Logo que chegou à paróquia de Santana do Acaraú no ano de 2006, o reverendo padre Agnaldo Temóteo da Silveira (décimo sexto pároco na sucessão) buscou conhecer a história da cidade. Assim o fez porque aprendeu que uma evangelização eficaz se faz a partir e na realidade de um povo.
Ficou maravilhado com a história de Santana que nasceu de uma promessa de Frei Cristóvão de Lisboa a Santa Ana em gratidão aos favores concedidos na fuga dos índios Tabajara e com a coragem do padre Antônio dos Santos da Silveira, construtor da primitiva capelinha de taipa e fundador de fato da cidade que nasceu ao redor da capela mãe.
Surpreso ficou com desconhecimento do povo a respeito desta história e de suas raízes. Percebeu nisso um desafio e uma missão: levar o povo a conhecer a sua história é fazer memória da salvação, pois, Cristo Senhor da história entrou na história humana para resgatá-la.
Boa parte deste conhecimento o adquiriu nas conversas prazerosas com dona Rosa Eronides Pereira (Rosa Ramiro) ex - secretária paroquial que, nesta função, passou largo tempo. Outra parte desta aquisição se deu através da leitura do livro O Município de Santana de autoria do célebre doutor José Mendes, outra ilustre figura de Santana que, conheceu, lendo aquelas linhas cheias de uma memória filial, romanesca, porém viva.
Tomou conhecimento também das histórias de desvio do patrimônio sacro (imagens, alfaias, mobília, etc.) da Paróquia ocorrido nas décadas de 60 e 80, e percebeu a urgência de preservar o que restara e a urgência de fazer um apelo para que aqueles que tinham consigo estas peças sacras as devolvessem.Quando chegou a Santana, ocupava a função de Pároco o Padre José Valter da Costa que empreendeu a reforma do Sobrado Padre Arakén com o intuito de que o mesmo servisse a ambos como casa uma vez que moravam em casa alugada porque na Paroquial morava enfermo o Pároco Emérito Francisco José Aragão e Silva.
Falecendo o Padre Aragão, Padre Agnaldo e Padre Valter passaram a morar na casa Paroquial, ficando o sobrado com a função de Centro de Pastoral. Contudo nem todos os espaços foram ocupados e a providência logo manifestaria sua intervenção para concretizar uma inspiração que surgia no coração de padre Agnaldo: a fundação de um Memorial.
Assim, em Junho de 2006, Padre Agnaldo convida Francisco Leandro Costa que, na época realizava uma pesquisa sobre índios na história de Santana, para juntos darem os primeiros passos para a fundação deste sonhado Memorial. O primeiro deles foi uma pesquisa sobre a vida de cada um dos Párocos de Santana do Acaraú. Esta resultou em um livreto que foi distribuído na inauguração. O segundo passo foi solicitar de Santanenses que estivessem em posse de objetos sacros da Paróquia sua devolução e incentivar a doação de peças antigas para a composição do acervo por aqueles que o quisessem fazê-lo.
O Fruto desta semeadura laboriosa foi a abertura do Memorial da Paróquia de Senhora Sant’Anna em 16 de Julho de 2007 em cerimônia simples, iniciada às 8 horas da Manhã com a benção das peças e com as palavras inaugurais do fundador que, nestas, exortou os santanenses a preservarem sua história, a guardarem sua memória e colaborar doando peças para enriquecer o acervo ainda mais.
Leandro-Historiador de Santana de Acaraú
Pe. Araken da Frota
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