Zeca Muniz e Totó Rios |
Participei das comemorações do aniversário de 90 anos do Poeta Zeca Muniz no dia 26/03/2011 momento muito festivo com familiares, parentes e amigos. Pela manhã foi realizado missa celebrada por Mons. Valderi Rocha e ao meio dia foi servido o almoço, à noite às 7hs seresta com músicas que marcaram nossa história e o poeta Zeca Muniz participou com toda sua lucidez.
Totó Rios com os filhos de Zeca Muniz |
Neste momento foi que conheci o Zeca Muniz, quando me apresentei ao mesmo disse-lhe que eu era filho de Arimá Silveira, ele logo me falou que o conhecia inclusive lembrava-se da Tapera localidade onde moraram meus avós e citou algumas pessoas que residiam lá como Antônio Silveira, e falamos um pouco sobre Genealogia de nossa famílias.
Há alguns meses conheci seus filhos: Elizabeth que lançou livro sobre a Genealogia das Famílias de Cruz-Ce ‘Era uma vez na Cruz’, logo depois o Orestes que publica suas poesias no Blog Cavalo de Talo e a Goretti com o Blog Balaio da Poesia. E na ocasião do aniversário pude conhecer os outros filhos do Zeca Muniz.
“Como é bom envelhecer com lucidez”-Totó Rios
Há alguns meses conheci seus filhos: Elizabeth que lançou livro sobre a Genealogia das Famílias de Cruz-Ce ‘Era uma vez na Cruz’, logo depois o Orestes que publica suas poesias no Blog Cavalo de Talo e a Goretti com o Blog Balaio da Poesia. E na ocasião do aniversário pude conhecer os outros filhos do Zeca Muniz.
“Como é bom envelhecer com lucidez”-Totó Rios
Por Totó Rios
Zeca Muniz
Dados Biograficos
Eu, José de Sousa Albuquerque , vulgo Zéca Muniz; nascido, em Cruz, em 26/03/1921, desde a mais tenra idade me botaram no amanho da terra, cavando o pão na inchada. Nunca tive liberdades pra brincadeiras, e a disciplina no meu tempo era rigorosa, qualquer pequeno erro, a advertência era o cipó; acho que os castigos extrapolaram o meu emocional, e a repressão me fez um reprimido.
Por isso não culpo meus Pais, pois não tinham a luz de como educar os filhos com liberdade e informação; assim foram criados e assim nos criaram.
Na lavoura fiz profissão, e trabalhei com meu Pai até os 20 anos. Aos 21, fui sorteado para o Exército, era a primeira saída - e logo ir enfrentar as armas de guerra - isso me trouxe o peso de um treinamento estafante que me deixou mais deprimido e frouxo do que já era, alem do medo de ir pra guerra. Foram dois anos numa escola da vida, onde a disciplina me estrangulou ainda mais o sistema nervoso e o emocional, se bem que aprendi alguma coisa para o caminho da vida.Mas dei graças quando me licenciaram, a guerra terminou e eu não fui, voltei pra liberdade no meu nascedouro, um pouco abalado no sistema orgânico, mas sentindo na alma a esperança de paz no seio da família.
Em 47, já com 26 anos, me casei sem nem uma noção para uma estrutura de família, mas fomos levando o barco a remo e a vara, nasceram-nos 8 filhos 2 morreram ainda criança. Os seis cresceram aos trancos e barrancos, mais eram todos bem inteligentes, e com o pouco de escola que lhes demos souberam achar caminhos mais fluentes para seguir, e me superaram no trajeto da vida. Regozijo-me, pelo pouco que lhes dei no inicio de suas vidas, pois com este alicerce se ergueram e com o sacrifício de seus trabalhos, ordenados com persistência e perseverança.
Visando estas qualidades, contemplo-os um prodígio de família, nascida de um Pai frágil e desordenado, que levou a vida tangido pelo medo e perturbado pela a ignorância, hoje no fim da caminhada, arranjei um passa tempo nas paginas dos livros e, descobri as falhas que estou apontando; rogo-vos perdoem as minhas falhas e, alerto-os, cuidado com o vicio da boemia, ela arrasa com a saúde moral e corporal.
Os Erros e os frutos, deles, estão no histórico sobre o Zequinha.
Que todos vivam em paz e bem unidos, ADIOS.
Fonte: Livro Coletânea de um aprendiz aos 80
Confira outros dados e Poesias do Poeta Zeca Muniz: Blog Biblioteca Municipal de Cruz
A súplica de um ancião
O meu corpo desfaleceMais tenho um coração
E a mente muito frágil
Traz-me a desilusão,
Reforça a minha alma
Com a força de um sanção
E que brilhe em meu senso
A luz pra esta canção.
Perdoa os descaminhos
Que este velho cruzou
Pois na minha juventude
A fúria me dominou,
Mas a água batismal
Tua fé me pegou
E pelo curso da vida
Eu senti o teu amor.
Ò Senhor Deus do Universo
A tua luz me enseja
A jogar com minhas notas
As sementes bem fazejas
Que elas sejam semeadas
Nos vales da tua Igreja
E que lá no reino etéreo
Tua Santa Face eu veja.
Um comentário:
A saudade do grande Poeta Zeca Muniz, meu Pai, ainda enluta nossos corações. Tal qual um velho passarinho voou para junto de Deus.
Obrigada Totó por tão bela homenagem ao nosso Pai.
Bjs de luz.
Goretti Albuquerque
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