segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Livro — Memórias do Juazeiro do Padre Cícero- Agostinho Balmes Odísio , de autoria de Vera Odísio Siqueira


Agostinho Balmes Odísio, chegou a Juazeiro em outubro de 1930, para fixar residência, a casinha de taipa mostrada na foto foi o único local disponível que ele encontrou para fixar morada e instalar seu atelier. Eis como ele descreveu a situação nos apontamentos que depois foram publicados em forma de livro por sua neta, Vera Odísio Siqueira, sob o título Memórias sobre Juazeiro do Padre Cícero,  publicado pelo Museu do Ceará em 2006: 

“Ao chegar ao Juazeiro apresentei-me ao prefeito (na época, José Geraldo da Cruz|), perfeito cavalheiro, para o qual tinha carta do major Juarez Távora. Recebeu-me com atenção e atendeu-me na farmácia da qual é dono; ao sair deu-nos como guia um empregado da Prefeitura o qual nos acompanhou na cidade, sendo o nosso cicerone, e já a mesma tarde graças a este senhor, tínhamos encontrado casa para morarmos e trabalhar. Casa!... uma tapera de pau a pique, barro a vista, cheia de buracos os quais nos deram um trabalho de dois dias para concertá-los. Mas ficamos agradecidos de ter encontrado tal morada, porque as casas melhores e de tijolos são todas ocupadas pelos proprietários.”

  
Totó Rios: Agradeço a Vera Odísio  por me presentear com este livro e com os livros publicados por seu pai João Otávio Siqueira: Viçosa do Ceará - Notícias Esparsas e Adivinha – o que é, o que é? 


Livro Agostinho Balmes Odísio — Memórias do Juazeiro do Padre Cícero, de autoria de Vera Odísio Siqueira


O livro “Agostinho Balmes Odísio — Memórias do Juazeiro do Padre Cícero”, de autoria de Vera Odísio Siqueira foi publicada sob o patrocínio do Museu do Ceará dentro do projeto Resgate da Memória Cearense. A apresentação foi feita pelo escritor de Juazeiro do Norte, Renato Casimiro.

Italiano de nascimento, Agostinho Balmes Odísio foi um escultor e arquiteto que viveu seis anos no Cariri, entre 1934 e 1940. Neste curto espaço de tempo, ele foi autor de bom número de obras de arte implantadas no Cariri, sendo a mais conhecida a Coluna da Hora, com 29 metros de altura, onde está a estátua do Cristo Redentor, com seis metros — totalizando 35 metros —  hoje oficializado como  o ícone da cidade de Crato.

Biografia

De acordo com pesquisa feita pelo historiador Armando Lopes Rafael, Agostinho Balmes nasceu em 1881, em Turim, norte da Itália, e formou-se pela Escola de Belas Artes daquela cidade. Na infância, foi aluno da Escola Profissional Domingos Sávio, mantida por São João Bosco.

Em 1912, ele esculpiu um busto do Rei da Itália, Vito Emanuel II, conquistando o 1º lugar numa disputa por uma bolsa de estudo em Paris. Na Capital francesa, foi discípulo de August Rodin, considerado, ainda hoje, o maior escultor contemporâneo. Em 1913, com 32 anos de idade, Agostinho Odísio resolveu emigrar para a Argentina, onde residia um irmão seu. Entretanto, por motivos ignorados, desembarcou no Porto de Santos, em São Paulo e permaneceu no Brasil até sua morte.

Durante 20 anos, produziu dezenas de obras de arte nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Em 1934, devido a problemas de saúde, foi aconselhado a residir no Nordeste, por causa do clima quente da região. Por acaso, leu na Imprensa sobre a morte do Padre Cícero e, vislumbrando oportunidade de negócios – por conta da religiosidade da cidade – veio para Juazeiro do Norte, onde residiu até 1940. Agostinho Balmes foi também responsável pelo projeto do Palácio Episcopal de Crato, Coluna da Hora, na Praça Padre Cícero, e reforma do Santuário Diocesano Nossa Senhora das Dores, os dois últimos localizados em Juazeiro do Norte.
( Matéria publicada no "Diário do Nordeste", edição de 19/11/2006)



Sobre a autora: Vera Odísio Siqueira

Neta de Agostinho Balmes Odísio, nascida em Fortaleza, filha do advogado João Otávio Siqueira(autor do Livro Viçosa do Ceará(noticias Esparsas) e Josefina Odísio Siqueira.

Inicou seus estudos no Colégio Batista e cursou o Normal no Colégio Imaculada Conceição, Advogada, com pós graduação em Teoria da Comunicação e da Imagem pela UFC e pós graduação em Recursos Humanos, Ex empregada da CAIXA, hoje aposentada.
Fonte: Livro “Agostinho Balmes Odísio — Memórias do Juazeiro do Padre Cícero

Totó Rios: Agradeço recebimento deste livro de Vera Odísio, o que muito enriqueceu minha pesquisa sobre a História de Acaraú, citado livro trás informações sobre Agostinho Balmes Odísio que reformou a Igreja Matriz de Acaraú segundo citação a seguir:

"Em 1931 assumiu o cargo de Vigário da Paróquia de Acarau o Pe. Sabino de Lima Feijão. Jovem, vontadoso e dinâmico, pensou logo em uma reforma total na Matriz, serviço que teve inicio a 2 de setembro de 1943. O arquiteto e escultor italiano, Agostinho Baume Odísio foi contratado para superintender os trabalhos. Chamou, então, uma equipe de artistas e operários, e a obra teve inicio em ritmo acelerado.

Assim, no ano da graça de 1947, a 28 de novembro, teve sua festiva inauguração a nova Matriz de Acarau, com a benção, por S. Exa. Dom Jose Tupinambá, da Frota. Trata-se de um dos templos mais belos do interior do Ceará. Segundo opinião de Dom Edmilson Cruz, "a nossa Matriz avulta entre os demais templos do interior e de muitos da Capital do nosso Estado e quiçá do Nordeste, como uma vitoriosa exceção, pela majestade de seu conjunto e pela beleza de suas linhas arquitetônicas" .

Fonte: Acaraú Cidade Centenária-Nicodemos Araújo postados nos Blog Paróquia de Acaraú e Acaraú pra recordar

Lançamento Os Guerreiros de Monte-Mor, de Nilto Maciel, na Livraria Cultura


Os Guerreiros de Monte-Mor
(Armazém da Cultura)
de Nilto Maciel

Data: 1º de dezembro de 2011 (quinta-feira)
Horário: a partir das 19h
Local: Livraria Cultura (Av. Dom Luiz, 1010, Meireles)
Entrevista com o Autor: por Raymundo Netto, escritor.
Para contato com o Autor: niltomaciel@uol.com.br

Sobre a Obra de Nilto Maciel: Os Guerreiros de Monte-Mor, novela publicada pela primeira vez em 1988, pelo selo Contexto Jovem, de São Paulo, traz uma história divertidíssima, marcada pela ironia e a crítica aguda, além de um vocabulário e expressões de época e de costumes, características do texto de Nilto Maciel, um dos mais profícuos nomes da Literatura Cearense.
 
A saga quixotesca-macunaímica da família Cardoso, remanescente da tribo Jenipapo, iniciada por Antônio, grande revolucionário nativista — embora visto como excêntrico — que inspira seus descendentes a conspirarem contra o imperador, a autoridade portuguesa e a Igreja, numa denúncia revelada, em segundas intenções, do etnocídio pela opressão colonizadora portuguesa.
 
Antônio, índio criador de armas de guerras caseiras e enferrujadas, sempre a elaborar estratégias militares que, pensa, libertarão os jenipapos do domínio português, trama tudo em sua cabeça, em conversas demoradas com os animais da varanda, espantando galinhas, sonhando solitário com o sucesso do Regimento Cardoso, composto por ele o filho, ainda menino, o João, pequeno fazedor de buracos na terra em busca de minhocas, que, ao crescer, torna-se conhecido como contador de lorotas fantasiosas de príncipes, fadas e de outras lendas regionais. Mais tarde, após desilusões, João assume, ao lado do neto José e do demente índio xocó, Chico — seu até então “escudeiro”, formado nos campos de batalha do Cariri, e adestrador de uma infantaria de morcegos revestidos em armaduras de aço (arma secreta do Regimento) e de um bode, o velho Nazaréu, montaria militar do levante contra a vila Monte-Mor (nome antigo de Baturité, terra natal de Nilto) —, a proclamação da República Imperial dos Tapuios. A narrativa, a princípio não é linear. O tempo vai e volta numa costura bem feita a dominar o leitor curioso. João torna-se o personagem-eixo da narrativa que se desdobra mirabolante e desastrosamente num clima fantástico e humorado entre fatos da história do Siará Grande, como a chegada de D. João VI no Brasil, a Inconfidência Mineira, a Confederação do Equador, a tentativa de derrotar José de Alencar (o pai), de encontros com padre Verdeixa, dentre outros, e permitindo que o leitor participe das intermináveis e hilárias reuniões dos revolucionários nativistas onde se discutiam planos de dominação, patentes, nomes para o novo país, e até do primeiro golpe militar pré-revolucionário.
 
O Armazém da Cultura, ao publicar o imperdível Os Guerreiros de Monte-Mor, faz jus ao autor Nilto Maciel, destacando mais uma face de sua bibliografia, com certeza, tão instigante quanto muitas do melhor cenário da literatura brasileira.

Raymundo Netto

Sobre o Autor: NILTO MACIEL nasceu em Baturité, Ceará, em 1945. Cursou Direito na UFC. Em 1976, um dos criadores da revista O Saco. Mudou-se para Brasília em 1977, onde deu início, em 1992, à publicação da Literatura: revista do escritor brasileiro, regressando a Fortaleza em 2002.
 
Entre os melhores contistas brasileiros, obteve primeiro lugar em vários concursos literários nacionais e estaduais. Organizou, com Glauco Mattoso, Queda de Braço: uma antologia do conto marginal (Rio de Janeiro/Fortaleza, 1977). Participou de diversas coletâneas e antologias, entre elas: Quartas Histórias: contos baseados em narrativas de Guimarães Rosa e Capitu Mandou Flores, ambas organizadas por Rinaldo de Fernandes, e “O Cravo Roxo do Diabo”: o conto fantástico no Ceará, organizado por Pedro Salgueiro.
O Cabra que Virou Bode foi transposto para a tela pelo cineasta Clébio Viriato Ribeiro, em 1993.
 
Publicou nos mais diversos gêneros literários e em diversas línguas (esperanto, italiano, espanhol e francês): Tempos de Mula Preta, Itinerário, Punhalzinho Cravado de Ódio, Os Guerreiros de Monte-Mor (a ser relançado em breve pelo Armazém da Cultura), As Insolentes Patas do Cão, A Guerra da Donzela, Carnavalha, Vasto Abismo, A Rosa Gótica, Pescoço de Girafa na Poeira, A Última Noite de Helena, A Leste da Morte, dentre outros. Como pesquisador do gênero CONTO, publicou: Panorama do Conto Cearense e Contistas do Ceará: d’A Quinzena ao CAOS Portátil.
 
Apoio Cultural
Armazém da Cultura
Livraria Cultura

As telas viraram páginas

Transcendendo a linguagem da pintura, a série de quadros Diálogos, do artista plástico Fernando França, agora vira livro a ser lançado hoje na Livraria Cultura
Depois de bem sucedida exposição, Fernando França reúne em livro série de peças em homenagem a grandes nomes das artes no Ceará (DIVULGAÇÃO)

Quando o artista plástico Fernando França pintou os quadros da comentada série Diálogos, deixou muito mais do que um admirável trabalho artístico. As pinceladas que puseram nas telas os retratos de 23 artistas do Ceará podem ser percebidas como um verdadeiro registro histórico, em uma espécie de culto às artes plásticas cearenses, capaz de transcender a linguagem da pintura. Por isso, os traços não ficaram apenas nas telas, mas ganharam as páginas do livro também intitulado Diálogos, que o artista lança hoje (28), em noite de autógrafos na Livraria Cultura.

Não era para menos, sobretudo depois do sucesso da série na recente exposição do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. A dimensão disso pode ser medida pelas palavras do escritor Affonso Romano de Sant’Anna, na contracapa do livro: “Fernando, com essa série acho que você deu uma sacudidela na arte do Ceará, quiçá do Brasil: reuniu, fez pensar, parodiou, parafraseou, produziu algo histórico”.

“Pensei a ideia do livro porque a série tem esse aspecto documental, então eu quis fazer um registro do processo de criação de cada um dos artistas”, explica Fernando. Dividido em vários capítulos, a obra intercala pinturas e textos, escritos por nomes como, por exemplo, Gilmar de Carvalho e Nilo Firmeza, o Estrigas, que é também um dos retratados na série. O projeto do livro foi um dos contemplados pelo Edital das Artes, da Secretaria da Cultura do Estado (Secult). Além disso, a iniciativa resultou também em um documentário produzido por alunos da Universidade de Fortaleza (Unifor), que será exibido na noite de autógrafos.

Fernando diz que seu objetivo desde o início dos trabalhos era a valorização dos artistas locais. “Temos uma produção de muita qualidade na pintura, aí pensei nos diálogos para valorizar o que a gente produz e para as pessoas terem acesso, conhecerem nossos artistas”, diz Fernando, acrescentando que até a grande dimensão dos quadros (1,5m x 2m) contém um simbolismo da grandeza dos artistas cearenses. Fernando pintava os retratos e deixava um espaço para que os próprios retratados interferissem na tela, em uma espécie de balão inspirado nas histórias em quadrinhos. O livro reforça ainda mais essa interação.

A ideia que motivou o artista a realizar a série surgiu em 2006, quando ele fazia uma residência artística na França. A distância de sua terra natal trouxe a inspiração da qual precisava. “Geralmente quando você está vendo de fora acaba tendo uma visão mais clara das coisas”, reflete. Perguntado sobre o que é preciso para que iniciativas de fôlego como essa se tornem mais frequentes no cenário artístico do Estado, Fernando diz que “a questão toda passa pela educação”, sendo que o poder público deveria estar comprometido com a formação cultural desde a fase infantil.

O que mais marcou em todo o processo, segundo o artista, foi o diálogo, a convivência com os demais artistas e a “capacidade de perceber e aprender com o outro”. “Estou muito feliz de ter feito (a série), fica um documento importante pro nosso Estado”, destaca. E para que a riqueza desse acervo fique disponível de forma permanente para todo o povo cearense, Fernando diz que pretende negociar a venda dos quadros para o Estado, através da Secult.

SERVIÇO

DIÁLOGOS
O quê: Lançamento do livro de Fernando Franca, com noite de autógrafos
Quando: hoje (28), às 19h
Onde: Livraria Cultura, no Shopping Varanda Mall (Av.Dom Luís, 1010, Aldeota)
Quanto: R$ 100
Entrada franca
Outras info.: 4008 0800
Estacionamento no shopping

Marcos Robério

Aposentado de 84 anos monta presépio natalino e deixa aberto ao público

Um aposentado de 84 anos ainda brinca de ser criança com o sonho de Natal. O major reformado Francisco Rocha e Silva, todo ano, monta no bairro Montese, em Fortaleza, seu presépio natalino já famoso na cidade e aberto ao público, em sua própria residência. A tradição, de mais de 30 anos, é renovada a cada Natal - e este ano não é diferente.

Seu Francisco a cada ano abre as portas de sua casa para que o povo possa ver seu presépio, cheio de enfeites e decorações temáticas e eletrônicas. É uma maneira de ele permitir que os outros tenham uma oportunidade que ele não teve. Quando criança, no interior cearense, o aposentado sempre ficava para trás na fila para ver a 'lapinha' de Natal e acabava fora da brincadeira.

Vindo de Viçosa do Ceará, a 348 quilômetros de Fortaleza, ele diz que desde criança quis ter um presépio. "Quando eu era criança lá no interior os adultos faziam a visita antes dos curumins (crianças) ao presépio. Daí, quando chegava a nossa vez, as luzes já tinham se apagado e não tinha mais nada. Então fiz uma promessa: 'quando eu crescer vou fazer um presépio para todas as crianças e todas as pessoas que quiserem ver'", conta.

Era costume na cidade, em determinado horário na noite, o fornecimento de energia ser interrompido.
Confira vídeo com imagens do presépio




Os objetos que compõem o presépio são o xodó de seu Franscico e é ele quem faz tudo: parte elétrica e decoração. Algumas peças inclusive vêm de outras cidades do País e até da Europa como Itália e Alemanha. "Tenho maior cuidado com minhas peças, ganhei algumas da minha filha e outras fiz encomenda - ainda estou aguardando chegar", diz.

Não é só em casa que seu Franscico fez a fama do tradicional presépio de natal. Há dois anos ele montou uma lapinha e expôs no Centro Cultural Dragão do Mar. "Fez muito sucesso minha lapinha lá no Dragão do Mar. Ficou além da período marcado", comemora.

SERVIÇO

Casa do Seu Francisco
Rua Equador, 378, bairro Montese.
Visitação gratuita

Fonte: Diário do Nordeste