Coleção adapta contos de fadas para a literatura de cordel, através do trabalho da dupla Arievaldo Viana e Jô Oliveira
Personagens de contos de fadas no universo da literatura de cordel. Acima, ilustrações feitas pelo pernambucano Jô Oliveira
Embalando a infância de milhares de crianças no mundo inteiro, os contos de fadas europeus adaptados pelos irmãos Jacob e Wilhelm Grimm, no início do século XIX, ganham versão para a literatura de cordel, a partir da harmonia métrica do cearense Arievaldo Viana e das belas ilustrações do pernambucano Jô Oliveira.
A dupla vem trabalhando na coleção "Era uma vez... Em Cordel", publicada pela editora Globo. Ao todo, 12 histórias clássicas do cânone da literatura infantil serão convertidas em versos. Dois deles, "A peleja de Chapeuzinho Vermelho com o Lobo Mau" e "O coelho e o jabuti", já estão prontos. O lançamento acontece amanhã, na XV Bienal do Livro do Rio de Janeiro.
O cordelista Arievaldo Viana, com presença confirmada no evento, conta que o convite para participar do projeto veio do amigo e parceiro de trabalho Jô Oliveira. "Ele é um grande artista! Um ótimo ilustrador! Jô foi convidado a desenvolver um projeto para a editora. Então, teve a ideia de adaptar contos de fadas dos irmãos Grimm para a literatura de cordel, chamando-me para transformar a história em rima. Os livros estão lindos, uma edição bem caprichada, com ilustrações coloridas e traços parecidos com os da xilogravura. Mais a frente quando a coleção estiver toda completa, vamos trabalhar com o ´Livro das Mil e Uma Noites´, contos populares originários do Médio Oriente".
Livros
Publicado pela primeira vez em 1812, a história da Chapeuzinho Vermelho é uma das mais queridas pelo público infantil. Pelas mãos de Arievaldo Viana, ela se transformou em "A peleja de Chapeuzinho Vermelho com o Lobo Mau". A ideia do conto permanece, mas agora o texto é escrito em estrofes compostas de sete versos. Do mesmo modo, a conhecida fábula "O coelho e o jabuti" ganha uma versão divertida, entoada pela simplicidade e a cadência das rimas de Arievaldo Viana.
"Alfabetizei-me com os folhetos em cordéis. É muito importante para mim poder, de alguma forma, contribuir com a difusão e novas adaptações desse gênero literário. A coleção ´Era uma vez... Em cordel´ também circulará pelas salas de aula do País, fortalecendo mais uma vez o fato de a literatura de cordel ser um instrumento pedagógico potente, capaz de facilitar o processo de ensino-aprendizado de jovens e crianças", destaca.
Além da coleção, Arievaldo Viana vem se dedicando a outros planos. "Estou envolvido em vários projetos, de quais pretendo relançar o livro ´O baú da gaiatice´, um dos meus primeiros escritos. Essa será a terceira edição. Também venho me dedicando à produção de cordéis sobre contos gauchescos (´Causos de Romualdo´), que serão lançados na Feira do Livro de Porto Alegre, em novembro. O cordel é a minha vida. Todos esses projetos são uma forma de tentar manter viva essa tradição na sociedade contemporânea", conta o poeta.
Fique por dentro Versos da tradição
A literatura de cordel é um gênero poético que se origina de formas de poesia da tradição popular europeia, trazidas ao Brasil ainda na época colonial. Aos poucos, foi se tornando cada vez mais popular, principalmente no Nordeste. Costuma ser composta em sextilhas (estrofes de seis versos), e abrange os mais diferentes assuntos. Um dos mais famosos artistas do cordel foi Leandro Gomes de Barros (1865-1918). Em sua obra encontramos versões contos populares, histórias de cangaceiros e fatos do cotidiano.
Poesia
A peleja de Chapeuzinho Vermelho com Lobo Mau
Arievaldo Viana e Jô Oliveira
Globo
2011
36 páginas
R$ 34
Poesia
O coelho e o jabuti
Arievaldo Viana e Jô Oliveira
Globo
2011
32 páginas
R$ 32
ANA CECÍLIA SOARES
REPÓRTER
Personagens de contos de fadas no universo da literatura de cordel. Acima, ilustrações feitas pelo pernambucano Jô Oliveira
Embalando a infância de milhares de crianças no mundo inteiro, os contos de fadas europeus adaptados pelos irmãos Jacob e Wilhelm Grimm, no início do século XIX, ganham versão para a literatura de cordel, a partir da harmonia métrica do cearense Arievaldo Viana e das belas ilustrações do pernambucano Jô Oliveira.
A dupla vem trabalhando na coleção "Era uma vez... Em Cordel", publicada pela editora Globo. Ao todo, 12 histórias clássicas do cânone da literatura infantil serão convertidas em versos. Dois deles, "A peleja de Chapeuzinho Vermelho com o Lobo Mau" e "O coelho e o jabuti", já estão prontos. O lançamento acontece amanhã, na XV Bienal do Livro do Rio de Janeiro.
O cordelista Arievaldo Viana, com presença confirmada no evento, conta que o convite para participar do projeto veio do amigo e parceiro de trabalho Jô Oliveira. "Ele é um grande artista! Um ótimo ilustrador! Jô foi convidado a desenvolver um projeto para a editora. Então, teve a ideia de adaptar contos de fadas dos irmãos Grimm para a literatura de cordel, chamando-me para transformar a história em rima. Os livros estão lindos, uma edição bem caprichada, com ilustrações coloridas e traços parecidos com os da xilogravura. Mais a frente quando a coleção estiver toda completa, vamos trabalhar com o ´Livro das Mil e Uma Noites´, contos populares originários do Médio Oriente".
Livros
Publicado pela primeira vez em 1812, a história da Chapeuzinho Vermelho é uma das mais queridas pelo público infantil. Pelas mãos de Arievaldo Viana, ela se transformou em "A peleja de Chapeuzinho Vermelho com o Lobo Mau". A ideia do conto permanece, mas agora o texto é escrito em estrofes compostas de sete versos. Do mesmo modo, a conhecida fábula "O coelho e o jabuti" ganha uma versão divertida, entoada pela simplicidade e a cadência das rimas de Arievaldo Viana.
"Alfabetizei-me com os folhetos em cordéis. É muito importante para mim poder, de alguma forma, contribuir com a difusão e novas adaptações desse gênero literário. A coleção ´Era uma vez... Em cordel´ também circulará pelas salas de aula do País, fortalecendo mais uma vez o fato de a literatura de cordel ser um instrumento pedagógico potente, capaz de facilitar o processo de ensino-aprendizado de jovens e crianças", destaca.
Além da coleção, Arievaldo Viana vem se dedicando a outros planos. "Estou envolvido em vários projetos, de quais pretendo relançar o livro ´O baú da gaiatice´, um dos meus primeiros escritos. Essa será a terceira edição. Também venho me dedicando à produção de cordéis sobre contos gauchescos (´Causos de Romualdo´), que serão lançados na Feira do Livro de Porto Alegre, em novembro. O cordel é a minha vida. Todos esses projetos são uma forma de tentar manter viva essa tradição na sociedade contemporânea", conta o poeta.
Fique por dentro Versos da tradição
A literatura de cordel é um gênero poético que se origina de formas de poesia da tradição popular europeia, trazidas ao Brasil ainda na época colonial. Aos poucos, foi se tornando cada vez mais popular, principalmente no Nordeste. Costuma ser composta em sextilhas (estrofes de seis versos), e abrange os mais diferentes assuntos. Um dos mais famosos artistas do cordel foi Leandro Gomes de Barros (1865-1918). Em sua obra encontramos versões contos populares, histórias de cangaceiros e fatos do cotidiano.
Poesia
A peleja de Chapeuzinho Vermelho com Lobo Mau
Arievaldo Viana e Jô Oliveira
Globo
2011
36 páginas
R$ 34
Poesia
O coelho e o jabuti
Arievaldo Viana e Jô Oliveira
Globo
2011
32 páginas
R$ 32
ANA CECÍLIA SOARES
REPÓRTER
Nenhum comentário:
Postar um comentário