sábado, 19 de março de 2011

Uma estreia em versos

Foto: Jornal de Poesia
A escritora e poeta Maria de Fátima Maia, mineira de nascimento e cearense de criação, lança hoje seu primeiro livro, baseado em experiências próprias

Catarse. Assim Maria de Fátima Maia resume o processo de elaboração de seu primeiro livro, "Borboletário", a ser lançado hoje à noite, no Ideal Clube. A obra reúne poemas produzidos ao longo de alguns anos da trajetória da escritora. "As temáticas variadas dos textos referem-se às minhas próprias vivências. Então escrever esse livro foi uma forma de catarse de situações que experimentei", revela Maia.

A ideia da obra surgiu por acaso, quando a autora decidiu apresentar seus versos ao poeta cearense Majela Colares, que assina a orelha do livro. "Tinha o material guardado e mostrei ao Majela. Ele achou que tinha qualidade e repassou à editora", recorda Maia.

Com prefácio do poeta e jornalista brasileiro Jorge Tufic, "Borboletário" é dividido em três blocos: "Uma borboleta", "Duas borboletas" e "Panapaná" (migração do inseto em certas épocas). O primeiro reúne versos elaborados primordialmente a partir da observação de pessoas em geral e suas condutas. "Às vezes ficamos chocados com uma atitude injusta, cruel, e escrever é uma forma de relatar, de liberar a indignação, a revolta", ressalta a autora, referindo-se novamente à catarse.

No segundo bloco, a temática é mais afetiva. "É uma espécie de desabafo de todas as situações pelas quais já passei nesse âmbito", explica Maia.

Já o terceiro bloco é mais relativo à família, à infância. "Há muitas lembranças, principalmente do Interior, pois fui criada em Limoeiro do Norte. No poema ´Madrugada da tarde´, por exemplo, falo sobre a rotina de estudante e da cidade na hora da sesta, quando fecham até comércio. Fica tudo tão silencioso quanto a noite, por isso o nome. É algo comum lá, e uma coisa que me marcou muito", comenta Maia.

"Já o último poema, ´Bicicleta´, faz alusão ao rio Jaguaribe, que corta Limoeiro. Aprendi a nadar nele", lembra a escritora. O próprio nome do livro é uma referência a esse processo de vivências. "Cresci muito ao fazer esse exercício de auto-analise. Assim como a borboleta evolui desde a fase de larva, até se tornar livre, passar para outra etapa da vida. Tanto que as coisas que escrevi após o livro são diferentes. A poesia é espontânea, e sua produção não para", observa Maia.

Maria de Fátima Maia nasceu em Minas Gerais, mas mudou-se para o Ceará ainda criança. Começou a escrever poesia ainda na infância.

Poesia
Borboletário Maria de Fátima Maia

Confraria do Vento
2011
60 páginas
R$ 23

Lançamento hoje, às 19 horas, no Ideal Clube - Salão Meireles (Av. Monsenhor Tabosa, 1381, Meireles). Contato: (85) 3248.1055

Fonte: Diário do Nordeste

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