Um dos primeiros romances a retratar o flagelo-irmão da seca, "A Fome" (1890), de Rodolfo Teófilo, ganha nova edição
A teimosia ilustra bem os feitos de Rodolfo Teófilo (1853 - 1932). Filho de cearenses, nasceu baiano, mas se fez cearense, morando no Estado e nele intervindo. Não se conformou diante da sorte, que não lhe proveu recursos para conquistar seu sonho de tornar-se médico. Fez-se sanitarista, tendo atuação na saúde de sua província bem mais importante que muitos de nossos respeitáveis doutores. Homem de ciência fez-se homem de letras. Escreveu romances que desagradaram a crítica e foram recebidos com frieza. Quase 80 anos após sua morte, estes mesmos livros são recuperados, reavaliados e admirados.
Uma das mostras mais consistentes e felizes desta teimosia de Teófilo é o romance "A Fome". Editado em 1890, antes da participação do escritor na famosa e satírica Padaria Espiritual, o livro acaba de ganhar nova edição, pelo selo paulista Tordesilhas. (Como se estivesse dando o troco num estado tão relapso quanto à sua história literária).
Foi justamente a intransigência de Teófilo, em relação às limitações de seu tempo, que valeu os ataques e a indiferença, quase fatais ao destino da obra. Nele, o autor falava de um tema incômodo - o flagelo-irmão da seca. O escritor ousou falar o que as elites não queria encarar: a desumanização dos cearenses pela severa seca que se abateu sobre o Estado, entre 1877 e 1879. Ousadia que o tempo aprendeu a reverenciar.
Romance
A Fome
Rodolfo Teófilo
Tordesilhas
2011
380 páginas
R$ 52
Organizado por Waldemar Rodrigues Pereira Filho, com posfácio de Lira Neto
DELLANO RIOS
EDITOR
Uma família retirante, no talhe do xilogravador pernambucano J. Borges
A teimosia ilustra bem os feitos de Rodolfo Teófilo (1853 - 1932). Filho de cearenses, nasceu baiano, mas se fez cearense, morando no Estado e nele intervindo. Não se conformou diante da sorte, que não lhe proveu recursos para conquistar seu sonho de tornar-se médico. Fez-se sanitarista, tendo atuação na saúde de sua província bem mais importante que muitos de nossos respeitáveis doutores. Homem de ciência fez-se homem de letras. Escreveu romances que desagradaram a crítica e foram recebidos com frieza. Quase 80 anos após sua morte, estes mesmos livros são recuperados, reavaliados e admirados.
Uma das mostras mais consistentes e felizes desta teimosia de Teófilo é o romance "A Fome". Editado em 1890, antes da participação do escritor na famosa e satírica Padaria Espiritual, o livro acaba de ganhar nova edição, pelo selo paulista Tordesilhas. (Como se estivesse dando o troco num estado tão relapso quanto à sua história literária).
Foi justamente a intransigência de Teófilo, em relação às limitações de seu tempo, que valeu os ataques e a indiferença, quase fatais ao destino da obra. Nele, o autor falava de um tema incômodo - o flagelo-irmão da seca. O escritor ousou falar o que as elites não queria encarar: a desumanização dos cearenses pela severa seca que se abateu sobre o Estado, entre 1877 e 1879. Ousadia que o tempo aprendeu a reverenciar.
Romance
A Fome
Rodolfo Teófilo
Tordesilhas
2011
380 páginas
R$ 52
Organizado por Waldemar Rodrigues Pereira Filho, com posfácio de Lira Neto
DELLANO RIOS
EDITOR
Fonte: Diário do Nordeste
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