sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
Patativa do Assaré
Raquel de Queiroz - A historia de quem nos contou muitas historias
Cearense - Padre Cicero Romao Batista
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Padre Ibiapina o Apóstolo do Nordeste
José Antônio Pereira Ibiapina, nasceu em 1806, no povoado de São Pedro de Ibiapina, região de Sobral, filho de Miguel Ibiapina, um dos participantes da Confederação do Equador, fuzilados no Passeio Público. Após os acontecimentos de 1825, Ibiapina, órfão, recebeu ajuda de José Martiniano de Alencar e se dirigiu a Pernambuco, onde se bacharelou em direito.
Cidade de Sobral, região onde em 1806 nasceu o Padre Ibiapina (foto IBGE)
Na década de 1830, foi eleito pelo Ceará deputado geral do Império (1834-37) e juiz de direito em Quixeramobim (1834-35). Sofreu, contudo, uma grande desilusão amorosa: a noiva, Carolina Clarence (filha de Tristão Gonçalves), com que planejava casar-se, o abandonou e fugiu com um primo.
Ibiapina começou a se desentender com o então presidente cearense, senador José Martiniano de Alencar, ao recusar-se a promover, como juiz, as perseguições políticas e pessoais pretendidas pelos liberais. Posteriormente, Antônio Ibiapina abandonou a magistratura e a política, decepcionado com as injustiças que presenciava.
Em 1938 passou a residir em Recife, dedicando-se à advocacia. Em pouco tempo se notabilizou na profissão, ganhando fama de defensor dos pobres. Levava uma vida reservada, profundamente católica.
Em 1853, aos 47 anos de idade, o sobralense decidiu dar novo rumo à sua vida e ordenou-se padre pelo Seminário de Olinda, trocando o sobrenome Pereira pelo nome de Maria, em homenagem à Virgem Mãe de Deus. Sensibilizado com o sofrimento dos humildes, passou a percorrer os sertões de Pernambuco, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte e Piauí, como missionário e realizando obras em mutirão – açudes, poços, cacimbas, capelas, igrejas, cemitérios – para atenuar o sofrimento e o abandono do povo do sertão nordestino.
Multidões escutavam e seguiam o pregador, os sertanejos consideravam Ibiapina um homem santo, atribuindo-lhe milagres e curas.
Uma das Casas de Caridade criadas pelo Padre Ibiapina, localizada no Crato, ao lado da Rádio Educadora do Cariri. Uma estátua homenageia e lembra o seu fundador (foto do Diário do Nordeste)
O padre construiu as famosas Casas de Caridade, que se destinavam a servir de escolas para as filhas de famílias ricas, de orfanato para as crianças mais pobres, e ainda de centro profissional e hospital. Criou também a Irmandade da Caridade, composta por mulheres leigas, beatas vestidas com hábitos e que faziam votos de castidade e pobreza, renunciando aos prazeres do mundo. Essas beatas trabalhavam nas casas de Caridade. Ibiapina acabaria entrando em rota de colisão com a alta cúpula da Igreja Católica.
Casa de Caridade de Santana do Acaraú Foto http://memorialdasenhorasantana.blogspot.com
As mudanças operadas na organização eclesiástica em decorrência da romanização afetaram o relacionamento entre os padres e os paroquianos no Nordeste. A igreja aumentou o número de dioceses, colocando-as sob a administração de sacerdotes paulistas, mineiros ou estrangeiros, elementos estranhos ao universo cultural e social dos sertões.
O Ceará foi uma área marcada profundamente pela romanização. A criação da diocese local em 1854 coincidiu com o período inicial de tal processo. No ano de 1861 foi nomeado o primeiro bispo da província, Dom Luís Antônio dos Santos. Este se voltou totalmente para a doutrinação romântica dos novos clérigos. Em 1864 fundou o Seminário da Prainha, em Fortaleza, chefiado pelos padres lazaristas franceses, uma ordem confiável e obediente ao Vaticano, que tinha entre outras funções, o controle do misticismo popular, que tinha então como figura máxima o padre Ibiapina.
Seminário da Prainha em 1905 (arquivo Nirez)
Este acabou advertido pelo bispo D. Luís, sendo obrigado a entregar as Casas de Caridade e as Irmandades da Caridade ao controle episcopal, e a deixar o Ceará. Ibiapina foi para a Paraíba, onde continuou seus trabalhos missionários pelo Nordeste, até falecer naquela província, em 19 de fevereiro de 1883.
Suas práticas marcaram profundamente os corações sertanejos e influenciaram outras importantes lideranças religiosas, como Padre Cícero e Antônio Conselheiro.
Fonte:
História do Ceará, de Aírton de Farias
Fonte: Blog Ceará em Fotos
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Cearenses notáveis ganham documentários
Nos dois projetos, personalidades cearenses que ajudaram a formar parte da cultura cearense relatam suas vidas em caráter documental. O “Memórias Centenárias Cearenses” reúne depoimentos de 10 cearenses notáveis. A ideia do projeto é criar um acervo audiovisual sobre a memória cultural do Estado, através da gravação em vídeo e registro fotográfico destas personalidades do universo da cultura erudita e popular do Ceará.
Já o “Histórias MIS” é uma série composta por quatro livros, contemplando entrevistas com 23 personagens, entre historiadores, filósofos, coreógrafos, poetas, escritores, pesquisadores, radialistas, jornalistas, cantores, atores e dramaturgos. Como testemunhas de vários acontecimentos importantes, essas pessoas constituem uma rica fonte histórica viva de grande parte do que aconteceu por estas terras nas últimas décadas.
“O “Memórias Centenárias” contempla o pessoal mais velho e o Histórias MIS é com personalidades um pouco mais jovens. As pessoas vão conversando e contando sua própria história”, explica o diretor do MIS, Miguel Ângelo de Azevedo, o Nirez. Segundo ele, a importância maior dos projetos é a oportunidade de conhecermos as diferentes histórias sob o ponto de vista de quem realmente as presenciou, sem intermediações. “O importante é que é o protagonista que está falando”, destaca.
As iniciativas têm caráter contínuo. Todos os anos o MIS realiza diversas pesquisas e entrevistas com profissionais de diferentes campos, para serem posteriormente disponibilizadas para o público em diferentes mídias. Nirez diz que um dos fatores que contribuem para a qualidade do material final é o fato de os entrevistadores serem também pessoas que conhecem o contexto de vida dos entrevistados. Por exemplo, a entrevista com o artista Nilo Firmeza, o Estrigas, foi conduzida pela socióloga e professora Kadma Marques. O poeta e pesquisador Sânzio de Azevedo entrevista o advogado e estudioso da música Sinésio Lustosa.
“Difícil foi encontrar alguém que conhecesse a área do Valdemar Caracas, porque ele fez um monte de coisa. Ajudou a fundar o Ferroviário, foi radialistas, vereador...” diz Nirez, com bom humor, sobre o senhor de 104 anos, que teve mais de dez profissões e é um dos símbolos do Ferroviário Atlético Clube. Nirez frisa que, além das entrevistas, outro aspecto importante é o material que essas pessoas reúnem, sobretudo muitas fotografias antigas, que contribuem para o enriquecimento do acervo que conta a história do Ceará através de imagens. (Marcos Robério, Especial para O POVO)
SERVIÇO
Lançamento do projeto Histórias MIS
O quê: série de quatro livros biográficos sobre personalidades cearenses
Onde: Museu da Imagem e do Som (Av. Barão de Studart, 410 – Meireles)
Os livros poderão ser adquiridos gratuitamente no local
Programação
Exibição de documentários do projeto Memórias Centenárias Cearenses (início sempre às 18h30min, no auditório do MIS)
Hoje (22/11)
Adísia Sá
24/11
Hugo Bianchi
29/11
Vicente Hoslan
1/12
Orlys Vasconcelos
6/12
Valdelice Girão
terça-feira, 27 de setembro de 2011
Cearenses participam da Feira Internacional de Artesanato em Porto Velho
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
Ser cearense é isso aí
Cearense não sobe na árvore… ele se trepa no pé de pau!
Cearense não vai embora… ele pega o beco!
Cearense não bate… ele mete a pêia!
Cearense não bebe um drink… ele toma uma!
Cearense não joga fora… ele rebola no mato!
Cearense não discute… ele bota boneco!
Cearense não é sortudo… ele é cagado!
Cearense não ri… ele se abre!
Cearense não brinca… ele fresca!
Cearense não toma água com açúcar… ele toma garapa!
Cearense não exagera… ele alopra!
Cearense não percebe… ele dá fé!
Cearense não vigia as coisas… ele pastora!
Cearense não sai apressado… ele sai desembestado!
Cearense não dá volta… ele arrudêia!
Cearense não serve almoço… ele bota o dicumê na mesa!
Cearense não é distraído… ele é avoado!
Cearense não faz barulho… ele faz zuada!
Cearense não acompanha casal de namorados… ele segura vela!
Cearense não é rico… ele é estribado!
Ser cearense é ser único!
Ser cearense é ser único. Ô orgulho véi besta...
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Rachel de Queiroz: Paisagens da Vida Inteira é aberta hoje no Mauc
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Um apanhado da vida e obra da escritora cearense, morta em 2003, encontra-se em cartaz até 3 de junho (CHICO GADELHA, EM 12/9/1998) |
quinta-feira, 28 de abril de 2011
Casos e curiosidades da Cidade com Nirez
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(ÍGOR DE MELO) |
O jornalista, pesquisador e historiador cearense Miguel Ângelo de Azevedo (Nirez) fará palestra hoje (28), às 19h30min, no Espaço Cultural Porto Freire (Parque Del Sol).
sábado, 23 de abril de 2011
Chico Anysio volta a trabalhar após 3 meses internado
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Foto: Dilvulgação |
O ator esteve nos estúdio da Rede Globo para gravar o humorístico "Zorra Total". Ao final da gravação, foi aplaudido por todos os presentes.
Em cenas para o programa, Chico reviveu os momentos de sua clássica personagem Salomé. No quadro, conversou, por telefone, com a Presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, em um bate-papo de mulher para mulher.
A atração com o humorista vai ao ar neste sábado, 23.
Fonte: O Povo
quinta-feira, 14 de abril de 2011
Chico Anysio – 80 anos, 15 filmes
Fonte: Blog de Cinema-Diário do Nordeste
terça-feira, 12 de abril de 2011
Maranguape do humor
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(FOTO SARA MAIA) |
A cidade vira um burburinho quando o festival acontece. As apresentações em escolas, praças, na rodoviária e no mercado, as exibições de filmes de comédia no Teatro Pedro Gomes de Matos, as palestras educativas nas escolas contribuem para essa movimentação. Em 2010, a população pode ainda participar de oficinas de Caricatura, Charge e Cartum, ministrada por Weaver Lima; Criação de Personagem, por Bené Barbosa (Papudim); Expressão do Riso, por Karla Karenina (Meirinha); e Confecção de Adereços para Humor com Sucata, ministrada por Ana Alice.
Chico foi o homenageado da abertura da segunda edição, com troféu levando seu nome. E quando o nome de Chico Anysio é lembrado, sua participação no festival logo vem à tona em Maranguape. A Praça Capistrano de Abreu ficou lotada, de homem, menino e mulher. Uma festa só.
Fonte: O Povo
Chico Anysio recebe homenagem com humor
Apresentação do Dia do Humorista na Praça do Ferreira, em 2010 (DIVULGAÇÃO) |
Esse já é o oitavo ano que a Associação do Humoristas, da qual Jader é presidente, organiza a semana. Serão sete dias, de hoje ao dia 18, de muita risada. Hoje a brincadeira começa na Praça do Ferreira, às 16 horas, com mais de 40 humoristas se revezando até as 21 horas (a programação também faz parte das comemorações aos 285 anos de Fortaleza). Na quarta-feira (13) em diante eles fazem graça nas outras regionais, da I à IV. Desta vez, apenas cinco apresentações, e mais tempo para desenvolver o show (todos começam às 19 horas e seguem até as 22 horas).
Dia 28 – o tal Dia da Sogra – também entra na programação: no Teatro Chico Anysio, do qual Jader é diretor, 10 humoristas contarão apenas piadas sobre a sogra. “Nós não exigimos, mas orientamos que de que as pessoas tenham cuidado, é um espaço aberto, espaço público”, detalha Jader sobre piadas a serem contatas ao longo do evento. As tais orientações tomaram lugar nos encontros da Associação, toda segunda-feira, no teatro Chico Anysio, de já 20 anos. Os galanteios, portanto, durante a semana, levariam em conta as crianças, os idosos, as diversas crenças etc., presentes na plateia. “Mas não é uma obrigação”, ressalta o presidente.
O Teatro Chico Anysio, onde funciona o Escritório do Riso, no Benfica, é um dos polos agregador de humoristas, segundo Jader Soares, que interpreta o Zebrinha. “É lá que se reúne a produção para escolher os humoristas que vão pro Show do Tom (Record), pra Rede Globo”. Ainda este ano, prevê Jader, será inaugurado o museu do Humor Cearense, em julho. (Júlia Lopes)
Quanto: Acesso livre
Mais informações: (85) 3255 8300
Hoje (12)
Praça do Ferreira, Centro
De 16h às 21h
De 19h às 22h
De 19h às 22h
De 19h às 22h
De 19h às 22h
De 19h às 22h
De 19h às 22h
O ninho de Chico
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Chico Anysio deixou Maranguape com oito anos, mas sua fama Brasil afora impregnou a cidade de lembranças e histórias (FOTO SARA MAIA) |
Do outro lado da rua, o velho Gerardo Dias de Souza, já agora com a vista turva e escurecida, descreve aquele tempo, quando o irmão mais velho de Chico Anysio, Elano de Paula, levava os meninotes todos na caçamba da camionete. Era fim dos anos 1930, não seria apenas uma carroça? A pergunta fica sem resposta. Com 83 anos recém-feitos, o retrato que guarda dos vizinhos é de pura presepada, marmota, mungango, gaiatice. Na cadeira posta à porta de casa, rodeado pelas muriçocas, ele fala das muitas visitas que a casa recebia, da vida que pulsava ali, dos cafés da tarde. “Era um pagode mais lascado do mundo”.
Há quem diga que Capistrano tenha batido uma bota na outra para dali não levar nem a poeira. E que Chico Anysio tenha feito o mesmo. À primeira pergunta da reportagem, se seu Chico Façanha, dono de mercadinho de frente para uma praça, conheceu o xará, ele responde de pronto: “Mas preferia não ter conhecido”. E deu a falar de como o humorista não faz nada pelo Maranguape. “Minha madrinha é até tia ou prima dele, a dona Maria Paula. É um bom artista, mas poderia fazer algo pela terra natal”. O segurança Francisco Augusto, 66, reconhece o conterrâneo por ter feito história. “Acho ele engraçado, tem muitos personagens, todo mundo conhece”.
Os recentes problemas de saúde fizeram Chico Anysio sair de cena. É a esposa dele, Malga di Paula, quem dá conta da saúde do humorista, pela rede social Twitter: está preparando “algo especial para ele”. Não especificou qual seria a surpresa. Mas garantiu: “Claro que vamos comemorar durante todo o ano”. Lá em Maranguape, há quem faça a previsão: próximo busto de praça – das muitas que Maranguape tem – é dele. Muito justo!
Após passar 110 dias internado, entre dezembro de 2010 e março de 2011, quando passou por uma angioplastia e sofreu uma pneumonia, Chico Anysio volta para casa e dá início ao processo de recuperação. Recebeu familiares e amigos, mas não voltou para suas atividades. É nesse contexto que ele comemora hoje 80 anos.
Um recomeço para Chico
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Chico Anysio: "Estou bem, fazendo fisioterapia para o músculo me segurar, comendo tudo, só me falta andar, porque as pernas ainda estão fracas. Quatro meses de cama é uma lenha!" FOTOS: FOLHA PRESS |
Ficou até nervoso. "É cajá?" Ergueu-se um pouco da cadeira de rodas, espichou com o rabo do olho e repetiu desconfiado. "É Cajá? Cajá mesmo?". Afastou a sonda do nariz e foi comendo cajá e quebrando com o dente a casquinha da pitomba. Enquanto roía o caroço, bem devagar e com cara de criança levada, ria-se dos porquês das frutas não estarem tão frescas e até um pouco amassadas. "Imagino a aventura de vir de tão longe cuidando desse pacote tão grande, menina", disse com carinho, cheirando as atas, goiabas e acerolas que também foram de presente para minimizar a saudade da terrinha.
O torcedor
"Estou sabendo que no Ceará todos estão torcendo por minha saúde", entrecortou Chico, com voz grave. "O Ceará é sempre querido, sempre faz parte dos meus planos. Acho Fortaleza uma cidade divina, sem contar que as praias são insuperáveis. O único problema de lá é o Ferroviário...Ferrim, meu time do coração, podendo me dar essa alegria! Se eu acertasse na mega-sena, ajudava o Ferrim".
Quando falou no Ferroviário, deu para sentir um certo pesar. Chico murchou na cadeira. Até pensei que viesse uma brincadeira, mas ele emendou. "Eu, criança, meu pai presidente do Ceará, e eu torcedor do Ferrim, sozinho lá em casa... O único da família que não torce Ceará sou eu". E apareceu na testa aquela tez enrugada, que todo torcedor fanático-amargurado-desesperançoso tem. E acho que ele estava falando sério mesmo!
Com sonda e oxigênio a reboque, Chico está com movimentos lentos, mas a voz continua a mesma...o vozeirão de sempre. E o corpo cansado não corresponde à avidez por se expressar, denunciadas por alguns instantes de olhar firme.
"Estou bem, fazendo fisioterapia para o músculo me segurar, comendo tudo, só me falta andar, porque as pernas ainda estão fracas. Quatro meses de cama, dois meses só de UTI, é uma lenha! E sem poder beber água? Só tomava oito pingos na boca. É isso, entrei na quarta vida, agora só me restam três", diz sorrindo com o canto da boca.
A celebração
Feliz aniversário, ´Amado Mestre´! E Chico se apruma na cadeira quando vê saindo mais presentes da sacola. Dessa vez, duas imagens advindas do município de Canindé, especialmente para nosso gênio do século XX. Na primeira caixa veio São Francisco de Assis, xará e seu santo de devoção, devidamente trajado em tecido de saco tingido de marrom, com terço ornando o corpinho de 30 centímetros e claro, o cordão amarrado na cintura.
A amiga inseparável, Santa Clara, mais linda ainda, veio em outra caixinha do mesmo tamanho, com o hábito marrom também de saco, mantilha preta na cabeça, tercinho no corpo, igualzinho aos trajes das Irmãs Clarissas, que vivem enclausuradas e em contemplação no Mosteiro do Santíssimo Sacramento, e que são responsáveis pela estilização das imagens.
Chico colocou as duas mãos no peito, meio rindo, meio emocionado, e ouviu atento à narração da "via sacra" que o casal de santos percorreu até chegar às suas mãos, no belo apartamento de varanda envidraçada de ponta a ponta, com vista belíssima para a Lagoa da Barra, lugar onde mora há pouco mais de um ano com a mulher, Malga di Paula.
"Essas imagens são produzidas dentro do Convento das Irmãs Clarissas", expliquei. "Por sorte, ficamos sabendo que duas freiras vinham de Canindé para Fortaleza na quarta-feira, 6, dia seguinte ao senhor ter confirmado por telefone que poderia me receber para uma visita de aniversário no sábado à tarde, dia 9". E ele comendo pitomba. "Elas chegaram às cinco da manhã, trouxeram a encomenda de seus presentes, juntamente com esse CD de músicas sacras, e mandaram dizer que sua saúde está na intercessão da clausura. Depois as deixei em um hospital ali, na Aldeota, motivo pelo qual estavam na Capital".
"Você se livrou de um peso danado agora... Que aventura! Mas obrigado, obrigado por tudo, pelas frutas, CD, imagens, livros, pela lembrança, obrigado mesmo".
O fumo
"Chico", indago, logo depois de Malga encerrar a conversa e dar o sinal para que as enfermeiras afastem a cadeira de rodas para trás, onde ele retomaria a conversa com Daniela Escobar, "minha vizinha do 15", brincou Chico, a atriz que também estava lá de visita. "Chico, sei que, por diversas razões, o senhor não pode conceder entrevista, mas preciso saber se o senhor acredita que tudo isso que está acontecendo tem a ver com cigarro?"
"Se eu acho? Eu tenho certeza! Tudo isso que eu passo é por conta do cigarro. Se eu fosse ter de novo uma vida, faria tudo que fiz, até errado o que errei, só não fumava mais. Fumei durante 40 anos, quatro carteiras por dia, mas não se iluda, tanto faz uma como quatro, o mal é igual. Um dia resolvi parar, porque se você quiser parar, você para! Mas para mim foi tarde demais. Quando decidi, o enfisema já estava aqui."
Beijei sua mão, pedi sua bênção e fui para a sala contígua à varanda, aliás, ampla, elegante e impessoal como o ambiente anterior. Lá, Malga di Paula aguardava para uma breve conversa. E a entrevista deu certa dimensão do que vem acontecendo nos últimos meses com nosso Chico Anysio.
ENTREVISTA
Malga di Paula*
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Malga di Paula |
Chico Anysio está novamente em casa depois de quase quatro meses internado. Como será de agora em diante?
Olha, eu que tô cuidando... Sinceramente? Não pensei em muitas coisas para o futuro. Porque o mais importante naquele momento era salvar a vida dele, era tê-lo vivo. O que desencadeou tudo isso foi um problema cardíaco que ele teve, numa artéria. Aí teve de colocar um stent (espécie de tubo condutor). Só que colocando esse stent, deu errado, furou a artéria, vazou sangue para dentro do pericárdio, foi um horror.
Isso aconteceu em dezembro?
Foi em dezembro. Aí, depois disso, foi uma luta, porque ele pegou infecção, teve um monte de problemas, foi uma batalha. Várias coisas aconteceram. Várias coisas ruins aconteceram. Vários dias me disseram que o Chico não ia sobreviver e tal.
Ele mudou de médico nesse processo, não foi?
Ele tinha um médico que estava cuidado dele, o Luiz Cesar Cossenza, mas eu não estava gostando da conduta dele, eu não estava satisfeita com ele fazia um tempo. Demorei mais tempo para trocar porque a família não concordava, filhos, irmãos, todo mundo. Mas aí tive que enfrentar sozinha e trocar de médico, sozinha, contra todo mundo. Depois de 56 dias que Chico estava lá (no Hospital Samaritano) troquei de médico. Foi no meio do processo mesmo, Chico estava no CTI. Aí chamei o doutor Luiz Alfredo Lamy e a equipe dele. Porque antes só tinha um médico que cuidava dele. Depois que entrou toda uma equipe, ele melhorou. Porque, até então, era uma cacetada atrás da outra. Um conselho que eu dou é que você nunca tenha medo de pedir a opinião para outro profissional. Tem hora que a decisão certa é trocar e foi o que fiz. Foi uma luta, contra todo mundo, mas deu certo, graças a Deus.
Você está com Chico Anysio há quanto tempo?
Vai fazer 13 anos. Quando o conheci, eu tinha 28 anos, agora estou com 41. Eu era cantora e vim fazer uma entrevista com ele sobre Dolores Duran, porque eles foram parceiros, ela gravou muitas músicas dele. Na época, consegui uma entrevista na casa dele! E doze dias depois nos casamos.
Doze dias? Foi rápido, né?
Quando fez nove dias que a gente se conhecia, fui embora para Porto Alegre, porque tinha minha vida lá. Daí ele ficou falando: "volta, volta, volta". Quero ver se esse cara tá falando sério mesmo. Daí, falei: "ah, se você quer que eu volte, vem me buscar". Ele pegou o primeiro avião e foi me buscar.
*Cantora e esposa de Chico Anysio
NATERCIA ROCHA
ENVIADA AO RIO DE JANEIRO
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Sou do Ceará - Ricardo Gondim.
Ser do Ceará é saber a estação certa de colher um sapoti, conhecer os vários tipos de manga e nunca comprar ata verde demais; é dar sabor a um baião de dois com queijo coalho.
Ser do Ceará é gostar de cocada, de suco de tamarindo, de sirigüela vermelha, de água de coco docinha.
Ser do Ceará é engolir o final dos diminutivos - cafezinho vira cafezim; Antônio vira Toim; bonzinho vira bonzim. Lá se fala aperreio na hora do sufoco; o apressado é avexado; o triste fica de lundu; quem cria problemas, bota boneco.
Ser do Ceará é morar onde os muros são baixos; quer dizer, lá todo mundo sabe dos outros. A melhor conversa entre cearense é fofocar sobre a vida alheia. Aparecer em coluna social é o máximo; os que pertencem a uma família com pedigree, fazem parte dos eleitos. Os Studarts, os Frotas, os Távoras, os Jeiressatis são considerados o supra-sumo.
No Ceará não se compra casa do lado do sol; isto é, ninguém valoriza uma propriedade com a frente voltada para o poente. O sol não perdoa; é inclemente, ardido, feroz, cansativo. Lá quem não souber lidar com o astro rei, não dura muito tempo. Entre dez da manhã e cinco da tarde, o sol deixa todo mundo melado; não existem peles secas no Ceará, todas são oleosas.
Ser do Ceará é aprender a dormir de rede, a gostar do cheiro de lençol limpo, a tomar banho frio, a valorizar a brisa do mar. Lá o perfume de sabonete tem outro valor. No Ceará as mulheres não usam meias finas, os homens não toleram gravatas e as crianças não sabem o que é uma blusa de lã.
Ser do Ceará é ter orgulho de afirmar que pertence à terra de José de Alencar, Patativa do Assaré, Fagner, Eleazar de Carvalho, Clóvis Bevilácqua. Lá amam-se as artes; cria-se repente com facilidade, conversa-se com rima.
Ser do Ceará é lidar com umidade, com camisas molhadas de suor, com mofo, com moscas aos milhões, com muriçocas impertinentes, com baratas avantajadas, com viroses brabas, com desidratações súbitas. Lá os fracos morrem rapidamente; o darwinismo com sua teoria da sobrevivência dos mais fortes se prova com facilidade. No Ceará nuvens negras são prenúncio de bom tempo e relâmpago, uma bênção. Em dia chuvoso ninguém gosta de sair de casa.
Ser do Ceará é rir por tudo. E tudo vira piada; lá sobra humor até para vaiar o sol quando interrompe a chuva.
Os cearenses são antes de tudo uns fortes; ao mesmo tempo deliciosamente bons e perversamente maus. Lá é terra de pistoleiro e de santo; de revolucionário e de coronel caudilho; de guerreiro e de preguiçoso.
Sou cearense. E por mais que tenha tentado, não consegui apagar o meu amor por esse chão que me acolheu no mundo. Lá nasci, casei e tive filhos. No Ceará despertei para o mundo e infelizmente, sepultei o restim de esperança que nutria pela humanidade. O Ceará foi o meu ninho e é o meu túmulo; maior alegria e pior desgraça.
Contudo, apesar de tudo, continuo enamorado do meu berço. Não consigo desvencilhar-me de ti, loira desposada do sol.
Soli Deo Gloria.
Um Feliz Natal e um Ano Novo arretado de bom!!
Conselhos de uma cearense para um 2011 bem pai d’égua.
Sobre as suas metas para o Ano Novo
• Anote os seus querê e pendure num lugar que você enxergue todo dia.
• Mesmo que seus objetivos estejam lá prá baixa da égua, vale à pena correr atrás. Não se agonie e nem esmoreça. Peleje.
• Se vire num cão chupando manga e mêta o pé na carreira, pois pra gente conseguir o que quer, tem é Zé.
• Lembre que pra ficar estribado é preciso trabalhar. Não fique só frescando.
Sobre o amor
• Não fique enrolando e arrudiando prá chegar junto de quem você gosta. Tome rumo, avie, se avexe
• Dê um desconto prá peste daquela cabrita que só bate fofo com você. Aperreia ela. Vai que dá certo e nasce um bruguelim réi amarelo.
• Você é um corralinda. Se você ainda não tem ninguém, não pegue qualquer marmota. Escolha uma corralinda igual a você.
• Não bula no que tá quieto. Num seja avexado, pois de tanto coisar com uma, coisar com outra, você acaba mesmo é com um chapéu de touro.
• As cabritas num devem se agoniar. O certo é pastorar até encontrar alguém pai d'égua. Num devem se atracar com um cabra peba, malamanhado e fulerage. O segredo é pelejar e não desistir nunca. Num peça pinico e deixe quem quiser mangar. Um dia vai aparecer um machoréi da sua bitola.
Sobre o trabalho
• Trabalhe, num se mêta a besta. Quem num dá um prego numa barra de sabão num tem vez não.
• Se você vive fumando numa quenga, puto nas calças e não agüenta mais aquele seu chefe réi fulerage, tenha calma, não adianta se ispritar.
• Se ele não lhe notou até agora é porque num tá nem aí se você rala o bucho no trabalho. Procure algo melhor e cape o gato assim que puder.
• Se a lida não está como você quer, num bote boneco, num se aperreie e nem fique de lundu. Saia com aquele magote de amigos pra tomar uns merol.
Tome umas meiotas e conte uma ruma de piadas que tudo melhora.
Sobre a sua vidinha
• Você já é um cagado só por estar vivo. Pense nisso e agradeça a Deus.
• Cuide bem dos bruguelos e da mulher. Dê sempre mais que o sustento, pois eles lhe dão o aconchego no fim da lida.
• Não fique resmungando e batendo no quengo por besteira. Seje macho e pense positivo.
• Num se avexe, num se aperreie e nem se agonie. Num é nas carreira que se esfola um preá.
Arrumação motivacional
• No forró da entrada do ano, coma aquela gororoba até encher o bucho. É prá dar sorte, mas cuidado, senão dá gastura.
• Tome um burrim e tire o gosto com passarinha ou panelada que é prá num perder a mania.
• Prá começar o ano dicunforça:
• Reflita sobre as besteiras do ano passado e rebole no mato os maus pensamentos.
• Murche as orêia, respire fundo e grite bem alto:
Sai mundiça !!!
Agora é só levantar a cabeça e desimbestar no rumo da venta que vai dar tudo certo em 2011, afinal de contas você é cearense.
nosso desejo é que sejam tão felizes quanto nós.
Peeeeennnnse num ano que vai ser muito bom.
Respeite como vai ser pai d’égua esse 2011.
E se os filmes fossem traduzidos pro "cearês" ??????
No Nordeste se fala assim
“No Brasil pra se expressar
Há diferenciação
Porque cada região
Tem seu jeito de falar
O Nordeste é excelente
Tem um jeito diferente
Que a outro não se iguala
Alguém chato é Abusado
Se quebrou, Tá Enguiçado
É assim que a gente fala
Uma ferida é Pereba
Homem alto é Galalau
Ou então é Varapau
E coisa ruim é Peba
Cisco no olho é Argueiro
O sovina é Pirangueiro
Enguiçar é Dar o Prego
Fofoca aqui é Fuxico
Desistir, Pedir Penico
Lugar longe é Caxaprego
Ladainha é Lengalenga
E um estouro é Pipoco
Qualquer botão é Pitoco
E confusão é Arenga
Fantasma é Alma Penada
Uma conversa fiada
Por aqui é Leriado
Agonia é Aperreio
E metido é Amostrado
O nosso palavreado
Não se pode ignorar
Pois ele é peculiar
É bonito, é Arretado
E é nosso dialeto
Sendo assim, está correto
Dizer que esperma é Gala
É feio pra muita gente
Mas não é incoerente
É assim que a gente fala
Você pode estranhar
Mas ele não tem defeito
Aqui bala é Confeito
Rir de alguém é Mangar
Mexer em algo é Bulir
Paquerar é Se Inxirir
E correr é Dar Carreira
Qualquer coisa torta é Troncha
Marca de pancada é Roncha
E a caxumba é Papeira
Longe é o Fim do Mundo
Veja que a língua é bela
E nessa língua eu vou fundo
Tentar muito é Pelejar
Apertar é Acochar
Homem rico é Estribado
Se for muito parecido
Diz-se Cagado e Cuspido
E uma fofoca é Babado
Desconfiado é Cabreiro
Travessura é Presepada
Uma cuspida é Goipada
Frente de casa é Terreiro
Dar volta é Arrudiar
Confessar, Desembuchar
Quem trai alguém, Apunhala
Distraído é Aluado
Quem está mal, Tá Lascado
É assim que a gente fala
Aqui valer é Vogar
E quem não paga é Xexeiro
Quem dá furo é Fuleiro
E parir é Descansar
A buchuda é Amojada
E pão-duro é Amarrado
Verme no bucho é Lombriga
Com raiva Tá Com a Bixiga
E com medo é Acuado
Tocar em algo é Triscar
O último é Derradeiro
E para trocar dinheiro
Nós falamos Destrocar
Tudo que é bom é Massa
O Policial é Praça
Pessoa esperta é Danada
Vitamina dá Sustança
A barriga aqui é Pança
E porrada é Cipoada
Capotagem é Cangapé
O mendigo é Esmolé
Quem tem pressa é Avexado
A sandália é Percata
Uma correia, Arriata
Sem ter filho é Gala Rala
O cascudo é Cocorote
E o folgado é Folote
É assim que a gente fala
Se alguém dá liberdade
Pra entrar na intimidade
Dizemos Dar Cabimento
Varrer aqui é Barrer
Se a calcinha aparecer
Mostra a Polpa da Bunda
Mulher feia é Canhão
Neco é pra negação
Nas costas, é na Cacunda
Palhaçada é Marmota
Tá doido é Tá Variando
Mas a gente conversando
Fala assim e nem nota
Cabra chato é Cabuloso
Insistente é Pegajoso
Remédio aqui é Meisinha
Chateado é Emburrado
E quando tá Invocado
Dizemos Tá Com a Murrinha
Não concordo, é Pois Sim
Tô às ordens é Pois Não
Beco ao lado é Oitão
A corrente é Trancilim
Ou Volta, sem o pingente
Uma surpresa é, Oxente!
Quem abre o olho Arregala
Vou Chegando, é pra sair
Torcer o pé, Desmintir
É assim que a gente fala
Tá triste é Acabrunhado
O bobo é Apombalhado
Sem qualidade é Borréia
A árvore é Pé de Pau
Caprichar é Dar o Grau
Mercado é Venda ou Bodega
Quem olha tá Espiando
Ou então, Tá Curiando
E quem namora Chumbrega
Coceira na pele é Xanha
E molho de carne é Graxa
Uma pelada é um Racha
Onde se perde ou se ganha
Defecar se chama Obrar
Ou simplesmente Cagar
Sem juízo é Abilolado
Ou tem o Miolo Mole
Sanfona também é Fole
E com raiva é Infezado
Estilingue é Balieira
Uma prostituta é Quenga
Cabra medroso é Molenga
Um baba ovo é Chaleira
Opinar é Dar Pitaco
Axilas é Suvaco
E cabra ruim é Mala
Atrás da nuca é Cangote
Adolescente é Frangote
É assim que a gente fala
Conversa besta, Arisia
Venha, ande, é Avia
Fofoca é também Resenha
O dado aqui é Bozó
Um grande amor é Xodó
Demorar muito é Custar
De pernas tortas é Zambeta
Morre, Bate a Caçuleta
Ficar cheirando é Fungar
Um mal-estar é Gastura
Um vento bom é Frescura
Ali, se diz, Acolá
Um sujeito inteligente
Muito feio ou valente
É o Cão Chupando Manga
Um companheiro é Pareia
Depende é Aí Vareia
Tic nervoso é Munganga
Colar prova é Filar
Brigar é Sair no Braço
Nosso lombo é Ispinhaço
Faltar aula é Gazear
Quem fala alto ou grita
Pra gente aqui é Gasguita
Quem faz pacote, Embala
Enrugado é Ingilhado
Com dor no corpo, Ingembrado
É assim que a gente fala
Um afago é Alisado
Um monte de gente é Ruma
Pra perguntar como, é Cuma
E bicho gordo é Cevado
A calça curta é Coronha
Um cabra leso é Pamonha
E manha aqui é Pantim
Coisa velha é Cacareco
O copo aqui é Caneco
E coisa pouca é Tiquim
Mulher desqualificada
Chamamos de Lambisgóia
Tudo que sobra, é Bóia
E muita gente é Cambada
O nariz aqui é Venta
A polenta é Quarenta
Mandar correr é Acunha
Ter um azar é Quizila
A bola de gude é Bila
Sofrer de amor, Roer Unha
Aprendi desde pivete
Que homem franzino é Xôxo
Quem é medroso é um Frouxo
E comprimido é Cachete
Sujeira em olho é Remela
Quem não tem dente é Banguela
Quem fala muito e não cala
Aqui se chama Matraca
Cheiro de suor, Inhaca
É assim que a gente fala
Pra dizer ponto final
A gente só diz: E Priu
Pra chamar é Dando Siu
Sem falar, Fica de Mal
Separar é Apartá
Desviar é Ataiá
E pra desmentir é Nego
Quem está desnorteado
Aqui se diz Ariado
E complicado é Nó Cego
Coisa fácil é Fichinha
Dose de cana é Lapada
Empurrão é Dá Peitada
E o banheiro é Casinha
Tudo pequeno é Cotoco
Vigi! Quer dizer, por pouco
Desde o tempo da senzala
Nessa terra nordestina
Seu menino, essa menina!
É assim que a gente fala.”
Blog Jornal da Besta Fubana