O escritor é um artista e as palavras são sua obra de arte. Mas ele também é um profissional como qualquer outro e merece reconhecimento
Escritores dizem que nem todos vivem só de literatura (IANA SOARES) |
Aprendemos o alfabeto. Aprendemos a ler e a escrever. Mas o dom das palavras é para poucos. Escrever por prazer ou como profissão. Crônicas, contos, romances. O escritor é um artista e o livro é sua arte. Não existe curso de graduação ou formação para escritores, mas os cursos de Humanas, principalmente Letras e Jornalismo são os principais celeiros para esses profissionais.
Pedro Salgueiro, Airton Monte, Jorge Piero, Socorro Acioli, Tércia Montenegro e Carmélia Aragão são alguns escritores cearenses dos nossos dias. A fortalezense Socorro Acioli tem 36 anos e escreveu seu primeiro livro com 8: O pipoqueiro João. Formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, é mestre em Literatura Brasileira pela Universidade Federal do Ceará e doutoranda em Estudos de Literatura pela Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói.
Carmélia Aragão é formada em Letras com mestrado em Literatura ambos pela UFC. Hoje, trabalha na Cátedra Unesco de Leitura PUC-Rio. Ela explica que é possível viver de literatura, mas são poucos. No Ceará um dos problemas é a distribuição, pois muito se produz, mas fica apenas no local. No Rio, a dificuldade é para se chegar a uma grande editora e o artista pode ter dificuldades para se adequar ao mercado.
Carmélia diz que ser escritor requer certa vocação. Em Fortaleza, os profissionais das palavras podem contar com a Associação Cearense de Escritores, ACE. A associação foi criada para resguardar o patrimônio cultural do Ceará. Informações: (85) 3214 2539
SAIBA MAIS
Mercado
Entre os maiores desafios, está a distribuição, pois muitos livros cearenses não saem do estado. Outra é a dificuldade para chegar a uma editora e equilibrar o gênero literário escolhido com o mercado editorial.
BATE-PAPO COM O LEITOR
O POVO - O que é essencial para o escritor?
Socorro - É essencial ter o dom. A aptidão natural. De se sensibilizar um tema, enxergar uma história que ninguém vê. Mas essa é só uma parte. O resto é estudo, dedicação. Sou defensora dessa profissionalização.
OP - É possível viver de literatura?
Socorro - É possível, com todas as atividades: traduções, aulas e palestras. Não só de direitos autorais. Noventa por cento do meu trabalho é fora do Ceará, pois o estado não tem mercado. Não existe reconhecimento da profissão.
OP - E o que você indica para quem quer começar a carreira?
Socorro - Inscrever a obra em concursos, pois as portas se abrem. É mais fácil de publicar numa editora com premiação.
Socorro Acioli é escritora. Formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, é mestre em Literatura Brasileira pela UFC e doutoranda pela UFF
Dom
“É essencial ter o dom. A aptidão natural. De se sensibilizar um tema, enxergar uma história que ninguém vê”.
EM BAIXA
FALTA GRADUAÇÃO
Ainda não existe curso de graduação para formação de escritores. A maioria dos profissionais é formada em Letras ou Comunicação Social.
EM ALTA
AGENTE LITERÁRIO
O agente literário ajuda o trabalho do escritor. Cuida dos contratos, faz contatos com editoras e eventos. É um companheiro importante.
Ingrid Baquit
ingridbaquit@opovo.com.br
Fonte: Jornal O Povo
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