quinta-feira, 28 de abril de 2011

Para entender Fortaleza

Publicação do Inesp, que será lançada hoje, na Assembleia Legislativa, pretende explicar aspectos do crescimento da Capital, passando, inclusive, por questões de ordem econômica

A sede da 10ª Região Militar já foi um forte construído por holandeses e faz parte da história da Capital: prédio está presente na obra de Farias e Bruno
FOTO: RODRIGO CARVALHO

Como se deu o processo de ocupação de Fortaleza? Como a cidade cresceu? Que povos mais influenciaram a sua cultura? Que histórias estão por trás de prédios e locais como a Praça do Ferreira e o Passeio Público? Para essas e outras perguntas os leitores encontrarão respostas no livro "Fortaleza - Uma breve história", do professor e deputado federal Artur Bruno e do historiador Airton de Farias, que será lançado, hoje, a partir das 19 horas, no Plenário 13 de Maio, da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará.

Um dos objetivos do livro é contar de forma resumida a história da capital cearense, desde as primeiras tentativas de colonização portuguesa até os dias atuais. A obra percorre as principais transformações econômicas e sociais da cidade e conta a origem de Fortaleza, a partir da construção, pelos holandeses, em 1649, do Forte Schoonenborch, às margens do Riacho Pajeú. No local, hoje funciona a 10ª Região Militar.

Trata ainda da elevação à condição de vila, em 13 de abril de 1726, data que marca o aniversário de Fortaleza; do lento processo de expansão econômica; até chegar à hegemonia como principal cidade do Estado.

A obra foi editada pelo Instituto de Estudos e Pesquisas para o Desenvolvimento do Estado do Ceará (Inesp), órgão vinculado à Assembleia Legislativa, e a abertura é de autoria do Professor Francisco Pinheiro, que além de deputado estadual é historiador. De acordo com Artur Bruno, o livro é um presente à cidade nesses seus 285 anos de história e uma forma de os fortalezenses conhecerem melhor a história de sua terra natal.

De acordo com Airton de Farias, o projeto do livro existia há três anos e ele foi concebido a partir de pesquisas em produções acadêmicas. Apesar disso, não se trata de um "livro acadêmico", ressalta. "É um meio termo. O livro poderá ser lido pelos mais diferentes públicos. Não é didático e nem acadêmico".

O historiador nega, ainda, que a obra seja de história política. Com muito mais intensidade, garante, fala-se de como a cidade nasceu e cresceu, da formação dos bairros. "Tratamos de fatos já bastante conhecidos, mas também de passagens mais obscuras de nossa história, como a insegurança, a falta d´água na vila, seu desenvolvimento econômico", afirma.

São problemas que a cidade enfrenta até hoje - em maior ou menos grau, dependendo da região. Por isso, o livro pode ajudar a compreender os dramas que a Capital vive, ao mesmo tempo em que aposta perspectivas para o futuro. "Muito do que se vive hoje é reflexo do que a cidade era. É o caso do Centro e dos problemas de mobilidade", acrescenta Airton.

Para ele, uma das passagens que mais o impressionam tem relação com a forma como a cidade sofreu um processo de "metropolização", a partir dos anos 50. "Tendo em vista, por exemplo, a vinda da Copa do Mundo para Fortaleza, é preciso repensar muita coisa. A cidade cresceu demais. E mais intervenções urbanas importantes devem acontecer nos próximos anos. Por isso, a participação da população será muito importante. Não é um papel apenas no poder público".

MAIS INFORMAÇÕESLançamento do livro "Fortaleza - Uma breve história", hoje, às 19 horas, no Plenário 13 de Maio, da Assembleia Legislativa (Av. Des. Moreira, 2807, Dionísio Torres). Contato: (85) 3277.2500

Fonte: Diário do Nordeste

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