Parecer sobre a farmácia deve sair no próximo dia 3 de janeiro; análise técnica vai avaliar pedido de preservação
Farmácia Oswaldo Cruz - Foto: Lana Bleicher
O futuro da tradicional Farmácia Oswaldo Cruz ainda é incerto. Somente na próxima reunião do Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Histórico e Cultural (Comphic), no dia 3 de janeiro, que os cearenses irão saber qual parecer será dado sobre o pedido de tombamento feito pelo jornalista e historiador Miguel Ângelo de Azevedo, mais conhecido como Nirez.
Uma análise técnica irá avaliar se o pedido de Nirez tem procedência e o que deverá ser incluído no tombamento, se somente a fachada e a volumetria ou também a parte interna. Apesar do parecer do Comphic não ter sido divulgado ontem, como estava previsto, o debate na reunião se deu em torno dos bens integrados ao prédio e da possibilidade de continuidade da farmácia após o tombamento.
Para Nirez, a importância da Farmácia Oswaldo Cruz para Fortaleza é bem maior do que o prédio que ela ocupa, por isso o pedido de tombamento inclui o prédio juntamente com a parte interna do imóvel.
O historiador afirma que a Capital é uma cidade sem memória. "Fortaleza é uma cidade nova, então, tudo que ainda tem do século XX que possa ser preservado deverá ser", acredita.
Marcelo Mota, advogado das três proprietárias do prédio, garante que não existe intenção de desvirtuar a harmonia arquitetô-nica do imóvel. "Por uma questão comercial, os locatários buscam, através de um pedido de tombamento, se perpetuar no imóvel", acusa Mota.
O advogado avisa que o pedido de impugnação do tombamento será mantido até o fim. "As proprietárias são pessoas que dependem do fruto do aluguel para sobreviver", afirma.
Mário Pragmácio, advogado da farmácia, diz que o que motivou a solicitação de tombamento foi o fato das proprietárias terem entrado com pedido de despejo, solicitando que os funcionários saíssem. Ele defende que o bem deve ser preservado não apenas pelo seu valor material, mas também imaterial.
Clélia Monasterio, coordenadora do Patrimônio Histórico-Cultural da Secultfor, informa que, se o tombamento incluir a parte interna, as proprietárias ficarão limitadas ao uso adequado como uma farmácia, o que considera a decisão ideal.
Clélia Monastério, da Secultfor, fala sobre tombamento da Farmácia Oswaldo Cruz
Fonte: Diário do Nordeste
Nenhum comentário:
Postar um comentário