Tremores de terra de pequena intensidade continuam sendo registrados na Zona Norte do Estado
Sobral Na Zona Norte foram registrados, neste mês, 26 tremores de terra. Foram 13 na Serra da Meruoca, nove em Santana do Acaraú e quatro dispersos nas cidades vizinhas a Sobral. O que chama atenção são os nove abalos em Santana do Acaraú. Os pesquisadores do Laboratório Sismológico (LabSis), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), estudam a possibilidade de haver uma fenda geológica na cidade de Santana do Acaraú.
Segundo levantamentos do LabSis, a atividade sísmica no Zona Norte do Ceará é antiga e a segunda mais importante do Nordeste Brasileiro. A maior atividade está na borda da Bacia Potiguar, que abrange o Rio Grande do Norte e o leste do Ceará. Na Zona Norte do Ceará, há registro de um tremor de magnitude 4.0 graus na Escala Richter, em 1988. Foi o primeiro grande terremoto na Região. Mas foi em 1991, há 20 anos, que se anotou o maior tremor na Zona Norte: 4.9, em Irauçuba. Porém, desde janeiro de 2008, que a atividade sísmica na Zona Norte tem ocorrido com intensidade numa área epicentral na Serra da Meruoca, nos limites entre Alcântaras, Meruoca e Sobral. O maior tremor na Serra da Meruoca foi anotado em maio de 2008, com 4.2 graus. Desde então, cerca de quatro mil tremores de pequena intensidade foram registrados pelas estações sismográficas instaladas em Sobral e Morrinhos.
Neste mês, um abalo chegou a 2.6 graus, afetando Meruoca, Sobral e Alcântaras. Pela contagem do LabSis, neste mês já foram registrados 26 tremores. Com o monitoramento dessa atividade sísmica há o estudo da possibilidade do surgimento de uma nova fenda na região. Há comprovação da fenda Riacho Fundo, na Serra da Meruoca. Agora, os estudos apontam para o surgimento de uma fenda em Santana do Acaraú.
Acompanhamento
Estudada pelo LabSis, por meio das estações Sobral (SBBR), instalada na Embrapa Caprinos; Sobral-Jordão; e Morrinhos; as fendas são analisadas preliminarmente pela Defesa Civil de Sobral e pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (Uva). Em seguida, o acompanhamento simples é enviado para o LabSis, que faz a evolução da atividade sísmica na Zona Norte cearense. É com base nos nove abalos registrados agora em novembro que o LabSis levanta a possibilidade de uma fenda surgida em Santana do Acaraú.
De 3 a 9 passados, as estações da Zona Norte acusaram nove abalos em Santana do Acaraú. "Isso mostra que a atividade sísmica está num patamar elevado na região", destaca um relatório do LabSis. O maior tremor em Santana do Acaraú, agora, atingiu 2.1 graus, no dia 9 passado. Neste mesmo dia foi anotado ali outro tremor de 1.9 graus. Na Serra do Meruoca, foram registrados abalos neste período variando de 1.8 a 2.6 graus.
O curioso é que em Santana do Acaraú não havia registro de atividades sísmicas tão intensas há três anos, quando surgiu o primeiro epicentro na cidade. Em 2009, foi registrado o maior abalo no Município com magnitude 2.7 graus, assustando o Distrito de Sapó, epicentro do evento. "Não se conhecia esta atividade sísmica em Santana do Acaraú, mas já em 2008 foram anotados sete abalos. Agora, com nove abalos, os estudos se intensificam para sabermos dessa nova fenda na área", destaca um relatório do LabSis.
Segundo o relatório coordenado pelo técnico Eduardo Menezes, e analisado pelo doutorando Heleno Lima Neto e pelos bolsistas Renato Dantas, Hugo Castro, André Gomes e Myrli Andrade, a Zona Norte está diante de uma nova área sísmica. A primeira, a da Serra da Meruoca, já comprovada, e a outra em estudo em Santana do Acaraú. "Está claro que estamos diante de uma nova área sísmica na Região, sendo impossível prever qual será sua evolução em termos de atividade, duração e magnitude máxima que possa vir a ocorrer", salienta o relatório do LabSis. Outro ponto levantado pelos pesquisadores: "A nova atividade na região carece de um pouco mais de atenção. Há uma questão chave que ainda não temos condições de responder e de vital importância: a nova atividade sísmica está sobre a mesma falha da atividade próxima já conhecida?". Com isso, o relatório conclui: "Se a resposta é sim, temos um aumento no tamanho da falha ativa; se não, temos uma outra falha na região. No primeiro caso é possível que ainda possam ocorrer novos tremores fortes na região".
A resposta ainda não foi dada, mas está assustando, principalmente, os moradores do Distrito de Sapó, em Santana do Acaraú, onde foi registrado o epicentro de 2.7 graus em 2009 e os nove tremores agora em novembro. Relato de moradores atestam que os tremores duraram poucos segundos, mas o suficiente para causar medo nas pessoas. O tremor foi sentido nas casas, escolas e comércio.
A orientação do chefe do LabSis, professor Joaquim Ferreira, é que as pessoas não entrem em pânico e que as casas sejam dotadas de uma terceira ripa no telhado. "As casas do Interior do Nordeste só tem duas ripas nas extremidades. Precisa de uma terceira ripa central. Assim se evitaria a queda de telhas bastante comum nos abalos".
MAIS INFORMAÇÕES
Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Natal (RN)
Telefone: (84) 3215.3796/ 3215.3791
Lauriberto Braga
Repórter
Sobral Na Zona Norte foram registrados, neste mês, 26 tremores de terra. Foram 13 na Serra da Meruoca, nove em Santana do Acaraú e quatro dispersos nas cidades vizinhas a Sobral. O que chama atenção são os nove abalos em Santana do Acaraú. Os pesquisadores do Laboratório Sismológico (LabSis), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), estudam a possibilidade de haver uma fenda geológica na cidade de Santana do Acaraú.
Segundo levantamentos do LabSis, a atividade sísmica no Zona Norte do Ceará é antiga e a segunda mais importante do Nordeste Brasileiro. A maior atividade está na borda da Bacia Potiguar, que abrange o Rio Grande do Norte e o leste do Ceará. Na Zona Norte do Ceará, há registro de um tremor de magnitude 4.0 graus na Escala Richter, em 1988. Foi o primeiro grande terremoto na Região. Mas foi em 1991, há 20 anos, que se anotou o maior tremor na Zona Norte: 4.9, em Irauçuba. Porém, desde janeiro de 2008, que a atividade sísmica na Zona Norte tem ocorrido com intensidade numa área epicentral na Serra da Meruoca, nos limites entre Alcântaras, Meruoca e Sobral. O maior tremor na Serra da Meruoca foi anotado em maio de 2008, com 4.2 graus. Desde então, cerca de quatro mil tremores de pequena intensidade foram registrados pelas estações sismográficas instaladas em Sobral e Morrinhos.
Neste mês, um abalo chegou a 2.6 graus, afetando Meruoca, Sobral e Alcântaras. Pela contagem do LabSis, neste mês já foram registrados 26 tremores. Com o monitoramento dessa atividade sísmica há o estudo da possibilidade do surgimento de uma nova fenda na região. Há comprovação da fenda Riacho Fundo, na Serra da Meruoca. Agora, os estudos apontam para o surgimento de uma fenda em Santana do Acaraú.
Acompanhamento
Estudada pelo LabSis, por meio das estações Sobral (SBBR), instalada na Embrapa Caprinos; Sobral-Jordão; e Morrinhos; as fendas são analisadas preliminarmente pela Defesa Civil de Sobral e pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (Uva). Em seguida, o acompanhamento simples é enviado para o LabSis, que faz a evolução da atividade sísmica na Zona Norte cearense. É com base nos nove abalos registrados agora em novembro que o LabSis levanta a possibilidade de uma fenda surgida em Santana do Acaraú.
De 3 a 9 passados, as estações da Zona Norte acusaram nove abalos em Santana do Acaraú. "Isso mostra que a atividade sísmica está num patamar elevado na região", destaca um relatório do LabSis. O maior tremor em Santana do Acaraú, agora, atingiu 2.1 graus, no dia 9 passado. Neste mesmo dia foi anotado ali outro tremor de 1.9 graus. Na Serra do Meruoca, foram registrados abalos neste período variando de 1.8 a 2.6 graus.
O curioso é que em Santana do Acaraú não havia registro de atividades sísmicas tão intensas há três anos, quando surgiu o primeiro epicentro na cidade. Em 2009, foi registrado o maior abalo no Município com magnitude 2.7 graus, assustando o Distrito de Sapó, epicentro do evento. "Não se conhecia esta atividade sísmica em Santana do Acaraú, mas já em 2008 foram anotados sete abalos. Agora, com nove abalos, os estudos se intensificam para sabermos dessa nova fenda na área", destaca um relatório do LabSis.
Segundo o relatório coordenado pelo técnico Eduardo Menezes, e analisado pelo doutorando Heleno Lima Neto e pelos bolsistas Renato Dantas, Hugo Castro, André Gomes e Myrli Andrade, a Zona Norte está diante de uma nova área sísmica. A primeira, a da Serra da Meruoca, já comprovada, e a outra em estudo em Santana do Acaraú. "Está claro que estamos diante de uma nova área sísmica na Região, sendo impossível prever qual será sua evolução em termos de atividade, duração e magnitude máxima que possa vir a ocorrer", salienta o relatório do LabSis. Outro ponto levantado pelos pesquisadores: "A nova atividade na região carece de um pouco mais de atenção. Há uma questão chave que ainda não temos condições de responder e de vital importância: a nova atividade sísmica está sobre a mesma falha da atividade próxima já conhecida?". Com isso, o relatório conclui: "Se a resposta é sim, temos um aumento no tamanho da falha ativa; se não, temos uma outra falha na região. No primeiro caso é possível que ainda possam ocorrer novos tremores fortes na região".
A resposta ainda não foi dada, mas está assustando, principalmente, os moradores do Distrito de Sapó, em Santana do Acaraú, onde foi registrado o epicentro de 2.7 graus em 2009 e os nove tremores agora em novembro. Relato de moradores atestam que os tremores duraram poucos segundos, mas o suficiente para causar medo nas pessoas. O tremor foi sentido nas casas, escolas e comércio.
A orientação do chefe do LabSis, professor Joaquim Ferreira, é que as pessoas não entrem em pânico e que as casas sejam dotadas de uma terceira ripa no telhado. "As casas do Interior do Nordeste só tem duas ripas nas extremidades. Precisa de uma terceira ripa central. Assim se evitaria a queda de telhas bastante comum nos abalos".
MAIS INFORMAÇÕES
Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Natal (RN)
Telefone: (84) 3215.3796/ 3215.3791
Lauriberto Braga
Repórter
Fonte: Diário do Nordeste
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