Contabilista, guarda-livros, funcionário da Coelce, radialista, membro da Academia Sobralense de Letras, apresentador de eventos sociais. Tantos ofícios destinados a um só homem, um ícone da comunicação sobralense que sempre destacou-se por seu empenho, dedicação, compromisso e integridade.
Fala-se aqui de José Maria Soares, que nasceu em 05 de maio de 1924 e faleceu em 17 de julho de 2003, deixando um legado de amigos e incontáveis histórias, tão bem noticiadas, fotografadas e colecionadas por ele. O acervo de sua rica vida e da sociedade sobralense encontra-se no Museu Dom José, para onde a família doou seus arquivos.
Como na capa de um jornal local, que noticiava a sua morte, a Rádio realmente calou-se com a ausência da alegria, dos belos e longos textos, da competência e da doçura daquele comunicador do século – José Maria Soares.
José Maria Soares nasceu em Sobral, filho do casal Izolina e Hemetério, cresceu junto com os cinco irmãos, levando uma vida simples, mas portador de objetivos muito complexos.
Cedo, tornou-se contabilista pela Escola Técnica de Comércio Dom José, depois de fazer estudos fundamentais na escola do Professor Luis Felipe. Exerceu o cargo de guarda-livros das firmas P. Frota & Irmão e Frota Gentil de Sobral Ltda. Mais tarde efetivou-se como funcionário da Coelce – Cia de Eletrificação do Ceará, no qual aposentou-se.
Cedo, tornou-se contabilista pela Escola Técnica de Comércio Dom José, depois de fazer estudos fundamentais na escola do Professor Luis Felipe. Exerceu o cargo de guarda-livros das firmas P. Frota & Irmão e Frota Gentil de Sobral Ltda. Mais tarde efetivou-se como funcionário da Coelce – Cia de Eletrificação do Ceará, no qual aposentou-se.
Iniciou a brilhante carreira nos serviços de alto-falantes Imperator, de Falb Rangel, atrás do Teatro São João, cuja direção inicial era de seu pai Francisco Hemetério Soares. Como excelente locutor, dia-a-dia ascendia na radiofusão, pelo desempenho, competência, tonalidade de voz e poder de expressão com que impressionava as massas. Contratado pela Rádio Iracema de Sobral, inaugurada em 22 de novembro de 1952. Como gerente da pioneira, trouxe a Sobral, na década de 1950, cantores renomados, como: Nélson Gonçalves, Luiz Gonzaga, Ângela Maria, Jorge Goulart, Nora Ney, Cauby Peixoto, Lúcio Alves, Carlos Galhardo e o internacional Gregório Barrios, além de orquestras, como Severino Araújo, Suspiro de Espanha, Tita Durvall, Românticos Del Caribe, Cassino de Sevilha e Ed Mandarino, entre outras; o show Vigorelli, com os cantores citados, superlotou a Praça do Siebra, atual Praça do Bosque. Destacou-se, também, como apresentador de eventos sociais no aristocrático Pálace Clube, AABB, Derby Clube e Music Hall, ao anunciar a passagem do ano novo por ocasião do réveillon, ressaltando-se ainda apresentação de misses e debutantes. Assessorando Ildefonso Cavalcante, presidente do Pálace Clube, apresentou no Náutico Atlético Cearense, 50 debutantes, em 30 de agosto de1959, sendo os dois calorosamente aplaudidos de pé pela sociedade fortalezense pela lhaneza da apresentação e fidalguia das moças de Sobral. José Maria Soares nunca prescindiu da humildade, bom humor e respeito aos conterrâneos e visitantes.
A tendência vocacional de radialista fez com que se tornasse – com 50 anos de radiofonia – o comunicador do século.
A tendência vocacional de radialista fez com que se tornasse – com 50 anos de radiofonia – o comunicador do século.
No jornalismo, cooperava com jornais da Capital e todos de Sobral. Por estas qualidades intrínsecas, recebeu em vida todas as homenagens como locutor e jornalista: da ACI, dos Lions Clubes, do Rotary e Academia Sobralense de Estudos e Letras, onde ocupa a cadeira número11, e, em 1991, a Escola Unidos do Alto do Cristo relembrou, no enredo, sua trajetória radiofônica. E, mesmo após sua morte, é lembrado pelo respeitável Centro Cultural Dom José, do qual é epônimo do Troféu Imprensa.
Homem de notável relacionamento, em 22 de novembro de 1971, recebia o título de sócio-benemérito do Clube Social dos Artistas de Sobral e no dia 10 de setembro de 1977 se tornava sócio honorário da Câmara Júnior de Sobral, cinco dias depois sendo dignificado com o Diploma de Honra ao Mérito pela Irmandade do Santíssimo Sacramento de Sobral. Foi, efetivamente, um ano cheio de grandes vitórias, pois no dia 15 de novembro era empossado na Academia Sobralense de Letras e no dia 22 recebia dois Diplomas de Reconhecimento Maçônico.
José Maria ainda foi agraciado com o troféu José Limaverde de melhor radialista de Sobral. Participou de diversos seminários e Convenções, tanto no Ceará como em todo o Brasil.
Casado com Maria de Lourdes Coelho Soares, com quem teve dois filhos: Maria das Graças Soares Torres, casada com Francisco das Chagas Torres, e Francisco Hemetério Neto, casado com Regina Gifoni, faleceu no dia 17 de julho de 2003, num dos leitos do Hospital do Coração, sendo sepultado no Cemitério Central de Sobral.
Após o estudo e a análise da vida e trabalho de José Maria Soares, certifica-se da sua vasta contribuição para a história da radiofusão na Princesa do Norte, perpetuada através da memória dos amigos, familiares e arquivos deixados pelo conhecido Papa da Rádio Sobralense, que, há 7 anos, deixou a convivência terrena, os microfones e palcos, levando consigo um exemplo de profissional comprometido e benfeitor do social.
Mara Rogelma Soares Torres Frazão, sobralense, aluna de Letras, da UVA
Fonte: Jornal Correio da Semana
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