segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Coleção Nossa Cultura traz à luz obras de Américo Facó


A Secretaria da Cultura do Estado do Ceará  apresenta a publicação completa, reunindo as duas obras  de Américo Facó: Sinfonia Negra(1946), de narrativas (em sua maioria), e Posesia Perdida(1951). No ano em que completaria 125 anos, Américo Facó, cearense de Beberibe, quase que absolutamnte deconhecido em sua terra, embora fosse figura reconhecidamente ilustre perante à intelectualidade brasileira, recebe o reconhecimento impresso, por meio de investigações e descobertas de ilustrações.

Há muito que ser dito sobre Facó, mas agora, por meio da Coleção Nossa Cultura, que configura uma política do livro que atenda à descoberta, ao registro e à renovação de nosso patrimônio cultural, e por meio da Coordenação Editorial da Secult, que realizou uma investigação nas edições príncipes do autor na Biblioteca Pública Governador Menezes Pimentel, que se encontrão em perfeito estado de conservação e em bonitas encadernações, a obra de Facó, está organizada e acrescida de ilustrações, acessível a todos nas bibliotecas do estado.

Américo, que trabalhou sua vida inteira no ramo editorial, “brincava” com as possibilidades de edição, e numa mesma, gostava de variar as cores e tipos de gramaturas do papel. A surpresa durante o período de investigação, nas obras do autor, foi de ter encontrado as ilustrações de Poesia Perdida, de autoria de Chin, utilizadas para a a título de apêndice, textos curiosos de Carlos Drumond de Andrade sobre o amigo Américo, também foram publicados nesta edição.

Poesia Perdida, foi encontrado imprenso, no exemplar n° 580(Américo os numerava): “Imprimiram-se deste livro vinte e cinco exemplares em papel inglês superior, marcados de A a Z, e novecentos e setenta e cinco exemplares em papel Vêrge, numerados de 1a 975”. Poesia perdida, obra ilustrada por Chin em 11 poemas, foi publicada pela Livraria José Olympio Editora do Rio de Janeiro e impressa nas oficinas gráficas da Imprensa  Nacional do Rio de Janeiro em junho de 1951.

Sobre a Sinfonia Negra, exemplar n° 208: “ Essa edição consta de duzentos e cinquenta exemplares  em papel Vergê numerados de 1 a 250 em papel Imperial-Ledger numerados de I a L”. Sinfonia Negra foi publicada pela Editora Zelio Valverde S.A, Rio de Janeiro, e impressa nas oficinas da Imprensa Nacional do Rio de Janeiro, aos vinte dias do mês de novembro de 1946. A obra dividi-se em duas partes, sendo a primeira composta de 11 textos e a segunda de 17, dentre eles, dois poemas: “ Mãe Preta” e “Mestiça”.

Raymundo Neto, Coordenador Editorial da Secretaria da Cultura do Ceará, comenta a respeito das obras de Facó que “pretendemos que, principalmente, a sua obra, que já não mais perdida, fale mais alto do que tudo”.
Serviço: Américo Facó: Obra Perdida

Título: Américo Facó: Obra Perdida

Série: Luz do Ceará

Autor: Américo Facó

Apresentação: Floriano Martins

Coordenação Editorial: Raymundo Netto

Edição: Secult

Assunto: Literatura Poesia/Narrativas

Imagem de capa: “Américo Facó”, óleo sobre madeira de Otacílio de Azevedo.

Nº de páginas: 160/ Ano de publicação: 2010

Biografia breve do Autor:

Américo Facó, jornalista, poeta e escritor, nasceu em Beberibe, Ceará, em 21 de outubro de 1885. Seu pai o enviou a Fortaleza para completar os estudos no Liceu do Ceará. Nos próximos dois meses, após a conclusão dos preparatórios do Liceu, foi professor do Instituto de Humanidades de Joaquim Nogueira. Em seguida, passou a dedicar-se à literatura e ao jornalismo no Jornal do Ceará, de Waldemiro Cavalcanti (posteriormente de Agapito dos Santos), no qual, além de publicar seus sonetos, assinava a coluna “Olho da Rua” (entre 1907 e 1908). Também em 1908 publicava no Álbum Imperial, de São Paulo. Como João Brígido, d'Unitário, assumiu forte resistência à oligarquia de Nogueira Acioly, Presidente da Província, o que lhe rendeu, em represália, em 21 de dezembro de 1908, uma violenta e quase trágica surra por parte de policiais. Assim, aos 25 anos (1910) viu-se forçado a mudar-se para o Rio de Janeiro, na época a capital brasileira. Trabalhou em diversos jornais, fundou e dirigiu revistas como a Ideia Ilustrada (1924) — que tinha dentre os colaboradores o amigo Sérgio Buarque de Holanda —, Estética (1924), O Espelho (1930) e Pan (que sob sua direção, em 1940, publicou “Triunfo”, o primeiro conto de Clarice Lispector). Foi um dos fundadores da Agência Brasileira de Notícias (1924), diretor do Instituto Nacional do Livro e redator de debates do Senado Federal. Durante alguns anos dirigiu a parte literária da revista Fon-Fon. Publicou Sinfonia Negra em 1946 e, em 1951, Poesia Perdida. Faleceu no Rio de Janeiro em 3 de janeiro de 1953.

Fonte: Secult-Ce

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