domingo, 3 de abril de 2011

Juiz de Direito se destaca como escritor em Assaré

José Flávio Morais, juiz da Comarca de Assaré, lança seu sétimo livro: "Daniel Alecrim e o talismã de ébano"

JUIZ Flávio Morais ao lado do quadro do Padre Ibiapina, seu ídolo e que já foi tema de um dos seus livros
FOTOS: ANTÔNIO VICELMO
Crato. Sem a toga, ele parece um "garotão". Confunde-se com os seus alunos de Curso de Direito da Universidade Regional do Cariri (Urca). Quando menino, inventou um gerador de energia acionado por uma bicicleta. Com a mesma bicicleta percorreu o Ceará inteiro. Resolveu ser juiz de Direito na Bahia. Porém, seu sonho era ser juiz no seu Estado. Fez novo concurso para a magistratura no Ceará. Atualmente, o juiz José Flávio Morais responde pela Comarca de Assaré. Com mais de 1.000 processos para julgar, ainda encontra tempo para escrever livros.

Em meio a uma sentença e outra, ou no caminho de Assaré para o Crato, onde é professor da Faculdade de Direito, o juiz reflete pensamentos, construindo ideias que serão enfeixadas em livros. Já escreveu sete, entre os quais, um sobre o Padre Ibiapina que será relançado, em sua 2ª edição, na Faculdade Católica do Cariri, pertencente à Fundação Padre Ibiapina. Com o lançamento do livro "Daniel Alecrim e o talismã de ébano", o juiz de Direito José Flávio Morais tomou posse na Cadeira Padre Antônio Gomes de Araújo, do Instituto Cultural do Cariri. O novo acadêmico foi saudado pelo advogado Emerson Monteiro Lacerda, que apresentou o juiz-escritor como o mais legítimo representante da literatura caririense. "No ímpeto da arte literária, o autor revela acuidades e aceita com afeto o fazer da inspiração, legando-nos, agora, ´Daniel Alecrim e o talismã de ébano´", disse o advogado Emerson Monteiro, acrescentando que a produção estabelecida sobre o primor das anteriores, realimenta seu público jovem dos insumos do estilo correto, da imaginação penetrante e do talento raro, demonstrações do quanto revelam seus textos das duas primeiras edições ao crivo do inesperado, do fantástico. No o entanto, sem fugir à seriedade austera decantada nas histórias da infância, nem abrir concessões ao vulgar da pura fantasia comercial.

O território que Flávio Morais permeia no seu universo criativo, segundo Emerson, alimenta de satisfação os leitores, porquanto os encaminha dentro de valores sóbrios e justos, ao fragor dos bons e pródigos narradores. "Esta revelação, que consolida cada vez um pouco mais nos livros posteriores, enriquece nossas letras e agrega qualidade ao gênero infanto-juvenil da literatura brasileira".

Emerson lembrou os memorialistas, historiógrafos, contistas, novelistas, romancistas, poetas, jornalistas, cientistas sociais, juristas, a formar rico material de perpetuação da cultura deste pedaço surpreendente de chão, que agasalha civilização altiva e heroica em natureza aconchegante, a se expandir para o mundo inteiro. Acervo dos melhores reúne herança da história social das gerações e supera os limites do perecível.

Dentre esses nomes formadores das nossas letras alguns ganham destaque pelo conjunto da obra e pela qualidade do que publicam, tamanho do que contém na utilidade futura e no intento das suas publicações.

E no meio dos tais profícuos e organizados homens da escrita caririense se acha José Flávio Bezerra Morais, ora a lançar mais uma de suas obras. Um dos livros de maior destaque foi "A sombra do laço", pesquisa histórica de um episódio da existência do Padre Ibiapina, figura emblemática da Igreja Católica no Nordeste brasileiro, e que também cumpriu o papel da advocacia aos tempos do século XIX.

Os primeiros dois livros lançados foram "Histórias que ouvi contar", de 1993, e "Histórias de exemplo e assombração", de 1997. Dois belos trabalhos escritos com o zelo acadêmico de aluno do Curso de Letras, da Urca. Emerson Monteiro lembra que "os dois livros foram editados com a modéstia das nossas gráficas da ocasião, e levados às bancas para apreciação de muitos, marcos imprescindíveis do gênero fantástico da nossa literatura, agora dignos de figurar em novas edições, uma vez esgotados nas livrarias e bancas".

A seguir, sob o mesmo prisma das histórias anteriores, elaborou "Sete contos de arrepiar", um clássico deste gênero no Brasil, publicado por meio de importante editora, a Rocco, isto em 2006, já revelando outro dos quatro víeis considerados na sua obra, o de autor infanto-juvenil que ora se consolida com esta obra lançada. O livro ganhou maiores âmbitos, rendendo ao autor participar da 44th Bologna Children´s Book Fair 2007 (44.ª Feira Internacional do Livro Infantil e Juvenil, em Bolonha, Itália, no ano de 2007), consagração digna dos bons escritores mundiais.

Terra natal
Ao sabor das considerações de quantos aspectos dispõe o roteiro autoral de Flávio Morais, em 1989, editou "Milagres do Cariri", uma abordagem telúrica dirigida à sua terra natal sob pontos de vista físicos, geopolíticos, antropológicos etc.

Daí, seguiu outro título, "Nas veredas do fantástico", em 2002. Graduado em Direito pela Universidade Regional do Cariri, Flávio Morais encetou os esforços da sua intelectualidade também às hostes jurídicas, galgando com sucesso o posto de juiz do Tribunal cearense, funções que abraça com os vigores da responsabilidade. No espaço das letras voltadas ao ministério do Direito, pois também exerce cátedra na Universidade do Cariri, em 2003, publicou "Dívidas: como preveni-las ou livrar-se delas", sequenciado, em 2004, pelo "Compêndio de Prática de Processo Penal", e, em 2008, pelo romance de cunho jurídico "A sombra do laço.

MAIS INFORMAÇÕES
Tribunal Regional Eleitoral do Ceará Rua Padre Emílio Cabral, 320
Centro - Cidade de Assaré
Telefone: (88) 3535.1213


Antônio Vicelmo
 Repórter

Fonte: Diário do Nordeste


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