segunda-feira, 28 de março de 2011

Poeta Zeca Muniz - 90 Anos

Zeca Muniz e Totó Rios
Participei das comemorações do aniversário de 90 anos do Poeta Zeca Muniz no dia 26/03/2011 momento muito festivo com familiares, parentes e amigos. Pela manhã foi realizado missa celebrada por Mons. Valderi Rocha e ao meio dia foi servido o almoço, à noite às 7hs seresta com músicas que marcaram nossa história e o poeta Zeca Muniz participou com toda sua lucidez.


Totó Rios e filhos do Zeca Muniz
Neste momento foi que conheci o Zeca Muniz, quando me apresentei ao mesmo disse-lhe que eu era filho de Arimá Silveira, ele logo me falou que o conhecia inclusive lembrava-se da Tapera localidade onde moraram meus avós e citou algumas pessoas que residiam lá como Antônio Silveira, e falamos um pouco sobre Genealogia de nossa famílias.

Há alguns meses conheci seus filhos: Elizabeth que lançou livro sobre a Genealogia das Famílias de Cruz-Ce ‘Era uma vez na Cruz’, logo depois o Orestes que publica suas poesias no Blog Cavalo de Talo e a Goretti com o Blog Balaio da Poesia. E na ocasião do aniversário pude conhecer os outros filhos do Zeca Muniz.

 “Como é bom envelhecer com lucidez”-Totó Rios

Por Totó Rios


Zeca Muniz

Dados Biograficos

Eu, José de Sousa Albuquerque , vulgo Zéca Muniz; nascido, em Cruz, em 26/03/1921, desde a mais tenra idade me botaram no amanho da terra, cavando o pão na inchada. Nunca tive liberdades pra brincadeiras, e a disciplina no meu tempo era rigorosa, qualquer pequeno erro, a advertência era o cipó; acho que os castigos extrapolaram o meu emocional, e a repressão me fez um reprimido.

Por isso não culpo meus Pais, pois não tinham a luz de como educar os filhos com liberdade e informação; assim foram criados e assim nos criaram.

Na lavoura fiz profissão, e trabalhei com meu Pai até os 20 anos. Aos 21, fui sorteado para o Exército, era a primeira saída - e logo ir enfrentar as armas de guerra - isso me trouxe o peso de um treinamento estafante que me deixou mais deprimido e frouxo do que já era, alem do medo de ir pra guerra. Foram dois anos numa escola da vida, onde a disciplina me estrangulou ainda mais o sistema nervoso e o emocional, se bem que aprendi alguma coisa para o caminho da vida.Mas dei graças quando me licenciaram, a guerra terminou e eu não fui, voltei pra liberdade no meu nascedouro, um pouco abalado no sistema orgânico, mas sentindo na alma a esperança de paz no seio da família.

Em 47, já com 26 anos, me casei sem nem uma noção para uma estrutura de família, mas fomos levando o barco a remo e a vara, nasceram-nos 8 filhos 2 morreram ainda criança. Os seis cresceram aos trancos e barrancos, mais eram todos bem inteligentes, e com o pouco de escola que lhes demos souberam achar caminhos mais fluentes para seguir, e me superaram no trajeto da vida. Regozijo-me, pelo pouco que lhes dei no inicio de suas vidas, pois com este alicerce se ergueram e com o sacrifício de seus trabalhos, ordenados com persistência e perseverança.

Visando estas qualidades, contemplo-os um prodígio de família, nascida de um Pai frágil e desordenado, que levou a vida tangido pelo medo e perturbado pela a ignorância, hoje no fim da caminhada, arranjei um passa tempo nas paginas dos livros e, descobri as falhas que estou apontando; rogo-vos perdoem as minhas falhas e, alerto-os, cuidado com o vicio da boemia, ela arrasa com a saúde moral e corporal.
Os Erros e os frutos, deles, estão no histórico sobre o Zequinha.

Que todos vivam em paz e bem unidos, ADIOS.

Fonte: Livro Coletânea de um aprendiz aos 80

Confira outros dados e Poesias do Poeta Zeca Muniz: Blog Biblioteca Municipal de Cruz


A súplica de um ancião

O meu corpo desfalece
Mais tenho um coração
E a mente muito frágil
Traz-me a desilusão,
Reforça a minha alma
Com a força de um sanção
E que brilhe em meu senso
A luz pra esta canção.
Perdoa os descaminhos
Que este velho cruzou
Pois na minha juventude
A fúria me dominou,
Mas a água batismal
Tua fé me pegou
E pelo curso da vida
Eu senti o teu amor.
Ò Senhor Deus do Universo
A tua luz me enseja
A jogar com minhas notas
As sementes bem fazejas
Que elas sejam semeadas
Nos vales da tua Igreja
E que lá no reino etéreo
Tua Santa Face eu veja.


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