terça-feira, 29 de março de 2011

Arte circense é tema de votação na Câmara

Projeto que será votado na Câmara Municipal hoje pretende regulamentar e garantir melhores condições de funcionamento aos circos de Fortaleza
O projeto prevê a criação da Escola Municipal de Circo, que terá suas atribuições definidas por decreto (FCO FONTENELE)
A Câmara Municipal de Fortaleza deve votar hoje matéria sobre o projeto de indicação que trata da regulamentação de circos itinerantes na Capital. Caso seja aprovado, o apoio do poder público poderá ser o marco inicial de uma nova fase para os artistas e profissionais do circo, uma oportunidade para não deixar se apagar a chama histórica de uma arte bastante popular.

O projeto, de autoria do vereador Guilherme Sampaio (PT), visa a assegurar condições básicas de funcionamento em cada Secretaria Executiva Regional (SER), autorizando o poder Executivo a disponibilizar espaços públicos com instalações fixas (água, luz, banheiros químicos) na área ocupada pelos circos, além de isenção nas taxas de alvará. Uma das principais reclamações dos profissionais do circo é a demora em conseguir a autorização para funcionamento. Pelo projeto, as regionais terão um prazo máximo de dez dias para analisar os pedidos e se posicionar sobre concessão do uso de terrenos públicos.

Segundo Guilherme Sampaio, o debate pretende garantir o reconhecimento do circo como um patrimônio cultural de Fortaleza, daí a necessidade de uma lei que regulamente e incentive tais equipamentos. “A linguagem artística do circo, que é milenar, não estava sendo reconhecida adequadamente pelo poder público”, afirma o vereador. Para ele, caso sejam realmente postas em prática as ideias do projeto, juntamente com a articulação dos profissionais de circo, haverá “um novo patamar para a organização política desses movimentos” e uma nova fase para a arte circense na Cidade.

Como se trata de uma indicação, o projeto, se for aprovado, será enviado ao poder Executivo, que o avalia e, caso o aprove, reenvia para a Câmara em forma de projeto de lei, para ser novamente votado, seguindo depois para a sanção da Prefeitura.

Para o presidente da Associação de Profissionais, Artistas e Escolas de Circos do Ceará (Apaece), Carlos Sousa, a execução do projeto poderá trazer “benefícios enormes, permitindo apresentar os espetáculos com maior qualidade” e tornar o circo mais visível e atraente ao público. Segundo o humorista, que faz o personagem Motoca, muitas pessoas se distanciaram do circo porque o primeiro contato com as apresentações não era bom, devido à falta de estrutura: “As pessoas vão ao circo esperando ver algo lindo e maravilhoso, mas chegam lá e veem o oposto, aí não voltam”, lamenta.

Outros problemas destacados pelo humorista se referem às dificuldades de acesso à educação e à saúde, uma vez que os órgãos municipais responsáveis por esses direitos prestam atendimento às pessoas que moram em sua área de abrangência. Devido ao caráter itinerante dos circos, esses fatores deverão ser anexados às propostas do projeto.

O projeto apresentado prevê ainda a autorização para que o poder Executivo crie a Escola Municipal de Circo, que terá sua estrutura e atribuições definidas por decreto. Sobre a criação da escola, Carlos Sousa diz que ela irá “fomentar a arte do circo na Capital”, com foco na formação de novos artistas de circo, contendo aulas de dança, teatro, expressão e música, entre outros. O artista diz ainda que a escola será fundamental para profissionalizar os artistas, pois “o artista circense do Ceará deixa a desejar em alguns pontos porque aprendeu na marra”.

O quê

ENTENDA A NOTÍCIA

O projeto de indicação propõe que a Prefeitura de Fortaleza regulamente e apoie os circos itinerantes da Capital. Pelo projeto, as regionais devem avaliar em até dez dias o pedido de alvará de funcionamento dos circos e disponibilizar espaço público dotado de água, luz e banheiros químicos.

Marcos Robério 
 
Fonte: O Povo

Um comentário:

Waleska Frota. disse...

O circo como arte milenar merece
mais apoio,e atenção por parte de
todos.