Se tudo que venha da literatura e da arte merece alguma atenção, Patativa do Assaré é uma espécie de avô absoluto daquilo que se possa querer sugerir em termos de vida, de leveza, de autenticidade. Bem por isso, o poeta cearense de tempos em tempos faz uma aparição mencionada por aqui. E a razão de seu retorno, agora, em agosto, é mais do que significativa: acaba de ser lançado, por iniciativa de uma parceria entre a Tempo d’Imagem, de Fortaleza, e o Sesc SP, o belíssimo (simplesmente belíssimo) volume Patativa do Assaré: o sertão dentro de mim (capa abaixo). São 144 páginas, em papel couche, acabamento gráfico de luxo e capa dura com sobrecapa, tudo do bom e do melhor como o querido Patativa teria feito por merecer em cada instante de sua vida. E vale, pelo amor de Deus, cada centavinho do investimento.
A motivação para esse novo álbum forjado no entorno da vida, da obra, da rotina e do modus vivendi do mais ilustre filho de Assaré, ou do Sertão de Santana, é por si só incomum: quem assina as fotos é o fotógrafo Tiago Santana (abaixo), cuja competência cada uma das dezenas de imagens em preto-e-branco não cansará de reafirmar. O que nos surpreende, causa vertigem, é o que surgirá nas duas últimas fotos do conjunto: na penúltima, Patativa aparece sentado com uma criança, um nenezinho, no colo.
O texto “O retrato do Sertão dentro de mim”, na página ao lado, à direita, revela o contexto: aquele menininho no colo do poeta é ninguém menos que Tiago, a quem Patativa viu nascer, em 1966, e a quem até ajudou a cuidar, de algum modo.
As famílias de ambos se conheciam e se visitavam. Assim, Tiago cresceu convivendo, vendo, ouvindo Patativa e ouvindo sobre Patativa, o que, como não poderia mesmo deixar de ser, resultou num respeito, num carinho, numa admiração, numa amizade e num amor absolutos. Bem por isso, porque Patativa também simpatizou desde sempre com o menino, jovem e fotógrafo Tiago, ao longo do tempo foi permitindo e propiciando e aceitando o registro fotográfico de uma rotina e de um cotidiano como praticamente ninguém mais o poderia fazer.
Na últiima foto do álbum, assim, aparece diante de nós Patativa em primeiro plano, e logo adiante aquele mesmo menininho da foto anterior já com a câmera, eternizando o bardo, em imagens como a acima e a abaixo, que constam desse acervo montado ao longo dos anos, até a morte do poeta, em 2002. Tiago e Patativa, e as pessoas das relações de Patativa, conviviam com extrema naturalidade, e assim temos, diante de nós, o escritor como nunca se poderia esperar, realçado ainda mais por depoimentos e por um texto primoroso do professor Gilmar de Carvalho.
É um volume que, ao passo em que se lê a poesia de Patativa, a gente não cansa de folhear e de admirar um momento sequer. Livro não para ficar na estante. Livro para ser carregado consigo, para onde quer que se vá: para chácara, para a praça, numa viagem, para uma ilha. Obra-prima. Nada menos que isso.
A motivação para esse novo álbum forjado no entorno da vida, da obra, da rotina e do modus vivendi do mais ilustre filho de Assaré, ou do Sertão de Santana, é por si só incomum: quem assina as fotos é o fotógrafo Tiago Santana (abaixo), cuja competência cada uma das dezenas de imagens em preto-e-branco não cansará de reafirmar. O que nos surpreende, causa vertigem, é o que surgirá nas duas últimas fotos do conjunto: na penúltima, Patativa aparece sentado com uma criança, um nenezinho, no colo.
O texto “O retrato do Sertão dentro de mim”, na página ao lado, à direita, revela o contexto: aquele menininho no colo do poeta é ninguém menos que Tiago, a quem Patativa viu nascer, em 1966, e a quem até ajudou a cuidar, de algum modo.
As famílias de ambos se conheciam e se visitavam. Assim, Tiago cresceu convivendo, vendo, ouvindo Patativa e ouvindo sobre Patativa, o que, como não poderia mesmo deixar de ser, resultou num respeito, num carinho, numa admiração, numa amizade e num amor absolutos. Bem por isso, porque Patativa também simpatizou desde sempre com o menino, jovem e fotógrafo Tiago, ao longo do tempo foi permitindo e propiciando e aceitando o registro fotográfico de uma rotina e de um cotidiano como praticamente ninguém mais o poderia fazer.
Na últiima foto do álbum, assim, aparece diante de nós Patativa em primeiro plano, e logo adiante aquele mesmo menininho da foto anterior já com a câmera, eternizando o bardo, em imagens como a acima e a abaixo, que constam desse acervo montado ao longo dos anos, até a morte do poeta, em 2002. Tiago e Patativa, e as pessoas das relações de Patativa, conviviam com extrema naturalidade, e assim temos, diante de nós, o escritor como nunca se poderia esperar, realçado ainda mais por depoimentos e por um texto primoroso do professor Gilmar de Carvalho.
É um volume que, ao passo em que se lê a poesia de Patativa, a gente não cansa de folhear e de admirar um momento sequer. Livro não para ficar na estante. Livro para ser carregado consigo, para onde quer que se vá: para chácara, para a praça, numa viagem, para uma ilha. Obra-prima. Nada menos que isso.
por Rudolfo Beling - romarbeling@yahoo.com.br
Fonte: Leituras de Mundo
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