O local tem importante acervo de vegetais, invertebrados e vertebrados, e coleção de fósseis do Cretáceo
MUSEU DE PALEONTOLOGIA de Santana do Cariri foi reformado. Entre o seu acervo, peixes fossilizados com 110 milhões de anos. Ao todo, são cerca de 10 mil fósseis
FOTO: ANTONIO VICELMO
No momento, está sendo feito um recadastramento do museu. Antes, falava-se em mais de 7 mil peças catalogadas. A direção do Museu explica que muitas dessas peças são repetidas. Daí a necessidade de uma reavaliação do acervo. São cerca de 10 mil fósseis, incluindo os não catalogados. O Museu conta com um importante acervo de vegetais, invertebrados e vertebrados e a melhor coleção de fósseis do período Cretáceo.
Em sua maioria, estes fósseis foram doados por moradores locais ou obtidos por meio de coletas e trabalhos e/ou aulas de campo. Atualmente, as peças abrangem uma enorme variedade de espécies que contam parte da história da evolução da vida do planeta Terra. São microfósseis e macrofósseis dos antigos ambientes terrestres e aquáticos, como vegetais, moluscos, equinóides, aracnídeos, insetos, peixes, anfíbios, tartarugas, crocodilianos, dinossauros e pterossauros.
Santana do Cariri, que foi denominada por Lei Estadual, em 2005, como Capital Cearense da Paleontologia, é o maior centro de informações sobre paleontologia do Ceará. Os fósseis são extraídos das entranhas da Chapada do Araripe que emoldura a cidade.
Combinação
A riqueza da Chapada do Araripe é resultado de uma combinação rara de fatores. "Há milhões de anos, a região era repleta de lagos de água doce e salgada com baixa oxigenação", explica o fundador do museu, Plácido Cidade Nuvens. O pouco oxigênio existente naquele ambiente foi insuficiente para oxidar preciosidades para os cientistas como ossos de animais, escamas de peixes e corpos inteiros de insetos, que permaneceram conservados. O professor de química, José Demontier Ferreira, que veio de Fortaleza para conhecer o lugar, afirma que o Museu de Santana do Cariri coloca a população em contato com sua própria história, suas tradições e valores. Com essas atividades, o museu contribui para que a comunidade tome consciência de sua própria identidade que geralmente tenha sido escamoteada por razões de ordem histórica, social e racial.
O museu, como um espaço democrático, tem como uma de suas responsabilidades contribuir para a inclusão social. Nesse sentido, a função social dos museus é apresentar à coletividade a sua história e sua cultura. "Cada uma dessas peças é um livro aberto que fala sobre a origem do homem e da terra", diz a professora Leda Vasconcelos, que esteve no Museu, acompanhando um grupo de estudantes da cidade de Brejo Santo.
A educadora pretende implantar em sua cidade um núcleo de estudos sobre fósseis com o objetivo de divulgar os sítios fossilíferos do Município de Brejo Santo, onde foram encontradas árvores fossilizadas com cerca de 140 milhões de anos. Este tesouro, segundo Leda, não está sendo explorado. "A maioria das pessoas não tem conhecimento da riqueza", lamenta. Com as reformas realizadas, aumentou o espaço para exposição, redistribuição do acervo e estrutura mais didática para que os visitantes possam conhecer melhor a importância da Bacia do Araripe para a ciência mundial. Com área de 400 metros quadrados distribuída em dois andares, o equipamento agora pode receber excursões com até 40 pessoas - o dobro da capacidade anterior.
Geopark
Localizado em Santana do Cariri, o museu é um dos principais instrumentos de divulgação do Geopark Araripe, reconhecido pela Unesco em 2006 como o primeiro geoparque das Américas e que possui mais de um terço de todos os registros de pterossauros descritos no mundo e mais de 20 ordens diferentes de insetos. De acordo com a direção do museu, uma das principais mudanças proporcionadas pela reforma é que agora os visitantes poderão ter informações mais completas sobre o universo da Paleontologia. No primeiro andar, informa ele, será possível conhecer o processo de formação geológica da Chapada do Araripe, além das etapas que envolvem uma exploração científica em busca de fósseis.
Já no piso superior, o acervo foi todo distribuído de acordo com o tipo de fóssil: plantas, insetos, moluscos, peixes, anfíbios, lagartos, tartarugas, pterossauros e dinossauros. Uma característica interessante da exposição é que o tamanho dos fósseis peixes varia de alguns centímetros até 2,5 metros.
Os ambientes onde alguns animais viviam são mostrados com mais fidelidade, inclusive com a vegetação existente na época. (A.V).
Fique por dentro
Criação
O Museu de Paleontologia da Universidade Regional do Cariri (Urca), sediado no Município de Santana do Cariri, foi criado em 18 de abril de 1985 (Lei nº 197/85) pelo então prefeito, Plácido Cidade Nuvens, e foi inaugurado em 26 de julho de 1988. Foi doado à Universidade, efetivamente, no ano de 1991, na gestão do reitor Manuel Edmilson do Nascimento, passando a integrar a estrutura da Universidade, como núcleo de pesquisa e extensão. Ampliações no local ocorreram na gestão da reitora Violeta Arraes, entre os anos de 1997 e 1998, com instalações condizentes com a importância desempenhada como centro de pesquisas e referências no circuito turístico nordestino. O lugar é um dos destaques da região.
MUSEU DE PALEONTOLOGIA de Santana do Cariri foi reformado. Entre o seu acervo, peixes fossilizados com 110 milhões de anos. Ao todo, são cerca de 10 mil fósseis
FOTO: ANTONIO VICELMO
No momento, está sendo feito um recadastramento do museu. Antes, falava-se em mais de 7 mil peças catalogadas. A direção do Museu explica que muitas dessas peças são repetidas. Daí a necessidade de uma reavaliação do acervo. São cerca de 10 mil fósseis, incluindo os não catalogados. O Museu conta com um importante acervo de vegetais, invertebrados e vertebrados e a melhor coleção de fósseis do período Cretáceo.
Em sua maioria, estes fósseis foram doados por moradores locais ou obtidos por meio de coletas e trabalhos e/ou aulas de campo. Atualmente, as peças abrangem uma enorme variedade de espécies que contam parte da história da evolução da vida do planeta Terra. São microfósseis e macrofósseis dos antigos ambientes terrestres e aquáticos, como vegetais, moluscos, equinóides, aracnídeos, insetos, peixes, anfíbios, tartarugas, crocodilianos, dinossauros e pterossauros.
Santana do Cariri, que foi denominada por Lei Estadual, em 2005, como Capital Cearense da Paleontologia, é o maior centro de informações sobre paleontologia do Ceará. Os fósseis são extraídos das entranhas da Chapada do Araripe que emoldura a cidade.
Combinação
A riqueza da Chapada do Araripe é resultado de uma combinação rara de fatores. "Há milhões de anos, a região era repleta de lagos de água doce e salgada com baixa oxigenação", explica o fundador do museu, Plácido Cidade Nuvens. O pouco oxigênio existente naquele ambiente foi insuficiente para oxidar preciosidades para os cientistas como ossos de animais, escamas de peixes e corpos inteiros de insetos, que permaneceram conservados. O professor de química, José Demontier Ferreira, que veio de Fortaleza para conhecer o lugar, afirma que o Museu de Santana do Cariri coloca a população em contato com sua própria história, suas tradições e valores. Com essas atividades, o museu contribui para que a comunidade tome consciência de sua própria identidade que geralmente tenha sido escamoteada por razões de ordem histórica, social e racial.
O museu, como um espaço democrático, tem como uma de suas responsabilidades contribuir para a inclusão social. Nesse sentido, a função social dos museus é apresentar à coletividade a sua história e sua cultura. "Cada uma dessas peças é um livro aberto que fala sobre a origem do homem e da terra", diz a professora Leda Vasconcelos, que esteve no Museu, acompanhando um grupo de estudantes da cidade de Brejo Santo.
A educadora pretende implantar em sua cidade um núcleo de estudos sobre fósseis com o objetivo de divulgar os sítios fossilíferos do Município de Brejo Santo, onde foram encontradas árvores fossilizadas com cerca de 140 milhões de anos. Este tesouro, segundo Leda, não está sendo explorado. "A maioria das pessoas não tem conhecimento da riqueza", lamenta. Com as reformas realizadas, aumentou o espaço para exposição, redistribuição do acervo e estrutura mais didática para que os visitantes possam conhecer melhor a importância da Bacia do Araripe para a ciência mundial. Com área de 400 metros quadrados distribuída em dois andares, o equipamento agora pode receber excursões com até 40 pessoas - o dobro da capacidade anterior.
Geopark
Localizado em Santana do Cariri, o museu é um dos principais instrumentos de divulgação do Geopark Araripe, reconhecido pela Unesco em 2006 como o primeiro geoparque das Américas e que possui mais de um terço de todos os registros de pterossauros descritos no mundo e mais de 20 ordens diferentes de insetos. De acordo com a direção do museu, uma das principais mudanças proporcionadas pela reforma é que agora os visitantes poderão ter informações mais completas sobre o universo da Paleontologia. No primeiro andar, informa ele, será possível conhecer o processo de formação geológica da Chapada do Araripe, além das etapas que envolvem uma exploração científica em busca de fósseis.
Já no piso superior, o acervo foi todo distribuído de acordo com o tipo de fóssil: plantas, insetos, moluscos, peixes, anfíbios, lagartos, tartarugas, pterossauros e dinossauros. Uma característica interessante da exposição é que o tamanho dos fósseis peixes varia de alguns centímetros até 2,5 metros.
Os ambientes onde alguns animais viviam são mostrados com mais fidelidade, inclusive com a vegetação existente na época. (A.V).
Fique por dentro
Criação
O Museu de Paleontologia da Universidade Regional do Cariri (Urca), sediado no Município de Santana do Cariri, foi criado em 18 de abril de 1985 (Lei nº 197/85) pelo então prefeito, Plácido Cidade Nuvens, e foi inaugurado em 26 de julho de 1988. Foi doado à Universidade, efetivamente, no ano de 1991, na gestão do reitor Manuel Edmilson do Nascimento, passando a integrar a estrutura da Universidade, como núcleo de pesquisa e extensão. Ampliações no local ocorreram na gestão da reitora Violeta Arraes, entre os anos de 1997 e 1998, com instalações condizentes com a importância desempenhada como centro de pesquisas e referências no circuito turístico nordestino. O lugar é um dos destaques da região.
Fonte: Diário do Nordeste
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