quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Farmácia Oswaldo Cruz-Adiada a decisão sobre tombamento

Parecer sobre a farmácia deve sair no próximo dia 3 de janeiro; análise técnica vai avaliar pedido de preservação

Farmácia Oswaldo Cruz - Foto: Lana Bleicher

O futuro da tradicional Farmácia Oswaldo Cruz ainda é incerto. Somente na próxima reunião do Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Histórico e Cultural (Comphic), no dia 3 de janeiro, que os cearenses irão saber qual parecer será dado sobre o pedido de tombamento feito pelo jornalista e historiador Miguel Ângelo de Azevedo, mais conhecido como Nirez.

Uma análise técnica irá avaliar se o pedido de Nirez tem procedência e o que deverá ser incluído no tombamento, se somente a fachada e a volumetria ou também a parte interna. Apesar do parecer do Comphic não ter sido divulgado ontem, como estava previsto, o debate na reunião se deu em torno dos bens integrados ao prédio e da possibilidade de continuidade da farmácia após o tombamento.

Para Nirez, a importância da Farmácia Oswaldo Cruz para Fortaleza é bem maior do que o prédio que ela ocupa, por isso o pedido de tombamento inclui o prédio juntamente com a parte interna do imóvel.

O historiador afirma que a Capital é uma cidade sem memória. "Fortaleza é uma cidade nova, então, tudo que ainda tem do século XX que possa ser preservado deverá ser", acredita.

Marcelo Mota, advogado das três proprietárias do prédio, garante que não existe intenção de desvirtuar a harmonia arquitetô-nica do imóvel. "Por uma questão comercial, os locatários buscam, através de um pedido de tombamento, se perpetuar no imóvel", acusa Mota.

O advogado avisa que o pedido de impugnação do tombamento será mantido até o fim. "As proprietárias são pessoas que dependem do fruto do aluguel para sobreviver", afirma.

Mário Pragmácio, advogado da farmácia, diz que o que motivou a solicitação de tombamento foi o fato das proprietárias terem entrado com pedido de despejo, solicitando que os funcionários saíssem. Ele defende que o bem deve ser preservado não apenas pelo seu valor material, mas também imaterial.

Clélia Monasterio, coordenadora do Patrimônio Histórico-Cultural da Secultfor, informa que, se o tombamento incluir a parte interna, as proprietárias ficarão limitadas ao uso adequado como uma farmácia, o que considera a decisão ideal.

Clélia Monastério, da Secultfor, fala sobre tombamento da Farmácia Oswaldo Cruz



Fonte: Diário do Nordeste

X Semana Paulo Freire começa nesta quarta-feira (08) no Museu do Ceará


O Museu do Ceará realizará a partir desta quarta (07) até sexta-feira (09) a X Semana Paulo Freire,  com o tema "Paulo Freire- Olhares Multidisciplinares". O evento, que se inicia às 14h, será uma homenagem aos 90 anos de nascimento Paulo Freire.

Durante a programação os interessados poderão participar de exposições, palestras, oficinas e mesas redondas. No último dia do evento haverá o lançamento da 2ª edição dos livros agraciados com o Prêmio Mais Cultura de Literatura de Cordel 2010 – Edição Patativa do Assaré (MINC): Lira Popular: o cordel do Juazeiro, Patativa do Assaré: pássaro liberto, Xilogravura: doze escritos na madeira (Autor: Gilmar de Carvalho) e Cordel: a voz do verso (Autora: Martine Kunz)

Programação

X SEMANA PAULO FREIRE Paulo Freire : olhares multidisciplinares

7 de dezembro.
14h. Abertura. Secult, Museu do Ceará e Grupo História em Movimento (UECE)

14H30mim. Releituras de Paulo Freire no museu. Palestrante: Régis Lope

16h. INTERVALO

16h30min. Palestra: Mártir Francisca de Aurora: santidade popular, memória e narrativa. Palestrante: Dellano Rios

17h30min. Exibição do documentário de curta-metragem Mártir Francisca: 50 anos, de Francisco Sousa.

18h. Lançamento do livro O povo fez sua santa, de Dellano Rios

8 de dezembro
10h. Memórias do núcleo educativo do Museu do Ceará.
Participantes: Ana Amélia Rodrigues, Marise Magalhães e Janaína Muniz

14h. Mesa redonda. Releituras de Paulo Freire no ensino.
Participantes: Ercília Maria Braga de Olinda e João Batista de Albuquerque Figueiredo

16h INTERVALO

16h30min. Palestra. Paulo Freire e o mundo do trabalho.
Palestrante: William Mello.

18h. Lançamento do livro Trabalhadores: novas perspectivas e comparações. Organização: William Mello.

9 de dezembro
9 ás 12 hs. Oficina de xilogravura. Ministrante: JoãoPedro do Juazeiro (25 vagas)

14h. Vídeo debate sobre Paulo Freire. Mediadoras: Fátima Leitão e Isaíde Bandeira

16h. INTERVALO

16h30min. Mesa redonda. Literatura de cordel e xilogravura: experiências de pesquisa. Participantes: Gilmar de Carvalho e Martine Kunz.

18h. Abertura da exposição. Memórias na madeira: xilogravuras cearenses.
Lançamento da 2ª edição dos livros agraciados com o Prêmio Mais Cultura de Literatura de Cordel 2010 – Edição Patativa do Assaré (MINC): Lira Popular: o cordel do Juazeiro, Patativa do Assaré: pássaro liberto, Xilogravura: doze escritos na madeira (Autor: Gilmar de Carvalho) e Cordel: a voz
do verso (Autora: Martine Kunz). 20284

Fonte: Assessoria de Imprensa da Secult

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Guarda Municipal de Acaraú passa por reciclagem


Cerca de 60 agentes da Guarda Municipal de Acaraú (CE), na região Norte do Estado, participaram hoje (5/12) de um treinamento com a Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza (GMF) para reciclagem. 

Promovido pela Prefeitura Municipal de Acaraú, a capacitação, transcorrida em Acaraú, tem carga horária de 8h/aula. Quatro servidores da GMF ministram aulas sobre a estrutura operacional e adminstrativa, e sobre desenvolvimento de trabalhos e projetos. Também orientam sobre a implementação de uma Defesa Civil.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Livro resgata a história e a cultura do município

Pesquisa reúne relato de historiadores que passaram pela cidade e documentos históricos encontrados pelo autor

Igreja do Céu é um dos pontos mais visitados do município (FCO FONTENELE)

Contar a história da cidade de Viçosa do Ceará - distante 365 quilômetros de Fortaleza - a partir de relatos de historiadores e da pesquisa de documentos históricos. Essa é a proposta do livro Viçosa do Ceará sob um olhar histórico. “O livro reúne a visão de vários historiadores que visitaram Viçosa, como Barão de Studart, Álvaro Gurgel de Alencar, Carlos Studart Filho e Padre Antônio Vieira”, diz Gilton Barreto, autor do livro.

Gilton informa que, em 1590, os primeiros franceses estabeleceram-se no local. Em 1604, começaram a chegar os jesuítas, com o objetivo de realizar a catequese dos índios. Inicialmente, o lugarejo era chamado de Vila Viçosa Real das Américas. Outros nomes foram utilizados até que, em 1943, decidiu-se por adotar o nome Viçosa do Ceará.

Segundo Gilton Barreto, a cidade possui 72 casarões tombados e é considerada uma das primeiras vilas do Ceará. O Teatro Pedro II, por exemplo, é tido como o segundo mais antigo. Foi inaugurado em 1911, um ano após o Theatro José de Alencar, em Fortaleza.

O livro também faz um resgate da cultura e da arte no município e traça detalhes da geografia do lugar. Em alguns distritos localizados no sertão, “há a produção da tradicional cachaça viçosense”, relata Gilton. Na parte serrana, há o cultivo de flores e da pimenta-do-reino, além da conhecida produção de licores e doces.

Na capa do livro, há uma gravura do artista plástico Ernane Pereira, que retrata a Vila Viçosa no ano de 1860. O desenho original foi encontrado na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, e é de autoria do botânico Freire Alemão. Nele, é possível ver a primeira igreja com algumas casas ao redor. Ao fundo, está o chamado Morro do Céu. No livro, há outras 500 fotos da cidade.

A publicação também traz histórias de lendas que já correram à “boca miúda” em Viçosa. Uma delas envolve um sítio chamado Lajes. No local, há muitas pedras com forma de gente e animais. Reza a lenda que, antes, o local fazia parte de um reino, onde vivia um rei e uma princesa. Eles eram adorados pelos súditos.

A história muda de rumo com a chegada de um padre estrangeiro, por quem a princesa se apaixona. A notícia do romance deixou a população revoltada. Uma feitiçaria foi preparada para transformá-los em pedras. O problema é que o feitiço saiu forte demais e todos os membros da comunidade foram petrificados. Essa e outras lendas foram colhidas em manuscritos encontrados.

O livro Viçosa do Ceará sob um olhar histórico deverá ser lançado em agosto de 2012. O trabalho de pesquisa foi iniciado em 2006. Gilton Barreto também é autor do livro História, fatos e fotos de Viçosa.

O quê

ENTENDA A NOTÍCIA
O livro Viçosa do Ceará sob um olhar histórico faz um resgate da história da cidade a partir de relatos já feitos por historiadores e de documentos guardados por famílias do município. A história da cidade começa em 1590, com a chegada dos primeiros franceses.

Geimison Maia
geimison@opovo.com.br

Fonte: O Povo

sábado, 3 de dezembro de 2011

Senta que lá vêm as histórias

As Edições Demócrito Rocha lançam hoje, às 17 horas, cinco livros focados num público ainda em formação do hábito de leitura: nossos pequenos. A Livraria Cultura recebe os autores

Ilustração de Karlson Gracie para o livro infantil Um Passeio Diferente (REPRODUÇÃO)

Tem hora que o hábito começa em casa. Junta-se pai, junta-se mãe; o filho na cama, deitado. Os olhos lotados de sono, mas o espírito vivo no discurso “num tô cum sono”. Abre-se o livro e na segunda página o pequeno tombou rumo ao mundo dos sonhos, continuar nessa outra realidade a história vocalizada pelos pais. E assim, chegado o primeiro ano do Ensino Fundamental, a própria criança pode se aventurar a estender a mão. E, a partir de hoje, esses pequenos-ávidos-leitores têm cinco novas opções genuinamente cearenses de leitura. Hoje, às 17 horas, as Edições Demócrito Rocha reúnem sete autores e quatro ilustradores no lançamento de cinco livros na Livraria Cultura.

Depois do lançamento da segunda edição de Detestinha – o bicho que detesta ler, o escritor e jornalista Demitri Túlio volta com duas obras focadas num público menos experiente na literatura. Se Detestinha dialogava com leitores da faixa infanto-juvenil, O ipê amarelo e o passarinho e O ovo mudo se focam em crianças nos primeiros passos entre letras. Outro autor dos mais experientes a criar novas páginas (e novas aventuras) é Horácio Dídimo, com seu O menino perguntador. Mas os primeiros passos na literatura não vêm apenas dos leitores. Cristina Gino, que lança Musicalização infantil e o grupo formado por Fernando Martins, Flávia Viana, Márcia Melo e Rodrigo Carvalho, autores de Um passeio diferente, vivem sua primeira incursão na literatura infantil. Além da sessão de autógrafos, os escritores serão apresentados por um musical do cantor e ator Marcelino Câmara, acompanhado da escritora e pianista Cristina Gino. O público deve chegar à Livraria Cultura com 30 minutos de antecedência para a distribuição de senhas para o auditório (sujeito a lotação).

De acordo com a jornalista Regina Ribeiro, editora das Edições Demócrito Rocha, a seleção dos títulos buscou a abordagem de temas tão diferentes como a matemática e a sociabilização, ao mesmo tempo em que não perdendo de vista a temática regional – marca da editora. “A ideia é ampliar esse universo da literatura clássica infantil, abordando a ecologia, a música, as ciências, a matemática”, disse.

Em O ipê amarelo e o passarinho (ilustrações Carlus Campos), Demitri produz um poema sobre o passado – quando homem e natureza viviam harmoniosamente, até que chegou um outro tempo onde a pressa quebrou essa harmonia. Já em O ovo mudo (ilustrações Carlus Campos), o autor traz uma fábula galinácea sobre as incerteza e inseguranças que também vivem os humanos. O menino perguntador (ilustrações Ingra Rabelo) reúne algumas das personagens criadas por Horácio Dídimo permeados por brincadeiras infantis de interrogação. Musicalização infantil (ilustrações Diana Medina) traz a experiência de Cristina Gino como educadora musical infantil com um roteiro do ensino na primeira infância. “Foi uma experiência muito diferente a de poder expressar a minha prática através do texto”, pontuou a autora.

Já Um passeio diferente (ilustrações Karlson Gracie) juntou o casal Fernando Martins e Márcia Melo aos amigos Flávia Viana e Rodrigo Carvalho numa aventura do personagem Daniel pelo mundo da geometria – que, segunda a experiência do grupo nas aulas de matemática, é uma das área em que as crianças têm mais dificuldade. Um dos primeiros leitores foi outro Daniel, de quatro anos e já viciado em livros, segundo a mãe, filho de Fernando e Márcia, já pôde se divertir antes de dormir com as aventuras de seu xará. “Como meu filho ainda não lê, vejo como ponto importante as figuras. Os livros estão com esse atrativo. A gente tentou trabalhar com o movimento e passou para o livro, além das formas geométricas”, aponta Márcia.

Próxima leva
Na próxima semana, no dia 10 de dezembro, o público infantil vai ser o foco de outros cinco lançamentos da EDR. Uma escola encantada, de Saskia Brígido (ilustrações de Suzana Paz); De lagarta a borboleta, de Gardner de Andrade e Helano Maciel (ilustrações de Sérgio Melo); Uma baleia muito esperta, de Aline Bussons (ilustrações de Guabiras); O mistério da professora Julieta, de Socorro Acioli (ilustrações de Suzana Paz) e O livro dos clássicos, de Natalício Barroso (ilustrações de Everton Luiz Silva).
SERVIÇO

O ipê amarelo e o passarinho

O menino perguntador

Musicalização infantil

O ovo mudo

Um passeio diferente

O quê: Lançamento de novos títulos infantis das Edições Demócrito Rocha

Quando: Hoje, dia 3 de dezembro.

Onde: Auditório da Livraria Cultura (avenida Dom Luís, 1010 – Aldeota).

Hora: 17 horas (entrada com senhas, sujeito à lotação).

Preços: Musicalização Infantil - R$ 22,00


O menino perguntador - R$ 33,00

Um passeio diferente - R$ 22,00

O Ovo Mudo - R$ 22,00

O Ipê Amarelo e o Passarinho - R$ 22,00


Outras info.: (85) 4008 0800


André Bloc
andrebloc@opovo.com.br

Fonte: O Povo

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Encontro mostra manifestações da cultura popular do país, no Ceará

O VI Encontro Mestres do Mundo acontece em Limoeiro do Norte.Manifestações vão retratar o Natal; evento vai até domingo (1º).

 Mestre Expedita dos Santos se apresenta no
Encontro dos Mestres do Mundo, em Limoeiro do
Norte, no CE. (Foto: Governo do Estado/Divulgação)

O Encontro Mestres do Mundo, um dos principais eventos culturais do Estado do Ceará, começa nesta quinta-feira (1°) e vai até domingo (4) no município de Limoeiro do Norte, a 198 km de Fortaleza, no Vale do Jaguaribe. O evento reúne representantes da cultura popular tradicional do Ceará e de outros estados brasileiros para mostrar, discutir e trocar vivências entre si e o público geral sobre experiências nos artesanato,dança, música, oralidade e sagrado.

Este ano, o evento traz o tema “Autos de Natal” e traz uma programação com rodas de mestres, oficinas, apresentações e palestras no mesmo período da festa da padroeira de Limoeiro do Norte, Nossa Senhora da Imaculada Conceição. Entre as atividades, o Seminário “Discutindo Políticas Publicas para o Patrimônio Cultural” discute a valorização das expressões artísticas de origem africanas.

O Estado do Ceará possui 58 Mestres da Cultura diplomados e reconhecidos pela Lei dos Tesouros Vivos. Com o diploma, os novos Mestres são contemplados com um salário mínimo mensal temporário ou vitalício. "O Mestres do Mundo representa a síntese da diversidade cultural brasileira, sendo um evento obrigatório no calendário do nosso Estado", afirma o secretário da Cultura do Ceará, Francisco Pinheiro.

Serviço
VI Encontro Mestres do Mundo
De 1 a 4 de dezembro - Gratuito
Local: Limoeiro do Norte – Ceará
Mais informações: 3246.2708.

Fonte: G1 CE

Nova obra de César Barreto fala do clero sobralense


Escritor, engenheiro e atual superintendente adjunto do Departamento Estadual de Rodovias do Ceará (DER), César Barreto Lima lança hoje seu novo livro. Às 19 horas, ele apresenta no Náutico Atlético Cearense "Sobral de todos os santos".

Como o próprio título entrega, o cenário das histórias contadas é o preferido pelo autor. Da cidade de Sobral, César Barreto recupera as memórias dos sacerdotes católicos que por ali passaram. O trabalho mais de 20 crônicas que recuperam episódios da vida do município que contaram com o protagonismo de padres e outros religiosos. O escritor conduz seus leitores por um texto leve, permitindo-se mesmo contar causos marcados pelo humor. Caso do sacerdote José Inácio Parente, às voltas com um jovem paquerador que estava de olho nas moças na escola por ele dirigida.

A maior parte das histórias que figuram no livro se ambientando nos anos 50, quando Sobral, em sua verve aristocrática, ainda era comum ver as elites preparem seus filhos para uma carreira eclesiástica.

Livro  
Sobral de todos os santos  
César Barreto Lima

Premius
2011
117 páginas
Lançamento às 19 horas, no Náutico Atlético Cearense (Av. Abolição, 2727, Meireles)

Dom Quixote de Baturité

Com narrativa divertida e crítica sobre antigos povos do Ceará, o livro Os Guerreiros de Monte-Mor, de Nilto Maciel, será relançado hoje na Livraria Cultura

O autor passeia pela cultura indígena com ironia e vocabulário rico (MARCOS CAMPOS)

Imagine uma tribo de guerreiros Jenipapos, que séculos atrás viveu nas terras da Vila de Monte-Mor, atual Serra de Baturité. Eram Liderados pelo quixotesco Antônio da Silva Cardoso, grande revolucionário nativista, que inspirava seus descendentes a conspirarem contra o imperador, os portugueses em geral e a Igreja. Essa história divertida, crítica e instigante constitui a narrativa de Os Guerreiros de Monte-Mor, de Nilto Maciel, com relançamento hoje (1º), na Livraria Cultura.

Publicado pela primeira vez em 1988, o livro tem narrativa não-linear e é marcado por uma crítica aguda e pela ironia, permeadas por um rico vocabulário, cheio de expressões e palavras da época, sobretudo da cultura indígena. Nilto conta que, para a atual edição, procurou manter quase intacta a grafia e estrutura originais, fazendo apenas uma ligeira revisão ortográfica e de alguns vocábulos. “Minha ideia inicial era escrever um grande romance de 1000 páginas, que viesse desde os pré-colombianos, mas o José de Alencar já tinha feito coisa parecida, aí resolvi mudar”, conta o autor.

O escritor conta que começou então a ler tudo sobre História do Ceará e resolveu desmembrar em vários livros o que seria seu romance sobre a trajetória de gerações passadas. “Quando fui pra Brasília autoexilado ia todo dia para a biblioteca do Congresso e procurava só coisa velha, sobre povos antigos, principalmente dos personagens mais voltados para o Ceará”, diz Nilto. Porém, ele frisa que não se considera um autor regionalista.

Em Os Guerreiros de Monte-Mor, o que logo chama a atenção do leitor é a figura excêntrica de Antônio, que faz questão de criar o filho dentro da tradição de seus povos, enchendo a mente do menino. “Tem um pouco de D. Quixote, embora eu ainda não tivesse lido D. Quixote quando escrevi, e tem um pouco de Policarpa Quaresma também”, diz Nilto, referindo-se a personagens de Miguel de Cervantes e Lima Barreto, respectivamente. “Meus personagens são todos rebeldes”, destaca, sendo que no livro há referências a eventos como a Confederação do Equador e a Inconfidência Mineira. Natural de Baturité, Nilto diz que o livro: “É uma homenagem à minha terra, aos índios do Brasil e do mundo e a todos os povos que foram massacrados”.

SERVIÇO

Relançamento do livro Os Guerreiros de Monte-Mor
Quando: Hoje (1º), às 19h
Onde: Livraria Cultura (Av. Dom Luiz, 1010 - Aldeota)
Preço do livro: R$ 23
Entrada franca
Outras info.: (85) 4008 0800

Marcos Robério 

Fonte: O Povo