sexta-feira, 16 de abril de 2010

Paroquiato de José Edson Magalhães Cruz-Ce (06.04.1958 a 05.09.1965)

Retalho histórico da vida religiosa de Cruz
08.04.2010

Capela
Consta digno de registro histórico, no Livro de Tombo da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição em Acaraú, a transcrição de uma carta de Dom Joaquim José Vieira, então 2º Bispo do Ceará, datada de 14 de setembro de 1885, que enaltece a pessoa de Francisco Bernardino Albuquerque, designado como instituidor pelo seu empenho na disponibilização de seus próprios recursos, bem como, na captação de mão de obra junto à pequena comunidade de Cruz, para a edificação da capela consagrada que foi a São Francisco.

No já distante ano de 1884, no vigésimo dia do mês de dezembro, a pequena capela, recém erguida, foi abençoada solenemente pelo Pe. Vicente Giffoni Patrício e com participação de pessoas vindas da Paróquia de Acaraú, onde juntamente com a comunidade local, trouxeram nesse dia, em procissão, a imagem de São Francisco de Assis que pode ser vista no altar da nave principal de nossa Matriz.

No paroquiato do Pe. Sabino de Lima Feijão foi efetuada uma grande reforma, transformando por completo a acanhada capelinha no ano de 1934 a 1938, reforma esta que foi confiada à responsabilidade de Urbano José da Silveira.

Além do empenho de Francisco Bernardino Albuquerque, há que se ressaltar a participação de Albano José da Silveira e o apoio da comunidade da bucólica e minúscula povoação, que apesar da pobreza, não se acanharam ante o grande desafio, de naquela época, edificar ainda que muito pequena, a capela que viria a se transformar em uma das mais belas e confortáveis igrejas do Vale do Acaraú.

Com uma reforma estrutural que veio a mudar por completo as feições interna e externa, mas sem fugir do plano original, que lhe confere traços de uma arquitetura colonial. Obra realizada no paroquiato do atual vigário, Monsenhor Valdery Rocha.

Paróquia
 Na então Vila de Cruz, no ano de 1943, por iniciativa do Pe. Jose Inácio Mendes Parente sonhou-se com a criação da Paróquia de São Francisco da Cruz, que teve como seu maior entusiasta, Celso Araújo, que juntamente com vários outros ilustres da época,  tomou frente da empreitada, que de certo, não seria, como não foi fácil.

No ano de 1950, o sonho de ver elevada a Capela de São Francisco a categoria de paróquia foi retomado por um grupo formado pelos cidadãos Francisco Pereira de Sousa, Miguel Albano da Silveira e Raimundo Costa Sousa, que tiveram apenas a preocupação de captar o depósito que a Diocese de Sobral estabelecia como cota, no valor de cem contos de réis, que deveria ser convertido em patrimônio para a futura paróquia.

Todavia, a situação de pobreza da comunidade era grande, que se retratava em um lugarejo com poucas casas, com um mercado público com comércio quase inexistente. A quantia se tornava ainda se tornaria mais vultosa por conta da grande seca que sobreveio no seguinte ano de 1951.

Afora isso, ainda tinha a comunidade de Caiçara, que àquela época, era bem mais “estruturada” do que Cruz, e formalizou uma comissão que pressionava o então Bispo, de saudosa memória, D. José Tupinambá da Frota, para a criação da paróquia com sede em seu território.

Cogitou-se também, no ano de 1956, por ocasião da celebração do Jubileu de Prata Sacerdotal do Pe. Sabino de Lima Feijão, o intento de elevar a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Acaraú em uma nova sede episcopal, assim, era condição primeira, a criação na região de um maior número de paróquias, o que tornou mais próximo o sonho de ver Cruz elevado a categoria de matriz.

Com as duas comunidades, Cruz e Caiçara, disputando a elevação, D. José, designou um jovem, que já naquela época, se destacava por seu espírito de liderança e disposição empreendedora nas atividades que executava como seminarista menor. José Edson Magalhães era a pessoa, que o velho Bispo encarregara da função de estudos e dinamização dos trabalhos pró-paróquia de Caiçara. Com a de Cruz, a função ficou com Pe. Sabino.

O então vigário de Acaraú, Pe. Sabino, vendo as dificuldades que o jovem seminarista, José Edson Magalhães encontraria em seu mister, principalmente no deslocamento, á época, a distante Caiçara, trabalho que de certo exigiria constante acompanhamento, sugeriu-lhe a troca das funções delegadas. No que prontamente foi aceito pelo menorista.

Sabia-se que a elevação da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Acaraú, à sede de diocese, era um sonho mais que distante, um quase devaneio do velho Monsenhor Sabino. O que estava mais próximo de ser realizado na verdade, era a criação de uma nova paróquia na Matriz de Acaraú, mesmo diante das negativas de D. Jose Tupinabá, que apontava entre outros empecilhos, a falta de padres. Entretanto, agora a situação mudara, o ano era o de 1958, ano em que o jovem seminarista, aquele que funcionou como articulador pró-paróquia acabara de ser ordenado no dia 19 de janeiro, de sorte, que ventos agora sopravam com mais força as velas do projeto de criação da paróquia de Cruz.

Era sabido que o pai do neo presbítero, Joaquim Magalhães, gozava de prestígio junto a Cúria Diocesana, tanto, que sua influência, ainda que não diretamente, pesou de sobremaneira na decisão de D. José Tupinabá, quando da criação da Paróquia de Cruz em detrimento a de Caiçara, já que era condição primeira para a elevação de uma das capelas, a disponibilidade de um padre que quisesse assumir e residir em tão pobres e ermas vilas, e, claro, que Joaquim Magalhães atuaria, como atuou, usando até mesmo como contrapartida os fortes laços de amizade que existia de muitas décadas entre seu avô Coelho de Albuquerque e D. José, para que seu filho ficasse em Cruz, próximo dos seus.

E essa foi a argumentação que os membros da comissão pró-paróquia de Cruz expuseram quando sugeriram o nome do Pe. José Edson Magalhães, para assumir a paróquia a ser criada.

É fato, que Joaquim Magalhães foi peça preponderante no convencimento do Bispo, motivando Miguel Albano e outras personalidades nesse intento. Isso se pode ser facilmente comprovado com o relato de pessoas desta nossa cidade de Cruz que foram contemporâneos desses acontecimentos e, que contam com riquezas de detalhes todo o histórico do movimento de criação de nossa Paróquia. Dentre alguns, mesmo marcados pelo peso dos anos, ainda gozando de prodigiosa memória – verdadeiros arquivos vivos que não se furtam de uma boa conversa sobre o assunto, onde eles versam pelos anais de nossa história, nos levando ao passado – repito – com tanta riqueza de detalhes, que é como se fossemos transportados para o cenário dos acontecimentos e quase que, estivéssemos lá através de suas narrativas.

Destes, podemos citar: Valci Costa, Osmundo Lopes, Isa Muniz, Iracema Vasconcelos, Dalvina Muniz, Edílson Fabião, entre outros.
Finalmente então, após quase duas décadas, no dia 17 de março do ano 1958, D. Jose Tupinambá da Frota, assinava a portaria de elevação da Capela de São Francisco da Cruz a dignidade de Paróquia.

Os fatos que se seguiram a este ato, foram os mais profícuos  de nossa história recente, que de uma maneira profunda, mudaram a vida social, religiosa e cultural de Cruz, ato contínuo da benção dos dois paroquiatos que tivemos – Pe José Edson Magalhães e Pe. Manoel Valdery da Rocha, este ainda em vigência, e, com a certeza da providencia divina, muitos anos ainda há de durar.

Paroquiato de José Edson Magalhães (06.04.1958 a 05.09.1965)
Em seu livro: Um sonhador… Um realizador, Maria de Lourdes Vasconcelos (Lurdinha), que iluminada, tão bem relata os fatos da vida de Monsenhor José Edson Magalhães. Um registro impecável, com preciosidades da vasta e riquíssima biografia de nosso primeiro vigário, dedica um capitulo inteiro, e que servirá de base bibliográfica para o capítulo deste escrito, a passagem do “semeador” à frente de nossa Paróquia.

Transcrevo na íntegra, o primeiro parágrafo da página 49 do livro supra, que relata a nomeação do então Pe. José Edson Magalhães, a saber:
“Desígnio de Deus para uns, destino para outros; a verdade é que, aos 19 de março, dia de São José, no Palácio Episcopal, à hora do Almoço, presentes o clero da cidade de Sobral, Pe Sabino de Lima, vigário de Acaraú e Pe. José Edson Magalhães, a pedido de Dom José, o Pe. Francisco Austregésilo de Mesquita, então reitor do seminário, depois bispo emérito de Afogados da Ingazeira – PE, hoje falecido, lia a portaria de nomeação, lavrada no dia anterior, do Pe. José Edson Magalhães para vigário da nova Paróquia de São Francisco da Cruz, terra de Antonio Teixeira Pinto e Francisco Rodrigues de Oliveira Magalhães, seu avô paterno”.

Então aos seis dias do mês de abril, daquele abençoado ano de 1958, em uma manhã festiva para a população da pequena comunidade de Cruz, tomava posse, em missa solene o jovem “semeador” Pe. José Edson Magalhães.

Estava começando ali, um longo processo que viria a transformar a provinciana mentalidade sócio-cultural das famílias cruzenses, presas ao paradigma de uma Igreja com moldes ainda medievais, que tinha agora, um jovem e culto padre, com a missão de fazer a “passagem” para as novas diretrizes do Concílio Vaticano II, tirando a aristocrática e inatingível figura do padre, para uma nova, com mais cara de povo, mais próxima, mais pastora…

E assim foi, o paroquiato de Pe. José Edson Magalhães – O Semeador, que se aqui fôssemos relatar tudo quanto foi idealizado e concretizado por ele, não nos seria possível um compêndio de sua ação frente a nossa Paróquia.

Paroquiato de Manoel Valdery da Rocha (12.09.1965 aos dias atuais…)
 A então pequena comunidade local, ainda ressentida com a transferência do Pe. José Edson Magalhães para a paróquia mãe de Acaraú, recebia agora com grande júbilo o jovem Manoel Valdery da Rocha, recém sagrado em ordenação sacerdotal, filho de Morrinhos, e que como experiência, apenas os sete meses em que atuou como coadjutor da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Acaraú, junto ao saudoso Mons. Sabino de Lima.

As dificuldades eram grandes, como Pe. Edson, Pe. Valdery se viu diante dos mesmos problemas: cidade pequena, paróquia paupérrima, apesar de algumas coisas terem sido iniciadas no paroquiato anterior, mas muito, muito ainda tinha que ser feito…

Vendo a deficiência primeira da comunidade, através de sua sensibilidade de educador, fundou – realizando um almejado e antigo sonho do povo cruzense – a Escola Fundamental São Francisco em 1972, que hoje, juntamente com o CEPAC – Centro Pastoral de Cruz e o convento das Irmãs Missionárias Reparadoras do Coração de Jesus, se constitui em um dos maiores complexos educacionais e de treinamento do Vale do Acaraú, com modernas e confortáveis instalações que, além da demanda do ensino fundamental, oferta ainda curso de Pedagogia em Regime Especial em convenio com a Universidade Vale do Acaraú – UVA.

Padre Valdery, é o que se pode afirmar categoricamente um incansável, um construtor, seu paroquiato até aqui de 44 anos, é pontuado por várias realizações que conferem à Paróquia de São Francisco da Cruz, um status de destaque ante a paróquias mais antigas e estruturadas da Diocese de Sobral. A antes acanhada Capela de São Francisco, do não tão distante ano de 1958, que era elevada a categoria de paróquia naquele mesmo ano, hoje, por obra e graça da tenacidade incansável de Pe. Valdery – O Realizador, desponta com referencial no Vale do Acaraú.

Dentre as tantas de suas realizações, cite-se somente algumas de maior envergadura, a saber:
- 03 grandes reformas na Igreja Matriz – 1970, 1992 com a construção da torre, 2001 – a mais completa e estrutura, que mudou por completo as suas feições tanto externa como interna;
- Construção e/ou reforma das Casas Paróquias de Cruz, Cajueirinho, Caiçara, Aranaú e Prata;
- Construção de centros comunitários em Lagoa da Volta, Medeiros, Cedro, Barrinha II, Jenipapeiro, Paraguai, Cavalo Bravo, Aroeira, Córrego do Urubu, Córrego da Forquilha, Baixio e Borges;
- Construção de Monteiros, Castelhano, Carrapateiras, Imbé, Belém, Cajueirinho I, Cajueirinho II, Morgado, Lagoa de Baixo, Barrinha, Poço Doce, Lagoa Salgada, Cedro, Aroeira, Guarda, Porteiras, Tucuns, Lagoa Velha, sendo algumas destas em andamento e, com total apoio da comunidade local;
- Construção na sede da Paróquia da Capela São João, no bairro de mesmo nome e, a Capela Velório no Cemitério São Vicente de Paulo;
- Reformas estruturantes nas Capelas de Prata, Imbé, Aranaú e primeira reforma da atual Igreja de Jijoca;
- Reformas nos cemitério paróquias de Cruz, Cajueirinho, Caiçara, Aranaú, Castelhano, Carrapateiras, Prata, Monteiros e Baixio;
- Construção do Centro Pastoral Pastoral de Aranaú e instalação da Área Pastoral, sob a coordenação das Irmãs Missionárias;
- Creche Criança Feliz;
- Rádio 06 de Abril;
- Escola Fundamental São Francisco;
- CEPAC – Centro Pastoral de Cruz;
- Casa das Irmãs Missionárias em Cruz;
- Criação e instalação da Paróquia de Santa Luzia em Jijoca;

As ações do Realizador, não se restringiram somente ao apostolado, diga-se de passagem, bastante fecundo, como também na campanha plebiscitária pela luta da emancipação política do então Distrito de Cruz, que funcionou sob sua coordenação, culminando no ano de 1985 na elevação de Cruz a categoria de município.

Conclusão
Afirmo, sem medo de erro, que sem a influência direta destas duas grandes figuras que tivemos a grata sorte de tê-los conosco, mesmo não sendo filhos legítimos desta nossa terra, entretanto, por suas ações, foram bem mais cruzenses de que muitos patrícios nossos, devotando além do zelo de seus ministérios sacerdotais a frente de nossa Paróquia, expressaram um amor desmedido que se refletiu e ainda reflete em ações que nos impulsionaram com rumo certo ao crescimento e ao estágio de desenvolvimento onde eles, em suas visões a frente de um tempo, que as condições da época conspiravam para que se tornasse esta nossa cidade, sem suas providenciais ações, igual a tantos outros vilarejos deste nosso pobre nordeste – desassistidos e abandonados à própria sorte dos meandros clientelista da forma de se fazer política nestas paragens.

Obrigado é pouco ante o grande sentimento de gratidão que devotamos às pessoas dos Monsenhores José Edson Magalhães (em memória)  e Manoel Valdery da Rocha.

Fonte: Paulo Roberlando da Silva Ribeiro

Homilia na Missa de Exéquias do Monsenhor Edson

EM DIA COM A IGREJA – Pe. Valdery da Rocha*

“…SE ISTO AO BOM LADRÃO, QUANTO MAIS A TI…”

Homilia na Missa de Exéquias do Monsenhor Edson (Matriz de Acaraú, Diocese de Sobral – 30 de março de 2010 , às 9 horas)

Convidado pelo Administrador da Diocese, Reverendíssimo Pe. Nonato Timbó, para proferir nesta Santa Missa, a homilia das exéquias de Monsenhor José Edson Magalhães concluí por me dar o direito de não recusar seu apelo, não confiado em meus pobres méritos, mas tão somente lembrado de que ele, Monsenhor Edson, há pouco tempo, havia confiado a mim a honrosa tarefa de fazer a homilia em seu Jubileu de Ouro Sacerdotal celebrado aqui, no patamar desta Igreja, a 19 de janeiro de 2008. O motivo que monsenhor Edson alegou para a escolha foi que eu o conhecia muito bem. Por ser verdade, não duvido que, se lhe tivesse sido dada a oportunidade de escolher o pregador de suas exéquias, de novo escolheria a quem conviveu com ele, estreitamente e há mais de 45 anos, e que guarda dele as melhores referências de homem dedicado à Pastoral, do homem culto, versado no conhecimento das Sagradas Escrituras, da Filosofia e da Teologia, sempre cuidadoso em se atualizar através de leituras e de Cursos que, até nestes últimos dias, freqüentava com assiduidade. Não é sem razão que, dentre nós sacerdotes, tinha em casa a melhor e mais completa biblioteca.

Aceito o convite, dei-me ao trabalho de, por respeito a ele, colocar antes no papel o que deveria falar aqui. Era para lhe ser fiel, imitando-o no seu jeito responsável, jeito que guardou até o fim, de escrever suas ricas homilias e pregações, mesmo aquelas que seriam dirigidas às comunidades mais simples de nossas paróquias.

Quem foi Monsenhor Edson? Alguém que, há mais de 50 anos, no dia 19 de janeiro de 1958, nesta Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Acaraú, pelas mãos de dom Avelar Vilela Brandão, por indicação de dom José Tupinambá da Frota, bispo diocesano, foi ordenado sacerdote tomando para si, como força inspiradora de sua missão, as palavras que o evangelista Lucas coloca na boca de Jesus, quando este quis por à prova os que queriam segui-lo: “Vai também e anuncia o Reino de Deus” (Lc. 9, 60). O jovem sacerdote, nascido aqui também, a 12 de outubro de 1931, fez de sua vida um serviço ao Evangelho.

Durante 7 anos e cinco meses na Paróquia de São Francisco da Cruz, da qual foi o primeiro Vigário, e por longos 44 anos e seis meses, na Paróquia de Acaraú, onde, com muita saúde e força de trabalho, celebrou as alegrias de seu Jubileu de Ouro sacerdotal.

O itinerário de Monsenhor Edson foi o mesmo de gerações de sacerdotes que entre nós fizeram a Evangelização. E nos acostumamos a ver, repetidamente, heroísmos em jovens que deixaram tudo para seguir o Mestre. No caminhar da sua vida, conscientemente, ele se consumiu e se entregou ao serviço do Senhor, na igreja diocesana de Sobral. E qual “vela acesa no altar do sacerdócio gastou sua vida toda para acender luzes na vida do povo de Deus.”. Gerações de crianças, de jovens, de casais novos e maduros, e de famílias inteiras poderão dar seu testemunho agradecido das sábias orientações que receberam de seu pastoreio em Acaraú e em Cruz. Uma gratidão sentida que se estende aos seus pais. A eles que o trouxeram à vida: Quincas Magalhães e dona Eulina Brandão, os dois já chamados para a Casa do Pai.

Com apenas 12 anos, nem adolescente ainda, foi o pequeno Zéedson, à semelhança de tantas outras crianças, encaminhado pelos pais ao Seminário da Betânia, em Sobral, em tempo de difícil comunicação, a 8 de fevereiro de 1944, para ali aprender os caminhos da seara do Evangelho; aprendizado que continuou até o final dos seus estudos filosóficos e teológicos no Seminário da Prainha, em Fortaleza, no final de 1957.

Quando monsenhor Edson se ordenou padre, tudo de novo que hoje temos na Igreja, ainda estava por acontecer. Atentos aos sinais do tempo, atualizado, ele buscou responder às inquietações e apelos do momento, inserindo-se de já nas orientações e projeções do Concílio Vaticano II que, em vida, ele vê, com tristeza, serem esquecidas e deixadas à margem.

Afeito à reflexão, cedo, no seu primeiro trabalho como Pároco em Cruz, percebeu a ingente tarefa de transformação que lhe competia na evangelização para aqueles dias. É o está registrado no livro de tombo da Paróquia de Cruz, escrito por ele mesmo, a 3 de maio de 1958, antes de completar um mês de sua chegada: “Ninguém pode negar que o povo da sede da Paróquia é em geral religioso. Trata-se, porém, como costuma acontecer em quase toda parte, de uma religiosidade sem fundamentos racionais. Não é o cristianismo objetivo, o cristianismo que se encontra nas páginas do Evangelho, o cristianismo do Cristo, afinal.O cristianismo vivido ou praticado pelo povo é um cristianismo engendrado ao seu gosto, indulgente, desvirtuado.”

Antecipando-se, marcou seu primeiro paroquiato pelas inovações: na preparação e execução das festas do padroeiro, desvinculando-as da preocupação com arrecadação de dinheiro; pela inclusão de leigos e leigas na evangelização direta; pela criação inusitada de equipes pastorais, com reunião quinzenal: Equipe de Influência; Equipe de Aniversário; Equipe de Enfermos; de Casais; de Liturgia; Equipe da Boa Imprensa; Equipe da Cáritas; Equipe da Catequese.

Desde cedo, nas suas reflexões em grupos ou nas homilias que pronunciava, sempre fazia, com agrado, o papel da consciência crítica da sociedade e da Igreja. Entendendo que a configuração do padre é com Cristo – Bom Pastor, foi constante numa solidariedade concreta com o povo de Deus, sem vínculos ideológicos ou interesses de política partidária. Como tal o padre será, sim, pai, irmão, amigo. Esta compreensão certamente, o impediu de tornar-se, como lhe era sugerido, um líder político, ou um mero assistente social. Mas não o dispensou de sofrer com o seu povo em dificuldade. È o que deixou registrado, já em agosto de 1958, quando, ao assumir sua primeira Paróquia (Cruz), viveu as agruras de mais uma seca nordestina: “A seca está castigando duramente o pobre povo. E nesta hora de caminhada tão exaustivamente dolorosa para o nosso Calvário, só contamos com um Cirineu: o Episcopado americano que nos manda u’a migalha de leite em pó. Não adianta bater às portas dos poderes públicos, porque aos nossos reclamos, respondem sempre com um revoltante sorriso de indiferença e de incredulidade.”.

Quem conviveu com ele sabe que, entre nós, ele foi aquele que melhor entendeu o ser do presbítero como “co-responsável” pela edificação da Igreja local como um todo. O trabalho em comunhão, também com Cristo, torna mais suaves os deveres pastorais dos presbíteros, como acenou o Evangelho: “o meu jugo é suave e meu fardo é leve” (Mt. 11 30).

É por isso que a sua ação, durante muitos anos e até a pouco tempo, como Coordenador e Vigário Episcopal neste Regional, fez desta Região Vale do Acaraú, reconhecidamente, uma das mais integradas do conjunto de Regiões que formam a Diocese de Sobral. Mérito dele.

Monsenhor Edson!  Este belo templo dedicado a Nossa Senhora da Conceição, que a sua lucidez e zelo de pastor, ao cuidar dele, durante 45 anos, conservou original, nada acrescentando ou retirando, acolhe nesta manhã de terça-feira da Semana Santa, diante de seu corpo inerte, as orações e as homenagens de seus familiares, de seus colegas sacerdotes, de seus paroquianos de Acaraú, Cruz, Jijoca, Aranaú, Caiçara e Celsolândia, das autoridades civis, de seus inúmeros amigos e amigas, admiradores de seu trabalho e de sua missão.

Monsenhor Edson! A ciência médica, sabemos, atestou que você não ouve mais, não fala mais; que seu coração parou na manhã de ontem, dia 29. Sim. Mas a fé nos anima a entender que não será demais esperar que você esteja ouvindo estas palavras, esteja vendo esta multidão de amigos que lhe prestam uma última homenagem; que não será demais esperar que seu coração mesmo se emocione com a beleza destes cânticos que tantas vezes você ajudou esta comunidade a cantar, a beleza desta liturgia que, como sacerdote e ministro do altar, você tantas vezes presidiu. Sustenta-nos esta certeza a verdade da Comunhão dos Santos, a verdade do Evangelho de João quando diz: quem crê em mim, ainda que esteja morto viverá. Se isto não basta, socorra-nos a razão a palavra que Jesus, no Evangelho de Lucas, o cantador das misericórdias de Deus disse ao bom ladrão, na cruz. “Ainda hoje estarás comigo no Paraíso” (Lucas 23,43). Se isto ao bom ladrão, quanto mais a ti que testemunhaste  Cristo na terra, a ti que pediste fosse o teu corpo guardado nesta Igreja de Nossa Senhora da Conceição, aos pés do Coração de Jesus, a ti que foste amante da justiça e colocaste o melhor de tua atividade pastoral a serviço dos injustiçados e excluídos  da sociedade, os quais animaste nas diversas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs).

Monsenhor Edson, que pena que você nos deixou! Ficará o testemunho da tua amizade expresso na camisa que vestias ontem em tua caminhada matinal: “amigo é coisa para se guardar no lado esquerdo do coração…”. Não sei se você deixou anotado no livro de Tombo da Paróquia uma auto-avaliação do seu pastoreio em Acaraú. Mas, posso afirmar, em nome dos que te conheceram e viveram ao teu lado, que, com muita legitimidade, poderias anotar também como tuas, as palavras que São Paulo, sobre si mesmo, escreveu a Timóteo, as quais ouvimos na primeira Leitura desta Missa “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé” (2 Tm 4,7).

Apenas abristes, domingo último, as solenidades da Semana Santa em tua comunidade religiosa, com a Festa dos Ramos, e Deus te convida para participares da Ceia do Senhor da Quinta-feira Santa, na outra vida, como vem sugerido no Evangelho de Lucas 22, 16: … “até que ela se realize no reino dos Céus”. Calvários já os tiveste pelo teu zelo pastoral desde os inícios do teu pastoreio em Cruz, na seca de 1958, calvários já os subiste pela tua sensibilidade humana de que eras ricamente dotado, quando não pelas agruras que tiveste de suportar em razão da maldade e da malícia humanas. Agora é a Ressurreição. A Páscoa. 

Monsenhor Edson! Em tua vida testemunhaste a Palavra que proclamaste. Agora que o Senhor te chamou para junto de Si, podes ir ao seu encontro e ouvir dele estas palavras: “Servo bom e fiel, entra na alegria do teu Senhor” Mateus, 25,21). Nossa Senhora da Conceição, Mãe de Jesus, o Salvador e Mãe da Igreja, te receba e te recomende a Ele. ‘O coro dos anjos te receba e com Lázaro, o pobre de outrora, possuas o repouso eterno” (Ritual católico de exéquias).  Amém.

* Professor do Instituto de Teologia e Pastoral (ISTEP) e Pároco de Cruz.

Fonte: Jornal Correio da Semana

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Pe. Robson Cabral - Acarauense


João Robson Cabral nasceu no dia 01 de junho de 1982, às 11:30 da manhã, em Fortaleza. Filho de Maria Marlene Cabral. Foi criado a partir dos 20 dias de nascido, em Acaraú, pelo casal Maria Zilma de Paulo e Manoel Rodrigues Cabral. Ela, sua tia segunda, a quem chama de mãe e ele a quem chama de avô. Recebeu o batismo no dia 22 de agosto de 1982 na igreja matriz de Acaraú.

Iniciou seus estudos primários na extinta LBA – Legião Brasileira de Assistência. Depois fez o ensino fundamental I na Escola Eulina Magalhães. Em seguida sua mãe o transferiu para a escola Tomaz Pompeu de Souza Brasil, onde concluiu o ensino Fundamental II e o ensino Médio, encerrando assim a educação básica.

Aos dez anos de idade fez sua primeira eucaristia na referida matriz, auxiliado pelas catequistas vizinhas de sua residência aos 28 de novembro de 1992. Aos 16 anos com certo engajamento na Pastoral da Juventude do Meio Popular, recebeu o sacramento da Crisma no dia 28 de agosto por Dom Aldo, bispo de Sobral na época.

Em 1999 trabalhou com estagiário no Banco do Brasil através do Centro Integrado Empresa Escola – CIEE. Em 2000, concluído o ensino médio, ingressou no Seminário propedêutico de Sobral acolhido por Pe. Eudes, Reitor naquele tempo. Morando 04 anos em Sobral, Robson licenciou-se em Filosofia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA. Apresentou monografia com o tema: Sobre o discurso da desigualdade entre os homens na perspectiva de Jean-Jacques Rousseanu. No ano seguinte viajou para Fortaleza onde se bacharelou em Teologia, pelo Instituto Teológico Pastoral do Ceará- ITEP, ao fim do curso apresentou monografia com o tema: Sobre a Teologia da Eucaristia na Perspectiva de José Aldazábal. Ao longo deste período teve a oportunidade de fazer alguns cursos de extensão: Religião e Política no Oriente Médio pelo ICRE – Instituto de Ciências Religiosas, Turismo de Inclusão, e Violência, Segurança e Direitos pela fundação Demócrito Rocha.

Fez estágio pastoral na paróquia de Santana do Acaraú do dia 04 de agosto de 2008 a 12 de abril de 2009. Ordenado Diácono em 19 de março do mesmo ano na catedral de Sobral. Reside na paróquia de Acaraú, onde foi ordenado presbítero

Pe. Denilson de Sousa - Acarauense


Antônio Denílson de Sousa é o quarto filho (de um total de cinco) da união entre Maria Librada de Sousa (Amontada) com Manoel Carneiro de Sousa (Acaraú). Nasceu na segunda-feira do dia 21 de setembro do ano de 1981 em Acaraú.

Começou a fazer parte da grande família cristã do Batismo no dia 06/11/1983, aos 2 anos de idade. Seu Batizado, Primeira Eucaristia e Crisma foram realizados pelo pároco de Acaraú, Monsenhor José Edson Magalhães. Seus padrinhos de Batismo são Maria Márcia de Sousa Teixeira (In Memoriam) e Gutemberg Francisco Felipe Rocha e Joana D’Arc (Apresentação). Ao crismar-se escolheu como padrinho José Teúnas que foi seu monitor de Crisma. Desde criança, 11 anos, participou do grupo de coroinha, de onde surgiu seu desejo de conhecer mais de perto a vida vocacional.

Por estudar em colégio religioso – Colégio Virgem Poderosa, Acaraú-CE – desde cedo passou a ser observado pela irmã Anunciação que o incentivou a descobrir seu chamado. Estudou desde os estudos iniciais até o 2ºano do Ensino Médio no Colégio das irmãs Cordimarianas, local onde recebeu auxilio na formação humana e religiosa.

Neste intervalo trabalhou no Cartório de 1º Oficio Maria Honorata Carmo. No ano 2000, ingressou no Seminário Diocesano São José. Concluindo os estudos no Colégio Sobralense (Sobral-CE) no mesmo ano. Em 2001 iniciou seus estudos filosóficos. Em 2004, com o propósito de concluir seus estudos filosóficos e cursar uma pós-graduação (ética e sociedade), passou a morar no Acaraú, onde lecionou como professor temporário do Estado e substituto na prefeitura, retornando ao Seminário de Teologia em Fortaleza em 2005.

No primeiro semestre de 2008 concluiu seus estudos Teológicos e partiu para seu estágio na cidade de Cruz (agosto de 2008 a 14 de janeiro de 2009). Em seguida foi transferido à paróquia de Aracatiaçu, (hoje área pastoral) que com a Graça de Deus passará a ser Paróquia. No dia 19 de março recebeu a ordenação Diaconal, onde pôde exercer seu primeiro grau da ordem em Taperuaba.

Agora, neste dia dedicado a São Bento, dia 11 de julho, foi ordenado presbítero para melhor realizar e continuar sua missão na terra de missão protegida pelo manto de Nossa Senhora do Carmo – em Taperuaba.

Mons. José Edson Magalhães-Grande consternação popular e homenagens

Publicado no Jornal Correio da Semana-Diocese de Sobral
11 de abril de 2010

Faleceu na manhã de segunda-feira, às 7h45, dia 29/03/10, Monsenhor José Edson Magalhães, pároco de Acaraú, vítima de ataque cardíaco. O corpo foi velado na Matriz de Nossa Senhora da Conceição, em Acaraú-CE, onde Monsenhor Edson Magalhães exercia seu ministério, há quase 45 anos. O sepultamento foi às 12h, na própria matriz de Acaraú, fiéis se aglomeraram para dar o último adeus.
A missa de Exéquias foi concelebrada por Pe. Raimundo Nonato Timbó, pároco de Ipu e Administrador Diocesano, juntamente com a presença de 38 padres da diocese.

A reportagem do Jornal Correio da Semana e da Rádio Educadora do Nordeste de Sobral estiveram presentes nas despedidas, na missa de Exéquias do Monsenhor José Edson Magalhães, na cidade de Acaraú.. O jornal entrevistou alguns representantes do clero sobralense e autoridade local:
Pe. Raimundo Nonato Timbó de Paiva, Pároco da paróquia de São Sebastião-Ipu e Administrador da Diocese de Sobral: “Monsenhor Edson Magalhães prestou à igreja um grande serviço. Teve uma dedicação integral. Foi um animador das pastorais. Um amigo. Especialista em amizade. Amigo dos cinco bispos que Sobral já teve. Sua amizade foi muito grande com os colegas padres. Ele era a pessoa que a gente chamava, não só nos momentos de alegria, mas nos momentos de dificuldades. Era nosso conselheiro pela forma sensata que ele tinha de avaliar as coisas”. O seu senso crítico, o compromisso que ele passava pra gente continha o ideal de igreja comprometida com a causa dos pobres. Monsenhor Edson carregou consigo toda esta bagagem de tanto bem que ele fez e tanta caridade. Deus, com certeza saberá, recompensá-lo, por tanto bem que ele prestou ao povo de Deus, através de nosso senhor”.
Cônego Gonçalo de Pinho Gomes, Pároco da paróquia de N. S. da Conceição, Igreja da Sé-Sobral: “A gente lamenta profundamente a partida do Monsenhor Edson. Ele era um homem experiente. Um grande sacerdote de nossa diocese. Dedicou sua vida ministerial, sacerdotal à região do Acaraú. Sendo o primeiro pároco da igreja de Cruz, sendo depois nomeado para a paróquia de Acaraú, onde passou mais de 40 anos. Lamentamos sua partida, mas isso é o processo de nossas vidas. Deus o chamou e esperamos que ele esteja na glória de Deus, partilhando da felicidade dos mais justos, dos santos. Monsenhor Edson era uma pessoa que tinha um círculo de amizade profundo  por seu gesto acolhedor”.

Pe. Manoel Valdery da Rocha, Pároco da paróquia de São Francisco-Cruz: “É uma oportunidade muito significativa. Nós, padres, estamos aqui reunidos para prestar não só, a solidariedade à família do monsenhor Edson, mas ao povo de Acaraú, por seu falecimento. Como também prestar nossa homenagem a ele, por ter sido muito importante na caminhada pastoral da diocese. Conheci suas ideias, suas missões e o interesse que ele tinha em que a diocese fosse um caminho vivo, capaz de representar muito bem o percurso do caminho no meio de nós. Nós, padres, nos sentimos de certa maneira órfão, pois o Monsenhor representava para nós um aconchego, além de amigo, alguém que pensava à frente para poder nos orientar naquilo que achava mais certo. Sentimos a perda. Que ele interceda por nós, junto ao nosso criador”.

Pe. Francisco de Assis M. Rocha, Assessor de Comunicação da Diocese de Sobral: “Pe. Edson fez um trabalho renovador. Renovou sua paróquia. Fez um grande trabalho na sede e na área rural. Sua partida foi uma perda muito grande. No período das festas, os temas eram elaborados pelas comunidades. Esperamos que o novo padre dê continuidade à missão de Jesus, da maneira como Pe. Edson trabalhou no tempo que esteve à frente da paróquia de Acaraú”.

Pe. José Edmilson Eugênio Nascimento, Pároco de Alcântaras e Administrador da Santa Casa de Misericórdia de Sobral: “Pe. Edson Magalhães teve uma história religiosa brilhante na diocese de Sobral. Considerado o patriarca da paróquia de Acaraú. Acompanhou várias gerações. Formou a consciência religiosa católica e cristã de grande número de pessoas. Hoje, se despede de sua paróquia, do seu povo e da diocese de Sobral. Deixando muitas saudades e muito sentimento cristão”.

Pe. José Lucione Queiroz Holanda, Pároco da paróquia de Santa Quitéria: “Hoje, nós nos encontramos com o sentimento humano triste, mas com o espírito alegre, tendo em vista essa entrega total. Por tudo o Monsenhor Edson Magalhães fez pelo povo de Deus, hoje se encontra contemplando face a face o rosto do próprio Deus, em nome do qual tantas vezes ofereceu sacrifícios para a igreja diocesana. É uma perda humana física, mas ao mesmo tempo é mais um que intercede por nós, junto à glória de Deus”.

ARQUIDIOCESE DE OLINDA E RECIFE

Olinda, 29 de março de 2010.

Caríssimo amigo

Padre Raimundo Nonato Timbó de Paiva

Administrador Diocesano de Sobral

Foi com sentimento de pesar que tomei conhecimento do repentino falecimento do nosso querido irmão Mons. José Ednon Magalhães.

Durante os anos em que estive à frente da querida Diocese de Sobral, sempre tive no Pe. Edson, como gostava de ser chamado, a imagem de: amigo fiel, conselheiro sábio e verdadeiro companheiro das horas doces e amargas. Admirava muito sua visão de Igreja comprometida com os pobres, além do seu ardor missionário.

Ele parte para a casa do Pai, exatamente no início da Semana Santa, que culmina com a celebração da vitória de Cristo sobre a morte. Na plenitude, desfruta agora da visão de Deus e será mais um a interceder por nós.

É esta verdade de fé que nos consola, no momento em que somos privados da presença de alguém que tanto amamos.

Apresento meus mais sinceros sentimentos aos seus familiares e amigos, queridos paroquianos e irmãos presbíteros. Todos são convidados a fazer, de bom grado, um ofertório deste irmão e conservar no coração seus ensinamentos e bons exemplos.

Aproveito para desejar a todos uma feliz e santa Páscoa.

Sempre unidos pelos laços de amizade e pelo dom da Fé,
Dom Antônio Fernando Saburido, OSB – V Bispo

Diocesano de Sobral e Arcebispo de Olinda e Recife

Fonte: Jornal Correio da Semana