadoria de Políticas do Livro e do Autor da Secretaria da Cultura do Ceará; Mileide Flores, do Fórum de Literatura Livro e Leitura do Estado do Ceará (FLLLEC); Lilian Martins, apresentadora do programa Autores e Ideias da FM Assembleia; e Henrique Beltrão, da Rádio Universitária FM.

Entre os desdobramentos do tema, devem entrar as políticas públicas para a literatura, o papel da imprensa e a realidade do mercado atual. Encerrando a programação, às 21 horas, o poeta, músico e professor Carlinhos Perdigão apresenta o show "Poemário Musical".

MAIS INFORMAÇÕESFeira de livros do projeto Rota das Especiarias, amanhã, a partir das 18 horas, na nova Praça da Gentilândia (Avenida 13 de Maio, Benfica). Contato: (85) 8887.6646

III Seminário da REM-CE apresenta o tema "Museus e comunidades: construindo memórias coletivas"


Este ano, o III Seminário da REM-CE apresenta o tema "Museus e comunidades: construindo memórias coletivas" abrindo espaço para uma reflexão sobre os encontros entre museus e comunidades, privilegiando experiências educativas/formativas que promovam os processos identitários e de construção de memórias nas comunidades étnicas, tradicionais, de bairro, de classe, de gênero, profissionais, escolares, entre outras) em suas amplas possibilidades. 

PROGRAMAÇÃO

Dia 30/11- Quarta- feira

14h - Abertura - Coordenação da REMCE e demais convidados das instituições parceiras.

15h - Mesa -redonda: Experiências e reflexões dos Museus Comunitários no Ceará
Convidados: Aparecida da Rocha Ferreira (Memorial Indígena Tapeba), Nádia Helena Oliveira Almeida (Ecomuseu de Maranguape), Rusty Sá Barreto Museu Natural do Mangue.
Mediação: João Paulo Vieira (Museu do Ceará, Projeto Historiando e RCMC)
LOCAL: Museu do Ceará *

17h às 20h – Oficina “OS OBJETOS ENTRE A ANTROPOLOGIA E O PATRIMÔNIO CULTURAL: PERSPECTIVAS CRÍTICAS PARA A AÇÃO MUSEOLÓGICA”

LOCAL: Vila das Artes


Dia 01/12 – Quinta - feira

09h às 12h-
Minicurso ¬¬“OS MUSEUS E A INCLUSÃO DE PESSOAS COM ACESSIBILIDADE DIFICULTADA: QUAL O PAPEL DO EDUCADOR?”
LOCAL: Espaço Cultural Correios

14h às 16:30 - Apresentação das Comunicações e Relatos de Experiência.
1. O MUSEU E O SEU PAPEL DE INCLUSÃO SOCIAL NA COMUNIDADE: EXPERIÊNCIAS MUSEOLÓGICAS NO MEMORIAL DA CULTURA CEARENSE (MCC) - Adson Rodrigo Silva Pinheiro e Thiago Bruno Nobre
2. PROJETO ACESSO: ACESSIBILIDADE NO MEMORIAL DA CULTURA CEARENSE Adson Rodrigo Silva Pinheiro e Thiago Bruno Nobre
3. MEMÓRIA E CIDADE: A CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DO INSTITUTO DO MUSEU JAGUARIBANO (1965 – 1985) - Alex da Silva Farias
4. GESTOS DO COTIDIANO – HISTÓRIAS DE MONTE REDONDO - Clarissa Ferreira, Moana Soto, Raquel Mattos e Mário Moutinho (Orientação)
5. O CENTRO DRAGÃO DO MAR DE ARTE E CULTURA: USOS DO ESPAÇO E OPINIÃO PÚBLICA. Raquel dos Anjos e Thiago Matos
6. EXPOSIÇÃO TEMPORÁRIA: MULHERES... HISTÓRIAS... MEMÓRIAS... - Maria Salete Vale Farias
7. O EDUCADOR DE MUSEU E O PÚBLICO COM ACESSIBILIDADE DIFICULTADA: O PROJETO ACESSO E AS AÇÕES EDUCATIVAS NOS MUSEUS DO CDMAC- Sara Vasconcelos Cruz
Mediação: Coordenação REMCE
LOCAL: Museu do Ceará

17h às 20h – Oficina “OS OBJETOS ENTRE A ANTROPOLOGIA E O PATRIMÔNIO CULTURAL: PERSPECTIVAS CRÍTICAS PARA A AÇÃO MUSEOLÓGICA”
LOCAL: Vila das Artes

Dia 02/12 – Sexta – feira

09h às 12h - Minicurso ¬¬“OS MUSEUS E A INCLUSÃO DE PESSOAS COM ACESSIBILIDADE DIFICULTADA: QUAL O PAPEL DO EDUCADOR?”
LOCAL: Espaço Cultural Correios

14h - Visita ao Museu Natural do Mangue em Sabiaguaba ** – saída dos Correios
Encerramento do Seminário.

* PROGRAMAÇÃO SUJEITA A ALTERAÇÕES.

 PROGRAMAÇÃO E EMENTAS DA OFICINA E MINICURSO Acesse: aqui



 Fonte: Blog Rede de Educadores  em Museu do Ceará

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Paróquia de Acaraú inicia festa da Padroeira no próximo dia 27


Igreja Matriz de Acaraú
No próximo dia 27 de novembro, tem início a festa da padroeira de Acaraú (CE), Nossa Senhora da Imaculada Conceição. Este ano, o tema a ser refletido será: Unidos a Maria, mulher de fé, venceremos o pecado. No dia 27, às 18h, ocorre a Acolhida às Comunidades e o povo em geral na praça da Bailarina e a procissão da imagem da santa segue até a Matriz, no Centro. Às 19h, será celebrada missa e após a celebração, os devotos podem apreciar barracas na Praça da Matriz

No período de 28 a 8 de dezembro, nas noites da novena, prevista para as 18h cada dia, é sugerido um sub-tema para reflexão, discorrendo sobre uma passagem da bíblia que aborda Maria. A cada dia, uma categoria será homenageada: motoristas, pescadores e artesãos, secretárias do lar, juventude e crismandos, agricultores, empresários, estudantes, idosos, entre outros. Após a celebração eucarística das 19h, na Praça da Matriz, haverá barracas de comidas típicas organizadas pelas diferentes pastorais: Terço dos homens, catequese, liturgia e dízimo, Comunicação etc. Contará com apoio da Prefeitura de Acaraú, por meio das Secretarias de Educação e da Ação Social.
No dia em que se comemora Nossa Senhora da Conceição, dia 8 de dezembro, considerado feriado em Acaraú, às 8h, será celebrada missa na igreja matriz pelo pároco, Padre Eudes Cruz. Às 18h, ocorre a procissão e coroação de Maria, e posteriormente a concelebração eucarística de encerramento com os Padres Valdery, Eudes e Jucelino.
Nos dias 29, 30, 1, 2, 6 e 7, padres estarão realizando confissões, de 8h as 11h e de 15h as 17h, Igreja Matriz.

Pastoril eleva tradição natalina

Grupo de Maranguape estreia na próxima sexta-feira, no Teatro Boca Rica, Praia de Iracema, na Capital

Resgatar a tradição natalina por meio do Pastoril foi uma experiência bem sucedida da Escola José de Moura e que serviu de exemplo para distritos vizinhos e outros Municípios
DIVULGAÇÃO

Fortaleza "Boa noite a todos e a todas. É com muita alegria que o Pastoril Bordado de Luz de Cachoeira está se apresentando no Teatro Boca Rica, levando a esse maravilhoso público um recorte da nossa tradição natalina". Assim o apresentador deverá introduzir o grupo, na próxima sexta-feira, durante sua exibição este ano, que acontece na Praia de Iracema.

O apresentador é o estudante da Escola de Ensino Fundamental José de Moura, em Cachoeira, Distrito de Maranguape, José Dalisson Cavalcante do Nascimento, 14 anos. Ansioso, afirma que conta as horas para sua estreia no pastoreio, que chega ao sexto ano de existência.

Assim como Dalisson, cerca de 30 componentes do grupo, entre apresentador, cantores,instrumentistas, dançarinas e a produção aguardam o primeiro grande momento deste ano. É quando o Bordado de Luz sai de Cachoeira, localizada a 25 quilômetros da sede, e se exibe em outras localidades de Maranguape, Fortaleza e cidades do Interior cearense.

Os Pastoris são danças e cantos que por ocasião das festas de Natal se realizam em homenagem ao Deus Menino. Em geral se desenvolve defronte de um presépio ou em tablados, em praça pública. É um rancho alegre de meninas, mocinhas, que ano após ano entoam ao Menino Jesus.

A coordenadora do Bordado de Luz, a professora Graça Timbó, conta que ao longo dos últimos seis anos, acompanhou o crescimento de público e do prestígio da iniciativa.

Da antiga aparição na pequena Praça João Oliveira, em Cachoeira, até chegar aos palcos do teatros, galpões e quadras de esportes viu um público triplicar. Se antes a assistência reunia cerca de 300 pessoas da comunidade local, hoje, os espetáculos são estimados para mais de mil pessoas.

Graça diz que a evolução se deu pela obstinação e a determinação em tornar real o desejo de recuperar as tradições natalinas. Assim, houve uma pesquisa para se resgatar o pastoril, com suas canções e as disputas em torno dos melhores desempenhos dos participantes.

"Tudo que acontece nas manifestações não perdem o sentido de deter a cultura e a religiosidade", afirma a professora. Desse modo, o pastoril é uma forma de saudar o Menino Deus, optando pela tradição da cantoria, a dança e, agora, contando com figurinos, cenários e melhor apoio de iluminação e som.

Este ano, as apresentações contam com recursos do edital vencido no ano passado junto à Secretaria Estadual de Cultura (Secult), que permitiu investir em transporte, no figurino e na exposição Bordados de Luz, contando a história do bordado de Maranguape. A verba somou R$ 15 mil voltados, exclusivamente, para o auto-natalino infantil daquela comunidade rural.

O bordado do Município é um capítulo à parte. No estilo, Richelieu, ou seja, utilizando a técnicas de furos, são referência no mundo todo e agora também passam a compor os figurinos nas exibições.

Contudo, Graça destaca todo o conjunto de tradições mantidas, que atualmente servem como exemplo para distritos vizinhos. Ela lembra que localidades como Tanques e Jubaia, também na zona rural, estão recuperando os auto natalinos.

Identificação
Apesar da identificação dos grupos com as crianças, a faixa etária dos participantes varia de 9 a 29 anos, entre os instrumentistas, dançarinas e cantores.

Cleziane de Oliveira, de 14 anos, é uma das dançarinas. Pelo terceiro ano consecutivo, ela integra as apresentações. Entretanto, nega que ainda se sente ansiosa com a estreia.

"Somente quando recebemos o aplauso e o carinho do público é que sentimos o quanto nosso trabalho é importante", afirma a adolescente.

Para a professora Graça, ainda há muitas dificuldades para serem superadas e oferecer um espetáculo de melhor qualidade. Ela sugere maior autonomia financeira. "Mesmo sendo convidados, ainda gastamos dinheiro de nosso bolso para nos deslocarmos para o Interior " ,diz.

MAIS INFORMAÇÕES

Escola de Ensino Fundamental José de Moura
Km 25, Cachoeira, Maranguape
Telefone: 3374.0032

MARCUS PEIXOTO
Repórter

Fonte: Diário do Nordeste 

Do Blog:

Em 1910 teve início o Pastoril do Antônio Ferreira Albuquerque. E de 1940 a 1955, D.Adélia Lousada, apresentou anulamente um Pastoril em que tomavam parte senhorinhas da sociedade local, em que era feito com arte , pelo que era muito apreciado.
Acaraú cidade centenária-Nicodemos Araújo 

Agenda Cultural – Qual é o Tom do Ceará entrevista Bete Nascimento

Foto: Divulgação
 O programa Qual é o Tom do Ceará da rádio FM Assembleia (96,7 MHz) recebeu, sábado (19/11), a cantora e compositora Bete Nascimento. A artista apresentou gosto pela música ainda quando criança. Apresentava-se nas festinhas de família, serestas, bares e restaurantes onde frequentava com seus pais.

Ex-integrante do Grupo Vocal Porta-Voz, regido pelo Maestro Poty, participou de programas de calouro em Fortaleza e foi descoberta pelo empresário Emanuel Gurgel que a convidou para integrar a Banda Aquárius.


Após um mês de experiência no grupo, não conseguiu conciliar a faculdade com os shows. Saiu da Banda, mas chegou a gravar o CD “Asas da Imaginação”. Depois foi cantar na Banda Mastruz com Leite.

O primeiro show de Bete com o Mastruz foi em Palmas/TO e a primeira música que gravou com a banda foi Flor do Mamulengo, de Luís Fidélis. A partir daí, ela trilhou um longo caminho até seu trabalho ser reconhecido como uma das mais belas vozes do forró, cantando músicas como: Lição de Vida, Menino sem Juízo, Dá Notícias, Razões, Moto-táxi, Alta Tensão, A Praia, Sou Mastruzeiro, entre outras.

O programa Qual é o Tom do Ceará é produzido e apresentado pelo jornalista e radialista Jânio Alves e vai ao ar aos sábados às 11h, com reprise na quarta-feira às 23h.
DP/LF

Fonte: JusClip

Adísia Sá publica novo volume sobre jornalismo

Uma das fundadores do primeiro curso superior no Estado, a jornalista acaba de organizar o livro Ensino do Jornalismo no Ceará Volume II, que conta com textos de ex-alunos e professores. A publicação já está à venda na Livraria da UFC
No livro, a jornalista reúne textos sobre os novos cursos de jornalismo que surgiram na rede particular de ensino (RODRIGO CARVALHO, EM 22/9/2008)

O primeiro curso de graduação em jornalismo do Ceará foi criado na Universidade Federal do Ceará (UFC) em 1965. Protagonista da luta por essa implantação, a jornalista e professora Adísia Sá lançou, em 1979, o livro Ensino do Jornalismo no Ceará, registro do contexto e das perspectivas da formação específica para jornalistas.

De lá para cá, diversos cursos surgiram na rede privada de ensino superior e a estrutura do mercado de trabalho se transformou. Pensando nessas mudanças e na comemoração aos 45 anos de criação do curso de Comunicação da UFC, Adísia Sá organizou o segundo volume da publicação, que já está à venda na Livraria da UFC.

De acordo com Adísia Sá, a grande diferença do volume II é a contribuição de diversos autores, entre eles ex-alunos e professores de cursos de jornalismo, e a inclusão, no livro, de cursos que surgiram desde a primeira edição. “É uma extrema vaidade que eu tenho. Um curso ter a história contada por ex-alunos”. A equipe de autores é composta por Anchieta Dantas Jr., André Nogueira, Francisco Souto Paulino, Erotilde Honório Silva, Márcia Vidal Nunes, Inês Vitoriano, Ivonete Maia, Luiza Helena Amorim e Nilton Almeida.

Para Adísia Sá, é importante que as novas gerações não percam as origens. “Sou uma mulher de continuidade”. A jornalista considera uma “omissão imperdoável” o fato de muitos cursos não darem prioridade ao estudo da história do jornalismo local. Segundo ela, as escolas deveriam ter orgulho de ensinar a evolução do jornalismo cearense, ainda mais tendo personagens marcantes dessa história ainda vivos. Por isso, ela considera a obra de Geraldo Nobre, Introdução à História do Jornalismo Cearense, um “livro precioso” para os atuais estudantes de jornalismo.

O curso de Comunicação Social da UFC foi desmembrado em dois cursos específicos, um de Jornalismo e outro de Publicidade e Propaganda. Para Adísia, essa mudança faz parte de um processo natural. “Antigamente, a gente se formava para tudo. Agora, a tendência é se especializar”, diz. Adísia explica que o curso de Publicidade e Propaganda ganhou tanta autonomia que resolveu disponibilizar um capítulo específico para esse curso no segundo volume do livro.

Segundo Adísia, a necessidade por especialização se acentuou com o fim da obrigatoriedade do diploma. Após a decisão, houve rumores sobre o fim dos cursos de jornalismo. No entanto, ela diz que nunca acreditou que isso fosse acontecer. “Nós vivemos cada vez mais em um mundo capitalista. Capitalista quer produto feito e de qualidade. Quanto mais você fizer uma faculdade bem feita, mais você tem oportunidade”. Ela explica que vai haver uma “seleção natural”, na qual vencerá o mais competente. Além disso, ela disse acreditar na volta da obrigatoriedade do diploma. “Nenhum empregador vai querer gastar dinheiro para alguém aprender”, afirma.

SERVIÇO

Ensino do Jornalismo no Ceará – Volume II

Edições UFC, 196 páginas. 
Onde comprar: Livraria da UFC (Av. da Universidade, 2683 - Benfica)
Fone: (85) 3366 7439 
Preço: R$ 25

Aline Moura

cotidiano@opovo.com.br

Fonte: O Povo

Francisco Sousa-Olhar de viajante

Em seu novo livro, o fotógrafo Francisco Sousa revela um Ceará plural e belo, com imagens elaboradas ao longo dos anos de atuação profissional

Mestre Zé Pio, do reisado do Planalto das Goiabeiras, Barra do Ceará, em Fortaleza: um dos personagens retratados em Ceará escrito à luz. Abaixo, Dona Dina, vaqueira de Canindé
FRANCISCO SOUSA

Um mapeamento imagético, um recorte poético, síntese do olhar viajante. Acima de tudo, porém, uma declaração de amor ao Estado. Assim se revela ao leitor o livro "Ceará escrito à luz", do fotógrafo Francisco Sousa, resultado de seleção em edital da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult).

Paraense de nascença, Sousa mora no Ceará há 10 anos; é, portanto, filho da terra de coração. A obra reúne mais de 100 imagens elaboradas ao longo dos últimos anos, durante viagens realizadas com o pesquisador e escritor Gilmar de Carvalho por vários municípios cearenses. O livro será lançado, amanhã, no Museu de Arte da UFC, juntamente com a abertura de uma exposição.

O fotógrafo Francisco Sousa, em uma das viagens pelo Ceará: formação autodidata e paixão pelo ofício

Entre os temas capturados por Sousa estão paisagens, comidas, artesanato, manifestações culturais e gente, muita gente - a exemplo dos artesãos, dos mestres, pescadores e outros habitantes da Capital e do Interior. O roteiro das viagens incluiu litoral, serra e sertão, em cidades como Fortaleza, Camocim, Beberibe, Amontada, Barbalha, Quixadá, Crateús, Crato, Juazeiro do Norte, Ubajara, Viçosa, Jaguaribe, ente outras.

Trajetória
Além das fotografias, "Ceará escrito à luz" apresenta minucioso texto de Gilmar de Carvalho sobre a história e a formação do Estado. Nele, o pesquisador aborda desde nosso legado indígena, ainda hoje pouco reconhecido, até a nova cena da literatura e da música cearense. Trata-se do primeiro livro individual de Sousa com colaboração de Gilmar. "Antes, em outros livros, já tinha feito fotografias para acompanhar seus textos. Agora é o contrário, ele serve de complemento para minhas imagens", explica o autor. "Embora não seja um livro didático, é quase isso, porque o artigo está bem completo e detalhado, atualizado, inclusive, com informações recém-descobertas".

Sousa começou a fotografar em 2002, de maneira amadora. A primeira câmera foi uma Montana portátil, que o então aprendiz levou em uma das tradicionais viagens que Gilmar fazia com seus alunos da faculdade para cidades do Interior.

"O grupo foi a um cemitério onde os penitentes faziam a autoflagelação, entre eles o Joaquim Mulato. Fotografei-o e essa foi minha primeira imagem publicada em jornal", recorda Sousa. A partir daí seguiu-se um aprendizado autodidata, empreendido paralelamente a outras atividades, como o curso de Guia de Turismo no Senac-CE e a graduação em Filosofia pelo Itep, no Seminário da Prainha.

Por dois anos, foi fotógrafo freelancer do Diário do Nordeste. Desde 2007, é repórter fotográfico associado ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Ceará. Suas imagens já foram reunidas em livros e exposições no Ceará e em outros Estados. A parceria com Gilmar de Carvalho rendeu títulos como "Artes da Tradição", "Babinski no Ceará" (2005), "Mestres da Cultura Tradicional Popular do Ceará" e "Rabecas do Ceará" (2006).

Pluralidade
Por incluir imagens de vários momentos da carreira de Sousa, "Ceará escrito à luz" revela a rica pluralidade paisagística e cultural do Estado - por vezes desconhecidas pela própria população. "É uma terra linda. Muita gente acha que não há beleza no sertão, por exemplo, mas tem sim", alerta Sousa.

"Lembro de uma vez, quando viajávamos de ônibus, que chegamos ao destino cedo de manhã. Olhei pela janela aquela luz, o chão batido, uma casa de taipa ao fundo. Uma cena fantástica. E com a primeira chuva tudo isso se transforma", vibra o fotógrafo. Vale ressaltar ainda o valor histórico da obra, com o registro de festas, comidas, vestimentas, peças de artesanato, tecnologias e outros aspectos culturais do povo. Por fim, o livro revela ainda o apuro do olhar de Sousa. "Antes, fazia mais planos fechados, em apenas um indivíduo. Depois, passei a explorar mais o ambiente, o contexto dessas pessoas. Além de ter ficado mais atento às regras de composição em vez de me preocupar somente com o registro", detalha Sousa.

Entre as imagens, vale ressaltar uma de página dupla, de uma romaria no Crato, feita no meio da estrada, onde os devotos aparecem envoltos em neblina. "Peguei um pouco de chão mais do que o céu, justamente em referência a essa ligação do romeiro com o caminho percorrido a pé. Toda semana tem gente me pedido essa foto para colocar em casa", brinca Sousa.

Os personagens fotografados, porém, não precisam nem fazer esse pedido. "Em todos os trabalhos damos um retorno às pessoas, vamos lá e entregamos o livro a elas. Muitas vezes sofremos quando algum mestre mais idoso falece ou tem problemas de saúde".

Mal termina de falar sobre o novo projeto e o fotógrafo já revela outros para o futuro. "Queremos fazer um livro mostrando as viagens, tem muita história sobre o que acontece no caminho", brinca.

Livro
Ceará escrito à luz Francisco Sousa
Expressão gráfica
2011
216 páginas
R$ 80

Lançamento - Amanhã, às 18 horas, no Mauc (Av. da Universidade, 2854, Benfica). Na ocasião, também acontece a abertura de exposição com as fotos do livro, em cartaz até 31 de dezembro. Contato: (85) 3366.7481

ADRIANA MARTINS
 REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Cadê o Padre Leriano?

 Vicente Freitas e Padre Aureliano Diamantino Silveira

Após concluir o Curso Normal, voltei ao colégio para continuar o Curso Técnico. No início de cada ano escolar, geralmente ocorrem mudanças, o que aconteceu no curto período de férias em que estive em casa. A capela ganhara um novo capelão. O antigo passara a ser o vigário da Igreja Matriz em substituição ao que se consagrara Bispo da Diocese. O novo capelão era um jovem padre de 27 anos, com um rico cabedal de conhecimentos e nobres ideais. Ali, seria o seu novo campo de ação, um apostolado junto à juventude estudantil daquela Escola abençoada pelo brilhante trabalho das Irmãs de Caridade.

Pelo período de um ano, tive o prazer de conviver com essa personalidade incrível, dotada de acentuado carisma espiritual, capacidade intelectual e arguta inteligência. Durante a celebração dos atos litúrgicos, percebía-se o grau de virtudes que aureolavam aquele coração cheio do amor de Deus. Paciência, humildade, caridade tornavam-no uma pessoa querida por todos os que dele se aproximavam. Nascera com o dom da oratória, percebendo-se a facilidade de expressão em linguagem rebuscada ou coloquial, sem perder a eloquência. Uma expressão que sempre empregava em seus sermões ou palestras era: "... Depois da tempestade vem a bonança, depois da bonança vem a tempestade e depois da tempestade vem novamente a bonança".... Repetia várias vezes, talvez para gravar em nossos corações uma mensagem de fé e esperança diante das dificuldades da vida, que o importante é não desistir, levantar após cada queda e vencer as adversidades.

Um dos trabalhos que desempenhou com dedicação e amor, foi junto à JECf (Juventude Estudante Católica Feminina) da qual fiz parte e que contribuiu para a formação de  muitas jovens estudantes do meu colégio. Nossas reuniões tinham como objetivo exercer apostolado entre os jovens, levando a Palavra de Deus e convidando-os à prática do bem com base nos ensinamentos do Senhor Jesus. Eram momentos de atividade sadia em que o nosso orientador irradiava todo o seu potencial carismático e pleno de sabedoria.

Todos os dias, após a Santa Missa, as Irmãs ofereciam-lhe o café-da-manhã que era servido por Dª Antônia, uma senhora idosa, magra, de cor negra e cabelos crespos grisalhos. Sempre que procurava por ele, ia perguntando a quem encontrava: “Cadê o Padre Leriano? Você viu”? Fazia isso tantas vezes que já estava virando apelido. ”Cadê o Padre Leriano”? “Bom dia, Padre Leriano”. O nosso Capelão encarava isso com o senso de humor que lhe era peculiar. Às vezes, dizia rindo: “Chegou o Padre Leriano”! Um dia, após faltar à Missa, chegou ao colégio um pouco abatido, com um lenço em volta do pescoço, um tanto rouco. Tinha um chapéu na cabeça e usava um guarda-chuva. Ao perguntar o que sentia, respondeu, todo encolhido a um canto da sala: “Ah! minha amiga, o Padre Leriano estava encamarinhotado, com febre”. Sair naquele frio intenso da serra da Ibiapaba, não lhe era mesmo conveniente.

Durante um ano convivi com esse virtuoso apóstolo do bem, o grande servo de Deus, Padre Aureliano Diamantino Silveira, filho de Bela Cruz-CE, que deixou no meu colégio, em São Benedito, um terreno bem preparado para o rebanho do Senhor Jesus. Tenho certeza de que todas as pessoas que estiveram sob sua orientação, agradecem a Deus pela sua dedicação, sabedoria e amizade.

Há pouco tempo, encontrei-me com uma ex-colega da JECF, aqui na praça do Ferreira, que no meio de várias recordações, me perguntou: “Você sabe por onde anda o Padre Leriano”? Rimos bastante, com lágrimas de saudade, rolando pelas faces.

Maria de Jesus A. Carvalho

Fonte: Blog bric-à-brac

Blog: Ao procurar matérias para este blog me deparo com este artigo, coincidência  ou não, em 2007 meu irmão Luciano Rios foi deixar o Pe Aureliano na Rodoviária, depois dele visitar papai Arimá Silveira seu primo e amigo, foi a ultima vez que o Aureliano e Luciano vieram à Acaraú pois meu irmão  faleceu neste mesmo ano justamente hoje 22 de novembro e o Padre faleceu em 2008.


Que eles gozem da vida eterna junto de Deus!

Mestres do Mundo será dia 1º em Limoeiro

O encontro reúne culturas do Nordeste e do Exterior no Vale Jaguaribe. Integra calendário estadual
FOTO: MELQUÍADES JÚNIOR

Limoeiro do Norte Embora divulgado a poucos dias da realização, o Vale do Jaguaribe mais uma vez será sede do Encontro Mestres do Mundo. Já marcado no calendário cultural do Ceará, o encontro é uma reunião de vários mestres da cultura popular tradicional do Ceará e de outros Estados do País, sempre com convidados de outros países. O evento chegará à sexta edição e acontecerá de 1 a 4 de dezembro, tendo como tema as manifestações culturais do período natalino.

O VI Encontro Mestres do Mundo já se tornou um dos principais eventos culturais do Estado. É o maior da região jaguaribana, que todos os anos já se acostumou a esperar pelo evento, sempre incerto - depende da captação de recursos que não são permanentes, daí a labuta anual das instituições que promovem o evento para oficializar o patrocínio dos governos Federal e do Estado. Dia e noite de oficinas, palestras, exposições e espetáculos culturais, o Encontro valoriza a cultura popular tradicional. Participam os grupos e mestres da cultura eleitos "Tesouros Vivos da Cultura", conforme lei estadual, e mestres de vários cantos do Brasil. Maranhão, Rio de Janeiro e Bahia são alguns dos que sempre marcaram presença.

Solução
A edição anterior aconteceu em março de 2010 e, findando o ano de 2011, pouco se sabia sobre a realização do próximo evento. A solução veio há apenas três semanas, com a definição de captação de recursos para patrocinar o evento. Por isso que, apesar da dimensão do evento, a programação ainda não está definida. Coincidindo com a festa da padroeira Nossa Senhora da Imaculada Conceição, em Limoeiro, o VI Encontro Mestres do Mundo terá como tema os "Autos de Natal". Nos segmentos de mãos (artesanato), corpo (dança), sabores (culinária e plantas medicinais), sons (música) e poesia, o Encontro Mestres do Mundo propicia, como já diz o nome, um encontro de experiências e conhecimentos.

"É de suma importância que o vento permaneça na região jaguaribana. A espera pelo Encontro Mestres do Mundo já é comum à população", afirma Renato Remígio, secretário municipal da Cultura de Limoeiro do Norte. Embora a programação só seja anunciada nos próximos dias, o mais provável é que haja uma tradição no agendamento das apresentações.

MAIS INFORMAÇÕES
VI Encontro Mestres do Mundo. De 1º a 4 de dezembro de 2011 - Limoeiro do Norte
Usina 2 Produção: (85) 3246.2708

Melquíades Júnior

Colaborador

Cearenses notáveis ganham documentários

Valorizando personalidades que ajudam a contar parte da recente história do Ceará, o Museu da Imagem e do Som realiza mostra de documentários e lança série de livros nesta semana


A história de um povo pode ser contada de várias maneiras. Uma das formas mais eficazes, desde tempos remotos, é ouvir os mais velhos narrarem suas experiências. Tal qual o vinho, os longevos fazem do tempo um aliado e, ainda que o olhar esteja cansado e a voz soe arrastada, contam a sabedoria adquirida ao longo do muito que já viveram e deixam uma enorme contribuição histórica para o presente e para as gerações vindouras. Reconhecendo essa importância, o Museu da Imagem e do Som (MIS) realiza a partir de hoje (22) a mostra de documentários do projeto “Memórias Centenárias Cearenses”. Na quinta-feira, o museu lança outro projeto de cunho semelhante, a série de livros “Histórias MIS”.

Nos dois projetos, personalidades cearenses que ajudaram a formar parte da cultura cearense relatam suas vidas em caráter documental. O “Memórias Centenárias Cearenses” reúne depoimentos de 10 cearenses notáveis. A ideia do projeto é criar um acervo audiovisual sobre a memória cultural do Estado, através da gravação em vídeo e registro fotográfico destas personalidades do universo da cultura erudita e popular do Ceará.

Já o “Histórias MIS” é uma série composta por quatro livros, contemplando entrevistas com 23 personagens, entre historiadores, filósofos, coreógrafos, poetas, escritores, pesquisadores, radialistas, jornalistas, cantores, atores e dramaturgos. Como testemunhas de vários acontecimentos importantes, essas pessoas constituem uma rica fonte histórica viva de grande parte do que aconteceu por estas terras nas últimas décadas.

“O “Memórias Centenárias” contempla o pessoal mais velho e o Histórias MIS é com personalidades um pouco mais jovens. As pessoas vão conversando e contando sua própria história”, explica o diretor do MIS, Miguel Ângelo de Azevedo, o Nirez. Segundo ele, a importância maior dos projetos é a oportunidade de conhecermos as diferentes histórias sob o ponto de vista de quem realmente as presenciou, sem intermediações. “O importante é que é o protagonista que está falando”, destaca.

As iniciativas têm caráter contínuo. Todos os anos o MIS realiza diversas pesquisas e entrevistas com profissionais de diferentes campos, para serem posteriormente disponibilizadas para o público em diferentes mídias. Nirez diz que um dos fatores que contribuem para a qualidade do material final é o fato de os entrevistadores serem também pessoas que conhecem o contexto de vida dos entrevistados. Por exemplo, a entrevista com o artista Nilo Firmeza, o Estrigas, foi conduzida pela socióloga e professora Kadma Marques. O poeta e pesquisador Sânzio de Azevedo entrevista o advogado e estudioso da música Sinésio Lustosa.

“Difícil foi encontrar alguém que conhecesse a área do Valdemar Caracas, porque ele fez um monte de coisa. Ajudou a fundar o Ferroviário, foi radialistas, vereador...” diz Nirez, com bom humor, sobre o senhor de 104 anos, que teve mais de dez profissões e é um dos símbolos do Ferroviário Atlético Clube. Nirez frisa que, além das entrevistas, outro aspecto importante é o material que essas pessoas reúnem, sobretudo muitas fotografias antigas, que contribuem para o enriquecimento do acervo que conta a história do Ceará através de imagens. (Marcos Robério, Especial para O POVO)

SERVIÇO

Lançamento do projeto Histórias MIS
O quê: série de quatro livros biográficos sobre personalidades cearenses
Quando: quinta-feira (24), às 10h
Onde: Museu da Imagem e do Som (Av. Barão de Studart, 410 – Meireles)
Outras info.: 3101 1202
Os livros poderão ser adquiridos gratuitamente no local

Programação

Exibição de documentários do projeto Memórias Centenárias Cearenses (início sempre às 18h30min, no auditório do MIS)

Hoje (22/11)
Adísia Sá
Antônio Alexandrino

24/11
Hugo Bianchi
José Cláudio de Oliveira

29/11
Vicente Hoslan
Nilo Firmeza

1/12
Orlys Vasconcelos
Sinésio Cabral

6/12
Valdelice Girão
Valdemar Caracas

Fonte: O Povo

Estudos apontam possível fenda geológica no CE

Tremores de terra de pequena intensidade continuam sendo registrados na Zona Norte do Estado


Sobral Na Zona Norte foram registrados, neste mês, 26 tremores de terra. Foram 13 na Serra da Meruoca, nove em Santana do Acaraú e quatro dispersos nas cidades vizinhas a Sobral. O que chama atenção são os nove abalos em Santana do Acaraú. Os pesquisadores do Laboratório Sismológico (LabSis), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), estudam a possibilidade de haver uma fenda geológica na cidade de Santana do Acaraú.

Segundo levantamentos do LabSis, a atividade sísmica no Zona Norte do Ceará é antiga e a segunda mais importante do Nordeste Brasileiro. A maior atividade está na borda da Bacia Potiguar, que abrange o Rio Grande do Norte e o leste do Ceará. Na Zona Norte do Ceará, há registro de um tremor de magnitude 4.0 graus na Escala Richter, em 1988. Foi o primeiro grande terremoto na Região. Mas foi em 1991, há 20 anos, que se anotou o maior tremor na Zona Norte: 4.9, em Irauçuba. Porém, desde janeiro de 2008, que a atividade sísmica na Zona Norte tem ocorrido com intensidade numa área epicentral na Serra da Meruoca, nos limites entre Alcântaras, Meruoca e Sobral. O maior tremor na Serra da Meruoca foi anotado em maio de 2008, com 4.2 graus. Desde então, cerca de quatro mil tremores de pequena intensidade foram registrados pelas estações sismográficas instaladas em Sobral e Morrinhos.

Neste mês, um abalo chegou a 2.6 graus, afetando Meruoca, Sobral e Alcântaras. Pela contagem do LabSis, neste mês já foram registrados 26 tremores. Com o monitoramento dessa atividade sísmica há o estudo da possibilidade do surgimento de uma nova fenda na região. Há comprovação da fenda Riacho Fundo, na Serra da Meruoca. Agora, os estudos apontam para o surgimento de uma fenda em Santana do Acaraú.

Acompanhamento
Estudada pelo LabSis, por meio das estações Sobral (SBBR), instalada na Embrapa Caprinos; Sobral-Jordão; e Morrinhos; as fendas são analisadas preliminarmente pela Defesa Civil de Sobral e pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (Uva). Em seguida, o acompanhamento simples é enviado para o LabSis, que faz a evolução da atividade sísmica na Zona Norte cearense. É com base nos nove abalos registrados agora em novembro que o LabSis levanta a possibilidade de uma fenda surgida em Santana do Acaraú.

De 3 a 9 passados, as estações da Zona Norte acusaram nove abalos em Santana do Acaraú. "Isso mostra que a atividade sísmica está num patamar elevado na região", destaca um relatório do LabSis. O maior tremor em Santana do Acaraú, agora, atingiu 2.1 graus, no dia 9 passado. Neste mesmo dia foi anotado ali outro tremor de 1.9 graus. Na Serra do Meruoca, foram registrados abalos neste período variando de 1.8 a 2.6 graus.

O curioso é que em Santana do Acaraú não havia registro de atividades sísmicas tão intensas há três anos, quando surgiu o primeiro epicentro na cidade. Em 2009, foi registrado o maior abalo no Município com magnitude 2.7 graus, assustando o Distrito de Sapó, epicentro do evento. "Não se conhecia esta atividade sísmica em Santana do Acaraú, mas já em 2008 foram anotados sete abalos. Agora, com nove abalos, os estudos se intensificam para sabermos dessa nova fenda na área", destaca um relatório do LabSis.

Segundo o relatório coordenado pelo técnico Eduardo Menezes, e analisado pelo doutorando Heleno Lima Neto e pelos bolsistas Renato Dantas, Hugo Castro, André Gomes e Myrli Andrade, a Zona Norte está diante de uma nova área sísmica. A primeira, a da Serra da Meruoca, já comprovada, e a outra em estudo em Santana do Acaraú. "Está claro que estamos diante de uma nova área sísmica na Região, sendo impossível prever qual será sua evolução em termos de atividade, duração e magnitude máxima que possa vir a ocorrer", salienta o relatório do LabSis. Outro ponto levantado pelos pesquisadores: "A nova atividade na região carece de um pouco mais de atenção. Há uma questão chave que ainda não temos condições de responder e de vital importância: a nova atividade sísmica está sobre a mesma falha da atividade próxima já conhecida?". Com isso, o relatório conclui: "Se a resposta é sim, temos um aumento no tamanho da falha ativa; se não, temos uma outra falha na região. No primeiro caso é possível que ainda possam ocorrer novos tremores fortes na região".

A resposta ainda não foi dada, mas está assustando, principalmente, os moradores do Distrito de Sapó, em Santana do Acaraú, onde foi registrado o epicentro de 2.7 graus em 2009 e os nove tremores agora em novembro. Relato de moradores atestam que os tremores duraram poucos segundos, mas o suficiente para causar medo nas pessoas. O tremor foi sentido nas casas, escolas e comércio.

A orientação do chefe do LabSis, professor Joaquim Ferreira, é que as pessoas não entrem em pânico e que as casas sejam dotadas de uma terceira ripa no telhado. "As casas do Interior do Nordeste só tem duas ripas nas extremidades. Precisa de uma terceira ripa central. Assim se evitaria a queda de telhas bastante comum nos abalos".

MAIS INFORMAÇÕES
Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Natal (RN)
Telefone: (84) 3215.3796/ 3215.3791

Lauriberto Braga

 Repórter

Pedaços vivos do passado

A ser lançado hoje, novo livro do bibliófilo cearense José Augusto Bezerra reúne manuscritos raros relacionados à história do Brasil

O bibliófilo José Augusto Bezerra, responsável pela coordenação, organização, seleção dos documentos e pelos textos do livro Uma história do Brasil em Manuscritos FOTO: RODRIGO CARVALHO

Sem registros, não há história. A preservação da memória de um povo depende da documentação dos seus inúmeros aspectos de vida, hoje possível de se realizar em formatos tão diversos quanto vídeo, fotografia, gravação de áudio e, claro, a boa e velha escrita.

Durante séculos, porém, os registros escritos foram a única opção para fixar a trajetória das sociedades - primeiro redigidos à mão; depois, com a ajuda da prensa tipográfica de Gutenberg (antecedida pelos tipos móveis rudimentares inventados pelos chineses). Quando resistem ao tempo, tais documentos tornam-se praticamente uma ligação direta com o passado, aspecto que lhes confere certo fascínio, não apenas por parte de historiadores e profissionais da área, mas do público em geral.

No caso dos manuscritos, o fetiche é ainda mais pulsante. Pois o que está no papel não é apenas a tinta, as manchas ou a atmosfera da ocasião, mas a caligrafia de quem o redigiu, com todo o apelo do chamado "próprio punho" embutido.

Certamente, esse fascínio foi um dos motivos que levou o escritor e bibliófilo José Augusto Bezerra a adquirir o primeiro manuscrito de sua coleção, atualmente com cerca de dois mil e quinhentos itens - uma das mais vastas do País. Parte desse acervo foi reunida no livro "Uma história do Brasil em manuscritos", a ser lançado hoje, na biblioteca da Universidade de Fortaleza. A apresentação será da escritora Ana Miranda.

Editada pelo Instituto do Ceará - Histórico, Geográfico e Antropológico, do qual Bezerra é presidente, com o apoio do Banco do Nordeste e da Unifor, a obra revela-se uma importante contribuição historiográfica para o Brasil, não apenas devido à raridade dos documentos reproduzidos, mas pelo trabalho de contextualização dos mesmos. Além de uma pequena descrição, cada manuscrito é acompanhado de breve texto sobre o tema ao qual está relacionado. No fim do livro, há ainda a transcrição de todos eles. Alguns são enriquecidos com fotografias, gravuras, impressos, imagens de medalhas, moedas e outros itens da biblioteca do autor

"É quase uma mini-história por página. Foi um trabalho de síntese muito grande e desafiador, pois tivemos que resumir tudo o que precisava ser dito sobre cada tópico em espaço reduzido", conta Bezerra. "Além da responsabilidade em garantir que, entre milhares de informações, nada saísse errado, pois a obra servirá de referência para pesquisadores".

A seleção dos documentos foi elaborada dentro de uma perspectiva cronológica, a partir de fatos culminantes ou personagens de destaque da história nacional, no período da descoberta do País (1500) até a queda do Império, em 1889. No fim, o autor chegou ao número de 50 tópicos - a lista inclui desde Américo Vespúcio e Pedro Álvares Cabral, passando por índios, a Corte Portuguesa, a primeira Constituição Brasileira, a Guerra do Paraguai, a escravidão até o exílio da Família Imperial.

"O critério cronológico foi uma escolha pessoal, mas todos os historiadores que viram o livro foram unânimes ao dizer que a seleção ficou bem feita", comemora Bezerra. Dentre os manuscritos presentes no livro, há raridades como uma cópia manuscrita da carta "Lettera de Amerigo Vespucci", datada de setembro de 1504, que relata as supostas quatro viagens marítimas do italiano Vespúcio. Na tradução latina, o documento deu origem ao nome "América".

Obviamente, um trabalho desse porte não poderia ser desenvolvido apenas a duas mãos. "Tivemos uma equipe excelente de profissionais. Ressalte-se que o livro foi todo feito no Ceará, desde as pesquisas até a impressão", sublinha Bezerra. São quase 30 nomes envolvidos no projeto, entre fotógrafos, revisores, responsáveis pelas transcrições, designers, tradutores (todos os textos têm versão em inglês no livro), entre outros.

A elaboração de "Uma História do Brasil em Manuscritos" tomou dois anos de Bezerra e sua equipe. "Mas a seleção dos documentos começou antes, há uns cinco anos", revela. O resultado de tanto empenho não tardou. Logo após a finalização da obra, veio o primeiro prêmio, da Academia Portuguesa da História e da Fundação Calouste Gulbenkian, em concurso sobre a presença portuguesa no mundo. "Vamos recebê-lo em Lisboa, no dia 7 de dezembro", adianta Bezerra.

Vale ressaltar ainda a avaliação do Dr. Aquiles Alencar Brayner, curador do acervo latino-americano da British Library, em Londres (Inglaterra), para quem o livro constitui "magnífico catálogo, uma das mais importantes obras para o estudo e apreciação da cultura brasileira" (segundo breve texto publicado na contracapa). Brayner elogia ainda os esforços de Bezerra em reunir manuscritos - muitos dos quais "espalhados pelo mundo e desconhecidos em sua quase totalidade".

Nascido em 1948, em Alto Santo, no Ceará, José Augusto Bezerra seguiu ainda pequeno para Recife, onde completou os estudos. Retornou a Fortaleza adulto, já com um terço dos aproximadamente 27 mil volumes que compõem sua biblioteca. "Hoje pode ser considerada uma das coleções particulares mais completas do País, inclusive na parte de manuscritos", orgulha-se. A maior parte do material é adquirida por meio de leilões ou com livreiros antigos. Para Bezerra, manuscritos e outros documentos do tipo são importantes por constituírem registros ligados às fontes primárias da história - os personagens e acontecimentos. "Por se tratar de material original, a ocorrência de erros de interpretação ou de versões incorretas é mais difícil", analisa.

O cearense ressalta ainda o valor emocional desses documentos. "No livro há, por exemplo, uma carta redigida pelo Guarda-Marinha Joaquim Cândido do Nascimento, que participou da Guerra do Paraguai. Nela ele descreve a dor das batalhas, o ´Teatro da Guerra´. Provavelmente foi sua última correspondência, pois ele morreu dias depois. Qualquer outro documento não terá esse fetiche de ver o papel que foi manuseado pelo próprio autor", avalia.

Livro  
Uma história do Brasil em manuscritos 
 José Augusto Bezerra

Instituto do Ceará
2011
240 páginas
R$ 100 (no dia do lançamento)
Lançamento - Hoje, às 20 horas, no auditório da Biblioteca da Unifor. Contato: (85) 3477.3000

ADRIANA MARTINS
REPÓRTER

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Festa da Padroeira de Acaraú-2011 - Animação e Grupos

Dias

Homenagem

Padroeiros das comunidades

Equipe do Silêncio

Barracas

28 /11

Seg

Motoristas e Motoqueiros

N. Sra. dos Navegantes Curral Velho

MESC

Secretaria da Educaçãoe Apostolado

29/11

Ter

Pescadores e Artesãos

São João Batista Celsolândia

Apostolado

da Oração

Casais Filhos de Maria

30/11

Qua

Secretárias do lar

N. Sra. Colégio Virgem Poderosa

PASCOM

PJMP e

Terço dos homens

01/12

Qui

Juventude e Crismandos

Santo Expedito Tucunzeiros

PJMP

Prefeitura e MESC

02/12

Sex

Terço dos Homens e Agricultores

N. Sra.Aparecida (Bailarina e Almécegas)

CEB´s

Catequese

03/12

Sab

Comerciantes e empresários

N. Sra. das Graças Sítio Burití

Rainha

da Paz

Liturgia e Dízimo

04/12

Dom

Professores e estudantes

São José (Ilha dos coqueiros)

Pastoral da Liturgia e Coroinhas

Legião de Maria, C.A.S.A. e Bancários

05/12

Seg

Famílias e Casais

São Raimundo Cor. Das Varas

Catequese

CEB´s ,S.T.T.R. Colônia dos Pescadores

06/12

Ter

Idosos

São Benedito e N. S. de Fátima Outra Banda

Rainha da Paz

Rainha da Paz

07/12

Qua

Catequistas, coroinhas e crianças

São Pedro Alto da Boa Vista

PJMP

Lions Clube e Leo Clube

08/12

Qui

Romeiros e todo Povo de Deus

Mártir São Sebastião Centro

Legião de Maria

Conselho Pastoral e Secretaria de Ação Social

Festa da Padroeira de Acaraú-2011 Programação

TEMA GERAL: Unidos a Maria, mulher de fé, venceremos o pecado

Texto Base: Rom 7, 12-25

Dias

Sub-Temas

Presidente

Apoio na Liturgia

Leituras

28 /11

Seg

Maria, imaculada conceição, livrai-nos orgulho e da soberba

Pe. Rômulo

S. Sementes de um novo tempo

Rom 7,12-25

Mt 18,1-5

29/11

Ter

Maria, imaculada conceição, livrai-nos da avareza

Pe. Robson

Área Pastoral de Celsolândia

Rom 7,12-25

Mc 10,17-23

30/11

Qua

Maria, imaculada conceição, livrai-nos da inveja

Pe. Lindomar

Colégio V. Poderosa

Rom 7,12-25

Mt 20,1-16

01/12

Qui

Maria, imaculada conceição, livrai-nos da ira

Dom Odelir José Magri

Crismandos e Juventude

Rom 7,12-25

Mt 20,1-16

02/12

Sex

Maria, imaculada conceição, livrai-nos da luxúria

Pe. Eudes

S. Santo Expedito;

Terço dos Homens

Rom 7,12-25

Mt5,27-30

03/12

Sáb

Maria, imaculada conceição, livrai-nos da preguiça

Mons. Manfredo Ramos

S. Caminhando

em Missão

Rom 7,12-25 Mt 9,35—10,1.6-8

04/12

Dom

Maria, imaculada conceição, livrai-nos da Gula

Pe. Gerson

S. Esperança; Apostolado Da Oração

Is 40,1-5.9-11 2Pd 3,8-14   Mc 1,1-8

05/12

Seg

Maria, imaculada conceição, livrai-nos dos pecados mortais e veniais

Pe. Denilson

Área Pastoral da Praia

Rom 7,12-25 Lc 5,17-26

06/12

Ter

Maria, imaculada conceição, ajudai-nos na vivência das Virtudes Teologais

Pe. Maurílio

S. São Raimundo

Rom 7,12-25 Mt 18,12-14

07/12

Qua

Maria, imaculada conceição, ajudai-nos na vivência da Graça

Pe. Emídio Moura

Setor Rio das Garças

Rom 7,12-25 Mt 18,12-14

08/12

Qui

Unidos a Maria, mulher de fé, venceremos o pecado

Pe. Valdery

Setor

Boa Semente

Gn 3,9-15.20 Ef 1,3-6.11-12 Lc 1,26-38