sábado, 28 de maio de 2011

Livro-Praia de Iracema dos Anos 50


Praia de Iracema dos Anos 50 é um livro que traz uma narrativa dos acontecimentos que se passaram nos últimos 50 anos, pela ótica de quem nasceu e viveu numa das mais bonitas praias do Ceará. A década de 50 é bastante enfatizada porque foi a época das grandes transformações do bairro. As informações que suscitavam dúvidas foram checadas com os amigos contemporâneos. Os costumes da época, algumas pessoas e os locais preferidos para o lazer compõem o cenário para esse meio século de história que conta a valorização e mostra as transformações ocorridas no bairro. O leitor atento, mesmo que seja de outro bairro, perceberá a semelhança de costumes que há nas diferentes localidades, e poderá ser transportado ao passado para conhecê-lo e estabelecer a sua própria comparação com o que existe nos dias atuais.

O processo de valorização do Porto das Jangadas, que iria mudar para Praia do Peixe, e depois viria a se chamar Praia de Iracema, começou no início da década de 20, através das construções de palacetes de estilos ecléticos para veraneio. Com essas edificações, a localidade ganhou o nome de Praia do Peixe. Assim sendo, os pescadores tiveram que deixar os barracos em que moravam à orla marítima, para ir habitar na pequena encosta que havia nas proximidades, conforme registro do arquiteto Antônio Rocha Júnior.

Em 1925, por iniciativa do coronel José de Magalhães Porto, houve uma votação para saber se o povo concordava com a mudança do nome Praia do Peixe para Praia de Iracema. Seria uma forma de homenagear o romance Iracema, escrito pelo cearense José Martiniano de Alencar.

Até o dia 14 de julho de 1942, Fortaleza contava com uma frota de 607 carros devidamente matriculados na Inspetoria Estadual de Trânsito (IET). Todos importados porque o Brasil ainda não fabricava carros. Nos anos seguintes, a citada frota de veículos continuou crescendo, mesmo sendo importada. Mas no ano de 1956, o Brasil fabricou seu primeiro carro de duas portas, o DKW Universal, feito pela Vemag sob licença da Auto Union. Esse feito foi o marco histórico para o início do grande aumento da frota de veículos em território brasileiro nos anos que viriam.

Como o acesso para a Praia de Iracema, através da avenida Monsenhor Tabosa, era possível somente pela rua Senador Almino e, mais distante ainda, pela rua Ildefonso Albano, constatou-se que era chegada a hora de prolongar a rua João Cordeiro, da Padre Justino, onde ela começava, até a avenida Historiador Raimundo Girão, para facilitar o tráfego de veículos dos moradores da praia. Com essa finalidade, em 1957, o coqueiral da praia ficou sem alguns exemplares para dar passagem ao calçamento que se prolongou até o litoral, na direção norte.

São lembrados os locais frequentados pelos jovens nos fins de semana e nos períodos das férias, tais como a ponte dos Ingleses, antes da reforma de 1994, onde havia a brincadeira de pular de cima da laje no momento em que a onda do mar estava passando. Os restaurantes badalados Estoril, Iracema e Lido e a churrascaria Cirandinha. O Tony’s Bar do Figueiredão, que realizava shows aos sábados à noite, com os melhores cantores nacionais. Os bares que alugavam calção de banho. Os prédios históricos onde funcionavam a Alfândega, a Subsistência do Exército e o escritório das lojas A Pernambucana. O edifício São Pedro que já foi o mais alto do bairro. Os significados dos nomes indígenas das vias. As biografias dos homens notáveis que emprestaram seus nomes para representar as ruas e avenidas do bairro. Os clubes sociais. As igrejas em que fomos batizados: São Pedro, Santa Luzia, Nossa Senhora da Saúde e Prainha. Grupos escolares e colégios. As mercearias descritas também são roteiros para a localização dos demais estabelecimentos comerciais situados na mesma rua ou avenida.

O lançamento do livro será no auditório do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, na Praia de Iracema, na próxima quarta-feira, 1º de junho de 2011, às 19h.
Jaildon Correia Barbosa
jaildonbarbosa@ibest.com.br


Fonte: O Povo

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