Desde o mês de abril, quando Fortaleza comemorou o aniversário de 280 anos, temos dedicado esta página do Cultura como um espaço para falar de lugares da cidade que têm relevância histórica. No início tomamos como base a obra Os Monumentos do Estado do Ceará - Referência histórico-descritiva, discorrendo nas primeiras matérias da série sobre os monumentos citados pelo historiador Eusébio de Sousa, que em vida ´participou de uma luta visceral. O seu combate tinha como principal inimigo o descaso pelo passado, o esquecimento em nome das novidades.´ Como disse o diretor do Museu do Ceará, Régis Lopes, na introdução do livro que reeditou os textos de Eusébio. Hoje não especificaremos um monumento, falaremos do litoral cearense, também rico em tradição, que necessita de compreensão e bom senso a fim de que preservemos as belezas históricas espalhadas por nossas praias.
Amaury Cândido
Praia de Iracema no litoral de Fortaleza ainda mantém construções eregidas no início do século passado REPRODUÇÃO DE FOTOS DO LIVRO CEARÁ TERRA DA LUZ |
As primeiras tentativas de colonização do Ceará acontecem ainda no século XVI, mas a dureza do clima, associada à valentia dos nativos, impediu que este processo se consolidasse. Os esforços iniciais para a instalação de fortes pelos portugueses foram vencidos por revides indígenas e a colonização, aqui, atrasou-se. Depois da invasão holandesa, os colonizadores lusitanos entenderam que tinham que tomar prumo da situação ou a Companhia das Índias Holandesas teria no Ceará, o mesmo sucesso da investida de Maurício de Nassau e seu séquito. Os holandeses foram expulsos e o Forte de Nossa Senhora da Assunção dá as primeiras condições para a efetiva instalação portuguesa no Ceará.
Passam-se os século e de 1932 a 1942, Eusébio de Sousa vem a ser o primeiro diretor do Museu Histórico do Ceará. Ele publicou livros, escreveu artigos para a imprensa e trabalho no Museu com impressionante devoção, em sua luta pela preservação da memória. O livro Os Monumentos do Ceará, foi escrito no ano de 1932 e reeditado este ano.
Dos monumentos de Fortaleza contidos na obra de Eusébio de Sousa, não falamos apenas da herma a J. da Penha. Aquele busto foi instalado num dos ângulos da atual Praça José de Alencar, trabalho do escultor carioca Correia Lima. A inauguração da herma do capitão do Exército Brasileiro aconteceu no dia 15 de novembro de 1919, sendo custeada por um grupo de amigos e admiradores do oficial. J. da Penha morreu heroicamente nos campos de batalha de Miguel Calmon. Era ´um dos oficiais de maior destaque do Exército Nacional´, escreveu um jornal da época.
Os demais monumentos descritos por Eusébio de Sousa que não se encontravam em Fortaleza são: a pirâmide de aproximadamente dez metros de altura, em Aracati, em homenagem ao bispo d. Luis Antonio dos Santos, quando de sua primeira visita àquela cidade, em 30 de julho de 1863. Em 1923 os aviadores alemães Werner Junkers e Hermann Müeller morreram na explosão de um hidroavião no rio Jaguaribe, quando tentavam completar um vôo iniciado em Cuba e cujo destino seria o Rio de Janeiro. O monumento aos jovens aviadores mortos em Aracati foi eregido em 1924: uma coluna quebrada de mármore branco de 3,50m de altura sobre um pedestal de alvenaria com chapas do mesmo mármore. O terceiro monumento em Aracati, descrito por Eusébio é uma coluna de aproximadamente cinco metros de altura, levantada na passagem do primeiro centenário da independência do Brasil, em 1922.
Posteriormente o historiador descreve o monumento de São Bernardo de Russas, comemorativo da passagem do 119º aniversário da instalação da então vila de S. Bernardo do Governador, instalado no dia 6 de agosto de 1920. O Monumento ao Trabalho, inaugurado no dia 7 de setembro de 1922 pelos operários quixadaenses em comemoração ao centenário de nossa independência, é a lembrança seguinte. Em cimento armado, um ferreiro a malhar o ferro, em tamanho natural sobre um pedestal de alvenaria de 5,30m.
Em Viçosa a estátua de d. Antonio Felipe Camarão, o grande guerreiro Poti, da Guerra Holandesa acontecida onde hoje seria a confluência de Recife e Olinda é o monumento que continua a narração. Também em Viçosa, berço natal do oficial, há uma segunda estátua do General Tibúrcio, inaugurada em 1934, feita a partir de molde de gesso da mesma que se encontra em Fortaleza, na Praça que leva o nome do bravo oficial na Guerra do Paraguai.
Completam a lista o monumento à independência, em Granja, também de 1922; o monumento a Tristão Gonçalves, hoje encoberto pelas águas do açude Castanhão; a estátua de Padre Cícero, inaugurada em Juazeiro do Norte numa das principais praças da cidade, em 1924; a coluna da independência de Nova Russas, de 1922, e o monumento a Pero Coelho, no Crato, de 1928.
No litoral do Ceará há preciosidades como o que resta das construções do final do século XIX e do início do século XX, na Praia de Iracema; o casario com azulejos portugueses da aprazível cidade de Aracati, ameaçados pelo turbilhão de foliões que tomam a cidade nos carnavais; e a igreja de Nossa Senhora da Conceição da praia de Almofala, que passou décadas encoberta pelas dunas até ser restaurada e aberta à visitação. Esse patrimônio é vulnerável e precisa de manutenção.
Fonte: Diário do Nordeste
Passam-se os século e de 1932 a 1942, Eusébio de Sousa vem a ser o primeiro diretor do Museu Histórico do Ceará. Ele publicou livros, escreveu artigos para a imprensa e trabalho no Museu com impressionante devoção, em sua luta pela preservação da memória. O livro Os Monumentos do Ceará, foi escrito no ano de 1932 e reeditado este ano.
Missão tremembé em Almofala, no município de Itarema, levantada com a coragem dos catequisadores jesuítas |
Os demais monumentos descritos por Eusébio de Sousa que não se encontravam em Fortaleza são: a pirâmide de aproximadamente dez metros de altura, em Aracati, em homenagem ao bispo d. Luis Antonio dos Santos, quando de sua primeira visita àquela cidade, em 30 de julho de 1863. Em 1923 os aviadores alemães Werner Junkers e Hermann Müeller morreram na explosão de um hidroavião no rio Jaguaribe, quando tentavam completar um vôo iniciado em Cuba e cujo destino seria o Rio de Janeiro. O monumento aos jovens aviadores mortos em Aracati foi eregido em 1924: uma coluna quebrada de mármore branco de 3,50m de altura sobre um pedestal de alvenaria com chapas do mesmo mármore. O terceiro monumento em Aracati, descrito por Eusébio é uma coluna de aproximadamente cinco metros de altura, levantada na passagem do primeiro centenário da independência do Brasil, em 1922.
Casarão colonial em Aracati, onde se vê a beleza dos azulejos portugueses de caracterização colonial |
Em Viçosa a estátua de d. Antonio Felipe Camarão, o grande guerreiro Poti, da Guerra Holandesa acontecida onde hoje seria a confluência de Recife e Olinda é o monumento que continua a narração. Também em Viçosa, berço natal do oficial, há uma segunda estátua do General Tibúrcio, inaugurada em 1934, feita a partir de molde de gesso da mesma que se encontra em Fortaleza, na Praça que leva o nome do bravo oficial na Guerra do Paraguai.
Completam a lista o monumento à independência, em Granja, também de 1922; o monumento a Tristão Gonçalves, hoje encoberto pelas águas do açude Castanhão; a estátua de Padre Cícero, inaugurada em Juazeiro do Norte numa das principais praças da cidade, em 1924; a coluna da independência de Nova Russas, de 1922, e o monumento a Pero Coelho, no Crato, de 1928.
No litoral do Ceará há preciosidades como o que resta das construções do final do século XIX e do início do século XX, na Praia de Iracema; o casario com azulejos portugueses da aprazível cidade de Aracati, ameaçados pelo turbilhão de foliões que tomam a cidade nos carnavais; e a igreja de Nossa Senhora da Conceição da praia de Almofala, que passou décadas encoberta pelas dunas até ser restaurada e aberta à visitação. Esse patrimônio é vulnerável e precisa de manutenção.
Fonte: Diário do Nordeste
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