O realismo fantástico e realismo cotidiano continuam encantando crianças e jovens. No Brasil, editoras criam selos específicos para esse público ávido por leitura
Foi-se o tempo em que a literatura destinada a crianças e jovens era tida como gênero secundário, relegada ao status de brinquedo ou utilizada como entretenimento.
Hoje, as principais editoras do Brasil e do mundo investem pesado nesse segmento que tem capacidade para resignificar toda uma vida.
O que se lê na infância dificilmente se esquece na vida adulta. E, provavelmente, algumas leituras consumidas na juventude são capazes de formar ideologias e expandir a visões de mundo, que o diga Sherazade, personagem principal dos clássicos contos árabes “Mil e Uma Noites”, que, com seu fio condutor para ligar histórias, resumiu o sentido da literatura: “A liberdade se conquista com o exercício da criatividade”.
A arte de contar e ouvir histórias advém das origens da humanidade. Mas é somente a partir do século XVII que a literatura infantil/juvenil se constitui como gênero.
Entre realizadores-protagonistas dessa longa trajetória, que perpassa Grécia Antiga, Classicismo, Romantismo e Pré-Modernismo, temos nomes emblemáticos: Esopo (620 a.C.), Charles Perrault (1628 - 1703), La Fontaine (1621 - 1695), Irmãos Grimm: Jacob e Wilhelm (1785 e 1863) e Hans Christian Andersen (1805 - 1875).
Aportando na contemporaneidade, aqui no Brasil, também temos espetaculares escritores que dedicaram sua arte à literatura infanto-juvenil, e mudaram, e continuam transformando, o rumo de muita gente boa com suas histórias fantásticas, realísticas e mirabolantes. Entre os notáveis, podemos citar Monteiro Lobato (1882 - 1948), Olavo Bilac (1865-1918), Ziraldo, Ana Maria Machado, Ruth Rocha, Adriana Falcão, Lygia Bojunga, dentre outros autores.
E quem pensa que esse segmento é brincadeira, está redondamente enganado. A saber, as maiores editoras do País investem sério nesse filão.
Nicho
Enumerando algumas, temos a Editora Abril, que publica material da Disney; a Conrad, que edita diversos mangás e detém os direitos dos autores Terry Pratchett (série Disk World) e Neil Gailman (Sandman); a Ediouro, que nos anos 60, 70 e 80, adotou a linha editorial juvenil e reuniu tradutores famosos, entre eles, Carlos Heitor Cony, Clarice Lispector e Paulo Mendes Campos; Editora Geração, que detém os direitos de Diana WynneJones; Editora Pallas, que investe em livros infantis com temáticas afro; Editora Rocco, que perdeu os direitos dos livros de Paulo Coelho, mas ganhou os de Harry Potter. A Rocco, que também é responsável pelos livros de Thalita Rebouças, criou um selo específico para o gênero, o Rocco Jovens Leitores, pelo qual publica, dentre outros, R.L. Stine e Eva Ibotson.
Outra grande editora, a Companhia das Letras, que detém os direitos da série “Desventuras em Série”, de Lemony Snicket, também criou selo exclusivo para literatura infanto-juvenil: o Companhia das Letrinhas.
Seguindo essa linha, a Editora Record criou três selos destinados à literatura jovem: Galera, Galera Record e Galerinha Record. De acordo com a responsável pelos selos, Ana Lima, desde 2007, a Record percebeu o desenvolvimento acelerado do gênero infanto-juvenil, e decidiu ampliar a brincadeira.
“Hoje lançamos cerca de seis títulos por mês e também temos uma comunicação forte com o leitor pelo site da editora, Twitter, Facebook, pelas mídias sociais de modo geral”, diz Ana. E continua: “Desde o começo, o selo se preocupou em ouvir o leitor, suas dicas, elogios, reclamações. Fomos uma das primeiras a abrir esse canal de forma ostensiva”.
A editora também ressalta nomes de escritores nacionais e internacionais publicados pelo selo Galera, como Meg Cabot e Graciliano Ramos. “Esses jovens são ávidos leitores e consomem livros muito rápido. Eles têm grandes chances de perpetuarem o hábito, transitando para outros gêneros”.
NATERCIA ROCHA
Repórter
Fonte: Diário do Nordeste
Ávidos por leitura e consumidores contumazes de livros, crianças e jovens se intercalam entre escritores clássicos e modernos |
Hoje, as principais editoras do Brasil e do mundo investem pesado nesse segmento que tem capacidade para resignificar toda uma vida.
O que se lê na infância dificilmente se esquece na vida adulta. E, provavelmente, algumas leituras consumidas na juventude são capazes de formar ideologias e expandir a visões de mundo, que o diga Sherazade, personagem principal dos clássicos contos árabes “Mil e Uma Noites”, que, com seu fio condutor para ligar histórias, resumiu o sentido da literatura: “A liberdade se conquista com o exercício da criatividade”.
A arte de contar e ouvir histórias advém das origens da humanidade. Mas é somente a partir do século XVII que a literatura infantil/juvenil se constitui como gênero.
Entre realizadores-protagonistas dessa longa trajetória, que perpassa Grécia Antiga, Classicismo, Romantismo e Pré-Modernismo, temos nomes emblemáticos: Esopo (620 a.C.), Charles Perrault (1628 - 1703), La Fontaine (1621 - 1695), Irmãos Grimm: Jacob e Wilhelm (1785 e 1863) e Hans Christian Andersen (1805 - 1875).
Aportando na contemporaneidade, aqui no Brasil, também temos espetaculares escritores que dedicaram sua arte à literatura infanto-juvenil, e mudaram, e continuam transformando, o rumo de muita gente boa com suas histórias fantásticas, realísticas e mirabolantes. Entre os notáveis, podemos citar Monteiro Lobato (1882 - 1948), Olavo Bilac (1865-1918), Ziraldo, Ana Maria Machado, Ruth Rocha, Adriana Falcão, Lygia Bojunga, dentre outros autores.
E quem pensa que esse segmento é brincadeira, está redondamente enganado. A saber, as maiores editoras do País investem sério nesse filão.
Nicho
Enumerando algumas, temos a Editora Abril, que publica material da Disney; a Conrad, que edita diversos mangás e detém os direitos dos autores Terry Pratchett (série Disk World) e Neil Gailman (Sandman); a Ediouro, que nos anos 60, 70 e 80, adotou a linha editorial juvenil e reuniu tradutores famosos, entre eles, Carlos Heitor Cony, Clarice Lispector e Paulo Mendes Campos; Editora Geração, que detém os direitos de Diana WynneJones; Editora Pallas, que investe em livros infantis com temáticas afro; Editora Rocco, que perdeu os direitos dos livros de Paulo Coelho, mas ganhou os de Harry Potter. A Rocco, que também é responsável pelos livros de Thalita Rebouças, criou um selo específico para o gênero, o Rocco Jovens Leitores, pelo qual publica, dentre outros, R.L. Stine e Eva Ibotson.
Outra grande editora, a Companhia das Letras, que detém os direitos da série “Desventuras em Série”, de Lemony Snicket, também criou selo exclusivo para literatura infanto-juvenil: o Companhia das Letrinhas.
Seguindo essa linha, a Editora Record criou três selos destinados à literatura jovem: Galera, Galera Record e Galerinha Record. De acordo com a responsável pelos selos, Ana Lima, desde 2007, a Record percebeu o desenvolvimento acelerado do gênero infanto-juvenil, e decidiu ampliar a brincadeira.
“Hoje lançamos cerca de seis títulos por mês e também temos uma comunicação forte com o leitor pelo site da editora, Twitter, Facebook, pelas mídias sociais de modo geral”, diz Ana. E continua: “Desde o começo, o selo se preocupou em ouvir o leitor, suas dicas, elogios, reclamações. Fomos uma das primeiras a abrir esse canal de forma ostensiva”.
A editora também ressalta nomes de escritores nacionais e internacionais publicados pelo selo Galera, como Meg Cabot e Graciliano Ramos. “Esses jovens são ávidos leitores e consomem livros muito rápido. Eles têm grandes chances de perpetuarem o hábito, transitando para outros gêneros”.
NATERCIA ROCHA
Repórter
Fonte: Diário do Nordeste
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