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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Coronel Ludugero

Coronel Ludugero, personagem do ator Luiz Jacinto

Nascido em 1929, Luiz Jacinto Silva, o famoso Coronel Ludugero, foi escoteiro aos dez anos e estudou no Colégio de Caruaru (hoje Colégio Diocesano), onde concluiu o Curso Ginasial.

Começou a trabalhar ajudando o pai a fazer celas de cavalo, mas não seguiu a profissão.

Com 12 anos foi parar numa padaria entregando pão e em seguida foi ajudante de pedreiro.

Com 16 anos foi para os correios entregar telegramas. Nessa época serviu em São Bento do Una e Serinhaém.

Aos 18 anos foi morar em Recife, onde fez um concurso para telegrafista. Embora não tenha sido aprovado, foi aproveitado pelos correios porque sabia taquigrafia. Permaneceu no órgão até ingressar na vida artística.

Luiz Jacinto começou sua vida artística no Rádio Clube de Pernambuco, onde fazia o programa das 12:30h sob o patrocínio da Manteiga Turvo.

Em 1960 conheceu Luiz Queiroga, que criou o personagem Coronel Ludugero Na mesma época, conheceu também Irandir Peres (Otrope), a atriz Mercedes Del Prado (Filomena).

Com incentivo de Onildo Almeida e Nelson Ferreira, iniciou gravações de músicas sertanejas. A primeira foi "Cumbuque de Ludugero" e a segunda "Ludugero Aposentado". Juntos gravaram vários discos. Seu primeiro grande sucesso foi "Se tivé muié" gravada pelo selo Mocambo, do Recife. O artista gravava também textos humorísticos.

Além de Ludugero, Luiz Jacinto interpretava mais dois personagens:

Zé Beato, um sacristão puritano e envergonhado (criado por Hílton Marques) e Virgulino (criado por Luiz Queiroga).

Em 1964, juntamente com Irandir Costa e Luiz Queiroga, foi trabalhar na extinta TV Tupy, no Rio de Janeiro.

Na TV Tupy, participou do programa AEIOU Urca, fazendo o personagem Zé Beato. Depois participou da Escolinha do Professor Raimundo de Chico Anysio fazendo Zé Beato e Ludugero.

Luiz Jacinto passou a gravar pela CBS do Rio de Janeiro, que fazia a promoção dos seus discos com a Caravana Pau de Sebo, apresentando shows em várias cidades do Nordeste. Entre os artistas que também participavam da Caravana estavam Jacson do Pandeiro, Marinês e Trio Nordestino. Quando morreu, já trabalhava para a Rede Globo.

No dia 14 de março de 1970, morre Luiz Jacinto e toda sua equipe, vítima de desastre aéreo na Baía de Guajará Mirim, em Belém do Pará. O corpo só foi encontrado no dia 30 de março e sepultado um dia depois, em Caruaru.

QUEM ERA O PERSONAGEM CORONEL LUDUGERO

Retratava com bom humor a figura lendária dos coronéis, muitos dos quais pertenciam à Guarda Nacional e gozavam de grande prestígio junto a população. Era um homem simples de poucas palavras, amante da verdade e sincero, gabava-se de si próprio. Contador de histórias fantásticas, era casado com dona Filomena. Bom aboiador, bom cantador de viola e poeta. Mantinha um secretário (Otrope) que o orientava nos negócios e nas questões políticas. Ludugero se sentia feliz em contar histórias, dando expansão ao seu gênio brincalhão, quando não estava em crises de impaciência e nervosismo.

TEXTO EXTRAÍDO DO JORNAL VANGUARDA Nº 6.797

Fonte: Caruaru

Dados Artísticos

Fez sucesso no rádio e na televisão com o personagem Coronel Ludugero, de temperamento explosivo e pronúncia incorreta das palavras. Em 1962 gravou com Rosa Maria pela Mocambo o cômico "Ludugero apoquentado" de Luiz Queiroga e em gravação solo "Combuque de Ludugero", de motivo popular adaptado por Luiz Queiroga. No mesmo ano, gravou de Onildo Almeida e Luiz Queiroga a moda de roda "Si tivé mulé" e de Luiz Queiroga o xote "Fiscá fulero". Em 1964 gravou de Nelson Ferreira e Luiz Queiroga a moda de roda "Sem mulé não presta" e de Onildo Almeida o xote "Duas fia pra casá". Em 1971 lançou o LP "Ludugero casa uma filha", no qual interpretou "Vou pra tamarineira", de Elino Julião. Seu maior sucesso foi "A volta do regresso", de Onildo Almeida e Irandir Costa. Morreu em meados dos 1970 em acidente de avião. Em 1999 a Polydisc lançou o CD "Coronel Ludugero - 20 supersucessos", com músicas que marcaram a carreira do artista, especialmente as paródias humorísticas, com destaque para "Vedete", "Filomena Flor" e "Sem mulé não presta".

Discografia

(1999) Coronel Ludugero. 20 Supersucessos • Polydor • CD
(1971) Ludugero casa uma filha • CBS • LP
(1970) muita saudade • CBS • LP
(1964) Sem mulé não presta/Duas fia pra casá • Mocambo • 78
(1962) Ludugero apoquentado/Combuque de Ludugero • Mocambo • 78
(1962) Si tivé mulé/Fiscá fulero • Mocambo • 78

Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira




Fonte: O Nordeste

Jessier Quirino - matuto contando um filme

Paisagem de Interior - Jessier Quirino



O poeta Jessier Quirino descreve cagado e cuspido, como é a paisagem de interior de uma cidade do interior.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Quem é cearense vai lembrar


É macho... Quando o assunto é Ceará eu só lembro de um prato de farofa. Ô coisinha pra cearense gostar viu, a tal da farofada. Mas é bem verdade que existe muita coisa que nos remete aquele estado. E é para os legítimos cearenses que vai esse post. Quem tem a cabecinha achatada e está beirando os 30 anos vai se lembrar!

Você viveu ou conhece alguém que é do tempo em que...

Das mais antigas você ouviu falar de um time chamado Penarol, lá para os lados do bairro de São Gerardo? Na av. Bezerras de Menezes. Você lembra de quando surgiu o "Pessoal do Ceará"; pioneiros dos encontros na praia de Iracema, nas noitadas de viola e violão, altos papos embrionários do movimento.

Lembram de: Rodger Rogério, Teti, Edinardo, Raimundo Fagner,Belchior e outras mentes iluminadas e maravilhosas. Uns autodidatas outros com elevada formação acadêmica.Voces lembram dos festivais de música como o "Aqui no canto" da rádio Assunção lá pertinho da Escola Normal? Lembram Luis Assunção, Lá no Jardim América. Na rua Júlio César descendo da Gentilândia em direção ao Montese e Itaoca. Perto do canal. Lembram da rádio Dragão do mar na Av. do Imperador, da PRE 9, da rádio Iracema na praça José de Alencar, da rádio Uirapurú, em frente na praça da Bandeira, esquina de Clarindo de Queiroz com General Sampaio.

Do Pedrão da bananada na praça do Ferreira? Do local onde ficava o melhor churrasco da época no CURRAL descendo na décima região militar.
- A COBAL ficava na esquina da rua Assunção com Antônio Pompeu;
- E o IAPEC (Isto ainda pode cair!);
- Vendia-se 'chegadinha' de porta em porta (o 'veinho' passava tocando o triângulo) e 'quebra-queixo', maravilha! Picolé de 'ameba' de morango na praia. E o pirulito enfiado nas tábuas;
- O verdureiro ia de porta em porta montado no jumentinho e vendendo verduras frescas e o outro que ia montado no cavalo vendendo fígado e panelada;
- Véspera do Natal ir até a Praça do Ferreira ver as vitrines das lojas todas com enfeites natalinos era moda;
- Passear de Rural;
- Era chique ir na Lobrás subir e descer na 'primeira' escada rolante da cidade, tomar sorvete ou comer um sanduba;
- Sapato 'carinha de bebê', calça cocota e blusa frente única era luxo!
- Tempo dos 'mingaus pops' da Tatarana, Trasteveri e Santa Esmeralda;
- O barzinho 'Sovaco de Cobra';
- Tempo em que o Circo Voador trazia show de Cazuza, Geraldo Azevedo, Ângela Rô Rô, Kid Abelha entre outros;
- Início do Cais bar na Praia de Iracema;
- Tempo em que a Praia de Iracema era bastante bucólica e somente 2 restôs funcionando o ' La Tratoria' e o velho Estoril;
- Jantares do Náutico? Lagosta a Termidor;
- Restô mais chique da cidade: 'SANDRAS'?
- As feijoadas do Hotel Beira Mar, o primeiro da orla;
- Lembra dos fuscas pretos da polícia (TETÉU)?
- Da velha Ponte Metálica em tempo de cai mas não cai;
- Tempo da Mesbla na Senador Pompeu e da Flama (Símbolo de distinção) na praça do Ferreira;
- E do Mercantil São José? O primeiro supermercado do Ceará. É por isso que o cearense não faz feira, faz mercantil;
- E o programa do Augusto Borges fazendo propaganda do Mercantil São José com
suas Gincanas;
- Ir ao Recreio Clube de Campo era uma viagem com muito verde e salinas pelo
caminho;
- Havia o restô Toca do Coelho (seis Bocas) e Frango Dourado (no Eusébio) com seu sarapatel de frango delicioso;
- E do restaurante Cirandinha em frente do comercial Clube ?? (É o novo!);
- Das peixadas no restô 'Alfredo o Rei da Peixada' e sempre aparecia um boneco ventríloquo para divertir a gente;
- E o camarão do OSMAR com aquele beco bem apertadinho...
- Do pequeno zoológico que havia no Parque das Crianças;
- Ir a shows no Ginásio Paulo Sarasate (Rita Lee, Gilberto Gil, Fábio Jr, Elba, Ney Matogrosso, Moraes Moreira, Nina Hagen, entre outros);
- Ir a Jericoacoara de barco (saindo de Camocim) Jeri sem energia, sem hotel ou pousada (o povo ficava em casa de pescador);
- E Canoa Quebrada sem pousadas de luxo e sem a gringolada como dona de tudo;
- Do bronzeador 'Nude bronze' e colônia 'Contoure';
- Comprar 'mentex' e 'piper' antes de assistir filme no Cine São Luiz e Diogo;
- Do batom 'brilho' que era vendido exclusivamente na Casa Parente do Centro;
- Da pizza no Jairo na Av. Santos Dumont;
- Ir a Feira das Flores no Passeio Público (quando ainda era um ambiente familiar). Um luxo!
- Assistir aos sábados pela TV o programa do Irapuan Lima e do Chacrinha;
- Do barzinho Carbono 14;
- Ir aos domingos ao aeroporto ver os aviões decolarem;
- As noites de sexta e sábado na boite 'Senzala' 'Boeing, Boeig no Bairro Aeroporto e o Restaurante Caravele;
- Tempo do Edifício Avenida na esquina da Barão do Rio Branco com Duque de Caxias;
- Da calça 'Lee' com nesga bem larga!
- Da banda de rock Perfume Azul;
- Namorar no barzinho Play Boy na Praia do Futuro;
- Usar decote canoa era alta moda;
- Da touquinha da Miss Lene, do vestido tomara-que-caia (que as vezes caía), blusa de elastex, ferro a carvão comprado ali perto do Zé Pinto na Bezerra de Menezes;
- Comprar tamanco na TAMANCOLÂNDIA na Av. Monsenhor Tabosa, quanto mais alto mais chique;
- Da feirinha da Praça Portugal (só a moçada!) na sexta feira e da 13 de Maio aos sábados (artesanato e comidas típicas);
- Do Jardim da Menopausa (Aquarius) na Beira-mar;
- Do Barzinho 'BADALO';
- Das Barracas da Praia do Futuro: 'Sapuriu' (cruzamento do sapo com a puta que pariu),
CABOLETÊ, BOLA BRANCA e do bar do POP;
- Das Lojas Di Roma, Xepão, Xepinha, Carvalho Borges, Samasa, Ocapana e Abarana, Bel Lar, Esmeralda, Sapataria Esquisita;
- Do quarteirão do sucesso da Dom Luis - do New York, New York;
- Do sorvete no Juarez;
- Pastéis com caldo de Cana da Leão do Sul do centro da cidade;
- Do restaurante Pombo Cheio, próximo a Faculdade de Medicina (UFC);
- O barzinho 'O PILÃO' no Morro Santa Terezinha;
- Do barzinho 'Varanda' na Leste Oeste. (Ótimo visual e nada de bandido!)
- Barzinho Brasil Tropical;
- Dos festivais da 'Costa do Sol' da Tabuba;
- Do Motel Calango 'chão de estrelas' - no morro da Praia do Futuro. (Era 'relax' total e ñ tinha nada de pavor e medo, como nos dias de hoje);
- Da farmácia do Seu Coelho na Avenida Domingos Olímpio, Eita!
- Tempo em que a Av. Sen.Virgílio Távora ainda era Av. Estados Unidos;
- Do Seu Edgar na rua Antonio Pompeu que consertava tudo. Entre outras coisinhas, ele colocava 'virola' nos sapatos;
- Tomar picolé da GELATI;
- De gazear aulas à tarde para assistir filme no São Luiz na semana do festival de cinema;
- Tomar banho de chuva nas bicas das casas;
- Ir no Jumbo e comprar grapete, crush, guaraná Wilson, TAI e Cacique;
- De andar no elefante na inauguração do Jumbo do Center Um;
- Do tamanco Dr. Sholl e do sapato cavalo de aço;
- Comer no jantar 'bife caron';
- Tempo que 'ficar' era sarrar (tirar sarro);
- Tempo em que Soft era uma bala, hoje é sobrenome de vereadora;
- Do curso de datilografia na Praça Coração de Jesus e do Curso Andrade Lima na Av do Imperador. (Vixe!!!!)
- Das revistinhas Bolota, Brotoeja, Tininha, Riquinho e Luluzinha;
- Do jornal Pasquim;
- De assistir 'A Ilha da Fantasia' nos sábados à tarde;
- Das lambadas aos sábados no Pirata (quem tinha o vale-lambada podia dançar com os bailarinos);
- Do restaurante 'TACACÁ' na Beira Mar;
- Do bar e restô ANIZIO, amanhecendo o dia vendo Irapuan Lima fazendo Cooper (ninguém merece!);
- Da estica para tomar caldo Deor - Iracema;
- Comprar vassoura e espanador na porta de casa;
- Comprar no centrão pote de creme Rosa Mosqueta vindo do Paraguai;
- De se bronzer com Óleo Jonhson e Coca cola ou 'Raito del Sol';
- Do grupo cearense Quinteto Agreste e os Canarinhos do Nordeste;
- Do Projeto Pixinguinha no Teatro José de Alencar a preço popular onde apresentaram 14 Bis, Nara Leão, Maria Alcina, Moreira da Silva, Artur Moreira Lima, Cida Moreira, entre tantos outros;
- No Natal, esperar o Papai Noel e a Turma da Mônica chegar de helicóptero no estacionamento do Shopping Iguatemi;
- Inauguração das lojas Americanas no centro da cidade;
- Do Zé-Tatá;
- Lembra dos lanterninhas?
- Ir passar férias na colônia de férias do SESC em Iparana e na COFECO era tudo de bom;
- Dos comerciais da Varig: 'seu Cabral vinha navegando quando alguém logo foi gritando - terra a vista! E foi descoberto o Brasil, e a turma gritava: bem vindo seu Cabral! Mas Cabral sentiu no peito, uma saudade sem jeito, volto já pra Portugal, quero ir, pela VARIG, VARIG, VARIG....'
- Do tempo em que o IJF (Instituto José Frota) era Assistência;
- Do bar Cabaré da Pirrita na Praia de Iracema (um barzinho irreverente na época e freqüentado por políticos, intelectuais e músicos... até Ciro Gomes e Fagner davam umas voltinhas por lá.)
- Assistir Tom Cavalcante fazer shows de graça na Beira Mar e Barzinhos da cidade;
- Do tempo que criança usava calça enxuta (não existiam fraldas descartáveis);
- As propagandas do Romcy que ficava na Br. Rio Branco com Liberato Barroso;
- Após o Jornal Nacional com Sérgio Chapelen e Cid Moreira você ouvia a voz do Assis Santos dizendo: 'Amanhã o barato do dia Romcy é...'.he he he !!!! 'Romcy é Romcy, barato todo dia'!
- Surgia o Gerardo Bastos: onde um pneu é um pneu!
- O Bar Carinhoso na cobertura de um edifício no centro da cidade;
- Dos bailes infantis de carnaval no América, Círculo Militar, Country, Líbano, Náutico, Diários, BNB e Clube B-25;
- Do corso da Av. Dom Manuel;
- Tempo das Tertúlias com 'luz negra';
- Estudar OSPB e Educação Moral e Cívica. É o novo!
- E a mais antiga de todas: Chupar rolete de cana que vinha fincado em uns espetinhos. (Eita !!!)
- Calçar 'fonabô' e sandálias de 'borracha de pneu'. E as congas e os kichutes usados para irmos ao colégio;
- E as cachaças 'Bagaceira', 'Chave de Ouro' 'Dandiz' (aquela vermelinha);
- E os cigarros Kent. Eldorado, Continental sem filtro, Dumorrier (pretinho), Chanceler;
- O tri-campeonato do Ceará na década de sessenta!

Pense num lugar pai d'égua!
Viajar no trem 'sonho azul'...
O ano todo com um calor de rachar o quengo.
Toda noite tem comédia e o povo é bonequeiro que só!
Tá pra nascer quem é Cearense que não é amancebado com esse lugar.
Tem é Zé prum cabra conhecer aqui e depois querer capar o gato.
Pode ser liso, estribado, vir de perto ou lá da baixa-da-égua.
Qualquer um fica arreado quando vê as praias daqui.
Fica logo todo breado de areia, depois se imbioca no mar e num quer mais sair nem a pau.
Depois de conhecer a negrada, então, vixe!
Se o Estado é bom assim, avalie o povo!

Tem gente de todo jeito: do fresco ao invocado, do batoré ao Galalau, dos gato réi às espilicute, dos rabos-de-burros, do cabra-macho ao Fulerage e muitas outras marmotas. Bom que nem presta! É por isso que nas férias dá uma ruma de turista tudo doido por uma estripulia, porque sabem que isso aqui não é de se rebolar no mato.

Só precisa dar um grau ou uma guaribada aqui ou ali, mas, mesmo assim, tá de parabéns. Arre égua, ô corra linda, macho, o Estado do Ceará!!! É minha gente isto também é um pouco de história da nossa Fortaleza.

Fonte: Blog Cultura Nordestina

quarta-feira, 16 de março de 2011

A prosa sertaneja de Jessier Quirino

Com rimas que contam causos e contos da cultura popular nordestina, o declamador e poeta Jessier Quirino se apresenta no Theatro José de Alencar 

Foto: Divulgação
Jessier Quirino é um estudioso da cultura sertaneja, um observador da vida nordestina, um admirador dos causos e contos que brotam do mato. Os trejeitos, as expressões matutas, a tranquilidade do sertão, a seca e o brejo, toda a característica interiorana cabe na forma peculiar das apresentações de Jussier. Quando subir nesta sexta-feira (18) e sábado (19) ao palco do Theatro José de Alencar, o artista paraibano vai mais uma vez aliar poesia, memória e humor para cativar o público.

Apesar da forte influência da literatura de cordel, usada pelos repentistas que se apresentam em duplas e travam verdadeiras batalhas poéticas, Jessier preferiu um caminho um pouco diferente, que lhe confere originalidade no trato com a rima falada, ganhando ainda mais vida com a inconfundível presença solo no palco. Nas apresentações, ele faz uso da convergência de diferentes linguagens culturais, aprendidas sobretudo em Campina Grande (PB). Assim, a imagem do artista aparece de forma múltipla e cativante, com fortes expressões que demonstram suas influências teatrais. “Tem muito de teatro, são textos longos que eu escrevo e memorizo”, diz Jessier.

A diversidade não fica só na forma, aparece também no conteúdo, com diferentes temáticas permeando a apresentação. Nas histórias de amor mal resolvido, passando por ironias políticas e críticas sociais, o artista lança mão do sarcasmo e do humor para contar o mundo sob o olhar do matuto, do interiorano.

O espetáculo terá como mote o livro mais recente do autor, intitulado Berro Novo, que ganhou também versão em CD. A temática da vida campestre é a mesma que já fez sucesso em trabalhos anteriores, responsáveis pelo reconhecimento do artista, que já lançou oito livros e cinco CDs. “O interiorano tem muita sabedoria, aprendeu na universidade da vida, na pobreza e sai das dificuldades sempre com muita esperteza, essa é a graça da história”, explica o artista.

As mudanças causadas pela globalização e pelas novas tecnologias trazem novos cenários para as tradições nordestinas. Isso também não escapa ao olhar atento de Jessier. Indagado se a cultura interiorana estaria sendo desvalorizada nos novos tempos, ele diz não enxergar a questão com olhos preocupados. “O que está havendo é uma transformação causada pelo trator da modernidade, mas não acho que as tradições estejam se perdendo, inclusive percebo que há certo saudosismo das palavras, da qualidade de vida e da contemplação da vida no interior.”

Atualmente, Jessier tem uma agenda lotada, se apresentando para o grande público e também em eventos empresariais. Com isso, a relação direta com o sertão e as pequenas cidades foi se tornando mais escassa, mas nem por isso ele perde contato com as histórias que servem de matéria-prima para seu trabalho. “Hoje vou menos ao interior, mas o interior vem mais a mim”, justifica. Segundo ele, chegam com frequência muitos trabalhos, histórias e sugestões de pessoas do interior que se identificam e admiram sua arte.

Embora seja essencialmente sobre a vida do matuto, a obra de Jessier já transcendeu a barreira desse público e hoje é apreciada e bem recebida por diferentes plateias. Ele já se apresentou na Rede Globo no Programa do Jô e fez uma participação como ator na minissérie A Pedra do Reino, de 2007. Ele diz que, depois disso, já recebeu vários convites para trabalhar com teledramaturgia, mas recusou devido à necessidade de tempo para sua intensa produção literária.

Sobre as apresentações em Fortaleza, Jessier, que já se apresentou algumas vezes na cidade, diz que seu trabalho é muito bem aceito, com muita participação e identificação do público. “Fortaleza é um polo de convergência dessas tradições, então o público me surpreende positivamente pelo interesse e o conhecimento de causa do assunto.”

SERVIÇO
RECITAL COM JESSIER QUIRINO
Onde: Theatro José de Alencar (Pça. José de Alencar, s/n – Centro)
Quando: sexta-feira, 18, e sábado, 19
Horário: 20h
Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia e idosos)
Informações: 3101.2583
Marcos Robério 

Fonte: O Povo

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Literatura de Cordel – Especial Cultura Nordestina

Matéria da série de matérias sobre a cultura nordestina.

A literatural de cordel ficou conhecida popularmente no brasil pelas músicas ritimadas realizadas em forma de desafio entre dois ou mais músico, onde o primeiro canta versos curtos e rimados em torno de um assunto, após terminar a rima o segundo realiza o mesmo processo, e assim sucessivamente.

É de impressionar a astúcia dos cantores, a agilidade de pensamento para compor espontaneamente tantos versos criando essa poesia popular.



Selecionamos um vídeo bem humorado onde há uma demonstração do Cordel e explicações sobre essa cultura.

Você pode ver detalhes técnicos no link abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura_de_cordel

Fonte: Cultura de Qualidade 

Gilberto Freyre Melo

 O grande combatente do Racismo, Gilberto Freire, tinha dificuldades para aprender a escrever quando criança mas se tornou doutor pelas universidades de Paris (Sorbonne, França), Colúmbia (USA), Coimbra (Portugal), Sussex (Inglaterra) e Munster (Alemanha).

Gilberto de Mello Freyre, nasceu em Recife (PE) em 15 de março de 1900. Era filho de Alfredo Freyre, juiz e catedrático de Economia Política da Faculdade de Direito do Recife e de D. Francisca de Mello Freyre.

Fez seu primeiro contato com a literatura através do livro As viagens de Gulliver. Gilberto Freyre, não consegue aprender a escrever, apesar de seu interesse, fazendo notar mais pelos seus desenhos. Começa a aprender a ler e escrever em inglês com Mr. Williams, que elogia seus desenhos.
Em 1909 falece sua avó materna, que vivia a mima-lo por supor ser o neto deficiente mental, pela dificuldade em aprender a escrever.

Freyre fez carreira acadêmica, de artista plástico, jornalista e cartunista no Brasil, na Europa e nos Estados Unidos. Manteve, porém, uma grande ligação com Pernambuco, em especial Olinda e Recife.
No início dos anos 1920, estudou Ciências Sociais e Artes nos Estados Unidos. O professor Joseph Armstrong tentou convence-lo a naturalizar-se. Freyre recusou o convite por preferir o Português. Hei de criar um estilo, escreveu em seu diário.

Retornou ao Recife em 1924, mas partiu para o exílio após a revolução de 1930. Lecionou nos Estados Unidos, na Universidade de Stanford. Em 1931, viajou para Europa. Voltou ao Rio de Janeiro,em 1932, e se dedicou a escrever “Casa-Grande & Senzala ”, publicado em 1933, revolucionou a historiografia. Recusou empregos, viveu em pensões baratas, casas de amigos, até que o sucesso do livro lhe devolveu a carreira de professor.

Casou se em 1941 com Maria Magdalena Guedes Pereira. Em 1942, foi preso no Recife por ter denunciado – nazistas e racistas no Brasil, inclusive um padre alemão. Reagiu a prisão, juntamente com seu pai, o educador e juiz de direito. Por interferência do general Góes Monteiro, ambos foram soltos no dia seguinte.
Em 1946, foi eleito Deputado Federal Constituinte, pela UDN (União Democrática Nacional), sua vida política foi marcada pela ação contra o racismo. No ano de 1954, apresentou propostas para eliminar as tensões raciais na Assembléia Geral das Nações Unidas.

Gilberto Freyre recebeu diversas homenagens. Entre elas , em 1962, o desfile da escola de samba Mangueira, com enredo inspirado em Casa-Grande & Senzala.
Foi doutor pelas universidades de Paris (Sorbonne, França), Colúmbia (USA), Coimbra (Portugal), Sussex (Inglaterra) e Munster (Alemanha).

Em 1971, a rainha Elizabeth da Inglaterra, lhe conferiu o título de Sir ( Cavaleiro do Império Britânico). Passou por diversas cirurgias ( Introdução de marca passo, cirurgia de próstata, hérnia do esôfago). Em 1986, ocupou a cadeira 23 da Academia Pernambucana de Letras.

Em 18 de Abril , sábado Santo, recebe de Dom Basílio Penido O.S.B. os sacramentos da reconciliação, da Eucaristia e dos enfermos. Morre no Hospital Português, às 4 horas da madrugada de 18 de julho de 1987, dia de aniversário de Madalena. È sepultado no Cemitério de Santo Amaro.

Livros de Gilberto Freyre

  • Casa-Grande & Senzala, 1933.
  • Guia Prático, Histórico e Sentimental da cidade do Recife, 1934.
  • Sobrados e Mucambos, 1936.
  • Nordeste: Aspectos da Influência da cana Sobre a Vida e a Paisagem… ,1937.
  • Assucar, 1939.
  • Olinda, 1939.
  • O mundo que o Português criou, 1940.
  • A história de um engenheiro Francês no Brasil, 1941.
  • Problemas Brasileiros de antropologia, 1943.
  • Sociologia, 1945.
  • Interpretação do Brasil, 1947.
  • Ingleses no Brasil, 1948.
  • Ordem e Progresso, 1957.
  • O Recife Sim, Recife não, 1960.
  • Vida Social no Brasil nos meados do século XIX, 1964.
  • Brasis, Brasil e Brasília, 1968.
  • O Brasileiro entre os outros hispanos, 1975.
Fonte: Cultura de Qualidade

Antônio Frederico de Castro Alves

Conheça um pouco sobre a vida do “Poeta dos Escravos”, o abolicionista Castro Alves. Importante integrante do grupo de poetas brasileiro imortais, escritor dos mais belos poemas líricos do Brasil.

Antônio Frederico de Castro Alves, nasceu em 14 de março de 1847, na fazenda Cabaceiras em Curralinho, hoje Castro Alves, no estado da Bahia. Filho do médico Antônio José Alves e de Clélia Brasília da Silva Castro.

Perdeu a mãe quando tinha 12 anos de idade. Seu pai se casou pela segunda vez em 1862, com a viúva Maria Rosário Guimarães.

Aos 17 anos fez as primeiras poesias. Submeteu-se à prova de admissão para ingresso na faculdade de Direito do Recife sendo reprovado.
Era um belo rapaz, de porte esbelto, voz possante, dons e maneiras que impressionavam. Era sempre muito requisitado nas sessões publicas da faculdade, nas sociedades estudantis, na platéia do teatro. Ocorrem então os primeiros romances, os mais belos poemas líricos do Brasil.
A atriz Portuguesa Eugênia Câmara se apresentou no teatro Santa Isabel em 1863, sendo grande sua influencia na vida de Castro Alves.
Neste mesmo ano, a tuberculose se manifestou e ele teve sua primeira hemoptise.
Ele enfim consegue se matricular-se na faculdade de Direito de Recife.
Publicou no primeiro número de a Primavera, seu primeiro poema contra a escravidão: “A canção do Africano”.
Perdeu seu irmão, que sofria de distúrbios mentais desde a morte de sua mãe, vitima de suicídio em 1864, e o seu pai a 23 de Janeiro de1866.
Fundou com Rui Barbosa e outros amigos uma sociedade abolicionista.
Em 1866, iniciou apaixonada ligação amorosa com Eugênia Câmara, a qual duraria até 28 de agosto de 1868.

Em São Paulo ,resolveu realizar uma caçada na várzea do Brás e feriu o pé com um tiro. Disso resultou longa enfermidade, cirurgias, e o martírio de uma amputação. Os cirurgiões e professores da faculdade de medicina do Rio de Janeiro, Andrade Pertence e Mateus de Andrade, amputaram seu membro inferior esquerdo sem qualquer anestesia. Pouco tempo depois voltou a faculdade para concluir o curso jurídico.

No dia 31 de Outubro de 1869, assistiu a uma representação de Eugênia Câmara, no teatro Fênix Dramática, no Rio de Janeiro, onde a viu pela última vez, pois resolveu partir para Salvador. Tendo piorado seu estado de saúde abandonou os estudos. No inicio de 1870 seguiu para Curralinho para melhorar a tuberculose que se agravara.

Sua ultima aparição em público foi em 10 de fevereiro de 1871, numa recita beneficente. Morreu às três e meia da tarde , em 6 de julho de 1871, no Solar da família no Sodré, Salvador, Bahia. Morreu sem acabar o que se propusera o poema “Os Escravos”, uma série de poesias em torno do tema da escravidão. Era conhecido como “Poeta dos Escravos”. É patrono da cadeira 7 da Academia Brasileira de Letras.

Literatura de Castro Alves

  • “Espumas Flutuantes” (1870).
  • “Gonzaga ou a revolução em Minas ”(1875).
  • “Cachoeira de Paulo Afonso (1876)”.
  • “Vozes, D’África” e “Navio Negreiro ”(1880).
  • “Os Escravos” (1883), etc.
Em 1960 publicou-se sua obra completa, enriquecida de peças que não figuram nas obras completas de Castro Alves, editadas em 1921.
Veja também:
Principal fonte de consulta: pt.wikipedia.org/wiki/Castro_Alves

Fonte: Cultura de Qualidade

José de Alencar, maior representante da corrente literária indianista

 Saiba um pouco mais sobre a vida do político e imortal da Academia Brasileira de Letras, que causava admiração pela qualidade e tamanho de sua obra.

Da série Cultura Nordestina. Por Geraldo Gonçalves.


José Martiniano de Alencar, nascido em Messejana, na época um município vizinho a Fortaleza, no dia 1 de maio de 1829.
José de Alencar tinha o mesmo nome do pai, que tinha sido padre e depois senador, e da prima de seu pai Ana Josefina de Alencar, com quem formara uma união socialmente bem aceita, desligando-se bem cedo de qualquer atividade sacerdotal.
José de Alencar foi um jornalista, político, advogado, orador, romancista e dramaturgo brasileiro.
A família transferiu-se para a capital do império do Brasil, Rio de Janeiro, e José de Alencar, então com onze anos foi matriculado no colégio de Instrução Elementar. Fundou em 1846 a revista Ensaios Literários, onde publicou o artigo questões de estilo.
Em 1850, forma-se em direito. Começa a advogar no Rio e passa a colaborar no Correio Mercantil, convidado por seu colega de faculdade Francisco Otaviano de Almeida Rosa, e a escrever para o Jornal do Commercio os folhetins.
Filiado ao Partido Conservador, foi eleito várias vezes deputado Federal pelo Ceará. De 1868 a 1870, foi Ministro da Justiça. Não conseguiu ser Senador. Desgostoso com a política, passa a dedicar somente a literatura.
Foi o maior representante da corrente literária indianista. Cearense, com parte da adolescência vivida na Bahia, Vaidoso e sentimental, iniciou sua carreira literária em 1857, com a publicação de O Guarani, lançado como folhetim, e que alcançou enorme sucesso, o que lhe rendeu fama.
Foi casado com Ana Cochrane. Foi pai de seis filhos, inclusive Mário de Alencar, que seguiria a carreira de letras do pai.
Escreveu varias obras, entre elas o romance Iracema, o qual em 1866, Machado de Assis, em artigo no Diário do Rio de Janeiro, o elogiou calorosamente. José de Alencar confessou a alegria que lhe proporcionou essa crítica. Por escolha de Machado de Assis, é o patrono da cadeira número 23, da Academia Brasileira de Letras.
Sua imensa obra causa admiração não só pela qualidade, como pela quantidade, se considerarmos o pouco tempo que José de Alencar pôde dedicar-lhe numa vida curta. Faleceu no Rio de Janeiro, em 12 de dezembro de 1877, aos 48 anos de idade, de tuberculose.

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Sousândrade, Poeta e político importante maranhense


Um dos escritores mais originais do Romantismo Nacional, após diversos reveses na vida, veio a se tornar importante político maranhense, presidindo a comissão que redigiu o primeiro projeto da constituição Republicana do Maranhão.


Joaquim de Souza Andrade,  mais conhecido por Sousândrade , nasceu em 9 de Junho de 1833, na Vila de Guimarães, comarca de Alcântara, no estado do Maranhão. Foi escritor e poeta. Formou-se em letras e em engenharia de minas pela Sorbonne, em Paris.

Seu primeiro livro de poesia, Harpas Selvagens, foi publicado em 1857. Fixou residência nos Estados Unidos, depois de ter viajado por vários países. Nos Estados Unidos publicou sua  obra poética O Guesa Errante, que só foi valorizada muito depois de sua morte. Em 1877, escreveu; “ Ouvi dizer já por duas vezes que o Guesa Errante será lido 50 anos depois; entristeci – decepção de quem escreve 50 anos antes”. Resgatada no início da década de 1960, pelos poetas Augusto e Haroldo de Campos, revelou-se uma das mais originais de todo o nosso romantismo.

Na sua poesia, Sousândrade faz repetidas referências a uma infância feliz vivida na fazenda Vitória, onde era o único varão e o mais novo dos três filhos. Teve a felicidade interrompida quando a mãe, Maria Bárbara, por quem tinha especial carinho, morreu de tifo. Pouco tempo depois, morria-lhe o pai.

Por confiar em amigos, perdeu grande parte de sua herança. Contrariado pela perda da herança e pela morte dos pais, rebelou e viveu vida boêmia  no Rio de Janeiro. Viajou pelo Amazonas entre 1858 à1860. Casou-se no Maranhão, com Mariana de Almeida e Silva, dois anos mais velha que ele e analfabeta, pois não estudara,  mas que lhe proporcionaria respeitabilidade e bens materiais.

Em 1889, quando foi proclamada a República, Sousândrade foi nomeado Primeiro Intendente, o que equivale hoje a Prefeito, de São Luis. Presidiu também a comissão que redigiu o primeiro projeto da constituição Republicana do Maranhão.

No final da vida, Sousândrade vivia do salário de professor de Grego, no Liceu Maranhense e de aluguéis. Foi encontrado pelos seus alunos, doente em casa. Levaram-no ao Hospital Português, mantido pela Real Sociedade Humanitária, onde viria a falecer em 21 de abril de 1902, às vésperas de completar 70 anos.
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Principiais contribuições literárias

  • Poesias
  • Harpas Selvagens – 1857
  • Guesa Errante – 1866
  • Novo Éden – 1893

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Rachel de Queiroz, uma das maiores escritoras Brasileiras

Conheça a biografia de Rachel de Queiroz, professora, jornalista, romancista, cronista e teatróloga, primeira mulher a integrar a academia brasileira de letras. Uma mulher que recusou ser Ministra devido a seus ideais.

Da série Cultura Nordestina. Por Geraldo Gonçalves.


Rachel de Queiroz nasceu em Fortaleza, Ceará, no dia 17 de novembro de 1910. Era filha de Daniel de Queiroz e de Clotilde Franklin de Queiroz.

Foi Professora, jornalista, romancista, cronista e teatróloga brasileira.
Na Academia Brasileira de Letras, foi a primeira mulher a ser eleita. Assumiu a cadeira de número 5, na sucessão de Cândido Mota Filho.

Foi para o Rio de Janeiro em 1915, juntamente com sua família, para fugir dos horrores da seca. Pouco tempo depois, viajaram para Belém do Pará, onde residiram por dois anos voltando a Fortaleza, face a nomeação de seu pai para o cargo de promotor. Após um ano no cargo, ele pediu demissão e vai lecionar Geografia no Liceu.

Rachel foi matriculada no curso normal, como interna do colégio Imaculada Conceição, formando-se professora em1925, aos 15 anos de idade.

Com o pseudônimo de Rita de Queluz, estreou no jornalismo publicando trabalhos no jornal O Ceará, a qual se tornou redatora efetiva. Seu primeiro trabalho literário foi com o romance “O Quinze”.

Submetida a rígido tratamento de saúde, em 1930, face a uma congestão pulmonar e suspeita de tuberculose, a autora se viu obrigada a fazer repouso e resolveu escrever um livro sobre a seca, que falava sobre os dramas dos flagelados da mesma, vítimas da extrema pobreza e sem ter quem os orientasse sobre o cultivo da terra. O romance lhe trouxe a consagração com o prêmio da Fundação Graça Aranha.

Em 1932 casou-se com o poeta José Auto da Cruz Oliveira. No ano seguinte, nasceu em Fortaleza sua filha Clotilde.
Era integrante do partido comunista o que lhe rendeu ser fichada como agitadora pela policia de Pernambuco.
Após ter seu livro desaprovado pelo PC (Partido Comunista) porque nele um operário mata outro, Rachel abandona o partido.
Em 1939, separou-se de seu marido, e em 1940 passou a viver com o médico Oyama de Macedo.
Durante sua vida publicou varias obras e foi considerada uma das maiores escritoras Brasileiras. Recebeu em 1957, da Academia Brasileira de Letras, o prêmio Machado de Assis.
Convidada pelo então presidente do Brasil, Jânio Quadros, para assumir o cargo de ministra da educação, recusou dizendo; Sou apenas jornalista e gostaria de continuar sendo apenas jornalista.
Seu último grande sucesso literário foi Memorial de Maria Moura em 1992, que se tornou minissérie de televisão.

Morreu vítima de um infarto do miocárdio enquanto dormia, em sua casa no bairro do Leblon, na zona Sul do Rio de Janeiro, 13 dias antes de completar 93 anos. Seu corpo foi velado no prédio da Academia Brasileira de Letras, no Rio, e enterrado no mausoléu de sua família no cemitério São João Batista, em Botafogo.
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