Uma das novidades da FLIT – Feira Literária Internacional do Tocantins nesta sua primeira edição será a Estação Cordel, que trará para os amantes da arte popular recitais e apresentações de repentistas renomados como Moacir Laurentino, Severino Feitosa, Sebastião da Silva e Geraldo Amâncio, considerados ícones da cultura popular brasileira. A FLIT será realizada em Palmas, na Praça dos Girassóis, de 25 de julho a 3 de agosto.
A peleja de versos entre dois cantadores começará no dia 26 de julho, às 20h30, com a apresentação dos poetas populares Moacir Laurentino e Geraldo Amâncio. Laurentino é paulista, reside atualmente em Campina Grande, Paraíba, tem 45 anos de carreira e um legado composto por 16 CDs e 3 DVDs gravados. Ele já foi vencedor de mais de 200 festivais, desafios e competições do repente.
Já Geraldo Amâncio nasceu no Ceará, venceu mais de 150 festivais, é autor de duas antologias de cantadores e participou de encontro dos países de língua portuguesa a convite do Museu Nacional de Etimologia, em Lisboa, e da X Mostra Internacional de Improvisadores de Maiorca, na Espanha. Ministrou cursos sobre cordel e cantoria na Universidade de Coimbra, em Portugal.
“Cantador canta ligeiro, evolui no pensamento, tocando o seu instrumento, sem mudar o seu roteiro”, dessa forma Geraldo Amâncio expressa a arte do repente e a sua vida.
Outra dupla de sucesso que estará na FLIT é Severino Feitosa e Sebastião da Silva, para apresentação no dia 2 de agosto, às 21 horas. Severino Feitosa é natural de Pernambuco, reside atualmente em João Pessoa, é músico, repentista e radialista.
Sebastião da Silva começou a cantar aos 15 anos e, com o passar do tempo, tornou-se um dos mais conhecidos repentistas do país. Em 1995, ele publicou o livro “Estrofes da minha vida”, onde há o registro de sua trajetória contando as 32 vezes que ficou em primeiro lugar nas competições de repente.
Também estará na FLIT a dupla José João dos Santos, o Mestre Azulão, e Miguel Bezerra. Mestre Azulão é paraibano, reside no Rio de Janeiro e é um dos fundadores da Feira de São Cristóvão. Tem uma banquinha de Literatura de Cordel no pavilhão da feira e é ponto de venda dos folhetos Tupynanquim Editora.
Mestre Azulão é autor de mais de 300 títulos de cordel e entre os seus títulos está o folheto “O homem do arroz e o poder da fortuna”. Ele é considerado um poeta com excelente domínio das técnicas de versificação. Miguel Bezerra, por sua vez, é cantador, repentista e compositor, foi destaque na Rede Globo com o improviso de versos sobre a novela “Cordel Encantado” e o Jornal Nacional.
Manoel Monteiro
Outro poeta popular que estará na FLIT é Manoel Monteiro, um pernambucano que reside em Campina Grande e que é o principal mentor do movimento conhecido como Novo Cordel, que vem inserindo o cordel nas escolas brasileiras como um instrumento de aprendizagem. Manoel é autor de uma coleção chamada “Paraíba, sim senhor”, patrocinada pelo Banco do Nordeste, e de um livro sobre Augusto dos Anjos que foi transformado em documentário pela TV Cultura.
Manoel Monteiro é considerado o cordelista com maior produção no Brasil, que inclui diversas áreas de atividades humanas. Dentre a sua produção estão “O milagre do algodão colorido” e “Um menino de engenho chamado Zé Lins do Rego”. Ele é membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel.
“As minhas asas, para levantar voo do ninho paterno, foram os folhetos de cordel. E tão bem coladas foram estas asas que ainda hoje eu continuo voando...”, versos de Manoel Monteiro.
Expectativas
A servidora pública do Tocantins Marta Helena Araújo, já está curtindo a programação da Estação Cordel. Ela cresceu no interior da Paraíba ouvindo os seus pais, Adiel Barbosa e Inês Araújo, declamando cordéis. Mesmo residindo em Palmas, Marta se comunica com os repentistas de sua terra, participa das atividades na Casa do Cantador, do Clube do Repente e dos Encontros de Violeiros.
“O cordel é a expressão máxima da cultura nordestina. Ao som da viola, o repentista tira o verso no improviso de forma harmoniosa e surpreendente. Agradeço aos organizadores da FLIT pela iniciativa da Estação Cordel, que será uma forma de divulgar os grandes nomes da cultura popular brasileira”, disse.
Origem do cordel
O cordel surgiu na Europa, na Idade Média, época em que os livros eram raros e inacessíveis. Um dia por semana, as pessoas se reuniam na feira e lá existiam os cantadores que recitavam ou cantavam em forma de versos os fatos reais ou históricos, as crendices e os causos. O cordel veio para o Brasil por meio dos colonizadores portugueses. (Informações da Secom)
Fonte: O Girassol
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